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História Panic 2 - Arvoredo


Escrita por: Mc_Rodolfinho

Capítulo 3 - Arvoredo


A ambulância chegou junto com as viaturas. Eram mais de dois carros policiais, e o corpo já tinha sido retirado do chão. A ambulância tinha suas portas fechadas por um dos paramédicos. April estava em pé, parada próxima a uma das viaturas. Aquele lugar fez com que a mesma se sentisse segura.

 

- Pensei que isso tinha acabado. É tudo culpa sua, April. - A garota ouviu uma voz feminina dizer. Mas havia uma grande quantidade de gente aos arredores. A morte de Allie chamou atenção.

 

- É… Igualzinha a sua mãe. - Outra voz foi ouvida. Diante desses comentários, April conseguia apenas se ver dentro de um abismo. O abismo da tristeza.

 

Olívia Davis ficou com uma fama ruim após a televisão mostrar o motivo dos assassinatos que ocorreram na cidade natal de April. Muitos conheciam o que ela fazia naquela cidade, o que ela escondia da própria filha. E a garota sentia que havia muito mais coisas.

 

As pessoas que estavam na festa que ocorria na casa da irmandade foram para onde April se encontrava. Todos estavam ali, diante do local onde morreu uma pessoa especial. Uma pessoa que não só ia fazer falta, mas que também mostrou que ninguém está em segurança, e que um criminoso está a solta, pronto para matar qualquer um.

 

Gwen estava aos prantos. Ela chorava nos braços de Kyle, que acariciava a cabeça da jovem enquanto olhava para o nada. Gwen se sentia culpada. Culpada pois, no momento em que uma de suas melhores amigas estava sendo morta, ela estava ocupada demais se divertindo. Não se importar foi um erro. Um erro que a mesma não queria cometer nunca mais. Todos estavam triste, lamentando a morte de Allie. Ivy segurava as lágrimas para não parecer idiota, mas, Gina e Cherie não, pois sabiam que ninguém iria parecer idiota chorando em uma situação tão triste como aquela que estava diante de todo mundo. Carter, Garrett, Dylan, William e Stephano, que tinham Liam ao seu lado, estavam observando os últimos serviços das autoridades. Estavam os 11 jovens, lado a lado, esperando April.

 

A garota queria ficar só por um tempo. Sua tristeza era profunda, e ela sentia que nada podia tirá-la. Chegou um determinado momento em que ela precisou tomar um pouco de coragem para falar com seus amigos e amigas. Para se desculpar por aquilo ter acontecido.

 

- Olha… Eu sinto muito. Não queria trazer isso para…

 

- Não! April, você não tem culpa. Nada do que aconteceu foi por sua causa. Nós… Nós entendemos - Gina se aproximou da garota, colocando suas mãos nos ombros dela. Era essa a ideia que Allie defendia. Mas as palavras do assassino falavam mais alto, e isso fez com que April não ouvisse suas amigas.

 

- Gina, não precisa ser assim. Por mais que me falem isso, eu não consigo me convencer. - Disse April. - Eu falei com o assassino antes de ele matar Allie. Ele me disse que a culpa era minha. E eu sei que ele tem razão.

 

Assim que terminou de falar, ela deu as costas para os seus amigos, temendo que depois daquilo, eles poderiam morrer. Ela seguiu para o próprio dormitório, e quando chegou lá, afundou o rosto em seu travesseiro, deixando que suas angústias saíssem por meio de suas lágrimas. Aquele era o momento para deixar tudo para fora, para gritar, para espernear de tanta tristeza. Era como se todas as facadas que sua amiga levou, fossem dadas nela.

 

+++

 

A noite tinha se encerrado, e em seguida, o dia amanheceu. Todos tiveram que seguir sua rotina, e por mais que estivessem tristes, precisavam continuar vivendo. Um dos garotos conseguiu sair mais cedo de sua aula, e ainda estava perplexo com o que havia acontecido. O massacre que aconteceu ao redor de uma de suas amigas, ou melhor, a garota que o mesmo “gostava”, era algo que chamava sua atenção. William atravessou o campus, que estava vazio devido as aulas que ainda não haviam chegado ao final. A não ser a dele. Ele foi para a casa, subiu ao quarto que dividia com Carter e procurou seu laptop e fez algumas buscas na internet. Ele entrou em todos os sites que falavam sobre o massacre na cidade de CottonWood, e se informou mais sobre tudo. Assim que terminou suas pesquisas, ele pegou seu telefone celular, discando alguns números. Assim que terminou de discar, ele colocou o telefone na orelha:

 

- Alô

 

- Ah… Oi! - Quem respondeu foi Liam. O mesmo estava colocando sua pasta em seu ombro. Sua aula acabara de terminar.

 

- Liam, oi! Então… Eu queria te pedir uma coisa. - William disse, esperando uma resposta. Ele e Liam não eram tão amigos, mas tinham o telefone um do outro.

 

- Pode falar. Eu tenho um pouco de tempo agora.

 

- Olha, se não for te incomodar, você pode ir comigo a um lugar hoje à noite?

 

- Claro! Que lugar é esse? - Liam respondeu, após pensar um pouco. Com os assassinatos que ocorreram não era muito segurar sair para um lugar assim. Mas ele achou que William não poderia fazer nada de ruim. Talvez ele estivesse certo.

 

- É um bar, próximo a saída da cidade.

 

- Certo. Hoje à noite? Combinado então! - Ele respondeu, e assim, ambos se despediram, desligando o telefone em seguida.

 

William, assim que a chamada foi encerrada, desligou seu computador. Ele precisava apenas esperar para que o horário chegasse.

 

+++

 

Um barulho foi ouvido. Um toque de telefone. Um som, que por mais que fosse simples, era assustador naquela situação. O celular era de April. Novamente era uma chamada de um número desconhecido, e novamente ela estava com medo de atender. April sabia quem era, e ela já estava cansada disso.

 

- O que você quer, seu lixo? - Ela atendeu o telefone, olhando em direção a sua janela, ainda em sua cama, sentada. As lágrimas que caíram fizeram com que sua maquiagem ficasse borrada, com os rastros dos pingos salgados à vista.

 

- É assim que você atende o telefone? - A voz respondeu. Era o assassino. O mesmo continuou. - O show ainda não acabou.

 

- Você já derramou sangue demais...  

 

- Não! Você derramou. - April sentiu uma pontada de dor em seu peito com as palavras dele.

 

- O que você quer? Me deixa em paz! - Ela disse, com raiva e alto

 

- Quero mostrar a continuação. A morte de Allie não foi nada perto do que está por vir. Cuide de você, April, mas cuide ainda mais das pessoas aos seu redor. - Ele respondeu, soltando uma gargalhada em seguida. A garota desligou o telefone, mas não o soltou. Logo depois, a mesma trocou sua roupa e saiu pela porta do seu dormitório. Por mais que todos conseguissem viver sua rotina normalmente, aquilo era quase impossível para April, que não saiu da cama naquele dia.

 

Assim que atravessou a porta, ela foi para a casa da irmandade, onde moravam seus amigos. Não demorou para a mesma chegar lá, pois ela foi com pressa. Ao chegar, April não bateu na porta, mas sim, a abriu brutalmente. Na sala de estar da casa tinha apenas uma garota.

 

- Cherie, o que está fazendo aqui? - Ela perguntou, assim que olhou para a garota que estava sentada no sofá.

 

- Eu vim para cá ver o Stephano assim que saí da aula.

 

- Onde está o Stephano?

 

- Ele está tomando banho. Eu disse que ele estava precisando. - Cherie respondeu, apontando com seu dedo indicador para o teto

 

- Sabe quem foi o último a sair daqui? Sabe se alguma das garotas estão bem?

 

- As meninas estão bem. Elas foram para o dormitório da Allie. Gwen queria fazer uma espécie de “despedida” para ela. E bom… O último a sair foi o William.

 

- Para onde é que ele foi?

 

- Eu não sei. Ele só foi andando em direção aos dormitórios. Antes disso ele tinha comentado com alguém sobre um bar ou algo do tipo

 

- Ok! Vem comigo, temos que ir atrás dele. - April segurou a mão da garota e a puxou junto.

 

- Não, espera, eu vim para…

 

- Não reclama, a gente precisa ir.

 

+++

 

- Por que viemos até aqui? - Perguntou Liam. Ele e William tinham chego no bar a pouco tempo.

 

- Desculpa não ter falado pra você pelo o telefone. Mas, quero conversar sobre o que aconteceu com você, April e Garrett.

 

- Tá bom. O que você quer saber? - Liam respondeu após uma bufada.

 

- Mason, o cara que matou todas aquelas pessoas, inclusive o.. Seu amigo, George. - William continuou. - Você tem alguma ideia de como ele conseguiu fazer tudo isso? Sabe se ele teve alguma ajuda ou inspiração a mais? Como vocês três conseguiram ser os únicos sobreviventes?

 

- Ele teve a ajuda de uma pessoa, e isso deve ter facilitado muito o trabalho dele. Tenho certeza de que se fosse só um cara ou só uma garota, essa pessoa tinha que ser muito boa. - Liam fez uma pausa, respirando fundo. - O motivo dele ter feito aquilo tudo, ele revelou. E pelo visto, ele não era nada mais do que um filhinho preocupado com a mamãe. O motivo era bem tosco, e foi muito idiota dele fazer tantas coisas ruins apenas por causa da amante de sua mãe. Se eu estivesse no lugar dele, teria me dado o favor de atirar na minha própria cabeça. - Enquanto ele falava as últimas palavras, ele fez um sinal de arma com a mão direita, e atirou com ela em sua cabeça assim que terminou de falar.

 

- E como vocês saíram ilesos de tudo?  

 

- Eu não saí ileso. Apenas sobrevivi. Mas eu sabia de algumas dicas. - Liam abaixou a cabeça por alguns segundos, levantando-a em seguida. - George, o cara que era meu amigo, sempre me falava sobre coisas do tipo. Antes de ele… Morrer, ele me disse algo. Algo para ser um sobrevivente. Algumas regras que tinham que ser seguidas.

 

- Você lembra delas?

 

- Ah, sim, eu acho. Bom, ele me disse que não poderia assistir a algum filme, ou você morre. Não poderia estudar em casa, ou você morre. Não poderia ficar bêbado, ou você morre. Não poderia ser intrometido, ou você morre. E muito menos podia ser uma das “razões” de tudo aquilo, ou você com certeza vai morrer. - Ele disse pausadamente, tentando se lembrar de todas. - Mas é claro. Essas eram as regras daquele massacre. Obviamente existem regras novas neste que está acontecendo dessa vez, e eu não sou inteligente como George para saber delas.

 

- Entendi. Bom, aposto que quem está matando essas pessoas já devem saber as regras, ou melhor, ele deve ter feito as regras novas. - William disse, ainda olhando para Liam. - Ou talvez não.

 

Os dois continuaram a conversar. Nem tudo o que falavam era sobre o mesmo assunto, e essas foram as partes mais divertidas e menos assustadoras da conversa inteira. Chegou um determinado momento em que os dois perceberam que já estava tarde, e logo saíram do bar. Assim que atravessaram a grande porta do bar, que só havia eles, tanto dentro como fora, ele se depararam com algo. April estava saindo do carro de Garrett, que ela tinha pego emprestado. Lá haviam dois veículos: O de Garrett e o de Liam, onde o mesmo levou William junto a ele até o bar.

 

- O que pensam que estão fazendo a essa hora, longe da universidade e com um assassino a solta, seus burros? - A garota perguntou, um pouco aliviada por ver que os dois estavam bem

 

- Eu fui obrigada a vir até aqui para ver vocês. É melhor terem um bom motivo para estarem aqui. - Cherie disse, firme, saindo do carro um pouco depois de sua amiga.

 

- Foi mal. Não queríamos preocupar ninguém. - William se desculpou enquanto colocava as mãos em seus bolsos.

 

- Mas preocuparam. - April disse novamente. - Vamos embora.

 

Ela se virou. A mesma estava um pouco distante do carro, pois caminhou alguns passos quando saiu, diferente de Cherie, que estava apoiada no automóvel. Para o desagrado de April, o assassino estava saindo de trás do carro. Ele começou a correr em direção a garota, que passou a correr junto aos rapazes em direção a uma pequena floresta que tinha logo ao lado do bar. Eles não tinham tempo o suficiente para pensar em um lugar melhor.

 

Cherie, assim que se tocou do que estava acontecendo, logo depois de ver seus amigos correndo, ela foi, correndo também, para trás do veículo. O assassino viu a garota, e correu em direção a ela, enquanto os outros três corriam para a floresta. Cherie, vendo que estava sendo perseguida, deu a volta, correndo, no carro. O indivíduo mascarado não a seguiu, mas sim a encurralou, surpreendendo-a do outro lado do automóvel. Ele a segurou com seu braço pelo pescoço, e a mesma estava de costas. Assim, ele moveu o seu braço e esfaqueou a garota em seu tórax. A facada foi seguida de mais uma, e logo após isso, o assassino soltou a menina, que caiu no chão, gritando de dor.

 

- Por favor… Não. - Cherie disse, com lágrimas nos olhos. Mas seu pedido de piedade não foi atendido, e o sujeito a esfaqueou mais uma vez, matando-a.

 

+++

 

Enquanto Cherie era assassinada sem que eles soubessem, April, William e Liam corriam para se salvar. Os três se reuniram e discutiram rapidamente sobre como escapar. Eles precisavam voltar, e como estavam em maior número, acharam que encarar o assassino era uma boa ideia. Porém, a conversa foi muito demorada. Demorada o suficiente para que o indivíduo mascarado os alcançassem, e em um rápido movimento, ele atacou. Atacou Liam com uma facada na coxa do rapaz, que o fez cair. Com isso, o indivíduo o esfaqueou novamente nas costas, centímetros longe de onde o garoto foi esfaqueado poucos anos antes. Liam não aparentava mais estar vivo. April e William só podiam ver, pois estavam paralisados pelo medo. Mas, essa paralisia acabou quando o assassino se levantou e tentou esfaquear April. Ele direcionou a faca para o rosto da garota, com um golpe forte, só que, ela desviou. Ela conseguiu se abaixar e tentou correr. O assassino andou alguns passos atrás dela mas foi pego de surpresa com um forte empurrão de William. April se virou para o garoto após o mesmo empurrar o indivíduo mascarado em direção a uma árvore.

 

- Corre, não temos muito tempo, vai! - Ele disse, gritando, e April não hesitou em obedecer.

 

Quando William se virou para o assassino, o mesmo o empurrou no chão também, caindo em cima dele com seu corpo. O garoto tentou se levantar, mas, foi esfaqueado no ombro. Antes que William fosse penetrado pela lâmina novamente, April pegou um galho grande e acertou a cabeça do cara de fantasma, tirando-o de cima de seu amigo.

 

- Temos que ver se Cherie está bem. - Disse a garota.  

 

- Mas, e o Liam? - William perguntou, pressionando o seu ombro após ser levantado por sua amiga e a mesma o ajudar a andar.

 

- Não tem mais como… - April respondeu, com dor no coração. Em seguida, ela olhou de relance para trás, e o assassino, que aparentemente estava inconsciente, já não era mais visível. Era como se ele fosse, de fato, um fantasma.

 

A dor nas palavras da garota era muito grande. Ela sabia que Liam estava morto, e que ela não podia mais ficar no local. nada é mais difícil do que perder alguém, principalmente alguém que você queria vivo, alguém que passou por muitas coisas ao seu lado, ou alguém que passou pela mesma dor que você, mas que agora, tem sua dor muito inferior à sua.

 



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