-Ele faz psicologia – Contava Marcelina para Valéria através do telefone. - Ele mandou mensagem antes mesmo de eu chegar em casa, perguntando se eu estava bem e se tinha gostado da noite – Suspirou encantada.
-Nem me fala! O Gabriel me mandou mensagem hoje de manhã e foi super fofo, nem parecia o safado de ontem à noite – Riu sendo acompanhada pela baixinha.
-A gente tem que marcar de sair assim mais vezes – Propôs Marcelina animada.
-Com certeza – Concordou Valéria. – A Majo está querendo combinar de irmos um fim de semana lá para a casa de praia dela – Comentou. – E eu estou super a fim de ir, deve ter cada cara gato lá – Suspirou ouvindo Marcelina rir.
-Diz para ela marcar para o mais breve possível. Vai ser demais! –Dizia animada. Conversaram mais um pouco encerrando a ligação minutos depois.
Marcelina estava fazendo uma lasanha para o almoço, receberia a visita de Paulo e Alicia. Tinham marcado de ir à pista andar logo após o almoço e a baixinha ofereceu sua casa para a refeição.
Quando era perto das onze e meia, os amigos chegaram.
-Fiquei sabendo que a minha anã preferida está de papinho com o boy da festa – Alicia disse dando um sorriso malicioso em seguida. Paulo revirou os olhos.
-Mas a Val é fofoqueira hein? – A baixinha disse rindo. – Ele é um amor, Ali. Parece um príncipe.
-Vai se iludindo, mana – Disse Paulo se jogando no sofá. Alicia e Marcelina foram para a cozinha, para evitar a intromissão do garoto.
-Nem liga para ele, Marce – Disse Ali sentando na bancada. – É apenas ciúme.
-To sabendo – Falou verificando a lasanha no forno. - To louca para andar de roler. Me faz uma falta danada – Reclamou.
-E é por isso que você vai se acabar de tanto andar hoje – Alicia disse animada, fazendo Marcelina rir e concordar.
Colocaram a mesa e sentaram-se para o almoço. A comida estava excelente e os convidados não pouparam elogios, deixando Marcelina sem graça.
Após o almoço, arrumaram a mesa e pegaram suas coisas indo direto para a praça. Alicia e Paulo acompanhados dos skates, e Marcelina com seu inseparável roler.
Os skatistas foram para a parte onde tinham as pistas para fazer manobras, enquanto a baixinha ia para uma parte onde tinha o chão liso próprio para andar de roler.
Após meia hora, Marcelina decidiu parar um pouco e sentou-se em um banco para observar o lugar. Sempre bem movimento e com uma abrangente área verde, era um ótimo local para se passar um domingo com amigos e família. Alicia e Paulo estavam em uma espécie de disputa para ver quais manobras eram melhores, fazendo a baixinha rir dos dois. Passou o olhar por uma área mais afastada vendo duas pessoas aos beijos e revirou os olhos ao constatar quem era. Não sabia exatamente o que o melhor ou ex-melhor amigo tinha visto naquela azeda, mas aquilo a afetava de uma forma gigantesca a deixando chateada.
Respirou fundo e levantou, voltando a andar com seu roler. Sem perceber, começou a chegar mais perto de onde o casal estava e por um descuido, acabou se distraindo e desequilibrou. Fechou os olhos com força esperando seu corpo se chocar com o chão, mas isso não aconteceu. Abriu os olhos lentamente, deparando-se com a figura que a segurava e sorriu para ele, que retribuiu. Olhou para os lados percebendo que uma parte do pessoal que ali estava os observava, incluindo o casal maravilha. Endireitou-se sentando em um banco perto para tirar o roler e conversar com o garoto.
-Que coincidência, não? – Ele perguntou vendo-a assentir.
-Uma bela coincidência- Concordou sorrindo para ele, que retribuiu. – Obrigada. Ajudou a amenizar meu mico – Agradeceu envergonhada.
-Não por isso – Disse enquanto dava de ombros. – Você está linda – Comentou.
-Adora me deixar sem graça, hein? – Perguntou enquanto sentia o rosto esquentar.
-Fiquei feliz em te rever – Comentou. – Quer tomar um sorvete? – Perguntou para a garota que imediatamente concordou.
-Amo sorvete, não negaria de jeito nenhum – Falou enquanto ria, sendo acompanhada por ele.
Foram para a sorveteria que tinha ali perto. Pegaram os potes e foram colocando o que lhes era do agrado. Pedro pagou os dois, ouvindo os protestos vindos de Marcelina.
-Eu ia pagar o meu, Pedro – Brigou enquanto sentava em uma das mesas no lado de fora do estabelecimento.
-Eu te convidei Marce, nada mais justo – Se defendeu enquanto enchia a boca com sorvete.
Conversavam enquanto iam degustando o doce. Quanto mais conversava, mais Marcelina se encantava com o garoto. Parecia um verdadeiro príncipe.
-Me pergunto onde você estava esse tempo todo – Comentou a baixinha, vendo o garoto a encarar confuso. – Você é incrível, Pedro.
-Ah, obrigado – Agradeceu de forma envergonhada.
-Oi Marcelina – Mário saudou, acabando com o clima.
-Mário? – Perguntou a baixinha encarando o menino a sua frente. – O que faz aqui?
-Achei que a sorveteria fosse pública – Desdenhou Raissa revirando os olhos.
-Não seja ignorante – Respondeu Pedro, encarando a garota de forma repreensiva, recebendo um sorriso de Marcelina.
-E você é quem mesmo? – Perguntou Mário.
-Pedro Felipe – Disse olhando o casal à sua frente. – Sou amigo da Marce.
-Pois não parecia apenas “amizade” – Disse Raissa enquanto fazia aspas com as mãos.
-Não acho que seja do seu interesse, de qualquer forma – Pedro falou, vendo a garota o olhar de forma furiosa.
-Bom, o papo ta legal, mas já estamos de saída, né Pedro? – Marcelina avisou já levantando.
-Sim, já estamos indo – O garoto concordou acompanhando a baixinha. – Tchau para vocês – Despediu-se vendo Marcelina acenar e o puxar dali.
-Argh! Que raiva dessa biscate – Resmungou irritada.
-O que ela fez para te deixar dessa forma? – Perguntou Pedro sentando no banco ao seu lado.
-Nasceu! – Exclamou irritada, recebendo um olhar confuso do garoto. – Ah Pedro você viu como ela é. Vive me provocando e querendo me afastar do Mário.
-E porque ela iria querer isso? – Perguntou.
-O Mário é desde sempre, meu melhor amigo. Desde que começou a sair com ela, nós vivemos brigando- Contou chateada.
-Ah Marce, se ele deixa esse namorinho atrapalhar a amizade de vocês, ele não é merecedor dela – Opinou o garoto.
-Mas isso me afeta sabe? Tipo, eu conheci ele no terceiro ano do ensino fundamental e isso já tem doze anos! – Exclamou nervosa.
-Eu entendo você, mas saiba que eu sempre vou estar aqui caso você precise – Disse de forma tímida enquanto se aproximava. Puxou-a levemente pela nuca e a beijou. O mesmo beijo calmo e apaixonante do dia anterior, este que a deixava embriagada.
~*~
-Você viu como ela te tratou mal? – Perguntou Raissa, enquanto ia junto com Mário para casa dele.
-Vi Raissa, não precisa me lembrar – Reclamou irritado.
-Desculpa, mas é que eu não gosto quando ela te trata assim, Má – Falou de forma manhosa, puxando o braço do garoto e o abraçando. – Vamos ficar na sua casa? – Perguntou animada.
-Tudo bem para você? – A menina acenou afirmativamente com a cabeça. – Então vamos – Respondeu enquanto dava um sorriso desanimado.
-Não fica assim, ela te provocou o tempo todo – Falou Raissa.
-Eu que fui um idiota de ter ido lá falar com ela, afinal, ela estava acompanhada – Disse Mário, respirando fundo.
-Eu acho que vai dar namoro esses dois – Comentou a menina, vendo Mário revirar os olhos.
-Eu conheço o tipo dele. Se faz de bom moço e depois vaza – Falou raivoso.
-Não sei por que você se importa – Desdenhou Raissa. – Eu que sou sua namorada aqui, ela é apenas a irmã do seu melhor amigo.
-Em primeiro lugar, eu não sei como avançamos tão rápido, não me lembro de te pedir em namoro ou qualquer coisa do tipo – Falou contrariado. – Em segundo, a Marcelina é uma das pessoas mais importantes da minha vida e não apenas irmã do Paulo. E, aliás, como sabe que ele é meu melhor amigo? – Perguntou vendo-a arregalar os olhos e ficar nervosa repentinamente.
-É que você me disse no dia da festa – Falou dando um sorriso amarelo. – Não lembra?
-Na verdade não – Falou pensativo, dando de ombros em seguida. – De qualquer forma, essa é minha casa – Falou apontando para a casa em frente a eles.
-Já chegou filho? –Perguntou o pai de Mário assim que ele entrou em casa.
-Sim pai – Respondeu, puxando Raissa para dentro de casa e recebendo um olhar de confusão do pai. Natália chegou logo em seguida. – Essa é Raissa – Falou colocando a garota na frente do pai. – Estamos nos conhecendo.
-Olá Raissa, tudo bem? – Perguntou Germano vendo a menina assentir.
-Esse é meu pai e ela é minha madrasta, Natália – Apresentou e as duas apertaram as mãos em forma de cumprimento. – Cadê a Di?
-Na casa de uma colega – Respondeu Natália. – Quem diria hein, Mário? Sempre achei que a Marce seria nossa nora – Brincou vendo o esposo rir. Raissa revirou os olhos, enquanto Mário coçou a nuca sem graça.
-Vamos subir, qualquer coisa é só chamar – Falou puxando Raissa pela mão e a levanto para seu quarto. – Não liga para isso, Raissa. A Natália é assim mesmo.
-Não gostei dessa brincadeira – Falou irritada, se jogando na cama.
-É que a Marce sempre vem aqui para conversar e eu vou lá direto também. Eles sempre implicaram com isso – Explicou.
-Sabe como você pode me deixar melhor? – Perguntou de forma maliciosa vendo-o negar com a cabeça. – Assim – Falou o puxando pela camiseta os jogando na cama. Ela ficou por cima do garoto, o beijando de forma rápida, deixando claro suas intenções naquele momento.
Mário empurrou a garota de leve e inverteu as posições. Começou a distribuir beijos e chupões no pescoço da menina que ofegava e soltava alguns gemidos baixos. Em pouco tempo as roupas de ambos já estavam jogadas pelo quarto e o único som que vinha do local, eram os gemidos que se intensificavam cada vez mais.
~*~
-Podemos ir lá para casa se você quiser – Falou Pedro enquanto ele e Marcelina saiam do parque. Alicia e Paulo foram ao cinema e deixaram os dois sozinhos no local.
-Eu não sei. Não seria estranho? – Perguntou vendo o garoto negar com a cabeça.
-Eu moro apenas com a minha mãe e... – Deixou a frase no ar, enquanto encarava seus pés.
-E? – Perguntou a baixinha.
-Eu tenho uma filha – Revelou. Marcelina o encarou de olhos arregalados.
-Mas – Começou sem conseguir continuar.
-Eu sei, sou muito novo para ter uma filha – Falou gesticulando com as mãos. – É uma história meio complicada, mas posso te falar se você quiser.
-Não vou te cobrar que me fale sobre, apenas quando tiver vontade – Disse a menina sorrindo. – Mas me diga como é o nome dela?
-É Ana. Tem três anos – Respondeu sorrindo. – Vou apresentá-las, você vai gostar dela. É muito inteligente.
-E se puxou você, deve ser linda – Comentou a garota, vendo Pedro ficar corado.
Foram caminhando e conversando sobre Ana. Marcelina a principio ficou abismada, mas via nos olhos de Pedro o grande amor que ele tinha pela filha.
-Mãe – Chamou Pedro enquanto eles entravam na casa do rapaz. A casa não era grande e tinham brinquedos espalhados para todo lado. – Cheguei, quero te apresentar uma pessoa.
-Oi filho – Apareceu a senhora com uma menina loirinha nos braços, acompanhada de um sorriso acolhedor.
-Mãe, essa é Marcelina – Apontou para a baixinha que sorriu tímida. – Ela é uma amiga minha.
-Oi querida – Cumprimentou abraçando a menina que retribuiu. – Vai ficar para jantar?
-Você aceita, Marce? – Perguntou Pedro, vendo a menina assentir sem jeito. – Essa é Ana, o amorzão do papai – Falou pegando a garotinha no braço e a rodopiando no ar. Ana soltava gargalhadas altas, fazendo Marcelina rir junto. – Olha filha, ela é amiga do papai. Bonita né?
-É sim papai – Concordou sorrindo para Marcelina. Pediu para o pai a soltar no chão e foi até a baixinha. –Você é muito bonita Lina – Elogiou a menina fazendo Marcelina derreter com tanta fofura.
-E você é uma princesa muito linda – Falou abaixando em frente à menina que riu envergonhada.
Marcelina ficou conversando com Dona Noemi – mãe de Pedro- enquanto observavam Ana brincar em um tapete em frente a elas. Ela contou sobre o que aconteceu com seus pais, fazendo a senhora se comover com a história. Pedro logo veio chamá-las para o jantar, que ele mesmo preparou, se gabando ao ganhar elogios, fazendo todos rirem.
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