Ela abriu a boca diversas vezes, contudo, som algum saía. Seu coração martelava em seu peito em um ritmo acelerado e contínuo. Ela precisava contar a verdade para ele, afinal, era o pai de seu filho. Seu único e amado filho. O primeiro herdeiro americano e lusitano da 7° geração.
Fora quando as lembranças lhe vieram a mente. Os momentos quais o rei a tratara com indiferença, grosseria e desprezo dominaram-na por completo, trazendo de volta a dor que estava a cicatrizar-se em seu interior. Mas necessariamente, em seu coração.
A princesa abaixou a cabeça para que ele não pudesse ver as lágrimas transbordando pelo seu rosto, em seguida, respondendo em um tom baixo:
– Sim, ele está. Ninguém nunca cuidou tão bem de mim e do meu filho, como ele estar a cuidar. Sou grata a ele, como nunca fui a ninguém.
O rei deu um passo para desolado para trás, suas pernas vacilaram em meio a notícia, qual ele queria confirmar. Aquelas palavras eram como facas afiadas sendo cravadas em seu peito com precisão e sem dó ou piedade.
Um nó formou-se em sua garganta e assim, o monarca proferiu:
– Fico feliz que esteja bem. É um alivio – Os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar.
– Almirante – A princesa fez uma pequena reverência para seu amigo antigo, indicando que iria embora, entretanto, antes que o fizesse, o herdeiro lusitano segurou-lhe o braço.
– Vossa pessoa estás feliz com a vida que levas? – Ele arranjou forças de onde não tinha para falar.
– Melhor impossível, milorde – E foi dessa forma, com um sorriso forçado nos lábios, que a princesa abandonou o local.
– Vossa alteza?! – O moreno sibilou para seu superior.
– Eu vou voltar para o Palácio. Avise a todos que nele habitam, que eu não quero que nenhuma alma há de me incomodar, estás entendido? Se o fizerem, degolarei quem quer que seja, sem hesitar – Jin anunciou asperamente. Mas a maneira grosseira de sua fala não lhe era surpresa. Não para o almirante, que presenciou o aristocrata tornar-se alguém impiedoso e sem escrúpulos em tão pouco tempo.
– Sim, vossa majestade – O moreno reverenciou em entendimento.
[…]
O monarca estava em seus aposentos, ele se sentia inútil, fraco… perdido, uma criança. E não estava diferente de uma, já que a única coisa que sabias fazer era chora, como um garotinho desolado e com medo de dormir sozinho no meio da escuridão. Contudo, era a única coisa que fizera. O dia inteiro sem qualquer pausa.
Foi quando seu irmão, sangue de seu sangue, entrou no seu quarto.
– Não vais jantar? – O mais novo falou, quando sua mãe fez-se presente.
– EU MANDEI ORDENS PARA QUE NÃO ME PERTURBASSEM – O aristocrata gritou com o rosto sobre o travesseiro.
– Vais ficar chorando por causa de uma concubina? – Ela riu desacreditada – Tu podes encontrar outra, sabes disso. – A rainha proferiu. – Substituição hoje em dia, não és algo de outro mundo, meu caro filho.
– Não fales dessa forma – O príncipe irritou-se. Não deixaria ninguém difamar aquela a qual ele amava e cuja sabia ele que somente entregou-se a apenas um. O seu irmão mais velho.
– Esqueça-a, case-se com Leopoldina, precisa dar herdeiros ao império para restabelecer a linhagem sanguínea. A linhagem real.. – O príncipe regente a interrompeu.
–Não me importas sobre linhagem. Eu ainda sou casado, caso não recordes.
– Sendo traído?Que tipo de casamento és esse? Te achavas burro por vir ao Brasil, quando eu deixei claro para não virmos, contudo, não achavas que era tanto, pergunto-me se puxastes ao teu pai. Um tolo que morrestes cedo – A rainha ia aumentando o seu tom de voz, alterando-o cada vez mais – Não deixarei que uma prostituta miserável e infame destrua os títulos intactos da minha família, o qual carregamos por séculos.
– CALA-TE A BOCA! ELA NÃO ÉS NADA DISSO QUE PENSAS, NÃO DESCONTE A SUA RAIVA NA PRINCESA PELA MORTE DO PAPAI– Jungkook gritou derrubando o jarro de flores que havia em cima do criado mudo. O vidro espalhou-se pelo carpete de veludo, espatifando-se em milhões de pedaços – NÃO ÉS CULPA DELA ESTAR FORA DO PALÁCIO. ATÉ PORQUE, QUEM TOMASTES A DECISÃO NÃO FOI ELA. E VOSSA MERCÊ SABES DISSO.
– Como não? Casou-se com meu filho e fugiu com outro, o nosso maior inimigo. Além de que, boatos já estão à rodear o palácio, ou melhor, todo o reino. Tenho consciência de que estás buchada do homem com quem fugira – Jin escutava a discussão, seu peito de apertando cada vez mais. A verdade nua e crua a sua frente. Estapeando a face.
– NÃO DIGAS O QUE NÃO SABES, O FILHO NÃO ÉS DELE – O segundo herdeiro de Portugal esbravejou.
Aquela frase repetia-se diversas vezes na cabeça do rei.
– O que dissestes? – O moreno indagou levantando-se da cama em um pulo. – Se a criança a qual Josefina carregas em seu ventre não pertences ao Taehyung, a pergunta é… então, a quem pertence?
Jungkook piscou inúmeras vezes, passando a língua sobre os lábios. Estava na hora da verdade. Talvez fosse melhor assim, tanto para ele quanto para ela.
– Não vê que ele estás a blefar?! – a rainha Intrometeu-se, claramente furiosa – Me pergunto que feitiço ela jogou sobre minhas crianças para defendê-la com tanto afinco.
– Como sabes disso? – Jin virou-se para o irmão.
– Não estou a blefar, Josefina apenas deitou-se com um homem durante toda sua vida até agora. – O moreno respondeu. – E o seu coração pertencentes a ele desde então. Há 5 meses atrás, o Almirante Hoseok e eu a ajudamos, já que aconteceu alguns contratempos com Taehyung, por isso sei de toda a verdade que ela lutara a esconder.
– A-a.. A criança és minha? – A voz do rei vacilara e uma mistura de emoções invadiram-no, apertando-o em cheio.
O príncipe Jungkook balançou a cabeça afirmando. E tudo aconteceu muito rápido. Fora necessário apenas um balançar de cabeça para o monarca sair correndo quarto a fora.
No meio do corredor ele parou, arregalando os olhos e dando meia volta.
– Onde ela estás a morar? – O mais novo riu diante a confusão de seu irmão.
– Deixe-me que te guio até lá.
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