O almirante Hoseok apenas ficou parado, ele tinha concordado em obedecer às ordens do rei, entretanto, nunca que tocaria em alguém indefeso e inocente, isso estava fora de cogitação. E mesmo que ele já tivesse tirado vidas, isso ia contra suas suscetibilidades cavalheirescas.
– Por favor, Jin, não! – A princesa implorou ajoelhando-se, seus olhos inchados relutaram a querer encher de lágrimas – Não se torne como ele.
Aquela declaração, por mais estranha que parecesse, tocou o herdeiro de maneira inesperada.
"Eu estou fascinado por ela, ao ponto de querer acatar todos os seus pedidos". O rei afastou o pensamento de imediato, balançando a cabeça de um lado para o outro, em seguida, os lábios dele se apertaram em uma linha fina e então, ele proferiu:
– Dessa vez deixarei passar por pedido de minha esposa, contudo, se vier a repetir alguma coisa a respeito de sua pessoa para comigo, eu juro pelo título que carregou de autoridade lusitana, que a farei sentir a dor que meu irmão sentiu ao ter aquele metal cravado na pele.
A senhora que tudo escutava, abaixou-se fazendo uma reverência exagerada.
– Obrigada, vossa alteza, és muito generoso – Logo ela se retirou apressadamente. Era clara a gratidão que ela sentiu ao ouvir tais palavras que a manteriam sã e salva.
– Meu senhor – A voz do curandeiro pode ser ouvida, o que despertou todos do devaneios.
– Como ele estás? – A Jovem Josefina adiantou-se preocupada.
– Não posso dizeres que perfeitamente bem, mas… – Ele respirou fundo, ato que fora repetido pelos outros que ali se encontravam – Creio que em alguns dias estarás.
Foi a vez de todos suspirarem em alívio.
O monarca, por impulso, agarrou a cintura da princesa, dando-lhe um abraço apertado, que nem havia se dado conta das lágrimas que tomavam o rosto do mesmo.
– Ele estás bem! – Ele repetia diversas vezes. – Ele estás bem.
Mal perceberam quando o príncipe mais novo havia acordado, embora com certa dificuldade, e sem se manter em pé tentou falar, porém som algum saía, apenas um grunhido desconhecido.
Com atenção agora voltada para si, ele se esforçou novamente, o que levou nessa tentativa a ter sucesso.
– Senti falta disso – O mais novo falou com um sorriso enviesado, apesar da dor que tomava toda a extensão do seu abdômen.
– Graças a meu santo Deus, vossa mercê acordastes – Josefina animou-se – Eu tenho muito a agradecer pela sua descuidada atitude.
– Perfeitamente, descuidada que salvaste sua vida, milady – Entoou Jungkook divertido, com um certo rubor em sua face, afinal, não era sempre que ele usava um vocabulário tão ousado.
– Mas não deveria ter o feito – O rei manifestou-se.
– Jin, eu posso ter aguentado, mas isso não seria certeza que ela o teria. – Havia verdade em seu tom.
O monarca deu uma risada amarga percebendo que o mais novo estava certo.
– Eu não suportaria a tamanha dor. – Ele deixou escapar.
E o seu irmão sorriu ao perceber que talvez fosse possível seu desejo se realizar, o que não passara despercebido pelo almirante Hoseok que observava tudo silenciosamente.
Um estrondo pôde ser escutado, o navio balançou de uma forma forte que o almirante segurou-se na parede para não cair, e o rei agarrou-se a princesa, para que ela não se machucasse.
– TERRA A VISTA – Alguém gritava do lado de fora – TERRA A VISTA.
Um burburinho de pessoas fazia-se presente, assim como uma multidão tomada pela curiosidade.
– Acho que chegamos ao nosso destino, vossa majestade – Um dos lacaios apareceu na porta.
– Ao nosso destino? – O rei proferiu confuso.
– Sim, vossa alteza. Todos estão se preparando para o navio atracar.
– Navio atracar? – Ele continuou a repetir.
– Jin? Vossa mercê estás bem? – Josefina indagou.
– Hm?
– Estás a imitar os papagaios, só repete o que os outros estão a falar. – Ela proferiu.
– Acho que a notícia fora um pouco inusitada para com meu irmão – Falou o irmão mais novo do monarca.
[…]
Descendo do navio, Josefina teve como ajuda o seu esposo, que deu-lhe a mão em apoio. De relance, ela olhou para trás encontrando os olhos da pessoa que feriu-lhe o coração. Ela abaixou a cabeça ao vê-lo ser segurado pelos guardas de maneira bruta.
– O que fará com ele? – Ela questionou
– Sei que não quer que eu o mate. Então deixarei para o meu braço direito tomar-lhe tal decisão – Ele falou apoiando-a no chão.
– E quem seria essa pessoa? – Ela perguntou esperançosa.
– Eu! – Um homem de cabelos tão claros quanto a luz do sol se fez presente. Sua pele alva, dava-lhe um ar mais angelical, contudo, sua voz era tão potente e viril que cortava-se essa pequena expectativa que se era criada ao olhar para ele. – Min Yoongi, vossa alteza – Ele abaixou-se brevemente em reverência.
A princesa retribuiu rapidamente.
– Pode me dizer que atitude tomarás? – A curiosidade falava mais alto, então, sem rodeios, questionou.
– E então, o que farás, Yoongi? – O rei indagou aguardando a resposta.
– Primeiramente, quem és o sujeito e o que fizestes? – Ele tentaria ser justo.
– Kim Taehyung – Jin falou afiadamente. – Digamos que ele fez isso. – Ele mirou para o irmão mais novo, que era carregado nas costas por um dos lacaios.
A expressão do loiro tornou-se dura, assim como o seu tom.
– E ainda estás a me perguntar? Queres que eu o mate ou faça vossa pessoa por si?
– Não! – suplicou a princesa. – Por favor, senhor, repense sobre sua sugestão.
–Conde – Yoongi corrigiu-a dando uma risadinha estrangulada. –Sabe quantas pessoas morreram por causa desse verme? – Um suspiro tristonho – Minha esposa morreu por causa dele. A minha esposa. – A raiva em seu tom era tangível.
– Eu lhe imploro – ela insistiu desesperada.
E ver aquele sentimento nela fez uma onda de satisfação invadi-lo.
– Eu não me importo de morrer – Taehyung falou, seus braços acorrentados por uma grossa corrente. – Afinal, a morte que tem a me temer. Talvez dessa maneira, eu possa mandar uma recado a sua falecida esposa.
– Seria bom se o fizesse, mas duvido que tocarás os céus – O conde Yoongi falou empiricamente. – Até porque, uma alma igual a sua, só estás condenada ao inferno.
– Contanto que eu leve quem me pertence comigo, não seria problema algum – O militar provocou.
– E quem seria essa pessoa?
– É engraçado, né? Pois ela estás a casar com outra pessoa, mas é aquele ditado, como amar alguém que nunca lhe amarás? – Taehyung mirou os olhos de Josefina, posteriormente o de Jin.
– Não conheço esse ditado – O rei falou firme.
O conde Yoongi crispou os lábios.
– Deixe-o viver, morrer não serás tão doloroso – O Conde Yoongi falou, mas de verdade não era isso que ele tinha em sua mente. O que ele queria era vingança, e agora que sabia qual era o ponto fraco do militar, esperaria o momento certo para assim atacar-lhe da mesma maneira qual fizera com sua esposa
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