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História Palavras na Neve - Natal - FIM


Escrita por: Hyrulian

Notas do Autor


FELIZ NATAAAAAAL
Gente, obrigada mesmo a todos que comentaram, compartilharam seus receios, favoritaram e leram até aqui
Nem sei como dizer como isso me deixou feliz, sério
Sei que muitos estavam gostando de tudo até agora, então espero que esse final não decepcione ninguém

Encho mais o saco nas notas finais,
Bom capítulo!

Capítulo 9 - Natal - FIM


Fanfic / Fanfiction Palavras na Neve - Natal - FIM

Dezembro. Domingo.

JongDae,

Eu não sei bem como começar essa carta, mas vou tentar dizer tudo o que estou sentindo  agora.

Eu descobri o seu nome só depois que tudo aquilo aconteceu, quando era tarde demais.

Quando estava esvaziando meu armário - na verdade meu irmão - ele percebeu as cartas e me contou. Eu já as tinha sentido, mas pensei ser um papel qualquer de anotações.

 

Mas eram mais do que isso.

 

Quando ele as leu para mim, me senti estático. Suas palavras me deixaram tão envergonhado que pedi para JongIn parar de ler, mas ele continuou.

Não é um envergonhado ruim, sabe. É aquele sentimento de ego inflado e tomada de noção de que alguém te vê. Alguém sabe que você existe.

 

Acho que você nunca teve chance de saber, pelas cartas nós sempre nos encontrávamos em posições desfavoráveis, então vou te contar agora.

 

Eu nasci cego.

Disseram que houve algo de errado na gestação, mas de qualquer forma eu nunca pude enxergar. Minha infância não foi tão difícil, por que meus pais tem dinheiro - os cuidados médicos eram garantidos, mas ninguém me via.

 

Eu me lembro de ser deixado para brincar com as crianças em um parque perto da minha casa. No início eu ouvia as vozes, nítidas e próximas, até que se afastassem de mim e eu ficasse sozinho.

No ensino médio nada mudou e, depois que JongIn nasceu e fomos para a mesma escola, ele tentava me proteger dos outros, fazer com que parassem de dizer todas aquelas coisas horríveis.

 

Hoje eu lembro e acho graça.

Era eu o cego ou eles? Ou eu além de não enxergar também era invisível?

 

Quando meus pais falaram sobre a mudança, eu soube que tudo iria se repetir. Os mesmos zombamentos, as mesmas pessoas.

Tudo exatamente igual.

 

Mas não foi assim.

No meu primeiro dia, senti alguém esbarrar em mim e dizer "Desculpe, foi um acidente" em seguida.

Eu estava acostumado a não ouvir esse tipo de coisa. Se batessem em mim, eu deveria abaixar a cabeça e ficar calado, mas você se desculpou.

E eu respondi pela primeira vez.

 

Por alguma razão todos pareciam gostar de mim. Você me chama de popular e fica surpreso, mas eu também fico.

Eu não sei se é a cidade, as pessoas ou o que for, mas aqui eu sou humano e não um estorvo.

O incômodo.

 

Apesar disso, eu já estava acostumado demais a ficar sozinho, então sempre ia para naquele pátio atrás da escola. JongIn só precisou me levar até lá uma vez para que eu gravasse o caminho.

 

Algumas pessoas acham estranho o fato de eu não usar aquela famosa "vara" para cegos, mas acho que nunca precisei. Eu só ouvia muito bem tudo ao meu redor.

 

Acho que foi por isso que, no dia em que você me seguiu até o pátio, eu me virei para você.

Eu te ouvi. Sabia que havia alguém ali, mas preferi não dar atenção.

 

Foi no dia da sua última carta que eu descobri e ouvi todas as outras. JongIn dizia te conhecer e me disse que era um dos melhores alunos de música. Eu acabei sorrindo.

É por isso que conseguiu transcrever as notas que eu toquei naquele dia, não é?

 

Você disse que eu parecia pensar em algo antes de tocar. E eu realmente pensava.

Eu sentia uma alegria tão grande pelas coisas finalmente terem ficado melhores, por eu ser visível agora.

Acho que é por isso que a música soou tão leve, calma. Era como eu estava. Eu deixei os dedos passarem pelas teclas livremente e você as absorveu, compôs sobre elas.

 

Eu queria muito ter uma forma de mostrar o quanto eu me senti realizado, amado. Me desculpe se eu te assusto com essas palavras, mas tudo o que você me passou me transmitiu isso. Amor.

 

Mas eu nunca vou conseguir te agradecer o suficiente por isso. Nunca vou poder conversar com você frente a frente, ouvir sua voz dizer mais de quatro palavras.

 

Tocar para você realmente ouvir.

 

E eu sinto tanto por isso. Sinto tanto por ter descoberto tão tarde, por ter nevado tanto e você não ter visto o aviso de curva acentuada.

 

Sinto ainda mais por você nunca poder ter a certeza de que tudo o que estava sentido era correspondido.

 

Eu me apaixonei pelas suas palavras, por mais que nunca conseguisse lê-las. Mas eu as senti, minhas mãos sempre passam por essas folhas de papel e, para mim, elas têm as formas mais lindas do mundo.

 

Eu estou usando o anel, JongDae.

Hoje é noite de natal. Você me perguntou o que eu pensava.

Eu sempre amei essa época, mas nunca consegui me sentir como criança. Minha infância foi muito triste para mim, então eu sempre me vi como agora.

Aquela sensação de magia, como se realmente tudo pudesse acontecer, me deixava eufórico.

 

Eu não sei como vai ser mais daqui para frente.

Agora eu estou escrevendo essa carta em cima do meu piano. Eu sei que você não deve entender braile, mas eu também não conseguia ler suas cartas, então acho que estamos quites.

 

Seu enterro foi ontem e eu pude ir. Parece que algum de seus amigos sabiam sobre as cartas, sobre mim, e me chamaram.

 

Eu não iria, confesso, mas achei que pelo menos aquele encontro deveríamos ter, por mais que fosse o último.

Pedi para JongIn me deixar em um ponto um pouco longe, não queria atrapalhar seus familiares.

Usava óculos escuros, tanto para que não vissem que eu era cego quanto para, quando chorasse, pudesse me livrar mais rapidamente das lágrimas.

 

E eu chorei, JongDae. Chorei por suas palavras esquecida, não lidas, soterradas na neve. Por toda a catarse que nos atingiu, por não poder responder sim quando você me perguntou.

Eu queria ter sido seu.

 

Depois de horas todos ficaram em um silêncio tenso. Eu demorei um pouco para entender, mas então aconteceu.

Ouvi o barulho do caixão se fechar.

 

Eu nunca mais o veria e nem teria a chance de vê-lo.

Eu sei que nunca poderia enxergar com o problema que tinha, mas eu poderia tocá-lo. Sentir seu rosto, as feições.

 

 

Eu vou parar de escrever agora.

Minhas mãos estão tremendo muito e eu ainda tenho que fazer uma última coisa.

 

Amanhã deixarei essa carta no seu túmulo, talvez a leia, assim conseguirá me ouvir, mas eu não sei se terei voz então me desculpe.

Mas eu guardarei todas as suas cartas e elas serão, para sempre, o meu livro de memórias, assim você estará comigo para sempre.

 

Eu vou tocar para você agora, JongDae.

JongIn passou toda a letra da sua música para braile e, por mais que não esteja comigo agora, espero que consiga me ouvir de onde estiver.

 

Do eternamente seu,

Minseok


Notas Finais


E então?akshak
Eu devo ter arrasado muita gente, mas faz parte
Meu natal é que nem o do exo: bem triste
MENTIRA, EU TO MUITO ANIMADA/FELIZ AQUI
TO USANDO UMA BLUSA DO BATMAN COM CAPA, GENTE
COM CAPA

Não to em mim não
Mas enfim, obrigada mesmo a todos
Essas cartas são declaração minha para a minha eterna companheira, AiKimSoo.
Não são nem metade de todo os sentimento que eu tenho por você, mas eu acho que não consigo expor mais do que isso em palavras (fora as outras que já trocamos)


Para quem quiser, aqui está a minha 3shoot HunHan de natal:
https://spiritfanfics.com/historia/serva-me-7446854

Até,monamurs!


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