História Para Sempre Sua (BTS) migrando para o wattpad, link no perfil. - Capítulo XXI

O almirante a arrastava pelos arredores do castelo, guiando-a até o lado de fora, por uma saída até então desconhecida pela jovem aristocrata.

– Xiuu! – Ele colocou os dedos sobre os lábios, em sinal de silêncio. – Se vossa pessoa fizer barulho, os guardas podem escutar e virem ao nosso encontro.

– Dá para me explicar o que estás a acontecer? – Josefina indagou confusa, vendo o moreno acena a cabeça para a frente. Movimento esse que a fez segue-lo com o olhar a caminho do percurso que ele sinalizava.

Foi quando se deu conta da pessoa que se fazia presente logo a sua frente. Kim Taehyung estava encostado em uma árvore. Um de seus pés apoiado sobre a mesma, depositando assim o peso de seu corpo sobre a madeira velha.

Como estava de noite e apenas o luar iluminava a região, seu rosto não estava tão visível. Mas isso já era o suficiente para deixar a mais nova rainha lusitana apreensiva.

Ele coçou a garganta e com uma breve reverência, o Almirante Hoseok saiu, deixando-os a sós.

– Então, isso tudo és obra tua? – Perguntou Josefina.

– De alguém deveria ser. – Ele falou direto, porém havia uma certa cautela em seu tom. – Não temos muito tempo, dessa maneira, serei rápido e breve.

Um silêncio ameno permaneceu no local, o que fizera com que o militar prosseguisse.

– Eu tenho uma proposta a vossa pessoa. – Seus olhos pairavam sobre os da princesa, enquanto ele se aproximava de seu corpo. – Quero casar-me contigo. Nós fugimos daqui, eu já consegui resolver tudo, moradia e até uma ocupação como pescador aqui perto. Não receberia a bocados, mas o suficiente para sobrevivermos. Inicialmente, viveríamos como foragidos mas, se quisestes, quando conseguirmos algumas pratas, tentaríamos ir para a França. Lá, serás tratada tão bem quanto a rainha. És tudo questão de tempo para termos a vida que sempre sonhamos.

– Já estou casada. – Ela respondeu e ele encarou-lhe incrédulo.

– Chamas isso de casamento? Sem a coisa mais importante que és o amor. – Passou a mão sobre os cabelos sedosos. – Ao menos que estejas acreditando que o rei tenha sentimentos por sua pessoa. Coisa que está mais visível que ele não tem.

A princesa engoliu seco. Era possível sentir um aperto em seu coração, e a sua mente queria acreditar que ele estivesse errado, mas no seus pensamentos mais profundos, ela sabia que não.

As palavras de Taehyung eram duras, contudo, não falavam mais que a verdade.

Ela abaixou a cabeça tentando esconder a sua decepção, quando ele segurou o seu queixo, fazendo-a encarar-lhe.

– Não vê? A pessoa que te amas estás bem aqui, a tua frente. Eu sou o homem certo para ti. O homem que sempre teve e terá o teu coração.

Seus dedos deslizaram-se pelo canto de sua bochecha, fazendo-a arrepiar-se. Ação essa que foi mais que o suficiente para acelerar os seus batimentos cardíacos.

– Eu lhe darei até amanhã. Caso vossa mercê aceite, estarei nesse mesmo lugar no cair da noite. Caso o contrário, entenderei como uma negação e não pensarei na hipótese de voltar atrás de minhas escolhas. – Dito isso, ele selou os lábios dela brevemente. Em seguida, sumindo no meio da escuridão, saindo assim do seu campo de visão.

Desnorteada, Josefina caminhava em direção ao seus aposento.

Fechando a porta com todo cuidado possível.

Seus olhos percorreram todo o quarto, deparando-se com o seu marido debruçado sobre a cama.

Silenciosamente, ela foi-se ao encontro dele.

Enquanto mirava o rosto sereno do seu conjugue, sua cabeça trajava uma batalha incessante de pensamentos, qual neles precisava tomar uma decisão.

– Casamentos arranjados nunca evoluíram para nada além de algo obrigatório – falou consigo mesma. Tentando chegar a uma conclusão de que atitude deveria tomar.

Na tentativa de afastar por um momento os pensamentos, ela vagarosamente deitou-se na cama, fechando os olhos.

Mas era algo quase impossível não pensar. Não depois de tudo que Taehyung lhe dissera. E foi assim que caiu em um sono profundo.

Mal sabia ela que o herdeiro lusitano estava a fingir dormir. E que tudo isso fazia apenas parte de seu plano.

[…]

Na manhã seguinte, o rei saiu ao amanhecer. Não queria estar presente para a fuga de sua amada ao lado do seu mais declarado inimigo. Inimigo esse o qual estaria entregando a sua esposa.

Dessa maneira, com lágrimas nos olhos, ele despediu-se da jovem com um longo beijo em sua testa e suas pequenas palavras singelas:

– Não serei a pedra em teu calcanhar. Terás a vida livre, ao lado de quem ama. Como sempre desejaste. A tua felicidade serás a minha, mesmo que de todas as formas me seja doloroso. Eu a amo, por isso estou a fazer isso. Serás o melhor para mim quanto para ti. Espero que Taehyung há de cumprir com vossas promessas, pois se assim ele não o fizer. Não hesitarei em matá-lo. Não se esqueça que eu sempre a observarei, mesmo que tu não tenhas consciência disso. O nosso amor pode não ser recíproco de tua parte, mas nunca deixarei de proteger-te de todo o mal.

Não tardou muitas horas para a jovem e mais recém intitulada rainha despertar.

– Minha senhora. – A mulata parada ao lado da cama falou.

– Onde estás o rei? – Josefina perguntou receosa, vendo o espaço vazio ao seu lado. Tão vazio quanto o seu inteiro estava ficando.

– Saiu logo cedo. – Ela respondeu com a cabeça baixa, em sinal de respeito.

– Com quem?

– Com a princesa Leopoldina, vossa alteza. – A escrava falou.

Aquela resposta foi a acentuação de sua decisão. Se anteriormente ela queria uma conclusão de que escolha fazer, agora ela tinha o veredito.

Estava mais que claro o que ela deveria fazer.

Ela fugiria com Taehyung.