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História Par Perfeito - Café e donut


Escrita por: girassoldegaveta

Notas do Autor


<3

Capítulo 5 - Café e donut


Fanfic / Fanfiction Par Perfeito - Café e donut

fanfic por taehyungerie — betagem por ssabrinabo

 

Já fazia pouco mais de uma semana que Jeongguk e Taehyung não se encontravam na lanchonete; contudo trocavam mensagens todos os dias.

Ao que tudo apontava, o mais velho curtia sua primeira semana de namoro com Chanyeol. Devia estar sucumbindo a magia inicial daquilo. 

O rapaz não brincara quando dissera que ninguém mais voltaria a beijar Taehyung. Firmaram o compromisso em momento posterior ao encontro quase perfeito.

Seokjin observava Jeongguk almoçar com Yoongi. O de fios mentolados fizera questão de dar emblemático apoio moral ao dongsaeng, detendo-o com tapinhas nas costas e palavreados pouco carinhosos. O Min sempre fora alguém realista demais. Sua maior qualidade também era seu pior defeito, mas não se sentia como a bruxa malvada de histórias infantis. Em sua mente transparente, Jeongguk já era grandinho; já era instruído a lidar com diversas realidades que inundavam seu universo preto e branco.

Induzia-o a amadurecer convenientemente. Por mais que Jeongguk não ligasse para vocábulos sinceros, ainda era sua pequena criança levada. Temia vê-lo ferido por algo que tampouco lhe arrancava sentimentos profundos. Yoongi era cuidadoso com as palavras somente por amar Jeongguk.

Divergente do sentido romântico amava-o como um irmão. Sentia desgosto apenas de se imaginar beijando o Jeon. Argh!

De qualquer modo, o moreno não queria conselhos sendo esfregados contra sua cara. Dizia estar bem; dizia não estar afetado pelo sumiço repentino de Taehyung, mas seus olhos noturnos expeliam o oposto. A falta fazia-o associar mínimas coisas ao ninfo encantado, desde a gargantilha de qualquer garota que observava na rua até o moletom azul bebê de uma criança de colo.

Estava enlouquecendo.

 – Não fique assim, dongsaeng. É normal que namorados não se desgrudem na primeira semana juntos. Logo, logo você poderá vê-lo outra vez e ouvi-lo falando sobre as românticas aventuras que você jamais terá, tudo bem? – Yoongi massageava os ombros alheios. Mesmo que não fosse um mestre nato sobre relacionamentos, compreendia o que o rapaz sentia – embora gostasse de provocá-lo com frases afiadas, fazendo jus à sua língua cortante como navalha –, afinal; levara um fora do garoto pelo qual sentia um macroscópico interesse.

Estaria mentindo se dissesse que não sentira seu coração doer.

Talvez eu não seja suficiente.

Poucas pessoas sabiam de sua extrema insegurança quanto a relacionamentos. Desinteressante demais, pouco charmoso. Aquela era forma como constantemente se via. Não acreditava muito quando seus melhores amigos lhe estapeavam a cabeça e o mandavam engolir seus medos ilusórios.

Somente Min Yoongi não enxergava o quanto era ideal.

 – Eu levei um fora, você levou um fora, até mesmo o amigo de Taehyung levou um fora, mas, diferente de nós, ele foi o único que se deu bem. Soa injusto, não? – O mais novo brincava com o gelo de seu refresco; o dedo submergindo no líquido.

 – Taehyung é o nome do garoto, não é? Eu já estava me esquecendo. – Era a segunda vez que Yoongi perguntava aquilo.

Uma regra que ambos os amigos propuseram era a de não revelar, em hipótese alguma, o nome das pessoas por quem se interessavam. Uma regra boba que ambos seguiam a risca, e que Jeongguk quebrara ao deixar escapar o nome do novo amigo no último almoço juntos. Todavia Yoongi não se importara; nunca vira Taehyung antes.

A regra surgira há alguns anos, quando se interessaram pela mesma garota e desencadearam a primeira briga com hematomas legítimos. O maior não fazia ideia que os punhos do mais baixo poderiam ser tão pesados.

Pensara que sua face se deformaria com a série de socos brutos que levara, mas não se mantivera passivo quando arrancara sangue de Yoongi. Achara que o mesmo havia desmaiado quando o observara imóvel no chão.

Namjoon e Jin os pararam a tempo. Não faziam a mínima ideia do que aconteceria se não tivessem os encontrado.

Afastaram-se por um ano, até o momento que a saudade batera mais forte que a mágoa alimentada. Juraram fidelidade à amizade, diferenciando o verbo “ficar” do “gostar”. Não dispunham de qualquer culpa quando a garota – que outrora servira de motivação para o afastamento dos garotos – enganara-os ao se envolver com ambos simultaneamente.

Tudo parecera mudar naquela temporada de Primavera, onde os dois confessaram interesse por outros garotos. Passaram a se interpretar como um poema exposto sem carecer de nomes. Ao menos, Jeongguk não carecia saber o nome do rapaz que atingira o coração de seu hyung.

Yoongi trataria de se recordar do nome Taehyung. Cairia fora se o próximo garoto com quem se relacionasse tivesse o mesmo nome – conquanto confiasse que o Kim não lhe soava mentiroso. O Jeon deixava claro o quanto a personalidade do ninfo era algo ímpar.

Taehyung era regado de honestidade.

 – Eu já sinto falta dele, hyung. – O dongsaeng murmurou manhoso, rindo ao ver o bico desgostoso do companheiro.

 – O que eu acabei de te dizer, Jeonggukie? Ele aparecerá para você, só tenha um pouco de paciência.

 – Já que a minha dignidade foi para o espaço, não é mesmo? – Jogou suas reclamações sobre o garoto, sentindo seu celular vibrar sob o bolso das jeans. Era uma mensagem de Taehyung.

 

“Hey, Kookie! Eu estou com saudades. Topa ir ao parque de diversões que inaugurou próximo da Blue Roses? O meu namorado e meus amigos também estarão lá, leve algum amigo com você”.

 

Meu namorado.

Jeongguk quis chorar como uma criança, mas disfarçou a tormenta rindo secamente. – Acho que quebrarei nossa regra outra vez, Yoongi hyung.

 – O que está dizendo, Gukkie?

 – Não te fará mal conhecer minha paixão platônica hoje. Topa ir comigo ao parque de diversões perto daqui?  

 

 

• ● •

 

 

  – Eu não acredito que estou compactuando com isso. – O mais velho dava passos pesados, enquanto Jeongguk tentava acompanhar seu ritmo quase frenético. – Você não pode simplesmente ir sozinho?

 – Hyung, o Taehyung vai estar com o namorado dele... e eu tenho certeza que os amigos saberão se virar sem mim. Acha mesmo que eu iria sozinho apenas para ficar sobrando? – Silêncio. – Ele me pediu para levar um amigo... Você é o meu melhor amigo, hyung.

Yoongi não deixaria perceptível o quanto aquela afirmação amoleceu seu coração. Assustava-se com o quão terrivelmente adorável Jeongguk se tornava em questão de segundos. Uma astúcia que sempre lhe arrancaria tudo o que o outro desejasse. Criança maldita. – Está certo. – Deu de ombros, avistando a entrada do parque. – Onde eles disseram que nos esperariam?

 – Ao lado da bilheteria.

 – Humpf... E o que eu ganho atendendo às suas vontades, Jeon Jeongguk? Me comprar com comida está fora de cogitação.

O moreno revirou os olhos. Yoongi tirara o dia para ser desagradável; talvez ele marcasse datas específicas em seu calendário digital para quando fosse se mascarar com um semblante entediado e abusar de respostas insensíveis. O dongsaeng tivera o azar de, justamente, pegá-lo numa daquelas datas.

Suspirou pesado. – O que você quer? – O aconselhável era entregar-se de bandeja para o lado infernal do Min sem hesitações.

O de fios verdes pareceu ponderar. Mordiscou o interior da bochecha enquanto seguiam rumo à bilheteria. – Você terá de fazer meus trabalhos teóricos durante dois meses, sem protestar ou tentar se safar de sua nova obrigação para com o seu adorado hyung.

 – Ei! Não ferre de vez com a minha droga de vida, Yoongie. Qualquer coisa, menos isso. – O Jeon odiava esforçar-se em algo que não lhe pertencia.

 – É pegar ou largar, dongsaeng. Você sabe que se não aceitar, irei te propor algo muito pior, não sabe?

Ah, Jeongguk sabia, e preservaria a própria pele. – Fechado.

 – Ótimo, agora ande logo, pois seu amiguinho está te esperando. 

Avistaram Taehyung e Chanyeol ao lado de mais dois garotos. Talvez o dia estivesse quente ou fosse apenas o grande fluxo de pessoas que fez uma vertigem subir pelos membros corporais de ambos os amigos.

A saliva pertencente às bocas miúdas secou. Estacaram no lugar.

As bochechas de Yoongi continuavam artificialmente coradas, mas ele não mais obtinha certeza se o blush era o que tornava suas maçãs chamativas. Seu rosto queimava como o inferno.

Eu estou morto.

 – Hyung...

A voz esganiçada tomou sua atenção. Viu-se estranhando o tom morbidamente pálido do garoto.

 – Ainda temos tempo suficiente para virar as costas e fingir que não os conhecemos?

 – P-Por que está dizendo isso?

 – E por que você está gaguejando? – O moreno engoliu seco. – Aquele garoto ruivo... Foi ele quem me deu um fora há mais de duas semanas.

Yoongi gelou; os gritos animados se tornaram abafados em sua audição. Nunca fora um homem de sorte, mas o azar de Jeongguk pareceu grudar-se a ele como chiclete. Inferno. – Bem vindo ao clube, amigo, pois você está falando de Park Jimin; o cara que me deu um fora há dias.

Jeongguk quis morrer. O universo ria fervorosamente dele; cuspia contra sua face; dava-lhe rasteiras contínuas que feriam sua estabilidade mental. A vida comum de qualquer indivíduo requeria uma pitada de azar, mas as circunstâncias que o rondavam pareciam despejar toneladas de algo ruim. Uma dose mortal.

Coincidência ou casualidade?

O destino era um fator de acontecimentos ocasionados por uma ordem cósmica, fazendo-o seguir percursos naturais, onde nada existente poderia escapar.

O destino de Jeon Jeongguk cruzava uma maré de má sorte.

 – Por favor, Yoongi. Me diga que isto é alguma brincadeira de mal gosto.

 – Ainda não acabou. – O mais baixo fitou-o de esguelha. – O outro cara se chama Jung Hoseok... Eu dei um fora nele.

 – Me mate agora. – O moreno desordenou suas madeixas, notando que os outros dois garotos pareciam tão pálidos quanto Yoongi e ele.

 – Pense rápido, dongsaeng. A sua paixão platônica está vindo.

Não tinha mais tempo.

Apenas aceitaria o “percurso natural” de sua vida.

 – Oi, Kookie! – Taehyung lhe acenou com animação, puxando Chanyeol pela mão. – E você é... – Suas órbitas avelãs repousaram sobre o desconhecido de fios verdes.

 – Yoongi, Min Yoongi.

 – “Min Yoongi”? – Pendeu a cabeça para o lado.

Já ouvira aquele nome antes.

 – Que coincidência. O meu amigo Hoseok gosta de-... – Calou-se ao distinguir o olhar penoso de Hoseok sobre o outro. As maçãs do rosto cândido estavam enrubescidas, enquanto o Min tentava se esconder na encosta de Jeongguk. – Oh, meu Deus! – Imediatamente tapou a boca, procurando algum socorro em Jimin – que não estava tão diferente do Jung. – Q-Que cara é essa, Jiminie?

O ruivo umedeceu os lábios. – Esse é Jeon Jeongguk; o cara que se confessou pra mim há duas semanas.

Taehyung imediatamente se virou para o moreno, estudando-o levar as mãos aos bolsos e olhar para as próprias botas mostardas. – Então o garoto que você mencionou...

 – Sim, é o Jimin. E o grand finale é que ele recusou Yoongi.

A cabeça do garoto girou como um chapéu mexicano e se desestabilizou como receber a pancada de bate-bates.  Encontrava embaraço e receio nos orbes de cada convidado e se sentiu culpado. Se soubesse o que aconteceria, não teria convidado Jeongguk para o passeio; guardaria a vontade de vê-lo até que pudessem sair juntos outra vez.

A verdade era que almejava encontrá-lo em outras situações que não envolvessem a Blue Roses. Calmamente, tecia uma adorável amizade sem perceber; sem controle para interromper-se.

Por consequência de sua vontade egoísta, acabara prejudicando todos que gostava, tornando uma saída amigável num reencontro problemático.

 – Eu não sabia que tudo isso havia acontecido em tão pouco tempo... Jiminie, por que não me contou sobre Jeongguk? – A frustração em sua voz era perceptível, tal como seu olhar tristonhamente indagador.

 – Tae... Não era algo que precisava chegar aos seus ouvidos, e você sabe muito bem o porquê. – O ruivo massageou as têmporas. – Ao menos, deveria ter dito o nome do seu novo amigo.

 – Eu queria te fazer uma surpresa!

 – Só por que ele é incrivelmente bonito? Eu sempre soube disso, Taehyungie.

Quiçá aquele passeio tenha se tornado mais do que algo problemático. Jeongguk não sabia onde enfiar a cara, enquanto Yoongi permanecia quieto, fitando qualquer ponto de distração que não fosse o olhar de todos aqueles garotos. Entrou em seu modo retraído.

 – Então você gosta do Jimin? – Hoseok se aproximou cautelosamente, dispondo de ousadia no momento que ergueu o queixo do Min com delicadeza. As vistas distantes e febris oscilaram sob seu toque repentino. Adorável. – Eu não imaginava.

Yoongi se odiou ao ver o brilho natural do garoto perder-se entre desapontamentos e desilusão. Após a faculdade, encontravam-se no mesmo ônibus e seguiam juntos à mesma rua. Eram vizinhos.

Não sabia clarificar os motivos que fizeram a luz de Hoseok se encantar por seu mórbido anoitecer.

Ele era um bom amigo.

 – Me desculpe. – Repleto de acanhamento, ficou na ponta dos pés e abraçou o rapaz.

Não se sentia apto a demonstrar o cuidado que possuía com todos que secretamente amava, mas, em meio ao contato morno, procurava mostrar a Hoseok o quanto se importava com seu bem estar; o quanto se importava com a resistência de seu coração ferido, mesmo que não o amasse como deveria.

Desejava um dia poder retribuí-lo da forma como o Jung merecia.

O outro deu um sorriso brilhante, devolvendo-lhe o abraço. Não se deixaria afetar por um amor não correspondido. Prezava por sua felicidade e pela alheia. Por esse motivo, disse a Yoongi que estava tudo bem. – Está tudo bem, eu prometo. – Afagou as costas do menor, ouvindo-o suspirar brandamente.

Jimin mordeu os lábios. Almejava que um dia Hoseok o olhasse como olhava para o garoto de cabelos esverdeados; que o tocasse com paixão; que lhe doesse o amor que sempre sonhara em receber. Contudo era grande o suficiente para saber que a vida não era como um campo de flores perfumadas. Tudo era da forma como deveria ser e não como gostaria.

Pegou-se olhando para Jeongguk, que ainda fitava o contorno de suas botas com desânimo ilustrado na face. – Ei, Jeonggukie... – Deslizou sua pequena mão pelo peito rijo do mais novo. – Se eu te machuquei, peço que me perdoe. – Massageou a região onde o coração pulsava rapidamente.

O Jeon sorriu doce, fazendo algo que não costumava fazer nem sob pressão. – Você não se machucou, pare com isso. – Deixou um leve selar sobre a bochecha do ruivinho, ganhando olhares questionadores de Taehyung e Yoongi – este segundo que prendeu a respiração quando Jimin abraçou-lhe como ele fizera com Hoseok.

Seu silencioso pedido de desculpas aqueceu o corpo alheio.

Tudo parecia bem.

Tudo se tornaria bem.

 – Que carinha é essa, Tae? – Jimin tocou em seu ombro.

 – Eu acho que estraguei tudo convidando vocês para virem até aqui... Droga, me desculpem! – Cobriu seu rosto com os dedos finos. Sentia seus lábios tremerem conforme o silêncio vagava displicente. Foi somente após sentir o abraço aconchegante de Jimin e Hoseok que veio a sorrir como de costume.

 – Cale a boca e pense aonde nós vamos primeiro. – Hoseok o empurrou com os ombros.

Todos fitaram Park Chanyeol em sua pose desleixada.

O rapaz sorriu forçadamente. – Eu, hm... Vou comprar os ingressos. – Deixou um beijo nos lábios de Taehyung, acenando para os outros enquanto caminhava para a fila de ingressos.

Os orbes amigos fitaram-se pela primeira vez. Taehyung sentiu um ameno embrulho no estômago, sorrindo para Jeongguk que contemplava a gargantilha em seu pescoço. A gargantilha que ele lhe comprara.

 – Eu estava com saudades. – O dongsaeng abraçou-o pela cintura, erguendo-o do chão à medida que o ninfo se agarrava em suas costas. Repelia contato físico, mas com o hyung, e apenas com o hyung, necessitava controlar seus impulsos que clamavam pelos toques alheios. Tocá-lo demais era arriscado.

Os amigos refletiam sobre a cena.

Enquanto Hoseok se escorava em Yoongi e Jimin, questionava-se o porquê de Taehyung ter se apaixonado por Chanyeol, mas a agulha que o cutucava com legítima curiosidade era o fato de o Park ter aceitado seus sentimentos.

O rapaz sempre fora atencioso com o mais novo; sempre fora um amigo presente, mas tais características não o levariam a aceitar um namoro repentino.

Como Jeongguk, Yoongi dispensava contato físico em excesso, porém não se importou quando Hoseok e Jimin o tocaram.

Talvez seja o costume.

 – Eu realmente não sei o que Taehyung está fazendo com esse Chenyeol. – O Min murmurou, mais para si mesmo do que para os outros.

 – É “Chanyeol”, Yoongi hyung. – Jimin riu baixinho. – Nenhum de nós sabe.

 

 

O passeio distraiu as mentes joviais e os aqueceu de dentro para fora, mesmo que Jeongguk não tivesse se sentado ao lado de Taehyung na montanha-russa – o garoto demonstrara divergência ao dizer que tinha medo de altura, mas que adorava montanhas-russas.

Quis sentar-se no mesmo carrinho que Taehyung se sentara no bate-bate e, mais do que qualquer outro desejo, quis matar Chanyeol por ter obrigado o namorado a ir a casa fantasma quando o garoto bateu os pés e disse “não”.

Precisou afagar suas costas enquanto o amigo perdia a cor – tornou-se tão pálido quanto um miúdo grão de arroz.

À medida que a tarde passava e as pétalas de flores voavam, usurpou inúmeros sorrisos do mais velho, inflando o peito quando Taehyung sorriu ao ser presenteado com um gigante urso de pelúcia que ele ganhara numa barraca de tiro ao alvo.

Venceu todas as brincadeiras, o que arrancou olhares enciumados de Chanyeol. O rapaz precisou ir embora mais cedo, já que compareceria a um jantar familiar com os pais que retornaram da temporada de férias no Japão.

Jeongguk finalmente se viu sozinho com Taehyung.

Ou quase.

Yoongi deu a ideia de comerem alguma besteira no caminho.

Café e donuts foi a proposta de Jimin.

A cobertura das rosquinhas se dissolvia em sua boca e seu café amargo compactuava com o de sabor doce do Kim.

Ambos observavam Hoseok, Yoongi e Jimin se enclausurarem numa bolha particular. Conversavam animadamente sobre alguns rappers de suas playlists.

O Jung e o Park desenvolviam sobre-humana facilidade em arrancar sorrisos fáceis do Min, que se engasgava com café enquanto Hoseok fazia algumas imitações patéticas.

 – E o que aconteceu? – Taehyung mantinha seus pés enroscados aos do outro, inclinando-se para perto do moreno quando o rapaz o chamou com o dedo indicador. Ansiava saber o desfecho do primeiro encontro de Jeongguk, que ocorrera num parque de diversões como aquele.

 – Eu vomitei em seu vestido cor-de-rosa. – O Jeon deu de ombros, sorvendo seu café quentinho ao que o ninfo gargalhava espalhafatosamente.

Não se esqueceria do dia em que quase dera seu primeiro beijo. Havia se interrompido ao sentir a ânsia assolar sua garganta após ele e a garota saírem do carrossel em formato de xícaras coloridas.

 – Aquele brinquedo girava como o inferno, e ela nunca mais quis olhar na minha cara após isto.

 – Oh, eu sinto muito, Príncipe vomitão. – Taehyung ainda ria, rapidamente se calando quando o viu deslizar o polegar por sua boca manchada de granulado. Tudo ao redor pareceu embaçar, restando apenas o sorriso leviano do Jeon.

Ele fitou as faíscas de suas íris.

Olhos tão bonitos.

Somente naquele instante, Taehyung veio a se dar conta da beleza que Jeongguk possuía. Sentiu que o copo de café acabaria escorregando de suas mãos se elas continuassem a tremer como folhas de Outono trancafiadas num galho seco.

O embaçado se tornou cor-de-rosa quando o moreno puxou sua mão e abocanhou seu donut de chocolate enquanto lhe oferecia o donut dele.

Um donut mordido com cobertura de morango.

– Não me olhe desse jeito, hyung. Está me assustando.

Seus olhos heterocromáticos brilharam mais que o pingente fixado em seu pescoço. A rosa prateada não era nada se comparada àquelas órbitas escuras que mais lhe soavam como ladras de oxigênio.

Recordou-se de quando Jeongguk lhe dissera sobre o ponto culminante de cada momento.

Seu ponto culminante ocorreu no instante que o dongsaeng chegou pertinho e roçou a ponta dos dedos contra um dos rasgos de suas jeans. Dos lábios acerejados, o sussurro manso escapuliu tão rápido quanto um piscar de olhos.

  – Hyung, você é lindo.

Suas bochechas adormeceram, e tudo o que fez foi agradecer num sopro fraco, logo fechando os olhos com força e sorrindo ao sentir a cobertura de morango deslizar pela ponta de seu nariz e cobrir sua pinta de nascença. Seus lábios moldaram-se num adorável retângulo.

Os três amigos observavam a cena curiosa, perguntando-se o que se passava nas cabeças mais jovens e repletas de cores aquarela.

Yoongi nunca entendera o que se harmonizava ou não.  Suas fotografias eram um pedaço dele; adequava paisagens, objetos e sentimentos que, de modo incomum, encaixavam-se perfeitamente.

Ao olhar para Jeongguk alinhando os braços do urso de pelúcia ao redor dos ombros de Taehyung, permitiu-se alcançar a câmera Polaroid do mais novo de dentro da mochila e bater uma foto de ambos, demorando-se ao sorver seu café forte.

Sentiu vontade de amar, tanto quanto de beber café e comer donuts. Aquela era a sensação que os mais novos lhe doavam, à medida que os minutos se arrastavam e seus fios mentolados vibravam com o toque do vento.

Não via nada mais correto do que afirmar que Jeongguk e Taehyung eram como café e donut.

Um par aconchegantemente perfeito.

 


Notas Finais


Eu ando sem tempo esses dias, amoras. De todo o coração, espero que entendam, pois o meu colégio está me espremendo contra os livros e não está me dando folga. Essa semana terei vários seminários para apresentar e na outra semana acontecerá minha avaliações bimestrais, então peço que tenham paciência comigo. :'(

Não se esqueçam de acompanhar minha 2short - que tentarei atualizar o mais rápido que eu puder: https://spiritfanfics.com/historia/corpo-celeste-6198164

Não saiam sem comentar! <3
Amo vocês~


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