Novembro. Segunda-feira
O dia estava horrível quando entrei no colégio. A chuva era grossa e passava por dentro do meu casaco, ensopando minhas meias e me fazendo ranger os dentes.
É o início de um novo semestre e eu já encarei tudo, como o bom supersticioso que sou, em um karma. Tudo com certeza iria de mal a pior dali para frente.
Mas então eu vi as flores.
Vi como elas balançavam nos seus galhos e como eram vivas, alegres. A cor branca do trono e o escuro das pétalas, o movimentar da sua dança ao andar.
Eu me apaixonei.
Tive certeza que era aquilo.
Pode ser estranho, mas eu não conseguia te ver como pessoa.
Seus sorrisos eram as flores de cerejeira e, toda vez que sorria, elas pareciam despencar em toneladas sobre mim, me sufocando daquela sensação prazerosa e macia que elas têm.
Eu te segui até a sala naquele dia, toquei nos teus galhos - braços - pedindo desculpa em seguida, para que pensasse que foi sem querer.
Eles não são grosseiros como troncos, duros como gesso.
Você é todo flor. Aquele cheiro refrescante e tato macio.
Queria ter tido coragem para me aproximar de novo, tocá-lo de novo, mas fiquei longe. Admirando.
Me espanto ainda a cada vez que te olho, como olho agora, e percebo mais um traço. Mais uma curva, mais um detalhe.
Simplesmente não consigo parar.
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