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História Para Equilátero Falta Um Terço - A indecisão quase paupável


Escrita por: yoongato

Notas do Autor


Eu sei que sou uma pessoa muito descompromissada com fic em andamento, mas eu vou tentar, de verdade.
Sempre quis escrever algo assim, espero que gostem.
Boa leitura.
xoxo~

Capítulo 1 - A indecisão quase paupável


Eu sempre fui muito indeciso; se fosse doença seria diagnosticada logo na infância.

Quando o carro do sorvete passava na rua de casa eu deixava uma fila de crianças esperando atrás de mim por não saber se preferia sorvete de morango ou de chocolate; acabava levando de napolitano pra não correr o risco de me arrepender depois, o sabor creme vinha como prêmio de consolação por ter deixado de escolher um outro sabor que provavelmente seria tão bom quanto qualquer outro; eu poderia ter pego de pistache, menta com chocolate ou de maracujá.

Na escola eu acabava ficando nas carteiras da frente porque demorava demais para escolher um lugar definitivo; não podia ser muito atrás, eu não enxergaria a lousa por conta da miopia, – baixa mas ainda assim eu não possuía aquela visão excelente como a maioria da população. - também não podia ser muito na frente pois eu nunca poderia dormir na aula ou ouvir uma música na clandestinidade; mas eu entrava nesse dilema eterno e acabava ficando sem opção.

Cheguei a fazer mais de dez cursos e desisti por não saber se era o que eu queria para o resto da vida; uma pena pois eu poderia ter sido um Pianista renomado, ou um Técnico em TI meia boca e mal remunerado, quem sabe um Jogador da NBA; – esse sim é bem remunerado no mercado de trabalho. - mas parece que o destino não gosta muito de compartilhar a sua sorte comigo.

Eu sempre fui um cara conformado com minha situação; eu tentava ao máximo ser mais objetivo, agir sem pensar muito, ir lá e fazer e ponto. Mas era muito difícil; eu acabava permanecendo na dúvida e por isso perdia algumas oportunidades que poderiam mudar completamente meu futuro. Apesar de tudo, eu não odiava isso, na verdade agia como se não existisse, eu ignorava, até o momento em que não deu mais.

 

 

。。。

 

 

Acho que tudo começou quando Jung Hoseok entrou na mesma turma que eu; na época eu era um adolescente chato demais que pensava ter razão sobre tudo que dizia, com 17 na idade e metade disso na maturidade, umas ideias socialistas e um desânimo considerável. Eu era um carinha baixinho, folgado e com um humor frequentemente ácido. Jimin era o único naquela escola que aguentava o caótico Min Yoongi, e um dos poucos que se orgulhava em dizer ser meu amigo, o que tornava minha vida colegial um pouco mais interessante e menos solitária.

Aliás, conhecer o mais novo foi justamente um resultado dessa minha indecisão constante.

 

Eu costumava ler muito e quase toda semana ia a alguma banca ou livraria atrás de um volume novo, mas eu acabava sempre no mesmo corredor, com dois volumes nas mãos e uma incerteza quase palpável. Naquela semana em questão minha dúvida era entre duas séries de mangás que estavam sendo lançados na mesma época, e eu devo ter ficado uns bons minutos parado no corredor tentando decidir entre qual levar pra casa; de terror ou de aventura?

Foi quando um desconhecido parou ao meu lado e decidiu tentar me ajudar com tudo aquilo.

“Leva esse aqui, eu já li e achei bem maneiro”

O cara era da mesma altura que eu, e tinha uma voz engraçadinha; simpatizei com o sujeito de primeira, mas é claro que eu ia acabar questionando a opinião dele, afinal pretendia levar o outro; e eu também não dispensava um bom debate, principalmente se tratando do meu vício, claro que eu não pouparia palavras; acabamos divergimos nas ideias, e eu, teimoso, decidi levar o outro volume; no fim o mangá que eu escolhi era horrível, e quando vi o garoto na escola na semana seguinte tratei de lhe avisar para que ele não acabasse cometendo o mesmo erro que eu, e é claro que o idiota riu da minha cara afirmando várias vezes que estava certo desde o início. Como se fosse o Rei da supremacia Otaku. Desde aquele dia não nos largamos mais, e até hoje eu não sei se isso é uma coisa boa ou ruim.

 

Acontece que Park Jimin era tão baixinho e folgado quanto eu, por isso não me surpreendi quando ele arranjou confusão com o carinha de sorriso bonito – que depois de certo tempo descobri ser o tal Jung Hoseok, o novato.

Até hoje não sei bem como a rivalidade entre os dois começou, só sei que em um dia ambos eram desconhecidos, um para o outro, e no mês seguinte encaravam-se nos corredores ou trocavam farpas através de conversas curtas. Sempre existia aquela tensão no ar quando se esbarravam e faziam questão de olhar bem no fundo dos olhos um do outro, com um ar de superioridade inventado.

A essa altura eu já estava estressado demais com os dois; qual é, eu tinha que aturar Park Jimin bufando e xingando todos os dias, e do outro lado da moeda estava o cara bonito e simpático que virava uma fera só de ver meu melhor amigo.

Não vou mentir, o Jung era um cara muito simpático, de verdade; ele sempre fazia questão de me cumprimentar, - certa vez chegou até a atravessar a rua pra me acompanhar até a esquina. - e eu ganhava como brinde aquele sorriso enorme toda vez que nos cruzávamos pela cidade, mas era só Jimin estar por perto que a situação toda mudava da água para o vinho. Isso só dificultava e muito minha vida.

Eu queria me aproximar do moreno, ele tinha uma coisa que me atraia, não sei, talvez por ser simpático demais, bonito demais; e eu queria poder ter acesso a sua risada todos os dias, se me fosse permitido. Ele parecia ser um cara legal, claro, mas a coisa era muito mais sexual.

E no fim das contas era como se eu estivesse no meio de uma ponte; em uma extremidade estava o novato e junto dele vários pontos de interrogação, - que eu imaginava serem todas as faces do Jung a qual eu não tinha acesso. Era tudo aquilo que me instigava a querer saber mais; "será que ele sentia cócegas nos pés? Ele prefere sorvete de morango ou de chocolate? Talvez ele pudesse me ajudar a decidir o meu sabor favorito também". – e do outro lado da ponte estava Park Jimin, que não sentia cócegas nos pés e preferia sorvete de flocos a qualquer outro sabor; ele já havia desistido de tentar me ajudar a decidir meu sabor favorito, impaciente do jeito que é me comprou sorvete de morango e reclamou do tempo enquanto andávamos no parque.

É, se meu melhor amigo pudesse ler pensamentos provavelmente me mataria queimado, pois eu estou pensando novamente no novato de sorriso bonito.

 


Notas Finais


sorvete de pistache é o melhor sim.


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