História Para Sempre Sua (BTS) migrando para o wattpad, link no perfil. - Fim

E o que ninguém esperava aconteceu.

Por falta de pontaria talvez, não saberia dizer, mas a bala disparada voou acertando aleatoriamente uma das paredes da igreja. Que pelo impulso qual lhe fora deferido, empurrou o Conde para trás, causando desequilíbrio nele.

O príncipe Jungkook, que se encontrava perto do louro, se aproveitou da situação, jogando-se rapidamente em cima do aristocrata e imobilizando-o com a ponta da adaga, que estava presa ao colcher de seu cinto.

Mas, ao contrário da reação que todos esperavam de uma pessoa que estava sendo ameaçada com uma lâmina afiada no pescoço, um sorriso vitorioso apoderou-se dos lábios do louro, que iniciou uma gargalhada sem fim.

– Mate-me, não tenho nada a perder mesmo. – Ele continuava a rir debochado.

Foi quando todos perceberam um pequeno filete de sangue escorrer pelo nariz da princesa lusitana, que tomara proporção com os segundos passados, logo sendo seguido de tossidas recheadas de sangue.

– Achas mesmo que eu mataria vossa mercê? Que vingança eu teria se não pagasse na mesma moeda? A morte de quem tu amas, pela vida de quem eu amei, nada mais condizente, não concordas? – O Conde proferiu desdenhando do militar.

Em um piscar de olhos, o monarca lusitano correu até sua amada, segurando seu rosto miúdo entre as mãos largas. O desespero de perdê-la apoderou-se de si em uma velocidade surreal. Ele não queria encontrar-se nessa situação, não de novo.

– Ela foi envenenada, chame o curandeiro rápido! – Ele proferiu levantando ligeiramente, quando seu braço foi segurado com força, tendo a total atenção do mesmo.

– N-não há tempo. – A princesa retrucou com dificuldade, seus olhos voltaram-se para baixo já quase sem brilho e vida. Onde mirou seu vestido que encontrava-se molhado por um líquido incolor. Estava a dar a luz

– C-cuide desta criança pelo nosso amor. O nosso fruto. – Essas foram as suas últimas palavras proferidas antes de seus olhos se fecharem completamente e morrer nos braços daquele que amava.

Jin tinha consciência do que estava ocorrendo, ele nunca imaginaria que passaria por um tormento como aquele. A dor ilimitada consumia sua alma, circulando em suas veias o desespero que estava em seu coração. Nada mais lhe importava. Títulos, deveres, nada mais o prendia a terra.

Era um sentimento devastador. Medonho. Ele só queria morrer. Não havia razões para viver, não quando ela era a única coisa que lhe sustentava a seguir em frente.

Ao terminar de presenciar a cena, o irmão mais novo do rei se deixou levar pelas emoções de tristeza e raiva, puxando com tudo a adaga, e cravando sem receio algum na pele alva do Conde, que sem qualquer demora caiu ao chão desfalecido, porém sem retirar o sorriso do lábios.

As lágrimas escorrendo em abundância pelo seu rosto, dificultavam sua respiração que já se encontrava descompassada e agitada por perder alguém e por matar também. Seu coração martelava forte em seu peito.

Ah, como doía...

– Precisamos trazer essa criança a vida. – Taehyung por fim disse. Em seu rosto não havia qualquer emoção, mas só ele sabia a dor que o consumia. Porém, ele precisava fazer algo de bom para aquela a quem ele amava, pelo menos uma vez na vida realizar seu último desejo.

Em passos pesados, ele se aproximou do monarca, que lançou o olhar em sua direção e totalmente obscurecido pela dor, ele falou:

– Agora tu não carregas apenas a morte do almirante nas costas, como também a da Josefina, espero que nunca esqueças da desgraça que a causou. – Seus olhos estavam repletos de puro ódio. Ele estava ferido. Uma ferida tão profunda que talvez não haveria tempo o suficiente para curar.

As palavras foram como um golpe duro no militar. Um golpe no qual nunca poderia escapar. Não importava o que tentasse. Ele sempre carregaria esse peso consigo. Essa dor.

– Deixe-me ajudar com a criança. – Taehyung continuou, mas o monarca nada disse.

– A adaga. – ele suplicou. E o rei removeu a sua de sua cintura, entregando ao moreno.

Cuidadosamente, o militar pegou. Sussurrando um pequeno "desculpe-me" e rasgando o vestido com a faca.

Como não havia mais vida naquele corpo, só havia um modo de fazer o nascimento do herdeiro acontecer. E por mais macabro que fosse, era necessário.

E com todo cuidado existente, Taehyung fincou a adaga da parte de baixo da barriga da falecida rainha. O corte mediano foi o estopim para sangue jorrar por todo canto. Fazendo uma enorme poça no chão. Em seguida, ele posicionou suas mãos na cavidade, puxando lentamente o bebê que ali se encontrava.

Totalmente ensanguentado, a criança encontrava-se imóvel, petrificada.

Era o fim. Não só perderá a esposa como também a filha.

Já não havia mais esperanças para Jin, ele só poderia chorar. Mas sem desistir, o militar continuou a passar os dedos sobre o tórax do pequeno bebê, fazendo uma pequena pressão, que teve como resposta o choro agudo da pequenina.

Sua esposa poderia ter partido e deixado a sua filha para trás, mas talvez aquela criança ainda fosse a esperança. Ou talvez, o motivo de fazê-lo continuar.

Pois, no meio de toda aquela escuridão fervorosa, a vida lhe ofereceu uma nova chance de conquistar a felicidade que lhe fora arrancada com tanta brutalidade. Seu nome, Elizabeth.