História Paixão e Poder - Universos opostos (Camren - G!P) - Eu não fazia idéia

Pov. Narrador

Dias se passaram, muitas coisas aconteceram nesse período,coisas boas pra uns e já não tão boas para outros.
O casal Vercy nunca esteve tão feliz como depois de descobrirem que em pouco tempo um pequeno ser chegará pra aumentar a família,um pequeno bebê representando o amor delas.
Vero passa todas as noites fazendo carinho no ventre da esposa,enquanto se perde vez ou outra conversando distraidamente com seu pequeno príncipe,como ela o chama. É cedo demais pra definir o sexo mas a mais velha diz ter a mais absoluta certeza de que é um menino.
Por mais que no fundo Lucy tenha a mesma opinião,as vezes teima em dizer que será uma menina apenas pelo simples fato de adorar contrariá-la só pra vê-la embirrada.
Lucy ainda não teve nenhum desejo,embora Vero espere ansiosa pelo primeiro.
Se por um lado a felicidade esbanja na família Vives-Iglesias,na família Jauregui não acontece o mesmo,pelo menos não em partes.
Tudo porque Michael não consegue aceitar o fim do relacionamento entre Lauren e Keana. O homem vive tentando encurralar a filha,procura encontrar a melhor maneira de fazê-la reatar com a ex. Mike é um homem bom,um pai carinhoso e atencioso,mas mesmo com essas qualidades,não consegue deixar a ganância de lado. E nem percebe que aos poucos está perdendo o pouco de sentimento bom que Lauren ainda nutre por ele. Mas a verdade é que ela está cansada de ficar repetindo sempre o mesmo discurso. "Não amo e nunca amei a Keana,não vou ficar com ela apenas para satisfazer as suas vontades."
Cada vez que ela dizia isso era uma briga desgastante,e totalmente desnecessária. Afinal,Lauren está mais que decidida quanto a isso e não pensa em voltar atrás,até porque seus interesses agora não envolvem Keana.
As coisas aconteceram tão rapidamente que ela ao menos se deu conta de que no decorrer desses dias,enquanto cuidava e se dedicava para que Camila se recuperasse logo,enquanto acariciava seu rosto durante o seu sono,tocava sua mão como se precisasse daquele gesto diário ou não ficaria bem.
Quando mesmo depois do expediente de trabalho passava várias madrugadas com ela desejando mais que tudo que a pequena latina acordasse logo... Foram detalhes imperceptíveis pra ela,mas o suficiente para dar início a um sentimento que se alastrou pelo seu coração fazendo a de olhos verdes se render completamente encantada pela garota. O problema é que Lauren ainda não se deu conta de todo o significado desse sentimento,e nem de sua proporção. É algo tão novo,surreal e desconhecido que ela ao menos faz noção do que está acontecendo dentro de si. Mas isso não vai durar muito,as coisas vão começar a fazer sentido pra ela assim que Camila acordar,assim que seus olhares se encontrarem.
Ela vai entender,a vai... E isso,está muito próximo de acontecer.

Pov. Vero

- O que você tem de tão importante pra falar comigo? _ Pergunto entrando no apartamento da Gabrianna,ela me ligou mais cedo dizendo que precisava falar comigo e mesmo sem querer deixar a Lucy sozinha em casa dei um jeito de vir,afinal ela é minha amiga. *Que a lucy nunca me escute falar isso.*

- Vê! Que bom que você veio. _ Consigo ver que seus olhos estavam um pouco vermelhos antes de ela me abraçar apertado.

- O que aconteceu com você? Tá se sentindo mal? _ Pergunto assim que nos separo.

- Sim,estou me sentindo mal,mas não é nada físico. _ Antes que eu pergunte o que ela queria dizer,a mesma se afasta e fecha a porta.
- Vem aqui comigo. _ Sai me puxando até a sala onde nos sentamos no sofá.

- O que você tem Gabi?

- Eu queria ter tido essa conversa antes mas você não me deu abertura,sempre que te vejo no hospital você está com a Lauren ou com a sua mulher. _ Revira os olhos ao falar a última palavra. Eu já iria a repreender quando ela volta a falar.
- No começo pensei que fosse uma piada mas depois fiquei sabendo que era verdade,você vai mesmo ter um filho com ela?

- Vou. _ Falo sem entender o tom de desdém.
- Isso é algum problema?

- Você não podia ter feito isso. Não foi Justo comigo.

- Quê? _ Pergunto incrédula.

- Lembra quando a gente namorava? Você nunca quis ter um filho comigo mesmo sabendo que eu te amava com todas as minhas forças.
Eu ainda te amo,e agora... _ Ela já lacrimejava os olhos. - Agora você vai ter um filho com ela,com ela você quis. _ Eu não sabia o que dizer,estava em uma mistura de choque, surpresa e indignação.

- Espera aí! Gabrianna você está confundindo as coisas. _ Falo a vendo enxugar suas lágrimas sem deixar de me encarar. - Primeiro que nós nunca namoramos,nós apenas ficávamos,eu sinto muito se te dei a impressão contrária.
E eu nunca quis ter filhos com você porque não seria responsável,eu não amava você,e nunca faria filhos por fazer. _ Nessa hora seus olhos me encaram com espanto e raiva.
- E segundo, Lucy é minha esposa,é natural que tenhamos filhos.

- Fazer filho por fazer? _ Solta alterada.
- Que espécie de mulher você pensa que eu sou? Acha que eu não sei das responsabilidades de ser mãe? Acha que eu não seria capaz?

- Eu não disse isso. _ Falo um pouco mais alto.

- Foi o que quis dizer. _ Diz furiosa.
- Pois saiba que eu jamais teria um filho sem antes ter certeza que seria capaz de criá-lo. E se você fosse tão responsável como diz,não teria transado comigo tantas vezes sem se proteger.

- MENTIRA SUA! _ Me levanto rapidamente.
- Se isso aconteceu foi uma só vez.

- Na verdade foram duas. _ Me lança um olhar frio enquanto se levanta parando na minha frente.
- E na segunda,eu engravidei. _ Acho que ouvir isso foi como se um raio tivesse acertado em cheio minha cabeça e eu ainda posso ouvir o zumbido na minha mente.

- Q-quê? _ Ela parecia se divertir com a minha expressão.

- Não se preocupa,eu não transei com você naquela noite. Não faz meu tipo abusar de bêbados! _ Sorri em ironia.
Agora fiquei mais confusa ainda,minha cabeça parecia girar,eu não tenho mais nada com ela desde que decidi ficar com a Lucy.

- Do quê você tá falando?

- Lembra daquela manhã em que você terminou tudo comigo? Eu nunca vou me esquecer... Sabe por que? _ Não respondo nada e continuo a encará-la.
- Naquela manhã eu iria te contar que estava grávida. _ Se possível fiquei mais paralisada do que já estava. - Iria fazer dois meses. Não contei antes porque você estava agindo estranha a tempos,pensei que fosse por causa da nossa conversa a meses atrás quando eu já sabia que estava grávida e quis saber a sua opinião sobre o assunto. Lembra? Quando eu perguntei o que você acharia sobre ter filhos? _ Sorriu com lágrimas nos olhos. Minha mente viajou até aquele dia e eu me vi na minha cama.

FLASHBACK ON

Eu tinha acabado de chegar da casa da Lucy.
Já sabia que estava começando a me apaixonar perdidamente por ela.
Quando entrei no quarto a encontrei dormindo,suspirei fundo enquanto a observava dormir,sabia que teria que por um fim naquilo. Mas não queria magoá-la.
Fui pro banheiro,tomei um banho e fui pra cama,precisava dormir um pouco antes de ir pro hospital.
Peguei no sono e tempo depois acordei com um peso encima de mim,senti beijos sendo distribuídos pelo meu rosto e abri os olhos encontrando Gabrianna com um sorriso irradiante.

- Onde você estava? Chegou tão tarde que nem percebi. _ Me dá um selinho demorado me deixando sentir o cheiro de pasta de dente. Mal conseguia manter meus olhos abertos,parecia que não tinha dormido nada.

- Estava no hospital público da cidade vizinha,falei que iria pra lá ontem. _ Menti na cara dura,mas como disse,não queria magoá-la. E estaria fazendo isso se dissesse: "Eu demorei porque estava  com outra garota,algum problema?" Lógico que eu não poderia fazer isso,eu sabia que ela era apaixonada por mim e por isso tinha que arranjar um jeito de resolver as coisas da melhor forma possível.

- Ah... tudo bem então. Fiz o café da manhã, levanta rapidinho e vai comer,depois você volta a dormir.  _ Sorrio,eu não entendia como ela podia ser tão de boa.

- Depois eu vou, ainda não estou com fome. Já vai trabalhar? _ Pergunto a fitando.

- Sim. Você vai mais tarde né?

- Duas da tarde,até lá vou usar esse tempo pra dormir. _ Tento tirá-la de cima de mim mas ela sorri forçando o quadril,jogando mais peso contra mim.
- Sai,é sério eu ainda estou com sono.

- Tudo bem mas antes quero fazer uma pergunta. _ Beija a ponta do meu nariz.

- Tá... faz então. _ Digo tirando minhas mãos da sua cintura e deixando-as sobre o colchão.

- O que você acha sobre filhos? _ Pergunta animada me fazendo arregalar os olhos.
- Ficaria feliz se tivermos um?

- Você não tá grávida né? _ Saio de uma vez de baixo dela apavorada com a possibilidade,seu sorriso morre instantaneamente enquanto ela se senta na lateral da cama. - Responde logo!

- Não,Vê... Eu não estou grávida. _ Senti uma onda de alívio me atingir.
- Só queria saber a sua opinião. _ Completa abaixando a cabeça.

- Você sabe a minha opinião. _ Me aproximo pra segurar sua mão,me senti mal quando ela me encarou e seus olhos estavam molhados.
- Me desculpa pelo modo que reagi Gabi,eu só me assustei. Eu não quero filhos agora,não mesmo.

- Tá tudo bem. _ Força um sorriso apagado.
- Eu preciso ir trabalhar. _ Diz se levantando.
- Bom dia...

- Gabi me desculpa.

- Tudo bem,não se preocupe. _ Fala sem me olhar enquanto caminha em direção a porta do quarto.

FLASHBACK OFF

- Mas não era só por causa da possibilidade de ter um filho comigo. A sua mudança também veio porque você estava saindo com a Lucia. _ Fala me chamando a atenção. Nem percebi quando foi que minhas lágrimas começaram a cair.
- Só achei que deveria saber que era comigo que você teria o seu primeiro filho,mesmo que contra a sua vontade.

- Você abortou? _ Pergunto pasmada,em um fio de voz.

- Eu nunca faria isso. _ Nega com um semblante triste. - Eu já o amava desde o primeiro instante que soube que estava grávida.

- Mas então,o que aconteceu? _ Fico tentando entender mas logo outra lembrança me vem em mente. Três dias depois que deixei claro que não poderia continuar com ela porque estava apaixonada por outra pessoa,fiquei sabendo que ela havia sido atropelada.
Fui procurar saber como ela estava e a Ashley me disse que estava tudo bem e que ela só havia torcido o pé.
- Meu Deus... _ Olho pra ela que percebe que eu havia entendido tudo.

- Aquele acidente idiota tirou o meu filho de mim. _ Ela começa a chorar sem parar e só assim desperto do meu transe e vou até ela a abraçar.

- Me desculpa,me desculpa... por favor! _ Beijo várias vezes o topo de sua cabeça enquanto ela me aperta mais contra ela.
- Eu não fazia idéia,Gabi. Eu juro que não teria terminado se soubesse. _ Um sentimento de culpa estava me tomando por dentro. Ficamos abraçadas por um tempo até que senti seu choro ficar mais fraco,então ela nos separa,secando seu rosto com as mãos.

- Foi exatamente por isso que não te contei. Não queria que ficasse comigo por obrigação,era tudo o que eu menos queria.

- Mas eu tinha o direito de saber. Por que me escondeu?

- Eu acabei de dizer. Não queria que assumisse um compromisso comigo apenas por obrigação, eu te amo Veronica,fiz isso por saber que sofreria mais ainda por te ver do meu lado sabendo que a sua vontade era de estar com outra.
Além do mais aquele bebê não era um desejo seu,eu iria criá-lo sozinha. _ Para de falar por um instante enquanto seca suas lágrimas.
- Já tinha tudo planejado,minha carta de demissão já estava pronta,eu iria entregá-la no mesmo dia em que aquele carro me atropelou.

- Eu não entendo... eu fui procurar saber como você estava,a Ashley foi a médica que te atendeu,ela me disse que estava tudo bem,que você só tinha machucado o pé. _ Falo enquanto ando pela sala.
- Ninguém me disse nada sobre uma gravidez.

- Por um pedido meu. _ Paro pra encará-la,seu olhar era sério. - Não permiti que contassem pra você que eu estava grávida,Ashley sabia que o filho era seu até porque ela sabia de nós,todos ali sabiam... Mas eu a fiz prometer que não diria nada,e assim ela fez.

- Você não tinha o direito. _ Balanço a cabeça em negação enquanto vou me aproximando dela. - Independentemente se nós fôssemos ou não ficar juntas eu tinha o direito de saber.
Tudo bem que eu não queria ter um filho naquela ocasião mas se aconteceu,o meu dever era assumir minhas responsabilidades e era o que eu faria.

- Do que adianta discutirmos sobre isso agora? _ Fala inconformada. - Eu não tive aquele bebê.

- Eu sei! Mas você passou por tudo sozinha,sofreu com a perca dele enquanto eu estava feliz por aí,eu poderia ter te ajudado a superar,Gabrianna. Eu não sou uma insensível como você me desenhou.

- Não se preocupe... perder o meu filho é uma dor que eu nunca vou superar. _ Ouvir isso me partiu ao meio,eu sei que fui uma estúpida com ela,mas eu não sabia,não fazia noção que ela estava esperando um filho meu.

- Eu juro que se soubesse teria feito diferente.

- Eu sei que sim. _ Dá um sorriso fraco.
- Por isso eu não te odiei,não guardei nenhuma mágoa de você. Pelo contrário,mesmo te vendo seguir em frente e sendo feliz com outra continuei te amando. Eu quis parar,eu juro que quis. Mas no coração da gente não se manda,e ele tinha esperança de você voltar.

- Gabi...

- Eu já sei. _ Me interrompe acabando com a nossa distância quando segura minha mão direita. - Você não é minha,por mais que eu deseje isso com todo o meu coração,você pertence a outra mulher.
Eu passei todo esse tempo enganando a mim mesma pensando que um dia você bateria na minha porta me pedindo pra voltar comigo. Mas isso nunca aconteceu e nem vai. _ Seus olhos lacrimejam e eu levo minha mão até seu rosto quando a primeira lágrima desce, estava ouvindo atentamente o que ela tinha pra falar enquanto não conseguia evitar me sentir mal por causar essa dor nela.
- Quando soube que a Lucia estava grávida e que vocês estavam imensamente felizes por isso,foi como se eu tivesse levado um choque de realidade. Eu entendi que precisava parar de esperar por uma coisa que eu já sabia que nunca iria acontecer.

- Eu nunca quis te machucar.

- Eu sei. _ Fala sorrindo. - Eu só entendi que precisava seguir em frente. Mas pra isso eu precisava me sentir livre,e só conseguiria depois de contar a verdade pra você. _ Fico a encarando sem dizer nada,podia ver em seus olhos o quanto ela estava sendo sincera,que não queria me contar isso apenas pra sentir prazer em de alguma forma me ver sofrer.
Sem esperar mais nada a puxo pra um abraço,onde tentava passar todo o meu sentimento.
O quanto ela é e sempre será importante pra mim,não importa o quanto o tempo passe,ela sempre terá um lugar no meu coração.

- Me desculpa por tudo. _ Forço meus olhos sentindo as lágrimas descerem.
- Eu sinto muito por ter te feito sofrer.

- Acredite... você também me fez muito feliz. E é isso que sempre vou levar de você, os momentos bons que passamos juntas. _ Diz nos separando.
- Eu quero que você seja imensamente feliz com a família que está formando agora. _ Sorri sincera me fazendo corresponder do mesmo jeito.

- Eu desejo toda a felicidade do mundo pra você,Gabi.

- Obrigada. _ Ela fica me olhando por breves segundos até que respira fundo.
- Bem,eu acho melhor você ir pra casa,sua mulher deve estar te esperando.

- É,ela deve. _ Desvio o foco dela e começo a andar em direção a porta.

- Deixa eu abrir pra você. _ Fala vindo atrás de mim,logo chegamos até a porta e ela a abre. Paro ao seu lado antes de sair.

- Até mais,Gabi. _ Aproximo meu rosto do seu deixando um beijo em sua testa.
- Você é a pessoa mais incrível que tive a chance de conhecer.

- Adeus,Vê. _ Dá um sorriso com ternura. Passo por ela indo em direção ao elevador, ouço o barulho da porta do apartamento dela se fechando e uma sensação ruim me acompanhar...