Céu
Quando criança, me lembro que a noite eu gostava de observar as estrelas. Me lembro também de decorar uma página inteira de um livro de Astronomia sobre a Lua para poder mostrar para meus colegas.
Às vezes mamãe brigava comigo pois eu estava sujando meu vestido e gastando tempo aprendendo sobre as estrelas. Ela queria uma garota-mulher, que seguiria os mesmos passos que ela e se casa-se e tivesse filhos, mal ela sabia que eu virei noites em claro e saí mais cedo das aulas de Etiqueta apenas para ver as estrelas.
Nunca cheguei a dar mais atenção para alguém do que para as estrelas.
Até porquê eu adorava a forma que aqueles pontos brilhantes brigavam entre si para conseguir um espaço entre aquele negro vazio.
As pessoas me faziam me sentir viva.
Já as estrelas me ensinavam a viver.
Mesmo eu ainda sendo uma criança, eu já sentia o como eu sou pequena para um mundo tão grande. E o quão pequeno é esse mundo comparado ao universo.
Eu sempre desejei ver e saber tudo sobre a Astronomia, mesmo que as poucos aquilo me transformava em poeira comparada à uma montanha.
Mamãe nunca soube das minhas diversas crises existenciais, ou até mesmo daqueles vestidos e jóias que vendi para comprar um livro de teorias, que nunca cheguei a compreender de verdade, mas adorava.
E isso me lembrou, eu nunca entendi o universo, mas eu o amava. É algo estranho, sim, eu sei. Chega até ser torturante.
Mas, as coisas que menos fazem sentido me atraiam e ainda me atraem.
E mesmo que eu nunca entenda sobre o universo, a Terra, a Lua e as estrelas. Eu ainda gosto de deitar na grama com meu vestido novo e observar tudo, e cá entre nós, adoro observar a estrela que Mamãe se transformou.
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