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História Pandemônio - O Valentão


Escrita por: TJDuke

Capítulo 5 - O Valentão


Mikael se pegou sentido culpa por não ter perguntado mais sobre Blake, de alguma forma apenas quando ficou sozinho conseguiu raciocinar novamente. Darius o guiava pelos corredores apesar de não parecer nem um pouco atencioso.

Quando parou diante de uma porta de metal reforçado, Darius bateu duas vezes e virou-se para Mikael com um sorriso perverso.

— Seja bem-vindo ao Pandemônio. — Rosnou abrindo a porta.

Mikael entrou cauteloso.

O quarto era bem arrumado, talvez até demais, o que era a única pista de que alguém vivia ali. Isso e o som do chuveiro ligado atrás de uma porta que deduzia-se ser o banheiro. Duas camas simples com um travesseiro e lençol. Não havia nada de pessoal no quarto, livros de biologia, geografia, satanismo e matemática em cima de uma pequena mesa de estudos. Um armário de madeira escura que provavelmente era dividido.

Tudo o que Mikael queria era encontrar Blake e Rex, por que não haviam esperado por ele? Será que estavam bem? Será que Ivy tinha um namorado? Será que o café da manhã iria demorar? Que tipo de aula teriam? Seu colega de quarto era um nerd antissocial que se sentava sozinho na mesa? Tomara que sim, torceu animado. Seria a sua grande chance de se tornar o melhor amigo do nerd excluído, namorado da garota mais popular e talvez até o capitão do time de futebol.

Sentado em uma das camas Mikael esperou por seu colega de quarto que terminava de se banhar, na esperança de que depois ele pudesse lhe ajudar a encontrar o refeitório e seus amigos.

Mikael estava começando a considerando anunciar sua presença quando porta do banheiro abriu e conheceu seu colega de quarto.

Ele não parecia exatamente um nerd. Talvez um valentão ou até um mafioso.

 Ele girava lentamente no banquinho para enfrentá-los, considerando-os do alto, como se fosse uma estátua sobre um pedestal.

Ou aparamente uma estátua, já que ele não se movia. As linhas de seu rosto eram finas e lembravam uma estátua, e ele tinha ombros largos e uma aparência atlética, como a maioria dos jogadores de futebol e valentões. Mikael suspeitava de que não haviam muitos nerd raquíticos com quem pudesse fazer amizade no Pandemônio. O menino tinha uma pele bronzeada de verão, olhos castanhos escuros e cabelo castanho-claro cortado no estilo reformatório.

Mikael tinha várias perguntas, como “cadê suas roupas? ” E “por que ainda não fomos comer? ” Mas ele não queria ser um incômodo.

— Mika — O cara pelado sussurrou e recuou um passo.

Como ele...? Mikael buscou na memória alguém que o chamava assim. Apenas uma sombra lhe vinha a memória e não conseguia ver-lhe o rosto.

— Você me conhece? — Mikael se levantou o que fez com que o garoto recuasse para o banheiro.

— Mika, fique calmo. Não entre em pânico. — Disse o cara pelado subindo no banquinho embaixo da pia.

— O que há de errado com você? — Mikael perguntou se esforçando para não rir com a reação assustada do garoto. — Dizer “não entre em pânico” é garantir que todos entrem em pânico! Seja especifico sobre o problema.

— Ok, entendo o que está dizendo, é um argumento válido — continuou o garoto.

Mikael imaginou curioso de onde poderia conhece-lo, mas nada lhe vinha à mente.

— É só que você morreu.

— Isso é ridículo — Respondeu Mikael aproximando um passo.

Houve um barulho de alguém batendo a porta.

Mikael foi até a porta e a abriu dando de cara com Ivy e um Darius cabisbaixo. E então um vulto passou por trás de Mikael correndo apenas com uma toalha e pulando a janela aberta do segundo andar.

Ivy olhou para a janela e para ele. Substituindo a face de descrença por surpresa. Darius o olhava com algo parecido com admiração.

— Então, onde fica o refeitório? — Perguntou Mikael, sorrindo presunçoso como se colocasse valentões de quase 2 metros para correr todo dia.

— Uau — Suspirou Ivy.

 

O salão de jantar, como a placa prateada do lado de fora da entrada dizia. Não era nada parecida com o refeitório monstruoso da antiga escola. Era quente e amigável. As paredes eram feitas da mesma estranha mistura de tijolos e pedras pretas como o exterior do prédio e o salão estava cheio de enormes mesas de piquenique de madeira que tinham bancos combinando com assentos acolchoados e com encostos. Em cada mesa sentavam seis garotos, e irradiando de uma enorme mesa situada no centro do salão estavam frutas e queijo e carne quase transbordando. O teto era baixo e a parede de trás era composta de janelas com uma porta de vidro no centro. Pesadas cortinas de veludo estavam abertas, para que o lado de fora pudesse ser visto era um jardim com alguns bancos de pedra, alguns caminhos que davam voltas, e arbustos. No meio do jardim havia uma fonte de mármore com água saindo da boca de um diabinho. Era bem engraçado, ainda mais por quê a agua estava suja dando a impressão de que ele estava vomitando.

A maior parte das mesas já estava cheia de adolescentes, que falavam e comiam. Darius o levou para o lado do salão que tinha a típica mesa de Buffet para se servir.

Mikael pegou uma bandeja e moveu-se atrás de Darius na fila.

— Não se preocupe — ele sussurrou. — A comida até que é boa. Eles não fazem você beber sangue ou comer carne crua, nem nada disso. A menos que você queira, é claro.

A maior parte do pessoal já estava comendo, então a fila era curta, ao pegar a comida Mikael sentiu a boca se encher de água. Massa! Com alho!

— Ei cara, aí tem alho suficiente para matar um vampiro — Darius disse ao olhar para o prato de Mikael.

— Eu gosto.

Enquanto o seguia para uma mesa onde um garoto e uma garota carrancuda já estavam conversando enquanto comiam.

— Então, desembucha. — Disse Darius assim que Mikael se sentaram.

Os dois se viraram para Mikael curiosos.

— O que? — Perguntou Mikael confuso.

— Ele fez o colega de quarto dele sair correndo pela janela assustado. — Explicou Darius olhando para o casal.

A garota deu de ombros.

— Bastante gente já fez isso, Jake também. — Disse apontando para o garoto com quem conversava. Jake assentiu. Ele parecia indiferente quanto ao caso. Seu cabelo preto estava penteado para trás como um tipo de segurança e sua expressão não era exatamente amigável.

— Ray, o colega de quarto dele é um lobisomem, o Kora — Completou Darius atraindo a atenção dos dois finalmente.

Kora... Onde já havia ouvido esse nome antes?

— Ele é um lobisomem?! — Perguntou Mikael descrente.

— Você o enfrentou sem nem saber? Deve ser muito poderoso. — Disse Jake impressionado.

— Ou idiota. — Completou Ray.

— Então, qual é o seu poder? — Insistiu Darius.

Não tinha nenhum poder, essa era a verdade. Mas como diria isso sem que pensassem que ele era fraco? Por fim foi salvo de responder quando alguém se sentou ao seu lado. Alguém que calou todos na mesa sem sequer tentar.

— O que aconteceu com você? Ficou apagado por três dias, achamos que estivesse com algum problema sério! — Disse Blake.

— Estou bem, Blake.

— Quem são esses? — Perguntou reparando finalmente as outras pessoas na mesa os encarando. — É verdade que você aterrorizou um lobisomem? — Prosseguiu voltando-se para Mikael. — Você não muda mesmo. Desse jeito vai acabar de castigo!

Mikael ergueu a mão para faze-la parar de falar por um instante. Estava feliz por ver que a amiga estava bem, se estava falando sem parar significava que estava feliz também.

— Blake, uma pergunta de cada vez. — Respondeu Mikael e logo em seguida a apresentou ao grupo. Blake encarou Darius de uma forma estranha, como se fosse desenha-lo mais tarde.

De repente ficou mais estranha e começou a escorregar por de baixo da mesa.

— Blake... — Chamou Mikael constrangido com o olhar estupefato das pessoas na mesa.

Mas Mikael logo descobriu o motivo quando viu uma cabeça alta e de cabelo branco se aproximando.

— Você acordou. — Comentou Rex se sentando onde Blake havia estado segundos antes, com o que parecia ser surpresa, não era como se estivesse feliz ou qualquer outra coisa. Seus olhos vasculhavam o refeitório atrás de outra coisa. — Já encontrou Blake?

Mikael riu.

— Ela está fugindo de você?

A conhecia bem demais para saber que quando alguém começava a demonstrar certo interesse, ela acabava desaparecendo como fumaça. Blake era mestra em fugir de pretendentes.

— Ela gosta de brincar, mas eu vou encontra-la — Disse Rex com um sorriso sinistro se levantando.

Quando já estava longe Blake ressurgiu na mesa silenciosamente.

— Ele é diabólico. — Murmurou Blake.

— Acho que sim. — Suspirou Ray olhando para as costas de Rex até desaparecer. — Ele já me beijou uma vez...

— É ele faz bastante isso... — Comentou Blake.

— A mim também. — Murmurou Jake preocupado.



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