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História Paper Plants - Capítulo único


Escrita por: lesterdocx

Capítulo 1 - Capítulo único


O clima estava tão brando quanto o gosto de sangue que Dan Howell sentiu em sua garganta quando acordou. Sua mente estava confusa e seus pensamentos dançavam dentro de sua cabeça como se eles fossem controlados por um vento, que lentamente estava se tornando um furacão.

Ele abriu seus olhos; ele estava no banheiro da escola sentado ao lado de um vaso sanitário. Ele não fazia ideia de como tinha parado lá, as únicas coisas que ele conseguia lembrar eram gritos.

Seu olhar encontrou sua mochila que estava sobre a pia, livros e lápis espalhados pelo chão. “Merda” ele murmurou, sua voz estava fraca e rouca. Dan foi até sua bolsa, todo seu dinheiro tinha desaparecido; ele jurou poder sentir a melancolia invadindo suas correntes sanguíneas assim como a dor tinha invadido seu corpo.

Depois de arrumar suas coisas, ele caminhou pelo corredor, procurando seu armário. Suas mãos estavam tremendo, então foi um pouco difícil destrancar o cadeado, mas ele conseguiu, e o que seus olhos encontraram sobre uma pilha de livros foram dois pequenos origamis no formato de plantas.

Dan estava tão concentrado em seus pensamentos; ele nem sequer ouviu os passos que vinham em sua direção, e já era tarde demais quando ele se assustou com o som que a porta de seu armário fez ao ser empurrada bruscamente por um garoto, Steven. Dan fechou seu armário, colocando as chaves em seu bolso.

“Ei idiota, pensei que você estivesse morto” a boca de Steven sibilou, fazendo com que um calafrio descesse pela coluna de Dan como um raio. “É por isso que eu não estou feliz, você ainda está respirando” Um sorriso afetado apareceu em seu rosto enquanto ele falava com Dan, o fazendo se sentir tão efêmero e frágil quanto os origamis que ele estava segurando. “Espera, eu não preciso fazer nada com você, preciso? Você consegue perceber sozinho que ninguém se importa com você, então você finalmente vai se matar e todo mundo vai ficar feliz já que ninguém vai ter que ver o seu rosto horrível toda manhã” Dan tentava ao máximo segurar suas lágrimas ou ele acabaria iniciando uma tempestade bem no meio do corredor. “Ninguém nunca vai amar você, quem seria tão retardado a ponto de amar um cara que não consegue nem se defender? Ah, eu esqueci que você tem um namorado; você é tão gay. Você vai queimar no inferno, Howell”.

Dan se sentiu mal com essas palavras, especialmente as últimas. Não porque elas foram dirigidas a ele, mas porque a mente de Steven era tão fechada a ponto de pensar que gostar de pessoas do mesmo sexo é algo ruim. Além do mais, ele nunca tinha dito que era gay ou qualquer outra coisa relacionada a sua sexualidade, rótulos não eram algo que ele apreciava, ele sabia que era, bem, ele, e isso era o suficiente.

“Será que eu preciso te lembrar de que você é estúpido?” Ele disse, empurrando Dan contra os armários. O garoto começou a correr o mais rápido que podia, quase tropeçando nas escadas e começando a correr quando ouviu os passos que o seguiam.

Dan correu até o segundo andar, notando que uma das portas estava aberta e indo até ela. Seu coração estava batendo tão rápido, ele podia jurar que o mesmo estava a ponto de explodir como uma estrela faz quando morre.

Ele finalmente percebe que haviam outras cinco pessoas na classe; uma delas era um professor escorado na lousa, onde estava escrito Detenção em letra de forma.

“Quem é você?” O professor perguntou, Dan tentou recuperar o ar que havia perdido antes de mentir: “Eu perdi o meu papel da advertência, me desculpa pelo atraso”. Seus pensamentos rápidos eram uma das únicas coisas de que ele se orgulhava, bem, não muito, as vezes eles causavam crises existenciais e colapsos mentais no meio da madrugada, mas ele não estava pensando sobre isso no momento. Pelo menos lá ele estaria seguro e não seria nocauteado, repentinamente ser observado por um idoso pela próxima hora não parecia algo tão ruim assim.

O professor aceitou sua mentira; ele sentiu o alívio preencher seus pulmões, observando a sala de aula. Ele viu um garoto de cabelos negros sentado no fundo da classe, rabiscando alguma coisa no seu caderno. Ele era a pessoa menos intimidadora lá, então Dan achou que sentar perto dele não podia ser uma má ideia.

Ele conhecia o garoto, ele era Phil Lester e tinha aulas de artes e matemática junto com Dan, porém eles nunca tiveram uma conversa. Dan apertou os origamis, que ainda estava entre seus dedos, quando ele viu que o menino desenhava as mesmas plantas e flores nas folhas de cor creme.

Ele sentiu um arrepio ir do seu coração até a ponta de seus dedos quando suas pupilas encontraram os olhos castanhos de Dan, Phil estava tão distraído pelo garoto alto, ele quase havia esquecido do cheiro de sangue seco.

Dan havia dissipado o clima artístico, então ele começou a guardar seu caderno na sua mochila verde, suas mãos tremiam e ele tentava não olhar para o garoto que estava sentado ao seu lado. “Seus desenhos são incríveis” o garoto de olhos escuros disse, soando um pouco desapontado pois ele realmente estava gostando de observar o outro criar linhas com seu lápis. Ele parou na metade do caminho, colocando o caderno novamente sobre a mesa.

“Sério?” Phil estava inseguro; um sorriso surgiu em seu rosto pálido quando ele viu Dan brincar com os pequenos origamis e concordar com sua cabeça, mostrando que não estava mentindo. “Eu não acho que eles são tão bons, mas obrigado mesmo assim”.

Dan estava curioso, o que alguém tão tímido e calmo havia feito para acabar na detenção? Seria falta de educação perguntar? Bem, sua reputação já estava acabada, então ele não estava se importando com o que Phil acharia dele. “O que você fez? Sabe, pra vir parar aqui na detenção”.

A respiração de Phil havia se tornado audível; Dan havia esquecido? “Hm, nada” foi tudo o que ele pode dizer, mordendo seu lábio inferior. Os pensamentos de Dan tentaram formular milhares de teorias, mas nenhuma parecia estar certa.

Ele apenas continuou a encarar aquele rosto pálido, haviam manchas de sangue logo abaixo do nariz de Phil e havia um machucado no final de sua sobrancelha ruiva. Memórias começaram a voltar a sua mente, ele começou a se lembrar.

Steven estava brigando com ele no banheiro, então Phil entrou lá e disse algo que Dan não conseguiu lembrar, Steven deu um último soco no seu rosto e a cabeça de Dan bateu em algo, tudo lentamente começou a ficar preto enquanto ele ouvia palavrões e gritos.

“Dan?” Ele o chamou, ele esteve preso naquele devaneio por pelo menos cinco minutos. “Você tá bem?”

“O que o Steven fez com você?” Dan disse em um tom mais alto, fazendo com o professor reclamasse dele. Phil estava confuso; Dan havia lembrado? Por que ele se importava?

“Nada”. Ele cobriu seu rosto com as mãos. “Eu to bem”.

“Não, você não tá. Por que você impediu ele? Você não precisava, eu já estou acostumado com isso”.

“Você não devia estar acostumado; eu não deixei ele continuar porque ninguém devia estar acostumado com isso” Phil disse, tirando as mãos do rosto e olhando para os seus olhos brilhantes, sussurrando: “E porque eu me importo com você”.

Dan ouviu e sorriu, se levantando e sentando na cadeira na frente de Phil, que estava corado por perceber que Dan ouviu sua última frase. Ninguém nunca havia dito que se preocupava com Dan, e isso o fez se sentir um pouco importante. Dan segurou seu queixo com suas mãos, apoiando os cotovelhos na mesa de Phil e encarando os olhos profundamente azuis de Phil, que o lembrava de um céu limpo.

Ele achava isso estranho, que as pessoas apenas apreciavam o céu quando o Sol estava se pondo ou nascendo, ignorando todas os tons de azul que ele tomava durante o dia. Os olhos de Phil eram como o céu ao meio dia, quando os raios de Sol amarelos se misturavam com os tons azuis; e isso era exuberante.

“Me sinto especial” Dan deixou escapar, ainda olhando para aqueles olhos vibrantes.

“Você é” Phil disse, brincando com seu caderno, o arrastando pela mesa. Ele acidentalmente o deixou cair, o caderno se abriu numa página com um desenho de um garoto de olhos castanhos. O olhar de Dan achou o desenhou enquanto Phil tentava desesperadamente pegá-lo.

“Espera, aquele é...” Dan disse, não acreditando no que acabara de ver. O desenho era bonito, mais do que isso, chegava a ser maravilhoso, então como poderia ser Dan se ele não se classificava com nenhum desses adjetivos?

A face pálida do garoto estava tão vermelha como uma rosa, suas mãos tremiam e sua voz travava: “M-Me desculpa, você d-deve estar achando que eu sou estranho e...”

Dan estava em choque, mas não exatamente bravo: “Não, eu aprecio o trabalho que você colocou no desenho”.

“M-Mesmo?” a voz de Phil estava fraca, Dan concordou e sorriu. Ele pegou um dos origamis, uma flor, e colocou sobre a orelha de Dan.

Apenas então, Dan percebeu. Sim, ele era tão efêmero e frágil quando aquele pedaço de papel, mas isso era necessariamente algo ruim? Assim como aquelas plantas de papel, a vida um dia acabará, mas não é sobre isso que a vida é; ela é sobre aproveita-la enquanto ela é nova e surpreendente, enquanto podemos apreciar sua complexidade e nos apaixonar pelo garoto dos olhos azuis


Notas Finais


Essa foi uma fanfic que eu escrevi para um concurso no Wattpad que o tema é dentenção, o resultado ainda não saiu btw.
Eu nem estava pensando em traduzi-la porque eu não achei que ela ficou tão boa, mas eu estava entediada e isso acabou acontecendo, espero que vocês tenham gostado <3


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