Acordei com a luz clara da manhã incidindo nos meus olhos e resmunguei alguma coisa, grogue, revoltado. Tinha tido um sonho tão bom... Ela estava nos meus braços e ela me queria, ela me convidou para seu amor com um sorriso mole, bêbado, e eu pude dormir com ela de novo...
Acordar era tão ruim... Tão frio...
Estremeci e respirei fundo e o cheiro dela encheu minhas narinas, doce como só ela podia ser.
Abri os olhos e sorri ao vê-la. Ela estava dormindo profundamente, sua expressão era serena e um sorriso brincava no canto dos seus lábios. Tentei me erguer e ela uniu as sobrancelhas e resmungou algum protesto inteligível. Eu ri e beijei o topo de sua cabeça.
Ela respirou fundo.
- Sas. – sussurrou.
- Hina? – respondi.
Ela ficou tensa e abriu os olhos, confusa, se afastando de mim e erguendo o rosto para me encarar com os olhos perolados cheios de preocupação.
- Sasuke! – disse com surpresa – O que está...
Eu desfiz o abraço e sai da cama, segurando sua mão com força, a despeito da desconfiança no olhar dela.
- Hina... – comecei – Eu devia ter dito isso desde o começo, quando começamos a ficar sérios com a banda... mas... me desculpe. – consegui dizer finalmente – Pelas drogas, pelo mau-humor, por ter batido em você naquele dia, por ter deixado você ir, pelo álcool, pelas palavras, por decepcioná-la... pelo acidente...
Ela mordeu o lábio.
- Acidente? – baixou os olhos – Então...
- Você sofreu um acidente ontem.
Ela assentiu.
- Eu me lembro de alguns flashes... – admitiu.
Eu hesitei.
- Você quer que eu vá embora? – perguntei, cauteloso.
Ela balançou a cabeça.
- Não... Naruto... onde está o Naruto?
- Ele disse que voltaria hoje. – contei, me deixando cair num banco ao lado da cama, derrotado.
Ela olhou para mim, analítica.
- Você dormiu aqui? Comigo?
Assenti, triste.
- Você estava meio grogue ontem... – contei – Você disse que...
- Eu achei que tinha sido um sonho. – ela confessou.
Eu apertei os lábios e não disse nada, constrangido, derrotado, enciumado.
Ela também não disse nada e nós ficamos calados por uma eternidade de tempo, então, de repente, eu decidi que não aguentava mais e me levantei.
- Naruto deve chegar em pouco tempo... – declarei, sem olhar para ela e virei as costas para ir embora.
- Sasuke! – ela segurou a barra de minha camiseta.
Eu me virei para encará-la, surpreso.
- O que?
Ela me encarou com firmeza.
- Naruto e eu... nós nunca... – corou – Ele nunca me tocou.
A declaração me surpreendeu.
- Por que está me dizendo isso? – perguntei.
Ela encolheu os ombros e soltou minha camiseta.
- Você ficou comigo a noite toda? – quis saber.
- Eu teria vindo assim que sofreu o acidente, se não tivessem omitido a informação de mim... – me deixei cair de volta no banco – Orochimaru só me contou depois do show e eu tive que me esforçar para não soca-lo.
Ela deixou uma risadinha humorada escapar.
- Você veio. Basta.
Olhei para ela.
- Me perdoa? – implorei.
- Ainda não, Sasuke. – ela disse baixo, desviando os olhos.
- Por quê? – insisti.
- Porque você tende a cometer os mesmos erros. – olhou para mim – Você se apaixonou por outra coisa.
- Eu quero você. – a surpreendi – Eu não posso viver esta vida sem você. Como não ouve minhas lamentações nas letras que compus? – toquei sua mão – Hinata...
- Eu sei. – ela me interrompeu.
- Não! – esbravejei e me levantei – Deixe-me dizer! – impliquei e me aproximei de seu rosto – Eu amo você.
Ela corou, desviou os olhos e voltou a olhar para mim.
- O que você quer? – sussurrou, como que para si mesma.
Encolhi os ombros.
- Só me deixe observar você escrever e ficar por perto o máximo que puder. Me deixe tocar você. – ergui a mão para tocar seu cabelo negro-azulado – Me deixe beijar você, cuidar de você, amar você, fazer você rir... Eu não quero mais nada se puder ter isso.
- Isso não bastaria pra você.
- Basta.
Ela me olhou com desconfiança.
- Sasuke...
- Por favor? – implorei – Eu preciso de você, Hinata...
Ela apertou os lábios e suspirou.
- Uma... chance... – corou – Só... mais uma... – desviou os olhos quando eu sorri.
Eu colei nossas testas e ela olhou nos meus olhos.
- Me diga. – exigi.
Ela corou.
- Não! Ainda...
- Hinata. – interrompi – Me diga. – ordenei.
Ela olhou nos meus olhos.
- Eu amo... esses seus malditos olhos negros... – sorriu torto.
Eu sorri e a beijei.
- Isso vai bastar por enquanto.
Ela tocou meu rosto para me impedir de me afastar.
- Eu amo você. – disse, intensa, olhando dentro dos meus olhos – Sempre amei você e vou amar você para sempre. – jurou.
Eu sorri e a beijei de novo, me demorando em seus lábios.
- Vamos fazer aquilo quando sair daqui. – sussurrei entre os beijos.
Ela riu e jogou os braços em volta do meu pescoço.
- Definitivamente. – concordou.
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