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História Paixão entre Mundos ( MALEC - CLACE ) - Capítulo X - Primeira Temporada


Escrita por: NearSCHW

Notas do Autor


Aqui está o décimo capítulo para vocês :]
Leiam as notas finais quando acabarem, obrigado.
Espero que gostem.
Boa leitura ♥

Capítulo 11 - Capítulo X - Primeira Temporada


Fanfic / Fanfiction Paixão entre Mundos ( MALEC - CLACE ) - Capítulo X - Primeira Temporada

O Céu estava sendo envolto pela escuridão com o passar das horas, as nuvens encobriam a grande lua reluzente estampada no céu em conjunto das estrelas, suas fiéis companheiras. Alguns uivos eram captados pelo decorrer das pequenas ruas e vielas da cidade. 

O Apartamento do feiticeiro estava se afundando em uma conversa profunda. Ambos estavam em torno da mesa de centro da sala de estar, com um grande mapa aberto sobre ela. Algumas peças estavam por cima dele sinalizando alguns lugares em questão que deveriam ter alguma importância para o que estavam bolando.

Isabelle estava jogada em uma das poltronas de couro suíço do apartamento. Presidente Miau estava sobre o colo dela sendo afagado pelas mãos delicadas dela, e apenas ronronava de satisfação.

Em torno da mesa estava apenas os dois: Alexander e Magnus.

Alexander estava em pé sem encostar na mesa, apenas observava de longe pensando em algo. O Braço levantando, e uma de suas mãos estavam apoiando seu queixo. Parecia estar envolto de algum pensamento turbulento, apenas alguns fios de suor frio escorriam por sua testa coberta por seus cabelos negros como a escuridão.

— Como iremos invadir uma catedral tão protegida? — Ele perguntou elevando seu olhar de encontro aos do feiticeiro que estava debruçado sobre a mesa.

Ele estava completamente estressado e começou a rodear a sala com passos impacientes enquanto esperava alguma resposta de Magnus que apenas encarava o mapa e procurava alguma resposta para tantas questões que os envolviam, tinha de ser está noite, tudo que estavam planejando deveria ser realizado hoje, bastava arranjarem um plano, pensou algo, estamos fodidos.

— Minha irmã não vai ser salva, não temos um plano. — Completou seu discurso interior com um rosnar final — Amanhã é aniversário dela, e hoje é a última noite do mês que meu pai não estaria no instituto, estamos fodidos.

Magnus que estava ainda debruçado sobre a mesa subiu seu olhar de felino para de encontro aos olhos azuis do garoto, eles que era pequenos cristais reluzentes parecendo ter sido esculpidos pelos anjos.

— Não tem outra forma de entrar sem ser com esse símbolo? — Ele perguntou continuando a encará-lo — Só você que tem sangue puro de anjo conseguiria entrar naquele lugar, eu como um representante do inferno. Vulgo, "Filho de Lilith". Não poderia ser marcado com suas runas angelicais. — Completou bufando de desgosto.

— Então é isso. — Alexander retrucou com um sorriso forçado escondendo sua tristeza — Acabamos por aqui, não tem salvação para ela, e nem para minha alma corrompida. — Disse caminhando para a porta principal do apartamento — Obrigado por tudo, Magnus e Isabelle. 

Ouviu-se pequenos passos rápidos sobre o carpete decorado da casa, e a mão repleta de jóias do feiticeiro envolveram o ombro do garoto parado na frente da porta já com sua mão na maçaneta prestes a girá-la.

Ele se virou para trás fitando os olhos de felino de Magnus encarando-o fixamente.

— Porque me impediu, Magnus? — Perguntou com os lábios entreabertos quase com mais um de seus rosnados — Sabe que não tem como fazer nada, apenas eu não posso derrotar centenas de guerreiro celestiais como eu, salvá-la e ainda tomar o lugar dela naquela cela para não explodir. 

— Tem que haver alguma forma, Alexander. 

O Garoto fechou os lábios por completo com seus olhos azuis se tornando quase pretos como pérolas do inferno. 

Magnus encarou-o fixamente. 

Cada dia que passava ao lado do garoto ele notava que as ações dele iam muito de encontro a cor do olho dele do momento. Era com se ele estivesse duas personalidades. Seus olhos azuis eram sua alma bondosa, carinhosa, afetuoso e que desejavam ajudar a todos, mas quando se tornavam pretos era como se um grande demônio invadisse seus pensamentos e o tornasse alguém que ele mesmo abominava.

— Não tem salvação, desista. — Ele gritou largando a maçaneta e usando sua mão para bater contra a do feiticeiro sobre seu ombro — Se até eu desisti porque você insiste? 

— Se acalme. 

Ele encarou sua mão que tornou-se completamente vermelha, e notou que uma de suas pulseiras haviam se entortado. Como ele poderia ser tão agressivo em momentos como esse?

— Como ter calma quando sua irmã está presa em uma cela condenada para a eternidade? Me responda, a sua filha adotada está sentada no sofá protegida por seus milhares de feitiços, não tem com que se preocupar. — Ele gritou novamente fazendo-o recuar de medo — Nunca vai entender o vazio dentro de seu espírito, dentro de sua alma, é como se eu estivesse vazio, e nada mais poderia me completar. Apenas viva sua vida feliz com sua filha nesse conto de fadas que o bem sempre vence. 

Ele se virou novamente em direção a porta, mas antes viu algumas lágrimas escorrerem dos olhos de felino de Magnus que pareciam ser parte de seu coração partido naquele momento. Sua mão envolveu a maçaneta novamente, e foi girá-la, mas sentiu algo se entrelaçando sobre seu pulso queimando-o como um forte choque que deixará seus pensamentos ainda mais acelerado.

Rosnou com um ódio sem igual, e se virou para trás novamente. 

Isabelle estava ainda sentada no sofá, mas agora segurava algo em mãos, uma espécie de chicote, que agora estava envolto em seu pulso prendendo-o com uma força sem igual.

— O que pensa que está fazendo, Isabelle? — Alec perguntou olhando-a com uma frieza que poderia congelar todo seu chicote — Está me machucando, acha que não posso te matar, garota? — Rosnou entredentes vendo o feiticeiro afastar-se ainda mais quase batendo contra uma das vidraças.

— Não trate ele assim, Alec. — Ela rosnou puxando o chicote ainda mais.

Alec caiu de joelhos no chão ao ser puxado, e apenas rosnava com a dor que sentia em torno de seu pulso. Seus sentidos estavam cegos, apenas tinha vontade de se soltar e cravar uma espada no peito da garota, matá-la a sangue frio enquanto estaria sorrindo, apenas sorrindo.

— Me solte agora. 

— Promete se comportar como um humano? E não como um monstro igual seu pai? Duvido que sua irmã gostaria de te ver dessa forma. — Ela murmurou puxando ainda mais o chicote, mas ele ficou imóvel desta vez, como se lutasse contra a dor.

— Não fala o que não sabe, você não conhece ela, e nem me conhece. — Ele gritou batendo com seus dois punhos contra o chão, um deles já sangrava constantemente sujando todo o carpete abaixo de si — Se não quiser ser morta me solte, Magnus ponha algo na cabeça dela.

Magnus olhou para ela diretamente, seus lábios cerrados apenas sibilaram algo:

— Não solte ele, Izzy. Ele está descontrolado. — Mudou a direção de seus olhos para o garoto jogado ao chão — Me perdoe por isso, estou apenas te protegendo de si mesmo.

— Para que me proteger? — Ele murmurou com uma breve risada cercando suas palavras — Apenas estou me perguntando, como essa garota repugnante tem uma arma do anjos e a manuseia com tanta destreza. — Completou levantando seu rosto sedento por ódio, encarando-a diretamente.

Isabelle retribuiu o olhar com ódio, mas notará algo que antes não estava lá. As perolas dos olhos do garoto estavam envoltas por uma escuridão densa que dilataram suas pupilas como nenhum humano era capaz. 

Ela estremeceu, mas mantéu seu medo reprimido, apenas o encarnou fixamente.

— Do que você está falando? — Rosnou puxando ainda mais o chicote — Esse chicote está comigo desde meu nascimento, quando fui encontrada na porta do orfanato dentro de um cesto ele estava sobre meu coberto. Sempre brinquei com ele desde a infância, sei usar ele muito bem já. 

Ela pegou o gato sobre seu colo com uma de suas mãos e o pôs sobre a poltrona. Então se levantou ainda puxando o chicote com força e destreza enquanto se aproximava do garoto com algumas lágrimas reluzindo por seu rosto sendo derramadas pelo chão.

— Porque diz isso? Essa arma não é dos anjos, é minha. — Completou ajoelhando-se a frente dele sem deixá-lo fora de sua visão — Porque me diga.

Ele jogou a cabeça para trás e gargalhou como nunca antes havia feito.

— Apenas anjos conseguem controlar está arma, Isabelle ou devo te chamar de Izzy? — Perguntou voltando seu olhar para ela — Você só iria conseguir controlar esse chicote se fosse envolta pela luz do Arcanjo.

— Quer dizer então que sou da sua espécie? Uma guerreira celestial? — Murmurou quase deixando as palavra reprimidas e impossíveis de serem escutadas — Sou como você? Mais uma assassina perdida pelo mundo?

Ele assentiu sem tirar o sorriso sínico de seus lábios.

— É impossível isso ser verdade. — Magnus interrompeu a conversa deles puxando a garota para trás fazendo-a soltar o chicote no chão — Cale a boca, Alexander. — Ordenou chutando com um de seus pés para trás fazendo-o bater a cabeça contra a porta — Não encha a cabeça dela com mentiras, ela não seria uma guerreira celestial.

Alec sentou-se no chão frio enquanto acariciava as costas de sua cabeça com sua mão, justamente aonde havia batido contra a porta. Apenas ignorou a dor e começou a gargalhar ainda mais, como se qualquer coisa naquele momento fosse um grande show de comédia.

Magnus se virou para ele com seus punhos cerrados e rígidos mostrando os nós de seus dedos tornando-se brancos, e suas unhas que cravavam-se em sua pele deixando pequenas trilhas de sangue escorrerem pelos cortes. Ele estava abrigando o rosto da garoto sobre seu colo.

— Saia da minha casa, você está mentindo. — Rosnou tentando evitar o contato visual com o garoto, e tentava ignorar as risadas cruéis que ele deixava ecoar por seu apartamento — Você é um louco psicopata, me arrependo de ter me iludido pela sua bondade. — Informou elevando a voz tornando-a quase um grito — Você é igual a seu pai, dois monstros. — Completou derramando várias lágrimas que escorreram pelas maças de seu rosto e pingaram sobre os cabelos da garota.

— Seria uma pena se você tivesse transado com o monstro? E curtido cada segundo do nosso amor. — Retrucou contendo as risadas em apenas um sorriso turvo — Eu posso ir embora, mas não pode negar que ela não é uma guerreira celestial igual a mim.

— Porque você acha isso? — Ele rosnou interrompendo-o de imediato.

— Simplesmente é um chicote de Electrum. — Informou encarando a arma jogada ao chão — Eu sempre vi algumas garotas no instituto treinarem com ele, mas nenhuma tinha o dom que ela tem, realmente é digna do sangue de anjo que corre em suas veias.

— Então o pai biológico dela ainda pode estar vivo? 

— Tudo depende se ele participou das guerras mortais, mas não teria como saber, apenas o gabinete do Arcanjo gerencia os nascimentos dos bebês em fichas técnicas que são mantidas dentro dos computadores centrais, apenas lá poderá descobrir. — Retrucou levantando-se lentamente sem deixar de encara-los.

Isabelle estava calada. Parecia que uma grande batalha estava sendo travada em seus pensamentos, a emoção de poder finalmente conhecer seu pai a incendiava de esperança e alegria, mas se fosse alguém ainda mais insano do que o garoto parado na sua frente. O que eu faço? Pensava alto encarando-o fixamente tentando arranjar respostas, mas apenas um silêncio a envolvia em tristeza.

— Quer dizer que ela pode ser marcada com suas runas? Ela pode invadir o instituto com você. — Magnus murmurou os lábios cerrados levando suas mãos de encontro aos cabelos negros dela e acariciou-os com delicadeza — Você salva sua irmã, e ela pode descobrir quem é seu pai biológico.

— Sim, ela pode ser marcada, mas duvido que queira. — Alec irrompeu a esperança do feiticeiro com apenas algumas palavras — Ela parece abominar os guerreiros celestiais, duvido que queira ser considerada uma.

Ela se levantou no mesmo momento que ouve aquelas poucas palavras adentrarem seus pensamentos, antes disso agarrou seu chicote que se entrelaçou magicamente em seu pulso como uma cobra treinada.

Caminhou até ele lentamente e parou quando seus rostos quase se encostavam. Ela pode sentir a respiração ofegante dele sobre seus lábios, e parecia algo muito atraente, mas no momento ela apenas tinha um objetivo, saber quem é seu verdadeiro pai.

— Então vamos, não fale mais nada. — Rosnou levando suas mão até a calça jeans do garoto e pondo-a dentro do seu bolso, de lá puxou a lasca de marfim quase transparente. Sua estela. 

— Achei que faria outra coisa, garotinha. — Ele murmurou mordendo o lábio inferior sentindo-se completamente atraído por ela — Da próxima vez não sei se irei te perdoar desta forma.

— Cale a sua maldita boca e me marque com alguns símbolos, inclusive o de entrada na barreira. — Ela gritou empurrando a estela contra o peito dele pressionando-a com firmeza — Mas antes você precisa voltar a si. Magnus invada os pensamentos dele e reprima esse espírito maligno que está dominando-o, pois se ele continuar sínico desta forma acabará morto até o fim da madrugada. — Informou encarando-o diretamente — E depois crie um portal para perto do instituto, pois hoje haverá guerra.

Magnus assentiu com um sorriso.

 

[...]

 

A Floresta começava a irromper com o barulho forte das folhas que eram arrastadas pela extensa trilha marcada de barro, mas acabavam se chocando contra as grandes montanhas que ela cercavam como uma grande fronteira. Alguns trovões começavam a cair em meio a fraca tempestade que começava a se formar, ele faziam o chão quase chacoalhar em um terremoto.

Acima dela estava estampada a grande catedral dos anjos. Envolta por uma nevoa completamente densa que mal poderia se enxergar quem ou o que estava dentro dela, apenas parecia suspeito.

Eles caminhavam pela trilha que levava até o topo da montanha. Foi um trajeto rápido, pois ambos foram correndo. Alexander e Isabelle tomaram a frente, enquanto Magnus que era o com menos treinamento físico ficou para trás ao lado do Presidente Miau que subia aos tropeços rosnando de raiva com a forte tempestade que quase o fazia voar.

 

[...]

 

— Essa nevoa sempre cobre ela assim? — Ela perguntou observando a catedral a sua frente, parecia um grande castelo imenso coberto por uma nevoa negra que causava arrepios — E se for uma armadilha

Alexander tomou a frente já com duas espadas em mãos, elas brandiam e reluzia em meio ao luar envolto por nuvens negras que estariam prestes a derramar uma tempestade sem fim, que agora era apenas um vento selvagem.

— Nunca vi o instituto desta forma, mas tenho apenas uma certeza não será coisa boa. — Ele murmurou encarando-a com um sorriso radiante — Está com medo? Eu posso ir sozinho se desejar.

Ela jogou a cabeça para trás e com uma risada leve respondeu a pergunta dele, mas mesmo assim completou por educação.

— Lógico que irei com você. — Informou puxando de seu cinto uma espada idêntica a do garoto, e em sua outra mão o chicote descia de forma inusitada — Se sou realmente uma guerreira celestial tenho que provar isso para você e para mim mesmo, irei descobrir quem é meu pai, mas antes salvaremos sua irmã. 

Ele sorriu.

— Obrigado por isso, e me desculpe pelo que eu falei no apartamento de Magnus. — Queixou-se olhando para baixo envergonhado — Eu as vezes perco o controle de mim meso, nunca entendi porque isso acontece, apenas parece que fico envolto uma densa escuridão que me cega.

— Não foi nada demais, apenas mais um idiota que não matei por pena. 

— Então obrigado novamente, dessa vez por não me matar. 

Isabelle levou sua mão de encontro a sua manga do casaco, e com a espada fez um corte que abriu o tecido em dois ao nível de seu ombro, em seguida encarou o garoto.

— Vamos, me marque com a runa de entrada. — Murmurou aproximando-se ainda mais — Não temos tempo a perder.

Ele assentiu. Guardou uma de suas espadas na bainha grudada em seu cinto, em seguida se aproximou da garota já com a estela em mãos.

— Isso vai doer um pouco, mas tente se conter. 

Levou sua mão de encontro ao braço dela e segurou com firmeza. 

Aproximou a estela com cuidado para perto do ombro dela, uma luz como uma chama avermelhada ardente saltou dela como uma caneta esferográfica, e assim começou a desenhar como um grande artista sobre o braço delicado da garota.

Ela rosnou jogando a cabeça para trás.

Nunca havia experimentado tamanha dor. Seu braço queimava ardentemente com aquilo, parecia que estava pegando fogo e nada seria capaz de apagar. Sentiu que suas pernas fraquejando, e com o forte vendo ela pendeu para frente e caiu de joelho sobre várias pedras da trilha.

Ela deu um grito ensurdecedor com os olhos arregalados. Suas mãos tremeram e ela largou suas duas armas como se nunca desejasse segurá-las. Assim ela agarrou um punhado de pequenas pedras com suas mãos e tentava esmaga-las em seus punhos, mas apenas arranjou vários cortes nelas que derramaram um grande rastro de sangue no chão.

Alexander caiu de joelhos ao chão ao lado dela, e levou sua mão de encontro até as costas delas e deixou alguns tapas delicados e afetuosos tentando ajudá-la, mas parecia ser impossível.

— Concentre-se, Isabelle. — Ele murmurou com medo de que ela acabaria morta — Pense em coisas boas, pense no porque está aqui não deixe que a dor te vença se não irá morrer. 

Sentiu-se culpado ao esconder um dos perigos que havia quando se desenhava runas em pessoas com vestígio de sangue demônio, o mais mínimo que fosse. Se ela tivesse uma gota deste sangue em suas veias circulando acabaria morta em questão de segundo enquanto se contorceria e espumava por seus lábios.

— Não faça isso por mim, apenas pense na dor que Magnus irá sentir caso te veja morta aqui, e na dor que irá sentir ao ter que me matar por estar sedento de ódio. — Ele disse tentando abraça-la com seus braços torneados e frios — Pense em seu gato o quanto ele irá se sentir abandoando se a dona o abandonar para a eternidade, foque na vida, Isabelle. — Gritou chacoalhando-a com firmeza — Por favor, foque.

Ela fechou seus olhos, e continuo a tremer e aguentando-se para não convulsionar ali na frente do instituto e acabar morta antes mesmo de conhecer seu pai.

Pensamentos bons e pensamentos maus a envolveram com uma adrenalina sem igual. Parecia que algo invadia sua mente, uma imagem reluzente de uma sala de hospital, com vários médicos em torno de uma maca com uma mulher de cabelos ruivos se contorcendo sobre ela parecendo gritar e estar prestes a morrer. 

Memórias de Isabelle;

— Os seus três filhos iram morrer, temos que separá-los neste exato momento, ao menos mandar uma para longe daqui. — Gritou um dos médicos batendo com a mão sobre a bancada de vidro fazendo-a quebrar como um grande nada — Decida-se, Arcanjo. 

O homem de cabelos levemente grisalhos encarava três cestos sobre uma bancada afastada de tudo e todos, e ele encarava-as como se desejasse sumir daquele momento de tensão — Duas eram estampadas por uma fino tecido rosa, e a outra era de uma azul ardente, como os lagos celestiais das florestas mundanas.

Arcanjo se virou para trás encarando os médico fixamente, sem conseguir evitar olhar para sua esposa se debatendo e quase espumando pela boca, ela morreria e ele não poderia fazer nada. Apenas mexeu seus lábios ressecados e desenhados pelos anjos e gritou em meio a algumas suaves lágrimas discretas:

— Eu não sei qual mandar para longe, são meus filhos, Paul. — Ele gritou de volta encarando os três bebês chorando a sua frente — Ambos tem meu sangue, e tem o sangue de Jocelynn. — Rosnou fechando os olhos.

O Médico cortou a sala com passos ligeiros. Encarou as três cestas, e agarrou a primeira que viu, uma das rosas. 

Ele pendurou-a em seu braço direito coberto de sangue, e encarou o senhor nos olhos, parecia estar tão arrasado quanto, mas não o bastante.

— Então eu irei escolher um, se eles ficarem juntos a força deles será maior do que qualquer outra que jamais existiu, maior que a de Raziel, maior do que a sua. — Rosnou balançando uma das mãos repletas de sangue enquanto ouvia a criança se debater na cesta — Sozinhos são fortes, mas juntos são uma força da natureza, algo que jamais poderia ser contido.

Arcanjo olhou diretamente para o médico com algumas lágrimas pendendo de seus olhos celestiais, elas quase tinha um brilho próprio, algo dourado ardente. Ele aproximou sua mão repleta de cicatrizes e cobertas por pelos já grisalhos. Sua mão envolveu a pequena criança dentro da cesta apoiada em um dos braços do médico, e esboçou um sorriso breve.

— Não leve-a para longe. — Ordenou encarando o bebê que chorava sem parar em meio a grande ala hospitalar — Me desculpe, pequena. — Sussurrou acariciando-a — Que nos encontremos novamente, você será forte igual sua mãe.

O médico caminhou até a porta, mas parou subitamente e virou-se novamente em direção ao senhor ainda parado em frente aos dois cestos.

— Qual nome devo dar para ela? — Ele perguntou encarando-o quase desabar em lágrimas, sentia-se igualmente igual, perderia a mãe das crianças e teria que separá-las, isso doía de uma forma sem igual.

— O nome que você desejar, mas não me conte, se não poderei ter recaídas e acabar indo atrás dela, mas para o bem dela — Ele se virou para uma bancada logo ao seu lado, e abriu uma das gavetas, lá dentro um chicote dourado-prateado reluzia com marcas de sangue no cabo, ele o pegou com delicadeza e cortou a sala em direção ao médico — Deixe isso sobre seu cesto quando abandoná-la, merecia usar a arma da mãe, por favor. 

O Médico assentiu deixando algumas lágrimas aflorarem de seus olhos, e pegou o chicote em meus. Limpou-o na sua calça e botou sofre o pequeno tecido rosa, como se fosse uma lembrança da nascimento, e sorriu.

— Eu vou deixá-la em um lugar adequado, e voltarei para os mundanos. — Ele murmurou encarando o Arcanjo fixamente — Não deixe esses dois perto por tempo demais, lembre-se. Junto eles são uma força da natureza, mas não sei essa garotinha. — Ele sinalizou balançando a cestas — Sem ela ainda não superaram seus poderes, tome cuidado, afaste eles o quanto antes.

O Arcanjo assentiu forçando um sorriso que logo sumiu como uma breve fumaça que se esvaia pelo ar.

— Boa sorte, Arcanjo. — Murmurou expondo parte de seus sentimentos em sua voz, parecendo ser um tom respeitoso — Meus pêsames por Jocelynn, ela era uma mulher brilhante, mas antes de morrer ela te deixou três dádivas dos anjos, três belos filhos.

— Não são dádivas dos anjos, são apenas meus três amados filhos. 

 

Fim do Capítulo X


Notas Finais


Espero que tenham gostado :]
Estava meio desanimado com essa história, mas não deixarei de postar.
Se gostarem deixem um comentário para me incentivar a continuar.
Obrigado, até o próximo.


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