História Paradise - Imagine com Jaehyun NCT - Capítulo Único

Sentada em minha cadeira de balanço observava as folhas se desprendendo das árvores e flutuando até encontrarem o chão. O dia estava agradável, nem muito quente, nem muito frio. O sol brilhava num céu azul esplêndido. "Jaehyun amaria ver isso" pensei. Seu sorriso surgiu em minha mente e me preencheu com uma paz inexplicável. 

  Isso me lembrou do dia em que nos conhecemos em uma tarde de verão quando eu voltava da faculdade. Era meu último ano do curso de arquitetura e uns amigos meus estavam planejando uma festa apenas para veteranos. 

- Você vai, né S/N? - perguntou minha melhor amiga.

- Não sei - respondi - é o último ano e quero organizar tudo, pois vai ser extremamente corrido. 

- Ah, por favor!! - disse ela - Você nunca sai conosco... É só dessa vez - implorou ela com olhinhos suplicantes.

- Tudo bem - cedi - vou ver o que posso fazer.

Minha resposta fez ela dar pulinhos de alegria e me agradecer inúmeras vezes. 

Absorta em meus pensamentos acabei esbarrando em um rapaz que passava, deixando meus papéis, cadernos e livros caírem no chão. "Poxa vida, S/N! Presta mais atenção por onde anda e para de atropelar as pessoas" me repreendi.

- Me desculpe - disse recolhendo meus papéis da forma mais rápida possível. 

- Tudo bem, não se preocupe - disse ele pegando um de meus cadernos - você está bem?

Assim que ergui minha cabeça para respondê-lo me deparei com seu sorriso gentil e cativante. Que me deixou encantada por aquele desconhecido. 

- S-sim - gaguejei - Você está bem? Me desculpa nova...

- Ei, já disse que está tudo bem - ele ainda estava sorrindo - não precisa se desculpar por uma coisa que não foi culpa sua.

- Foi sim - disse terminando de recolher minhas coisas e me levantando - eu devia prestar mais...

- Não foi sua culpa - disse ele me interrompendo novamente - eu precisava de um motivo para me aproximar. Desculpe. A propósito sou Jaehyun. Jung Jaehyun. - disse ele estendo a mão.

- S/N - respondi - como assim? Se aproximar? - perguntei. 

- Eu... fico envergonhado... mas... faz um tempo que eu observo você. Sempre quieta, na sua. Com o nariz enfiado nos livros. Ou correndo de um lado para o outro por conta das aulas, ou até mesmo nos laboratórios. Isso me lembra muito uma pessoa.

- Quem? - indaguei curiosa. 

- Eu. - respondeu Jaehyun - Acredito que somos muito parecidos, afinal também curso arquitetura, e eu acho sua dedicação fascinante e queria uma oportunidade para te conhecer melhor. Ah, falando nisso, você vai na festa hoje? - perguntou o rapaz esperançoso. 

De repente eu também queria conhecê-lo melhor. Por isso respondi um envergonhado "Sim" o que fez ele sorrir ainda mais. Então ele disse que precisava ir para casa se arrumar e eu disse que faria o mesmo.

Admito que fiquei com medo de me arrepender de ir àquela festa, ou de que ele me desse o bolo. Mas me enganei assim que cheguei, pois ele estava parado na porta do prédio "Estava esperando você" disse ele arrancando um sorriso de meus lábios. 

Aquela foi uma das melhores noites de nossas vidas. Nós conversamos, bebemos, dançamos e decidimos que seríamos grandes amigos durante esse último ano de faculdade. 

Coisa que realmente aconteceu. Desde então não desgrudamos um do outro durante todo o ano. Achei que seríamos melhores amigos pra sempre, até o dia de nossa formatura. 

- S/N - disse ele - preciso falar com você. 

Seu tom era sério. Parecia algo extremamente importante. 

- O que houve, Hyunnie? - perguntei. 

Então ele se ajoelhou e tirou uma caixinha do bolso. E disse:

- Sei que nos conhecemos este ano, mas você é muito importante para mim. Nos tornamos muito próximos e grandes amigos, mas eu gostaria de perguntar se você não quer ser mais que uma amiga. S/N, você quer namorar comigo?

Fiquei sem palavras, sonhava com esse dia desde quando havia visto aquele sorriso apaixonante pela primeira vez. É verdade que nos tornamos grandes amigos, mas o que eu sentia por ele era diferente do que eu sentia por outras pessoas. Eu me sentia bem quando ele estava por perto, e incrivelmente feliz quando ele sorria para mim. 

Por isso respondi "Sim" sentindo minhas bochechas corarem, e aquela foi a primeira vez que nos beijamos. A primeira vez que aqueles lábios doces e quentes tocaram os meus, e eu desejei que pudesse fazer isso pelo resto de minha vida.

Assim que terminamos a faculdade começamos a procurar emprego e logo tivemos a oportunidade de morar juntos. Nós parecíamos casados. Acordávamos juntos, tomávamos café, saíamos para trabalhar, voltávamos para casa e contávamos tudo um para o outro sobre o nosso dia. Pensando agora, o matrimônio apenas oficializou a nossa união, pois éramos assim desde àquela festa.

É claro que nosso casamento teve momentos difíceis, como por exemplo a primeira vez que ele recebeu uma proposta irrecusável para trabalhar fora. Foram os piores dois anos de nossas vidas. Quando ele voltou prometeu que eu jamais ficaria sozinha novamente. 

- Mas e se você precisar sair do país de novo? - perguntei.

- Você não vai ficar sozinha, pois hoje vamos fazer com que você tenha alguém para lhe fazer companhia e que te lembre de mim quando eu estiver fora, e que vai nos fazer felizes pelo resto de nossas vidas. - disse ele com um sorriso perverso.

E naquela noite Jaehyun me amou como jamais havia feito, e eu o amei como jamais pensei que fosse possível. 

Os anos se passaram e com eles vieram três filhas. Elas eram as coisas mais preciosas de nossas vidas. Elas tinham herdado o sorriso gentil e a bondade do pai. Mas ele dizia que elas tinham puxado a minha personalidade. 

- Elas são fortes, batalhadoras, amorosas, dedicadas e extremamente fascinantes. Assim como o amor da minha vida. - disse ele me abraçando, enquanto eu chorava porque nossa caçula havia terminado a faculdade e se mudado para o centro para morar com as amigas.

E foi então que eu percebi que ele não havia mudado em nada. Era o mesmo rapaz que eu havia conhecido anos atrás e que amaria por toda a eternidade. 

Durante todos esses anos Jaehyun nunca me decepcionou. Sempre esteve ao meu lado, me fazendo a mulher mais feliz do mundo. Até aquela noite de outono. A pior noite da minha vida. A noite em que ele me deixou. A noite em que ele fechou os olhos para nunca mais abri-los.

Agora sentada nessa poltrona, sinto sua falta mais do que nunca. Depois de cinco anos sinto muita falta de seus beijos, seus abraços, e mais do que tudo, seu sorriso. Pensando nele, deixo uma lágrima escorrer e olho novamente para as folhas, e vejo meu amor caminhando em direção à minha janela. 

- Quanto tempo - diz ele.

- Sim, muito tempo. - respondo.

- Você sentiu minha falta? - perguntou. 

- Mais do que tudo, meu amor. 

- Eu também. Venha comigo - diz estendo a mão. 

Então eu a seguro firmemente, e finalmente me sinto livre para poder passar o resto da eternidade com o amor da minha vida.