Ravi estava no quarto, não tinha motivos para sair de lá, ouviu líder anunciando que iria sair, sentou-se próximo a janela observando a paisagem calma da rua, na o só isso, viu o líder saindo do prédio e chamar um taxi em seguida. Pensou consigo mesmo como ele ficava sexy vestindo uma simples camiseta branca e aquela calça de couro que lhe marcava as pernas bem torneadas pelo tempo de dança, era obvio que muitas pessoas ficavam descaradamente observando aquelas coxas. Lembrou-se das chamadas do odiado sunbae e se entristeceu, provavelmente seu hyung estava indo encontrá-lo. Observou seu objeto de desejo entrar no taxi e acompanhou com os olhos marejados o trajeto do veiculo que se distanciava ate perder o mesmo de vista na esquina no final do quarteirão.
Encostou a cabeça na parede observando o quarto vazio, podendo ainda visualizar as lembranças de todas as vezes que aquele local havia sido palco dos momentos quentes e íntimos dele e do líder.
No final ele não passou de uma distração para o mais velho, talvez o que ele achava ser um relacionamento não passou de uma aventura para seu hyung passar o tempo. Ravi não queria chorar, mas sentia-se vazio e ao mesmo tempo cheio de uma sensação ruim, passou algumas horas ali sentadas no chão observando suas mãos abertas e pousadas nas coxas servindo de amparo para as lagrimas que insistiam em cair enquanto seus olhos inchavam e avermelhavam. Não soube dizes quando Ken e Hyuk entraram no quarto, ambos o abraçaram, e em ninguém ousou falar nada, apenas levaram o rapper para um dos colchões ali no quarto e deitaram-se juntos, envolvendo Ravi em um abraço aconchegante na penumbra do quarto, iluminados vez ou outra pelos raios que rasgavam o céu do lado de fora, era possível ver o tempo fechar e o céu escurecer anunciando uma noite de tormenta. Depois de um tempo as lagrimas secaram e só restou um Ravi sonolento aproveitando o cafuné de Jaehwan. Ravi dirigiu o seu olhar para Hyuk e esperando receber uma afirmação perguntou se o choro havia atraído os garotos.
- Não hyung, estava na cozinha e você passou com uma cara azeda do meu lado e nem me viu. Hyuk fingiu uma cara indignada o que lhe resultou em uma mordida leve na bochecha, e uma risada baixa por parte de Ken – Eu achei o maknae comendo besteira na cozinha e ele veio comigo procurar um pouco de bagunça nesse dormitório silencioso. Mas o foco aqui é outro, O que aconteceu Ravi? O que esta te incomodando?
O rapper se aconchegou nos amigos e filhos, suspirou e resmungou que estava tudo bem. Não gostava de se expor assim abertamente e preferia não ficar se lamuriando. Agarrou-se aos outros ao ouvir um trovão ribombar no céu e a chuva engrossar cada vez mais.
Cha Hakyeon se amaldiçoou peã vigésima vez, estava encolhido sob a cobertura de uma cafeteria, suas roupas estavam coladas – e a camiseta transparente – no seu corpo, queria se bater por não ter trazido um guarda chuva. Saiu do apartamento tão decidido que não notou a mudança no tempo.
Para piorar a situação havia se esquecido de pegar até uma blusa, sentia o corpo formigar com os olhares que as pessoas dentro da cafeteria lançavam em seu corpo, não tinha coragem de entrar no estabelecimento por estar pingando, e olhando para seus pés viu uma pequena poça de água em volta de si. Bufou irritado enquanto desgrudava o cabelo do rosto. A única coisa que ele queria naquele momento era chegar a casa, e sentir as mãos sempre curiosas do seu rapper apalpar sem rodeios suas áreas sensíveis. Não sabia desde quando se sentia tão atraído por Ravi, nem quando começou a amá-lo, mas sabia que nunca teria o suficiente, queria sempre mais e mais.
Olhou para o céu indignado se perguntando qual era problema. Apertou a caixinha amarela entre os dedos e cruzou os braços em uma tentativa falha de se aquecer. A chuva engrossou e o garoto se encolheu com o barulho absurdamente alto de um trovão. Pelo canto do olho viu um cara sair da cafeteria e parar ao seu lado avaliando o tempo, a mascara que o individuo usava não lhe permitia ter uma visão completa do rosto alheio, mas sentia que aqueles olhos eram conhecidos, um calafrio percorreu sua espinha, enquanto o estranho se aconchegava em seu sobretudo, virou o rosto e Hakyeon soube que ele sorria ao ver seus olhos diminuírem. O estranho tinha uma aura que aguçava os sentidos de perigo de N, o moreno mexeu-se desconfortável passando o peso de seu corpo de uma perna para a outra.
- Esta chuva não parece que vai parar, não gostaria de uma carona? O meu carro é aquele preto ali – o homem de preto apontou um carro estacionado ali mesmo na calçada logo atrás de um veiculo azul.
N não era idiota, e não gostava daqueles olhos avaliativos e esfomeados sobre si. Fechou a expressão e recuou alguns passos para longe do intruso
- Não precisa senhor, eu estou esperando alguém- mentiu sem remorso algum- acabei chegando adiantado e junto veio a chuva, não precisa se incomodar comigo – Sorriu forçado para o homem e se afastou mais, o outro por sua vez mediu N de cima a baixo e lambeu os lábios, lançou um olhar frio e meio magoado para Hakyeon e seguiu para o carro estacionado abrindo a porta e saindo dali.
N estava com medo, a adrenalina corria solta no seu corpo, chegava a tremer, acenou para alguns taxis desesperadamente sem se importar com a chuva, nenhum parou e ainda levou um banho gratuito de um deles, a chuva não dava trégua, e suas mãos tremiam tanto que ele chegou a guardar a caixinha no bolso da calça para evitar perder s mesma. Por mais que o homem de sobretudo preto tivesse ido embora Hakyeon sentia os olhos deles queimarem em sua pele. Frustrado por ter feito a idiota escolha de descer duas quadras antes do dormitório, resolveu tomar uma atitude pior ainda, correr ate em casa. Estava assustado e só queria o colo do seu rapper.
Agradeceu a Odin por ter saído de tênis, mas a calça de couro não facilitava, todo momento tinha que ficar puxando para cima, atravessou um faixa de pedestre e correu mais ainda. Estava na metade da quadra quando sacudiu o rosto pra tirar o excesso de água do cabelo, ele viu.
O carro preto virar a esquina e vir atrás de si. O coração acelerou e começou a bombear o sangue freneticamente em suas veias, ele já estava ficando ofegante e se forçava a continuar a correr, em seus olhos surgiam pequenos pontos vermelhos e ele começou a chorar. Chegou na esquina e se lançou na rua sem querer saber se o farol estava aberto ou fechado, avistou a portaria do prédio e quase caído obrigou o corpo a continuar, o carro vinha se aproximando dele por mais que a chuva fosse grossa o motorista segui em velocidade considerada alta para dias de chuva.
Hakyeon derrapou e se segurou nas barras do portão empurrando o mesmo e apertando freneticamente o botão da campainha. O cara do sobretudo desceu do carro, e correu atrás do moreno que sacudia o ferro do portão desesperadamente. Quando o estranho quase o tocou ele caiu para frente e se estatelou no chão, virou o corpo a tempo de dar um pontapé no portão fazendo-o fechar.
Deitado de costas pode finalmente ver In guk parado segurando-se nas barras do portão, o medo foi se transformando em fúria e ele se levantou rapidamente e pronto para socar a cara de seu sunbae.
- O que caralhos você pensa que esta fazendo? Quer me matar do coração? Eu quase infartei por sua culpa! – Hakyeon não conseguia acreditar que tinha ficado com medo daquele idiota que agora chorava copiosamente na sua frente.
-Desculpa Hakyeon é que você não me atendeu mais e eu queria sair com você, mas tudo na sua vida se resume a Ravi e VIXX, e você nunca tinha tempo pra mim. Eu queria que você me notasse. Por favor, me perdoa.
Hakyeon queria muito agredir o nomeado animal a sua frente, mas contentou-se em rir e cruzar os braços, nem se importava com a chuva, com a roupa molhada, e com o resfriado que certamente viria depois. Lembrou do sorriso de Ravi, acabou rindo novamente, as pessoas conseguem ser tão cegas e estúpidas.
-Vai embora Seo. Você não entende, e jamais entenderia, não tem como explicar esse sentimento, foi o meu coração que decidiu eu apenas aceitei. Eu te perdôo sim, mas nunca mais apareça na minha frente.
Virou as costas para o sunbae, e seguiu em direção ao dormitório. E mais uma vez a única coisa que queria era o seu rapper.
Entrou no apartamento como um demônio, ignorou Hongbin sentado na sala com Hyuk no colo e pensou que resolveria aquilo depois, seguiu ate o quarto e entrou pingando água por todo o caminho, mandou Jaehwan sair dali pois tinha assuntos pendentes a resolver, e lembrou o vocal de dormir com abafadores de ouvido se possível.
Pegou Ravi pela camiseta e o jogou no chão, montou em seu quadril e retirou a própria camiseta jogando-a em um canto aleatório do quarto, aquela noite seria diferente, muito diferente.
Aproximou-se do rosto confuso do rapper e mordiscou a orelha do mesmo somente para sussurrar em seguida:
-Eu vou te foder até você esquecer seu nome. Kim Whonsik.
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