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História Paladinos - cronicas da historia impossível - A serpente do Erecteion


Escrita por: Juniorjft95

Capítulo 7 - A serpente do Erecteion


O caminho de volta para a pousada foi bem mais rápido ao grupo pois os mesmos apertaram o passo e ao chegarem foram direto para o restaurante onde um incrível banquete os esperava, com uma boa variedade de bolos, pães, um café bem forte e um tipo de iogurte comum na Grécia que nesse caso estava misturado com morangos. Já haviam passado das 8h da manhã e ao adentrarem no local descobriram que o cheiro que sentiam no meio da pequena mata vinha do próprio albergue.

A turma inteira se encontrava ali assim como alguns dos outros hospedes que já haviam acordado e seus professores, todos se fartavam com gosto, era tudo o que precisavam para dar lhes força para o dia. Depois do café a turma se reuniu nos jardins para uma reunião com seus professores.

– Bem turma – começou a falar Donna Parker sentada em um banco nos jardins, ao lado dela Jeniffer Alcântara e Ruan Gonzáles, professores de história e português que os acompanharam na viagem. Ao redor deles um meio círculo com os quarenta alunos que não viam a hora de começar explorar a tão famosa cidade – agora são nove horas – continuou Donna olhando para seu relógio de pulso – vamos sair em exatamente meia hora por isso estejam preparados, hoje visitaremos um dos museus da cidade e também vamos rodar pelas ruas para que vocês conheçam a cultura e o estilo de vida grego. Saibam que essa oportunidade que estão tendo é única, possivelmente não terão outra chance como essa, então aproveitem bem... – a professora de física matemática e química estava incrivelmente calma naquele dia, e não era pra menos afinal, também era a primeira vez que visitara outro país, contudo ainda não perdeu sua postura de professora e os próximos dez minutos de conversa foram voltados inteiramente para um enólogo cansativo sobre as regras que teriam de seguir enquanto ali estivessem, por fim ela terminou – bom daqui a pouco sairemos então peguem o que acharem necessário e vão direto para o ônibus.

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O roteiro do dia foi como Donna havia explicado, as 09h30minh se agruparam em um ônibus que os esperavam frente ao albergue, o mesmo que os buscou no aeroporto e que ficaria com eles por toda a semana, este os levou ao museu um lugar repleto de esculturas, quadros e objetos antigos da região que em sua maioria eram peças feitas em ouro, prata, mármore ou antigos vasos produzidos centenas de anos atrás, lá ficaram até por volta do meio dia, o horário do almoço que passaram em um pequeno restaurante, onde para sua alegria não tiveram de pagar nada.

À tarde o grupo passou várias horas rodando pelas inúmeras ruas da cidade e por onde passavam ficavam completamente fascinados com a arquitetura, a história, até os costumes do local. O passeio também foi bem divertido, com várias tentativas frustradas dos alunos do grupo de falarem grego. Para finalizar o passeio do dia presenciaram um casamento que os impressionou devido à grande algazarra que os convidados fizeram durante a festa.

Ao pôr do sol retornaram ao hotel onde jantaram no restaurante interno que servia um prato tipicamente grego conhecido como meze, que na verdade é a combinação de vários outros pratos como Boureki que é um tipo de empanado, Tiganita, que por sua vez é abobrinha frita, Lakhanosalata, uma simples salada de repolho, também tinham pequenos peixes fritos conhecidos como Marides tiganites e por ai vai, a variedade era impressionante.

Por fim umas duas horas depois o grupo se dirigiu para suas camas. O passeio foi cansativo, e como muitos passaram uma noite mal dormida no avião pegar no sono não foi difícil, fato que para a maioria aconteceu perto das nove da noite, uma boa ideia, afinal tinham de recuperar a energia e que melhor maneira de o fazer do que dormindo, sem falar que só o primeiro dia se passara daquela que poderia ser a maior aventura de suas vidas, ou pelo menos a primeira.

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A semana pareceu voar para eles, todos os dias saindo as 09h30minh e retornando a 18h00minh, visitaram muitos pontos históricos, centenas de ruínas, conheceram muito bem as comidas típicas e os costumes, tudo os deixou completamente fascinados. Também passaram um tempo numa das praias da cidade, onde aproveitaram um pouco o sol. Enfim todos se divertiram tanto que antes mesmo que percebessem já era sexta-feira.

– Pra onde vamos hoje? – perguntou Gabriel devorando um pedaço de pão com geleia, toda a turma estava ali no restaurante e como nos dias anteriores o café era farto e a comida boa.

– Vamos visitar uma tal de acrópole – disse Eduardo bebendo um gole de suco de laranja – alguém sabe o que é?

– Acrópole significa cidade alta – começou a explicar Thiago enquanto colocava algumas fatias de presunto em meio a um pão – iremos a umas ruínas milenares que ficam no alto de uma colina plana a beirada de um penhasco, e lá que fica o Parthenon que vocês devem conhecer da TV.

– Credo?! Desde quando virou especialista em Atenas? – disse Lucas impressionado com a sabedoria do amigo.

– Meu filho, sou fissurado em mitologia grega desde sempre – respondeu Thiago de prontidão e empolgado por falar no assunto que tanto gosta. Ele começara a gostar do tema grassas a um trabalho de escola que fez na 5º serie, ficou fascinado com todas as lendas e monstros descritos, sempre que podia, lia um livro para aumentar seu conhecimento sobre o assunto, o que fez dele, apesar de amador, um grande entendedor do assunto – e como todo viciado no assunto, conhecer o Parthenon é obrigatório – concluiu ele sua explicação.

– Quer saber, que se dane o lugar, eu quero e passear – disse Anderson gesticulando com um pedaço de bolo em suas mãos.

– Concordo plenamente – disse Daniela com os polegares levantados tamanha a excitação sentia com tudo aquilo – apesar de que estando em outro país seja bem melhor de se passear.

– Turma por favor – disse Donna Parker interrompendo a conversa do pequeno grupo e requisitando a atenção de todos – está na hora de irmos, nosso ônibus já chegou, temos que ser rápidos por que hoje o dia vai ser cheio.

Seguindo as ordens de sua mestra os alunos começaram a se retirar, e o restaurante que antes estava lotado agora se esvaziava rapidamente, deixando por sobre as mesas centenas de talheres, pratos e copos sujos, além de alguns pedaços de bolos e pães comidos pela metade.

– Vou guarda para mais tarde – disse Raquel a Andreia enquanto enfiava um pedaço de bolo embrulhado em papel alumino em sua pequena bolsa cor bege de uma alça apenas.

Pouco tempo depois embarcaram no ônibus e tomaram à direção oeste, rumo à acrópole, levaram cerca de uma hora para chegar ao local, lá havia um guia os esperando para mostrar todas as ruínas.

 Apesar de ser a mais famosa o Parthenon não era a única construção que ali havia pois várias outras ruínas existiam e o grupo teria de ver todas antes de chegar ao grande ápice.

Só depois de duas horas e meia de caminhada conseguiram chegar à estrela do último dia, tratava-se das ruínas de um antigo templo grego, dedicado à deusa Atena. Era feito inteiramente de pedra maciça, suas colunas cilíndricas e espessas um dia sustentaram um pesado teto, o prédio que já tivera o formato de um pentágono visto de frente agora jazia parcialmente destruído, ainda assim era uma obra majestosa, só de pensar que aquelas pedras já tinham milênios era o suficiente para fascinar o grupo. O passeio na acrópole durou mais de três horas, terminando depois do meio dia.

Não foram a restaurantes naquele dia, haviam levado alguns lanches em uma caixa de isopor e fariam um piquenique no lugar. Terminado o lanche a turma se dissipou aguardando o momento da partida do ônibus, que aconteceria cerca de uma hora depois o que os deixou livre para fazer o quisessem.

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O grupo de amigos começou caminhar por uma antiga calçada de pedras que levava até o Erecteion, um antigo templo grego semelhante ao Parthenon com a diferença que em uma das suas sacadas havia seis magníficas colunas esculpidas em forma de mulheres gregas que seguravam o teto em suas cabeças. O templo era dedicado ao deus Hefesto, que na mitologia grega era o ferreiro dos deuses e também a divindade do fogo e dos vulcões, também era dedicado à deusa Atena, divindade guardiã da cidade e deusa da sabedoria, das artes e da justiça já o nome do local vinha de um antigo rei grego Erecteu que também foi homenageado com a construção.

Chegando ao local subiram pela pequena escada que dava acesso a sacada principal do templo, as antigas esculturas ali existiam e o grupo eram os únicos no local, provavelmente por ser horário de almoço. Encostados na sacada passaram a observar o horizonte onde à visão do mar impressionava.

O lugar inspirava tranquilidade, era silencioso apesar de ficar em meio à barulhenta cidade de Atenas, seria um ótimo lugar para se tirar um cochilo, principalmente por aquelas rochas serem bem frescas, contudo o silencio fora quebrado por um barulho que lembrava um embrulho sendo desamassado.

Curioso Gabriel passou a olhar ao redor na tentativa de descobrir sua origem, não precisou procurar muito, era Raquel comendo o bolo que surrupiara da mesa do café da manhã mais cedo.

– Você não comeu agora pouco? – disse o garoto espantado diante do apetite da amiga.

– Não me julgue – respondeu ela abocanhando a cobertura de chocolate.

– Nossa adorei as caspaticas – comentou Camila ignorando os dois e admirando as seis grandes colunas do templo.

– Caspa o que? – indagou José confuso.

– Caspaticas, essas pilastras em forma de mulheres, não lembram – disse ela apontando para as damas milenares – o guia nos falou que era esse o nome delas.

A explicação da garota fez com que todos ali desatassem a rir, sem entender e temendo ter pagado um mico Camila corou de vergonha sem nem saber o porquê.

– Para gente, tão rindo do que? – disse ela meio sem jeito.

– Não são caspaticas, o nome certo é cariátides – respondeu Carlos rindo muito.

– E como vocês queriam que eu decorasse um nome desses? – disse ela tentando se justificar.

– Eu decorei – comentou Andreia rindo.

– Eu também – disse Rafael seguindo a onda.

– Só você que não – complementou Eduardo tentando conter o riso.

– Para gente, é que entre caspaticas e cariátides muda bem poucas letras – disse Lucas com dor no estomago de tanto rir.

– Parem com isso agora! Eu sei que vocês também não decoraram esse nome doido – esbravejou a garota se irritando.

– Se acalma Camila… – disse Raquel se acabando de rir, a garota não estava mais se aguentando, porem estranhou ao ver que os risos cessaram repentinamente e todos a olhavam com uma expressão de medo – o que foi gente? – disse ela assustada com a repentina mudança.

– Não faça movimentos bruscos e venha devagar em nossa direção – disse Anderson lentamente com uma voz tremula e amedrontada.

A garota ficara completamente confusa, a sua frente todos seus amigos jaziam atarracados à mureta de pedra, suas expressões eram de horror e chegavam a tal ponto que nem sequer piscavam, seus corpos estavam levemente contraídos como se estivessem preparados para se proteger e as bocas abertas tentavam gritar mais nem um som era produzido, ao ver o estado dos amigo um forte receio brotou na garota que estava sozinha no meio da sacada – Po… por quê?

– Tem uma cobra enorme bem atrás de você, não… não olhe – disse Thiago impedindo a garota que já virava-se para ver – não olhe apenas venha bem devagar até nós.

A curiosidade porem foi maior que o medo, Raquel olhou para trás e então viu, a uns dez metros dela estava uma serpente como haviam dito mais não era um animal comum pois esta era enorme, devia ter cerca 15 metros de comprimento 1m só na cabeça arredondada como na maioria das cobras não venenosas, seus olhos circulares e amarelados com apenas um risco preto no meio parecia penetrar no interior de cada um fazendo os questionar se estes não seriam pior do que a mordida, de sua boca duas enormes presas brancas se mostravam muito afiadas e pareciam repletas de veneno, sua língua bifurcada dava uma sensação de gastura em seus espectadores, por outro lado suas escamas eram magníficas, de algum modo elas refletiam a luz de uma maneira tão espetacular que a cobra sempre mudava de cor, com tonalidades que variavam do azul verde e cinza, o medo porem não fez o grupo perceber a impressionante espécime.

O desespero se abateu sobre Raquel que ao ver a cobra soltou um grito de pavor e desesperada começou a correr em direção aos amigos, no caminho tropeçou nos próprios pés e quase caio, no fim conseguiu se equilibrar mais acabou por deixar cair o pedaço de bolo que antes estava comendo, se estabilizou e finalmente conseguiu chegar aos amigos, indo esconder-se atrás de Rafael, tampando o rosto com as mãos para não ver o enorme réptil. Indiferente a tudo a serpente permaneceu imóvel.

– Falei pra você não correr – esbravejou Anderson nervoso, logo em seguida fazendo surgir uma clava de madeira com seus poderes e se pondo em posição de ataque.

– Até parece que isso vai ajudar – gritou Camila histérica – para que você vai usar isso? Palitar os dentes da cobra depois que ela nos comer.

– Melhor do que nada – respondeu o garoto segurando firmemente a clava com as duas mãos.

– Ela tem razão – disse Carlos inquieto – temos que pensar em outra coisa, não podemos ir até a saída ela está bem ao lado das escadas, podemos pular a sacada? – perguntou ele aos que estavam atrás.

– Não é muito auto – disse Daniela se jogando contra a mureta e olhando para baixo – mais se fazermos movimentos bruscos ela pode nos atacar.

– Eu e o José podemos criar uma coluna de terra para nos separar da cobra, pelo menos pra termos uma vantagem – sugeriu Thiago.

– Boa ideia – exclamou José indo para frente do grupo, Thiago imitou o ato.

– Rápido ai – falou Gabriel baixo temendo irritar a cobra – ela está se mexendo.

Realmente a cobra que não havia se movido desde que fora percebida finalmente decidira agir, sua cabeça que até o momento estava elevada cerca de três metros acima do piso agora estava rente ao chão e ela começou a rastejar, fazendo movimentos em S para conseguir o impulso e sair do repouso, a serpente se movia lentamente.

A sua frente o grupo estava pestes a pular da sacada, como haviam planejado, Thiago e José já se posicionavam pra criar a coluna de terra mais esta não foi necessária, a serpente não chegou até eles, parou na metade do caminho e começou a vasculhar o chão com sua enorme língua bifurcada que se movia freneticamente.

– O que ela está fazendo? – perguntou Daniela estranhando a ação.

– O que isso importa? – gritou Camila – vamos embora.

– Não, espere, ela está cheirando o bolo que a Raquel derrubou – notou Gabriel prestes a pular da sacada.

A cobra por algum motivo estava realmente interessada no bolo, contudo não o comeu, apenas o analisava como se estivesse provando para descobrir se aquilo lhe agradava ou não, a reação seguinte foi a mais inesperada possível, após alguns segundos intermináveis a serpente pareceu tomar uma decisão, levantou sua cabeça rapidamente e novamente passou a olhar para o grupo, sua língua bifurcada não parava sequer um segundo de se mover, em seguida deu uma última olhada no pedaço de bolo e então fez o impensável, num movimento rápido de cauda ela arremessou a guloseima para fora do templo sem qualquer motivo aparente, feito isso saiu rastejando rapidamente na direção contraria aos garotos até por fim desaparecer em um buraco na parede que por sua vez também sumiu deixando a antiga pedra maciça novamente inteiriça como se nunca estivesse acontecido nada ali.

– Credo, aquilo era bolo do que? – perguntou Eduardo abismado.

– O que isso importa? Vamos sair logo antes que ela volte – gritou Camila começando a correr em direção à escada que ligava a sacada ao interior do templo, ato que seus amigos imitaram.

Todo o ocorrido foi muito confuso, o grupo só pensava em sair o mais rápido que pudessem do lugar e em poucos segundos já haviam alcançado o começo da escada que os livraria daquele pesadelo, antes porem de tocarem nela alguma coisa aconteceu, uma força sobrenatural decaiu sobre eles que sentiram como se mãos enormes os agarrasse e os puxassem para traz, os doze não conseguiam ver nada anormal, apenas a sacada vazia, isso claro até perderem a consciência.



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