POV ENZO
Oito meses depois...
Os sons fortes e estridentes do choro de meus trigêmeos ecoaram por toda a sala cirúrgica fazendo Vida e eu sorrir como bobos.
Gabriel, Angêlo e Heitor nasceram carregando os traços do que havia de melhor nos genes Woodwork, Schreave e Singer. Eles eram diferentes, mas ao mesmo tempo semelhantes. Cada um portava nos olhos a singularidade dos clãs: Gabriel possui olhos tão azuis quanto os de minha mãe e irmã; Angêlo herdou os meus e de meu pai e Heitor, as esmeraldas de Vida. Esses são os que mais amo observar.
— Eles são lindos, amor! — elogiei emocionado ao me aproximar de minha esposa com dois deles nos braços. Estava morrendo de medo de derrubá-los, mas já havia treinado com Christian e um boneco assim que ele nascera. Amber ficara louca quando me viu manobrando seu filhinho daquela forma.
— Oh Meu Deus! — Vida exclamou ao tocar nas pequenas mãos de nossos bebês.
— Esses são Gabriel e Angêlo e aquele nos braços da enfermeira é Heitor! — apresentei-os conforme o momento do nascimento. Vida sorriu deixando uma lágrima teimosa rolar sobre o rosto. Ela estava mais linda do que nunca. Parecia o sol de tanto que brilhava.
— Obrigado amore mio.... obrigado por me dar essa vida extraordinária! Eu amo você e sempre irei amar!
— Sou eu quem deve agradecer pela chance de realizar o sonho de toda uma vida. Você me deu mais do que pensei merecer.... sou tão feliz que mal me contenho no corpo. Obrigada por me dar o céu e as estrelas.... obrigada por me dar mais três pedacinhos de você para amar.
Vida me fitou com ternura e amor ao acariciar meu rosto choroso. Os bebês já haviam sido levados para sala de pesagem e outros procedimentos. Eles iriam ser devolvidos já no quarto da enfermaria para onde estavam levando minha esposa.
Beije-a na boca de forma reverente para expressar toda a adoração que possuía. Vida sorriu para mim mais uma vez antes de captar a entrada de nossos pedacinhos do céu, agora já vestidos e examinados.
— Parabéns altezas! Os meninos estão muito bem de saúde e responderam adequadamente a todos os reflexos pertinentes a idade. — Dr. Aslan anunciara para minha alegria e a de Vida.
— Então mamãe... hora das sábias palavras! — avisei a minha linda esposa colocando Gabriel e Ângelo em seus braços enquanto apoiava Heitor de uma forma que ela pudesse manter contato visual.
“Eu lhes prometo ser sempre uma boa mãe, dando exemplo de virtude e de piedade. Eu prometo lhes educar para que sejam bons, justos, misericordiosos, fraternos, solidários e verdadeiros construtores da paz. Que Deus os abençoe meus amados, Gabriel, Angêlo e Heitor a fim de que permaneçamos sempre unidos e felizes.”
Ela finalizou beijando a cabecinha de cada um deles antes de exigir meus lábios.
— Ah... vamos com calma futuros monarcas! Mal acabaram de ter três filhos de uma vez só e já estão querendo fabricar mais? Esperem pelo menos a reabilitação acabar! — Caleb falou entrando no quarto carregando balões e ursinhos pequenos. — Larguem de safadeza e deixem-me ver meus sobrinhos netos!
A mãe de Caleb e meu avô se casaram há quase duas semanas e estão em lua de mel sem tempo determinado para acabar. Meu pai achou que seria mais prazeroso a eles, aproveitar os primeiros meses de casados longe de todo o burburinho que a união suscitara.
— Já escolhendo o genro irmão? — Lucca questionou adentrando o ambiente acompanhado de minha irmã e Isadora que exibia uma barriguinha discreta de três meses. Aspen e ela haviam se acertado e casado logo após Vida e eu. Foi uma cerimônia simples, porém cheia de emoção e muito amor.
— Em absoluto. Minha estrelinha será proibida para qualquer um desses três espertinhos aqui. Conhecendo a história dessa família, sei que até o olhar deles pode desvirtuar.
— Como se você pudesse impedir Val de se apaixonar! — Amber falou enquanto revirava os olhos para o melhor amigo.
— Um homem pode sonhar cunhada!
— Nesse caso você deveria afastar Valentina de Christian também. Já viu como ela fica eufórica quando estão juntos? — Vida salientou.
Caleb e Lucca compartilharam um som de náusea e asco.
— Vida! Não injete essas coisas na minha cabeça. Eles são primos e isso seria nojento! — Lucca pediu.
— Isso vindo do cara que dormiu com uma garota enquanto acreditava ser seu irmão! Quanta hipocrisia! — ela falou deixando meu cunhado mais vermelho do que pimentão enquanto todos nós, exceto Caleb, sorríamos.
— Não havia pensado nisso..... Amber! Mantenha aquele molequinho longe da minha Val!
Todos nós explodimos em uma gargalhada feliz, fazendo meus príncipes acordar para entoar a cantiga estridente e aguda do choro.
— Todos vocês, fora agora! — ordenei em falsa irritação fazendo todos sorrirem antes de se despedir.
A enfermeira adentrou o quarto carregando três pequenas mamadeiras e as distribuiu entre Vida e eu.
— Os meninos irão se alimentar com essa formular similar ao leite materno até que os antibióticos e os resíduos da anestesia deixem seu sistema circulatório. Após essa etapa começaremos a inserir a amamentação no seio por livre demanda.
Vida e eu acenamos em concordância por já estarmos cientes desse fato. Nós havíamos lidos incontáveis obras sobre o assunto e minha mãe forneceu ótimas dicas. Até mesmo sobre as posições mais relaxantes no momento da amamentação.
Logo que estavam alimentados e satisfeitos, os meninos caíram novamente no sono. Pus Heitor no berço hospitalar e ajudei Vida com Gabriel e Angêlo.
— Você precisa descansar amore mio. Colocar três meninos no mundo deve ter sido exaustivo. — sugeri a ela.
— Enzo... foi uma cesariana! Nem ao menos senti dor.
— O que não quer dizer que não deva descansar. Você precisa de repouso e aproveite enquanto nossos carinhas estão de bom humor. Tenho a impressão de que não teremos sossego por um bom tempo!
— Você sempre possui os melhores argumentos....
— Conviva com isso meu amor!
— Com todo o prazer!
Eu sorri ao beijá-la. Vida suspirou e fechou os olhos adormecendo no mesmo instante. Acariciei seu rosto e beije-lhe a testa antes de me acomodar na poltrona a fim de seguir o conselho que havia dado a minha esposa.
Eposa...
A felicidade em chama-la daquela forma nunca me abandonaria. Foram tantos os percalços, tantos as situações, tantos erros que quase me permitir desistir. Ainda bem que Vida não desistiu.
O choro manhoso de Heitor despertou-me dos devaneios e rapidamente fui ao seu encontro.
— Ei garotão.... o que está acontecendo? O berço não está aquecido o suficiente? — questionei acalentando meu pequeno príncipe no ninho que meus braços formaram. Heitor deu um muxoxo e se me mexeu para acomodar-se antes de pegar no sono novamente. Ele seria o manhoso da prole e eu não teria forças para lhe negar o que quer que fosse.
— Você é um pai muito manipulável! — a voz de Vida se fez ouvir apesar de seus olhos permanecerem fechados. Eu deveria saber que ela não possuía um sono tão pesado.
— Shhh.... nada de questionamentos mulher. Sou seu rei e não aceito ser contrariado.
— Sim meu senhor!
— Isso mesmo, seu!
— Para Sempre?
— Para Sempre!
FIM
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