História Paixão de Outono - O Início de um Novo Amor

21 de Março - Início do Outono

Amanda contemplava a paisagem de sua cidade e a leve brisa do outono que acabara de começar tocava seu rosto como uma carícia. De todas as estações, era o outono que mais gostava, a tonalidade que as folhas das árvores adquiriam a enchia de alegria e romantismo, era nessa época que parava para pensar na vida e tudo que lhe acontecia, dessa forma, conseguia enxergar a beleza onde aparentemente não existiria. Nesse momento em específico estava pensando sobre nunca ter se apaixonado, sentia certa angustia por nunca ter experimentado a sensação que é amar, logo ela que se considera entusiasta do romance.

Seus pensamentos foram cortados com a chegada de seu amigo, da varanda onde estava pode ver Gabriel parando em frente a porta de sua casa e tocando a campainha, percebeu que passou muito tempo nos seus pensamentos e acabou não tomando o café da manhã, mas já era hora de ir à escola. Desceu as escadas se despediu de seus pais com um simples "tchau", e fechando a porta, deu de encontro com seu amigo.

- Bom dia, senhorita. 

 - Bom dia, como foi seu final de semana? 

- Já tive melhores, mas tirando o fato de que quase quebrei uma perna, foi bom.

 - Como assim? Me explica melhor.

A conversa se estendeu até chegarem à escola. Amanda e Gabriel se conheciam a muito tempo, para ser mais exato desde os 6 anos de idade quando começaram a estudar juntos. Gabriel foi a primeira pessoa a dar um oi para Amanda e desde então nunca mais se separaram, sempre que algo acontecia os dois estavam juntos, sem muitas brigas os dois compartilhavam uma boa e duradoura amizade.

Amanda, sempre tentava ser uma boa aluna e prestar atenção nas aulas, mas nesse dia foi diferente. Passou toda a aula olhando pela janela o pátio da escola e o movimento dos funcionários, estava tão distraída que passou o intervalo na sala de aula, hora ou outra fazia rabiscos nos cadernos e rascunhos de poemas. Foi despertada pelo sinal que tocava, arrumou suas coisas e foi de encontro com Gabriel.

- O que você tem hoje? - perguntou Gabriel - Passou a aula toda viajando.

 - Eu não sei... Só pensei um pouco. - respondeu Amanda.

- Você passou quatro horas pensando e diz que foi só um pouco? Mas isso não me interessa, quer ir no parque? Acho que vou desenhar um pouco.

- Por mim tudo bem.

O caminho até o parque se seguiu sem conversas, e ao chegarem lá foram até árvore que ficava de frente ao lago, costumavam  deitar sob a sombra e conversar tudo que lhes vinha na mente. Já deitados, Amanda começou a falar:

- Quer saber o que fiquei pensando esse tempo todo? Eu acho que nunca amei alguém...

 - E isso é algum tipo de problema? Amar é muito trabalhoso.

 - Mas eu me sinto mal por nunca ter me apaixonado, nem sequer um amor bobo de adolescente eu tive!

- Eu não me sentiria mal por isso, na verdade teria orgulho. Mas você não tem do que se preocupar, um dia você encontra alguém que te aguente.

Amanda se sentia melhor depois dessa conversa, e o conforto da grama macia a fez adormecer. Se despertou de um sono bom e ao abrir seus olhos viu Gabriel deitado ao seu lado, um profundo sentimento invadiu seu coração nesse momento, quase não pode descrever o que sentia. Chegou a pensar que havia se apaixonado mas deixou seus devaneios para ouvir o que ele tinha a falar:

- Tenho que te mostrar uma coisa.- disse Gabriel - Terminei meu desenho, dá uma olhada.

Era um desenho da visão que se tinha debaixo daquela árvore, um lago, um pequeno deck com duas cadeiras e muitas árvores. Gabriel desenhava desde criança e era para Amanda que sempre mostrava primeiro seus desenhos, se considerava um bom desenhista mas se recusa a compartilha-los em algum site.

- Ficou bom, vai colorir?

- Ainda não sei, talvez eu deixe assim. Mas se quiser eu posso colorir e te dar de presente...

- Se não for te atrapalhar eu aceito sim.

- Então tá combinado, eu vou colorir e até o fim do mês eu te entrego.

- Acho que estou com fome, que horas são?

- Acho que são mais de uma hora.

- Como assim já são isso tudo? Eu tô atrasada!

Se despediram e cada um tomou um caminho. Amanda encontrou sua casa vazia, seus pais trabalhavam o dia todo e só tinha um pequeno intervalo entre as 11:00 e as 13:00, sobre a mesa havia um prato de comida. Depois de almoçar subiu as escadas e foi ao seu quarto, trocou de roupa e deitou na sua cama. Passou a pensar sobre o sentimento que tivera mais cedo, estava confusa e não sabia o que havia realmente sentido. Desistiu desses pensamentos, estava cansada, adormeceu num sono profundo.