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História Paper Plane - Na esperança...


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Olá amoras e amores!
Começo dizendo que não revisei e que deve estar cheio de erro kkkk mas eu estava louca para postar esse capítulo logo,então, eu reviso depois.
Espero que gostem!!

Boa leitura e recebam o oitavo aviãozinho de papel de BIS *-*

Capítulo 8 - Na esperança...


Fanfic / Fanfiction Paper Plane - Na esperança...

Namjoon tamborilava os dedos sobre a escrivaninha do seu quarto, esperando ansiosamente por uma mensagem, que pudesse resolver seu futuro com uma certa pessoa.

Há dois anos, seu ex namorado Kim Seokjin, foi obrigado a viajar com seus pais e com seu irmão, para o Japão, onde eles viveriam por tempo indeterminado, o que acabou fazendo com que os dois terminassem o namoro que três anos que eles tinham.

Na época, Namjoon praticamente implorou para que Seokjin ficasse, mas por mais que ele quisesse ficar, seus pais nunca permitiriam, o que acarretou na viagem da família inteira e em Jin sumindo completamente do mapa.

Nam tentou entrar em contato com o ex namorado, mas por ordem dos pais, este foi obrigado a trocar de número, para evitar que coisas da sua antiga vida o atrapalhassem e o fizessem ficar triste. Assim, a distância separou os dois, mas o amor que um sentia pelo outro, nunca morreu.

Namjoon se pegava várias vezes pensando no dia em que Seokjin terminou com tudo entre eles, usando a desculpa de que não queria faze-lo esperar demais, já que a volta para a Coréia do Sul, era uma ação incerta. Por mais que aquela opção não tenha partido do coração de nenhum dos dois, o término do relacionamento foi algo que eles tentaram, achando que poderiam seguir seu futuro, ao lado de outra pessoa; porém, o que não esperavam, era que aquele amor cresceria cada vez mais, criando um vazio infinito dentro de ambos os peitos, que incapacitava todos dois de terem um relacionamento com uma outra pessoa qualquer.

O último beijo dado, foi no dia em que terminaram o namoro, horas antes de Seokjin embarcar para o Japão, e o próximo beijo, poderia ser dado horas depois daquela mensagem chegar no celular do Namjoon, porque finalmente, Jin estava voltando para a Coréia com seu irmão Hoseok.

•••

*~*~*

Jeongguk acordou feliz, principalmente porque, quando olhou para seu criado mudo, encontrou um aviãozinho de papel de BIS, o qual Taehyung usara para responder sua mensagem voadora de boas-vindas.

O garoto estava de mudanças, então, obviamente, seus cadernos e bloquinhos de desenho, estavam embalados dentro de alguma caixa, o que o impossibilitaria de arrancar uma folha e responder Jeongguk. Mas sua irmã, como sempre esperta e perspicaz, abriu um BIS que estava no seu bolso, pegou o papel e o entregou para o Kim, sugerindo que o mesmo respondesse, nem que fosse num mini avião, mas que não deixasse Jeongguk esperando pela resposta.

A mensagem de agradecimento foi pequena, devido ao tamanho do papelzinho do chocolate, mas foi o suficiente para fazer Gukie sorrir abertamente e contar para o outro que eles seriam vizinhos de quarto também. Taehyung se sentiu bem com aquilo, e quis muito debruçar na janela, e ficar batendo papo com seu amigo; mas o quarto vazio e as caixas empilhadas, o chamavam para o serviço, então, ele foi seguir a ordem de seus pais, de que primeiro vinha a obrigação e depois a diversão.

Por mais que Gukie quisesse também ficar conversando com Tae ou com Hyuna, ele sabia que tinha os exercícios de matemática para fazer, então, ele se sentiu obrigado a fechar a cortina do quarto, para evitar que, a cada número que escrevesse, ele se levantasse e chamasse o outro para passar o tempo.

Aquele fim de semana seria corrido, e eles mal se veriam, mas Jeongguk se sentia radiante de felicidade, ao se lembrar que, além da sala de aula e do tempo de trabalho nas lojas, eles ainda poderiam conversar pela janela, quando voltassem para casa; e mesmo sem saber que Taehyung gostaria de fazer aquilo, ele ansiava correr até a janela e gritar um enorme e sonoro bom dia, fazer com que o outro acordasse feliz; mas seus pensamentos malucos foram cortados pela raiz, quando ele ouviu vozes vindas do lado de fora, anunciando que o outro já estava acordado, então, não teria muita graça. Ele já estava acordado.

Jeongguk se levantou, fez suas higienes matinais, e quando desceu para tomar café, encontrou seus pais já organizando algumas coisas para a festa de aniversário de sua mãe.

— Bom dia, mama, bom dia, papa. – Falou de modo brincalhão, chamando a atenção dos dois, por estarem vendo algo inédito, que seria seu filho acordando de bom humor.

Gukie caminhou animadamente até a cozinha, e preparou um misto quente com suco de laranja, para tomar café.

— Estão precisando de ajuda em quê? – Jeon voltou para a sala, vendo que seus pais estavam ajeitando os potinhos que colocariam as batatas fritas que serviriam de entrada, antes do jantar ser servido.

— Gukie, eu preciso que você organize lá fora, pode ser? – Sua mãe respondeu sorridente. – Jimin já está vindo com a Shin-hye e quando eles chegarem, o Jimin te ajuda lá fora.

— Tudo bem. – O garoto deu uma mordida no seu misto e ficou encarando os enfeites que seus pais haviam feito naquela manhã.

— Você convidou o Taehyung? – Seu pai perguntou, com um sorriso sugestivo estampado nos lábios.

— É, eu convidei, mas ele disse que eles não poderão vir, porque têm que organizar as coisas da mudança. – Jeongguk terminou de comer seu misto e virou o suco de laranja de uma vez, garganta afora.

— Que pena. – Eun-hye falou com um semblante chateado no rosto. – Mas depois eu falo com eles de novo, vai que mudam de ideia, não é?

— Eu acho difícil. – Gukie respondeu simples, ao que caminhava de volta para a cozinha, para lavar seu copo e o prato que havia colocado o misto quente.

Ele realmente gostaria muito que os Kim viessem para a festa de aniversário da sua mãe, e uma pontinha de chateação brotou dentro do seu peito, mesmo sabendo que eles não viriam por um motivo maior.

Jeongguk se sentiu egoísta, ao querer cem por cento da presença do novo amigo, sendo que o outro tinha afazeres importantes em casa. Ele sabia que uma mudança deixava a vida das pessoas de pernas para o ar, mas mesmo assim, seu subconsciente o fazia desejar imensamente que, nem que fossem por trinta minutos, os Kim saíssem de casa e fossem prestigiar sua mãe.

Eun-hye havia deixado escapulir que Taehyung tivera uma vida difícil, o que deixou Jeon mais do que curioso para saber o que acontecera no passado, que provavelmente foi o pontapé inicial para deixar o garoto tão tímido e inseguro. Gukie gostava muito dele e queria fazer o possível para que o jovem Kim se sentisse bem, ali no novo bairro e no novo colégio. Pela aproximação de ambos, ele imaginava que estaria fazendo um bom trabalho, mas ao julgar que algo realmente já aconteceu e ao lembrar da fala de Taehyung quando o mesmo fora vítima das chacotas de Jooheon  — “Qual a graça que vocês acham em me fazer chorar? Porque? Eu sou realmente tão estranho assim?” –, fazia o coração de Jeongguk se apertar de uma forma que nunca havia apertado antes.

•••

*~*~*

— Jeongguk, me ajuda aqui que está pesado! – Jimin veio correndo, carregando dois pacotes de gelo.

— Ah, hyung, por que não trouxe só um? – O mais novo foi ajudar o primo e acabou molhando a blusa inteira, pela humidade dos sacos.

— Nós temos que andar rápido com isso, porque daqui a pouco, os convidados vão chegar. – O garoto de fios rosados respondeu como se fosse óbvio.

— Para de exagerar. – Jeon resmungou e tirou a blusa molhada, deixando-a pendurada no varal.

— Hum, que sexy. – Jimin gargalhou, apertando os gominhos da barriga do primo.

— Para com isso! – Jeongguk se juntou nas gargalhadas do mais velho, ao que tentava escapulir de seus apertos e cócegas.

— Se seu namoradinho ver isto, ele vai gostar.

— Cale a boca, peste. Que namorado, o que?

— Vai me dizer que não gosta dele? – Jimin cruzou os braços.

— Claro que gosto, ele é meu amigo.

— Aham. – O de fios rosados assentiu com um tom irônico na voz. – E ele vem te ver?

— Hyung, se ele vier, vai ser para comemorar o aniversário da minha mãe, e não para me ver. Mas eu acho que não.

Ao dizer isto, Jeongguk não percebeu que o seu novo vizinho apareceu na janela do quarto e estava fitando-o sem camisa lá em baixo.

As bochechas do Kim, coraram feito um tomate, o que o fez dar dois passos rápidos para trás, se sentar na cama e torcer infinitamente para que nenhum dos dois garotos o tivessem visto. Ele queria muito chamar pelo Gukie, e contar que ele e sua família iriam na festa de aniversário, mas a coragem se esvaiu, impedindo que qualquer tipo de som saísse de sua boca.

Taehyung encarou o celular sobre a escrivaninha e se lembrou que não tinha o contato do seu amigo, o que o fez torcer o nariz e pensar em como faria para avisar a Jeongguk, que ele estaria na festa em questão de horas.

— Pensando no Gukie? – A voz fina de Hyuna invadiu o quarto do Tae, o fazendo dar um leve sobressalto na cama, e sorrir amarelo na direção da irmã.

Os irmãos Kim eram deveras unidos. Apesar da diferença de idade, e de sexo, eles sempre contavam um para o outro, e a confiança que eles mantinham nessa irmandade, era linda. Taehyung sempre desabafou com sua irmã, sobre as coisas da sua vida; das ruins, até aquela que ele pensava que pudesse ser boa, mas que no final, foi um fracasso.

Hyuna sempre se abriu para o irmão, em busca de alguma palavra acolhedora e de conselhos, aqueles que, quando vindos do Tae, eram os melhores e mais sábios.

Não havia motivos para mentir e dizer que não estava pensando em Gukie, porque, por mais que o pensamento fosse uma simples dúvida, de como faria para avisar que estaria na festa, este não deixava de envolver o vizinho. Então sim, ele estava pensando em Jeongguk.

— É, eu estou. – Um sorriso doce estampou seus lábios e os da sua irmã, que achou imediatamente, que fosse um pensamento mais sentimental.

— E está pensando no que sobre ele? – A pequena Kim correu para a cama do irmão e se deitou no seu colo. – Em como ele é lindo?

— Não seja boba, Hyuna. – Taehyung passou a acariciar os fios macios da irmã. – Eu só queria avisá-lo que nós vamos na festa, mas eu não tenho o número dele e eu fiquei com vergonha de chama-lo.

— Quer que eu chame para você?

— Não! – O garoto falou mais alto que deveria e arregalou os olhos. – Obviamente ele me perguntaria o porquê de você ter o chamado por mim.

— Hum... – A menina pegou uma mecha do cabelo e começou a brincar com ele. – Tae, eu posso te perguntar uma coisa?

— Pode.

— Você gosta do Jeongguk?

— Claro que gosto, Hyuna, eu-

— Não, mas eu quero saber gostar de verdade, tipo pelo lado romântico da coisa.

— Eu não posso gostar de ninguém desse jeito, mana. – O Kim sorriu sem mostrar os dentes. – Eu nunca mais vou gostar de alguém, dessa forma.

— Mas, Tae? – A pequena se ajoelhou na cama e ficou da altura do irmão. – O Gukie é diferente. Você não pode se privar de ficar com alguém assim, só porque uma vez não deu certo.

— Hyuna, Jeongguk é apenas meu amigo, e eu vou sempre tratá-lo como tal. – Respondeu firmemente. – Eu gosto muito dele, por ter sido a primeira pessoa a conversar comigo naquele colégio, por demonstrar que gosta da minha amizade, e por sempre estar ao meu lado, independente se estamos no colégio ou não. Gosto dele, da mesma forma como gosto do Yoongi, da Dahyun e do Namjoon.

— Estes que você quase nunca fala a respeito, sendo que você desenha o Jeongguk todos os dias desde que viu que estudavam juntos.

— Eu gosto de desenhá-lo, Hyuna!

— Porque, Tae? – A garota perguntou de um jeito intenso, fazendo o irmão parar para pensar no porquê de tanto desenhar o seu colega de classe.

— Eu não sei. Só gosto de desenhá-lo, principalmente quando ele sorri, o que era meio difícil de ver. Eu consigo desenhar ele com uma facilidade que nunca tive para desenhar qualquer outra coisa. Os esboços dele saem perfeitos e pela primeira vez, eu gosto de um desenho que eu faço.

— Você não gosta apenas do desenho, Tae. Você gosta dele.

— Não fala isso? – Taehyung choramingou, olhando de um jeito desesperado para a irmã. — Não é possível que eu sou carente a ponto de me apaixonar por qualquer pessoa que me dê atenção.

— Você se apaixona por aquilo que valha a pena. – Hyuna o abraçou. – Da última vez não foi assim, mas todo mundo erra, até o coração da gente. Mas Gukie é especial.

— Mana, eu não estou apaixonado por ele.

— Tudo bem, não precisa chorar. – A garota secou uma lágrima que desceu pelo olho direito do irmão e lhe deu um beijo na bochecha. – Se você diz que não, é porque não gosta. Eu só quero que saiba que se apaixonar por alguém não é um crime, e muitas vezes, as histórias podem ter um final feliz.

— Não existe finais felizes para mim. – Taehyung falou de maneira triste.

— Talvez você não tenha um final, talvez você terá continuação, ou algo infinito. – Hyuna deu um sorriso meigo e chamou a atenção do irmão que encarava o chão. – Mas voltando ao assunto do vizinho lindo, por que não envia um avião de papel igual ele fez?

— Você acha?

— Eu acho. Envie um aviãozinho dizendo que vai, e quando ele entrar no quarto, vai ter uma baita surpresa.

— Será que ele vai gostar?

— Claro que vai! Ele não estava insistindo tanto para você ir?

— Sim.

— Então. – Hyuna deu de ombros e sorriu abertamente. Antes que seu irmão dissesse algo, ela se levantou da cama, pegou seu bloquinho de desenho e o entregou juntamente com uma caneta. – Não perca tempo. – Foi a única coisa que ela disse antes de caminhar para fora do quarto, afim de deixar seu irmão sozinho com o caderninho.

A jovem Kim sabia que seu irmão estava apaixonado pelo vizinho, e ela estava disposta a fazê-lo enxergar isso. Ela sabia que seria muito difícil para Taehyung, aceitar o sentimento e assumir que Jeongguk mexia com ele; mas se dependesse dela, ele aceitaria de bom grado e seria feliz, como ele deveria ter sido da outra vez.

Tae estava apaixonado e Gukie também, mas ainda faltava eles perceberem isto.

•••

*~*~*

Depois de organizar todo o jardim e depois de ouvir seu primo falando na sua cabeça, que ele deveria convidar o namorado de novo, Jeongguk subiu para o quarto, afim de tomar um banho e se arrumar para a festa da sua mãe.

Ele estava meio cansado, mas todo esforço valeu a pena, ao ver o sorriso meigo de Eun-hye, quando ela viu o resultado final da organização do filho e do sobrinho.

Jimin era aquele tipo de sobrinho puxa saco, que adorava mimar a tia, e fazê-la ficar sorridente com qualquer coisa que fosse, já que sua mãe sempre pensava que os excessos de elogios eram por algum interesse – o que obviamente sempre era. Então, ao ver que a amada titia tinha ficado extremamente satisfeita com tudo, ele ficou mais eufórico ainda, louco para que aquela festa começasse logo.

Gukie não aguentava o jeito açucarado com que sua mãe e Jimin se tratavam, então, ao terminar o serviço, tudo o que ele precisava, era de um banho e de pelo menos dez minutos de descanso sobre sua cama.

O moreno entrou no quarto, reclamando imensamente pela dor nas costas que sentia, até avistar algo que, não fora ele que fizera, e que muito menos estava ali, quando ele deixou o cômodo mais cedo: um avião de papel, perfeitamente dobrado, jogado de qualquer jeito sobre sua escrivaninha.

Um sorriso largo já se formou nos seus lábios, ao ter certeza absoluta de onde que aquele avião viera. Seu coração disparou por um motivo desconhecido, e uma sensação de nervosismo tomou conta de si, o fazendo ponderar um pouco, antes de correr até o móvel e abrir o papel.

Com uma caligrafia perfeitamente desenhada, e de um tamanho digno por estar numa folha bem maior que uma simples embalagem de BIS, Jeongguk fez questão de ler em voz alta, palavra por palavra que se encontrava ali.

— “Não sei se é tarde para avisar, e também não sei se esse bilhete é relevante para você, mas gostaria de lhe contar que conseguimos organizar tudo da melhor forma possível, e que mais tarde, estaremos aí para prestigiar a Eun-hye. Espero que tenha ficado feliz. Abraço, Tae.”.

Gukie sorriu abertamente, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. Claro que a mensagem do castanho o avisando sobre sua ilustre presença, era importante; mas algo além da mensagem, fez o coraçãozinho do jovem Jeon pular para fora, saltar dentro do quarto inteiro e depois voltar para dentro do corpo: no pé da página, estava lá, perfeitamente assinado, o conhecido e curioso “V”.

— É claro que esse bilhete é relevante. – Gukie falou para si mesmo, ajeitando o aviãozinho e o colocando na sua gaveta, juntamente com o do papel de BIS. – Relevante o bastante para evitar que eu tenha um treco ao te ver aqui... – Soltou um riso soprado e respirou fundo. – E relevante o bastante por você ter acabado de me dar a chance de comentar sobre seu desenho, V.

•••

*~*~*

Jeongguk estava no jardim, encarando cada convidado, à espera infinita de que seu amigo chegasse logo na festa. Depois do banho, ele respondeu o Kim, com um novo aviãozinho de papel, falando que estava muito feliz por recebe-lo em sua casa e que aguardaria ansiosamente pela chegada do outro.

Enquanto Gukie contava infinitas vezes a quantidade de convidado que chegava, ou contava a quantidade de batatas fritas que ingeria, Jimin o irritava, falando que ele estava com uma cara fechada por não ter o namorado na festa.

— Ele não é meu namorado, hyung. – Falou num tom sério, pondo-se a caminhar para dentro de casa.

Se ele viria, por que estava demorando tanto para chegar?

Taehyung, por sua vez, estava todo arrumadinho, sentado na sua cama e deixando seus pensamentos a mil por hora. Seus pais haviam dado uma saída rápida, para comprarem um presente para a aniversariante, e deixaram os filhos em casa.

O aviãozinho de papel que Jeongguk havia enviado pela janela, há algum tempo atrás, estava na mão do Tae, que lia e relia cada palavra, ao se lembrar da insistência de Hyuna, em dizer que ele estava apaixonado.

Não poderia estar apaixonado, poderia?

Era estranho estar pensando nisso, pois da última vez que esse sentimento apossou de seu coração, o felizardo que ganharia seu amor, o traiu da pior maneira possível, fingindo que eram amigos; mas a verdade, é que ele apenas se aproximara do Kim, para saber de coisas da sua vida e sair contando para os outros.

Pela primeira vez, Taehyung comprou flores para alguém, e pela primeira vez, ele estava disposto dar seu primeiro beijo naquela pessoa por quem seu coração batia mais forte. Naquele dia, o céu amanhecera claro e ensolarado, perfeito para um passeio no parque. O Kim pensou que um parque seria o cenário perfeito para ilustrar seu primeiro beijo; mas o que ele mal sabia, era que aquela confissão, serviria para receber uma gargalhada perversa e palavras de cortar o coração. Tais palavras que foram proferidas por aquele que ele acolheu como amigo e deixou o sentimento de amizade crescer.

Nunca chegou a ser amor, mas apenas por ter percebido que nunca ganhara um amigo de verdade, ele resolveu que pessoas não valiam a pena, principalmente porque todas elas gostavam de vê-lo chorando. Cada lágrima que saía de seus olhos e cada suspiro que ele dava, ao tentar se esconder dos tapas e xingamentos que ganhavam dos seus colegas, eram o suficiente para que aquele bando de monstros se sentissem bem. Para eles, Taehyung era um nerd chato, queridinho dos professores e um alienígena estranho, com olhos que mudavam de cor.

“Eu nunca seria amigo de um alien, está maluco? Ah, e aproveite, e leve estas flores de volta para o planeta de vocês.” – A ex paixonite dissera, em meio a outras pessoas que passavam no parque. – “Apaixonado por mim? Eu tenho é nojo de você, Taehyung. Você é nojento, repugnante, e se não for servir para fazer minhas atividades escolares, você não presta para nada, seu alienzinho de merda.” – Cuspiu as palavras, sorrido perversamente a cada lágrima e soluço que o castanho dava.

Taehyung ficou ali, sozinho, se lembrando de cada palavra, e fitando seu reflexo no rio, pensando no que ele tinha de tão ruim, para as pessoas o odiarem tanto. Ele só queria um amor, só queria contar seu verdadeiro sentimento pelo amigo, mas tudo não passara de uma paixão nada recíproca.

Hyuna sempre soube que aquele garoto não nutria o mesmo tipo de sentimento pelo seu irmão, já que ela o via fazendo as atividades escolares do outro, e via quantas vezes ele negava em sair com o Tae para algum lugar. Taehyung estava cego, achando que finalmente tinha ganhado um amigo, mas tudo não passava de uma mera ilusão.

Tae se lembrava de tudo, deixando as lágrimas escorrerem copiosamente pelo seu rosto. Ele ainda sentia a dor de ser rejeitado, e ainda sentia a dor do ferimento que abriu naquele dia, o fazendo acreditar que era uma aberração em meio às outras pessoas perfeitas. Todos do colégio ficaram sabendo da sua rejeição, e aquilo serviu para que ele fosse alvo de chacotas por um longo período, o que o deixou péssimo, e o fez jurar para si mesmo, que nunca mais seria amigo de ninguém e não se apaixonaria por mais ninguém.

Bem, amigos, ele já tinha quatro. Uma parte da sua promessa estava inegavelmente quebrada; e paixão? Segundo sua cabeça, ele não estava apaixonado por Jeongguk. Mas Hyuna dizia que sim, seu bloquinho cheio de esboços dizia que sim, seus sonhos diziam que sim, a vontade de estar perto do garoto, dizia que sim; o sorriso de Jeongguk dizia que sim e seu coração estava quase aos berros dentro do peito, o falando para se libertar dos problemas antigos e se deixar levar, dizendo a Taehyung, que ele batia mais forte toda vez que os olhos dos garotos se encontravam, e isso não era apenas por amizade.

O jovem Kim não assumiria isso de jeito nenhum, mas ele resolveu dar uma chance ao seu coração saltitante, e chegou à conclusão de que não privaria os sentimentos de surgirem. Gukie era uma pessoa diferente, e se aquela bondade toda fosse real, ele não negaria mais a verdade que lhe encobria o peito.

Mas ele ainda precisava ter certeza.

•••

*~*~*

Jeongguk já tinha ingerido quatro copos de suco e comido dois potinhos de batata frita, afim de passar tempo. Jimin estava ao seu lado, contando sobre as aventuras com as pessoas que ele ficava, enquanto Gukie queria soca-lo, por brincar com o coração de tanta gente.

— Você não se cansa, não? – Falou sem paciência, recebendo uma cara estranha do primo. – Você não se cansa de estar qualquer dia com um, usando as pessoas?

— Eu não uso ninguém, Jeongguk. Eu já te falei que sei com quem me envolvo. As pessoas também só ficam comigo por ficar. Você acha que eu nunca tentei ter um relacionamento sério com ninguém?

— Do jeito que você fala, eu acho que não.

— Mas eu já tentei, eu já dei a chance para uma pessoa que queria ficar comigo e já tentei ser um namorado bacana; mas essa brincadeira de namoro sério, não durou nem um mês. Eu não sirvo para isso, não consigo me apegar a ninguém.

— Você acha que vai achar alguém especial?

— Eu não sei, Gukie, pode ser que eu encontre. – O garoto de fios rosados deu de ombros. – Mas eu não se se existe alguém que possa me completar, do jeito que eu vejo que o Taehyung te completa.

— Não fala besteira. – Jeon falou simples, ao que passava a encarar o próprio copo vazio.

— Se você acha que não é notável o brilho dos seus olhos, quando falamos dele, se você acha que seus ciúmes passam despercebidos e se você acha que ninguém notou em como você ficou mais feliz depois que ele entrou na sua vida, você vai me desculpar, mas você é completamente cego. Está cego por ele, está tão cego, que não repara em quantas vezes, você fica o encarando, perdido em qualquer pensamento que seja, e esboçando um sorriso bobo. Você está apaixonado, Jeongguk, só aceite isso. – Jimin pegou um potinho de batatas e saiu andando para o lado de fora da casa, deixando o primo sozinho com seus pensamentos.

Gukie realmente gostaria de pensar no motivo pelo qual se coração saltitava, toda vez que chegava perto do Kim, e talvez, todos já tivessem essa resposta, menos ele.

Um suspiro alto saiu de suas narinas, o obrigando a dar passos largos na direção da porta, mas assim que chegou na mesma, travou em seu lugar, observando seu amigo chegando na festa, junto com seus pais e sua doce irmã.

Taehyung estava deslumbrante com uma camisa azul clara, calça branca e tênis branco com preto. O garoto caminhava timidamente, com aquele sorriso tímido estampado nos lábios e morrendo de vergonha pela recepção exagerada que Eun-hye fazia ao vê-los chegando.

Seus olhos passaram a varrer cada cantinho do quintal, em busca de Jeongguk, mas antes que ele continuasse a procurar, o moreno deu um passo à frente, chamando a atenção do outro, o que fez com que os olhares de ambos se encontrassem imediatamente.

Aquela troca intensa de olhares, que fez os dois coraçõezinhos baterem forte dentro dos peitos. Como um personagem que apenas serviam para compor a cena, Hyuna olhava com atenção, o jeito apaixonado com que um olhava para o outro, e em outro canto do jardim, Jimin percebia a mesma coisa. A certeza agora era outra; a paixão não vinha apenas de um deles.

Aquilo não podia estar sendo mais recíproco e visível a olho nu.

— Boa noite, hyung. – Jeongguk cumprimentou seu amigo, como se ele fosse o único presente na festa.

— Boa noite, Gukie. – Taehyung respondeu da mesma forma, sem dar atenção até para a própria aniversariante.

Gukie deu um abraço rápido no vizinho, e aquele toque foi o suficiente para fazer com que os braços de ambos se arrepiassem. O moreno se afastou e fez questão de encarar aqueles olhos perfeitos mais uma vez.

— Hoje eles estão verdes de novo. – Comentou baixinho. – O que o verde significa?

— Esperança. – Tae respondeu no mesmo tom, associando a cor dos olhos, com todo o pensamento que passara pela sua cabeça mais cedo.

Talvez, seus olhos retratassem aquilo que ele sentia, e naquele momento, tudo o que ele queria e tudo o que ele tinha, era esperança.

A esperança de realmente sentir algo por alguém que fosse especial.

Uma infinita esperança, de que seu mundo ganhasse cor.


Notas Finais


Então, gostaram??
Como já devem ter percebido, os casais secundários serão falados no início de cada capítulo, porque meu foco aqui é Taekook e é isso que vai ser kkkkkk
Estão gostando da história? Me contem? Eu quero muito saber *-*
Um grande beijo para cada um que reserva um tempinho para ler minha historinha <3
Meu twitter: @kimiejeon


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