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História Paradise - Reencontro- Parte II


Escrita por: BeLikeaPandinha

Notas do Autor


Oiiie queridas, como vocês estão?
Vocês pensaram que eu não viria rebolar minha bunda aqui nesse fim de semana né? Mas tão muito enganadas kkk, escrevi esse capítulo tão rápido que até me surpreendi, eu estava tão sem inspiração, mas parece que veio umas vinte mil ai saiu isso.
Espero que vocês gostem, não vou enrolar muito, então é isso.
Ah, boatos dizem que talvez tenha dois capitulos semana que vem...
Bjuuus.
Sejam Bem-vindos novos leitores!

Capítulo 53 - Reencontro- Parte II


P.O.V Jace

–Ah, mas você vai sim depor a favor dela! –Digo socando o rosto de Mark.

–Eu adoraria partir para a violência, ainda mais depois desse soco. –Mark responde limpando o sangue que escorria de seu nariz. –Mas eu não vou, não tem por que. Seu pai não vai passar nem dois dias na cadeia.

–O objetivo é mantê-lo por algumas horas na cadeia, depois pagarei alguém para sumir com ele. –Digo. Não me levem a mal, mas depois de tudo é isso que ele merece. Robert pode ter me criado, mas depois do que fez, não tem direito a nem um pingo da minha consideração. –Mark, faça isso pela Clary. Ela está grávida, de um filho seu ainda por cima, morando em um lugar deplorável, sofrendo de saudade da filha, que também é sua. Tenha um pouco de amor no coração.

–A culpa não é minha se ela engravidou, existem métodos para se prevenir e pela segunda vez ela esquece… Acho suspeito.

–Eu deveria estar falando isso para você! Ela está grávida porque VOCÊ não usou camisinha, pois pode ter certeza que ela tomava as pílulas contraceptivas. –Respondo a ele. –E se você acha que criarei mais um filho seu, pode ter certeza que está enganado. Cuidarei de Sofia, Clary que dê um jeito de criar esse bebê. Mas isso não vem ao caso. –O pego pelo colarinho da camisa, levando-o um pouco do chão. –Clary precisa disso, se você tem alguma consideração por ela, deponha. Você sabe o que acontecerá em seguida, mas um amigo me confirmou que se você ajudar conseguiremos reduzir sua pena.

–Peça para a sua ex-mulher! Por sinal fiquei sabendo que ela perdeu a criança, mande meus pêsames a ela. –Fraquejo levemente quando Mark diz isso, e vejo o rosto dele mudar de expressão, rapidamente ele se solta de meu aperto. –Eu não acredito. –Ele começa a rir como se eu tivesse contado uma piada. –A vagabunda não contou a verdade. Pensei que seria mais esperto, Herondale.

–Do que você está falando? –Pergunto confuso. –Nosso ponto é a Clary, porque está falando de Camille.

–Como sempre demorando a entender as coisas, presta atenção no que eu irei dizer. –Ele se distancia de mim e para em frente à mesa de vidro da sala. –Ela participou efetivamente no plano. Descubra toda a verdade sobre a sua mulher que eu penso em depor. Você tem dois dias, Herondale. Tic-Tac Tic-Tac, o relógio está correndo, se eu fosse você já estaria atrás dela.

§

–Alec, eu preciso de um exame de DNA para ontem! –Peço ao telefone, enquanto dirijo em direção a minha casa.

–Calma. –Responde ele.

–Preciso que utilize o sangue que foi retirado da minha filha, para fazer o exame de DNA. Mas o resultado tem que ser para amanhã, se possível. É caso de vida ou morte. –Explico a ele, enquanto o sinal não abre.

–Você sabe que é quase impossível ficar pronto.

–Fala que quem conseguir o resultado até amanhã, às cinco da tarde, eu irei promover, aumentar o salário, mas preciso que o resultado esteja correto. –Digo. –Não me pergunte o porquê, mas preciso que fique pronto.

–Não precisa disso tudo. Eu mandei fazer um teste assim que a menina nasceu, nunca confiei em Camille, ela pode ter bajulado um dos empregados para mudar o resultado. –Alec fala como se fosse à coisa mais normal. Ele provavelmente fez isso para me proteger, mas ao mesmo tempo está errado. –O resultado saiu há algumas semanas, eu guardei, pois estava esperando o momento certo, e acho que ele chegou.

Mudo completamente o caminho, eu preciso chegar ao hospital. Se eu conseguir pegar o resultado hoje, posso correr até a casa de Clary e da mãe dela, para pegar as evidências. Mark vai depor contra Robert, e se não for ele, será Camille, querendo ou não ela fará isso. Não demoro muito a chegar ao hospital, Alec já estava me esperando na recepção com o envelope em mãos. Ele apenas o entrega a mim e diz que não o abriu, e que estava esperando tudo se acalmar para fazer. Meu irmão pode até ter errado mandando a amostra de sangue para o laboratório, mas se não fosse ele teríamos um sério problema. Não prolongo o diálogo, preciso ir até Camille e tirar tudo a limpo, depois disso, irá pegar o celular de Clary. Lovelace me mandou colocar celular para gravar a conversa, com isso qualquer informação que for solta poderá ser usada contra Camille, e também contra Mark já que gravei nossa conversa.

§

P.O.V Clary

Jace e Lovelace se foram há cinco dias, desde então não tivemos contato. Eles deixaram um número comigo caso acontecesse algo, mas como não aconteceu, então não liguei para eles. Eu quero falar com Jace, mas não consigo, mesmo sabendo seu número de cor e salteado, não consigo pegar o celular, discar e esperar. Estou muito tensa e envergonhada, pelo que aconteceu naquela noite; tensa porque todas as memória vieram em minha cabeça, elas continuam frescas em minha mente, mas durante o amasso com Jace, parecia que eu estava de novo com Mark sobre mim, enquanto eu me debatia tentando me soltar; e envergonhada por termos que interromper nossa “reconciliação”.

Eric decidiu não abrir a lanchonete hoje, muito menos amanhã, disse que precisa de férias, e nós também. Internamente, eu comemorei, estou precisando de descanso, minhas noites estão cada vez mais curtas, pois não encontro uma posição para dormir ou o bichinho fica agitado. No dia em que Jace passou a noite aqui, senti que ele estava distante e sinto que é por causa do bebê, mas um filho do Mark ele deve estar imaginando. Estou decidida que assim que conseguir voltar para casa, farei o exame de DNA, não vou conseguir ficar com Jace sem saber se o bebê é dele. A única coisa que peço a Deus é que se for dele, que não haja uma diferença de tratamento entre o bichinho e a Sofia, quero que ambos cresçam sendo tratados da mesma forma, sendo filho do mesmo pai ou não.

Sinto um chute e passo a mão no local, começo a planejar meu futuro com meus dois filhos. Sofia deve estar indo ao colégio, então enquanto ela estiver lá cuidarei do bichinho, e ela volta à tarde, essa será a parte difícil. Uma criança e um recém-nascido em casa, com certeza Sofia irá querer atenção, e o bichinho vai precisar de mim pra mamar, trocar fralda, dar banho. Será um trabalho bem difícil.

Decido dar uma volta no condomínio, quase não tenho tempo para explorá-lo, mas sei o quanto ele é bonito devido às caminhadas até meu bloco durante a noite. São três blocos, cada um com quatro apartamentos, todos eles térreos, o parque é a melhor parte, calmo, cheio de pássaros, flores, árvores e principalmente crianças. Sento-me em um dos bancos com um livro em minhas mãos, estou atrás do nome perfeito e de dicas para mães de segunda viagem. Basicamente são coisas do tipo: como conciliar afazeres domésticos e a rotina dos dois. Nunca parei para pensar nisso, mas depois que Jace apareceu, e acendeu uma chama diminuta de esperança em meu coração venho procurando maneiras de conciliar ambos os afazeres. Preciso estar preparada. Não quero depender da minha mãe, Jace, muito menos empregados, Maria pode ser uma segunda mãe, mas sei o quanto está cansada, após minha “morte” deve estar bem abalada, prefiro aprender a me virar a trazê-la de volta ao batente. Fico ali por longas horas até meu celular tocar, assim que atendo, a pessoa se identifica.

–Lovelace falando, acabamos de prender os três. –Ele diz. –Jace conseguiu as provas, e eu dei uma ajudazinha com o processo. Conseguimos uma medida para você voltar, e também a coloquei no programa de proteção à testemunha, caso Robert tente algo. –Sinto uma súbita alegria me invadir. –Você já pode voltar, Clary! Arrume suas coisas, Jace está indo lhe buscar agora. Está pronta para voltar à sua vida? –Sorrio involuntariamente.

–Claro que estou! Nunca imaginei que ouviria essa frase. –Digo rindo. Acho que chegou a hora de voltar para casa.

§

Depois de três horas de estrada começo a sentir que estou perto de casa. A viagem foi dividida em diversas partes: sono, fome, conversa, banheiro, e alguns beijos, mesmo eu não me sentindo muito confortável com isso. Sempre que Jace apoiava sua mão em minha coxa eu sentia um desconforto, mas não pela mão, pela minha barriga mostrando que talvez o bichinho ao fosse dele. Até agora isso está me atormentando, e acho que a ele também. Jace para em um posto de gasolina e aproveito para ir ao banheiro, provavelmente essa seja a última vez, pois só falta mais uma hora e meia para chegarmos; saio do carro e vou direto para a loja de conveniência, não preciso nem avisar a Jace o que irei fazer. Quando saio ele está pegando alguns biscoitos e sucos, sinto meu bebê chutar, espero que ele não seja tão guloso quanto eu.

–Será que ela ainda lembra-se de mim? –Pergunto a Jace colocando o cinto de segurança, tomando cuidado para não apertar minha barriga. –Você sabe já faz quatro meses, ela pode ter se esquecido de mim…

–Nós não deixamos esquecer de você, sempre antes de dormir, quem quer que a colocasse, conversava com ela sobre você. –Ele diz segurando minha mão. –Deixamos várias fotos suas com ela pela casa, era uma maneira de manter viva, mesmo doendo em Jocelyn, Luke, e qualquer outra pessoa que te conhecesse, decidimos fazer isso, por vocês duas.

–Não sei como vai ser… –Respondo quase chorando, eu não quero aceitar que vou ter que começar do zero. –Não sei como voltar para casa, nem como chegar com essa barriga, muito menos como irei olhar para eles. –Uma lágrima desliza sobre minha bochecha e a limpo rapidamente. –Eu os abandonei quando fui morar com Mark, eu me escondi. Imagina Maryse a me ver com essa barriga, ela sempre quis um neto, estávamos juntos tentando, mas não conseguimos, eu te larguei e logo depois apareço grávida. Não quero decepcioná-la, mesmo ela tendo feito isso comigo quando nos separamos.

–Você não deve nada a ninguém, Clary, você fez tudo àquilo para deixar a sua filha em segurança. Admiro isso, e acho que toda a família deve estar te admirando por essa atitude. –Ele diz acariciando meu rosto. –Lovelace está contando tudo a eles agora, pode ter certeza que todos eles devem estar dando graças a Deus por você estar viva. Esse é o importante, coe está viva. –Jace me dá um selinho e me abraça. –Agora, vamos que tenho certeza que você ainda quer encontrar alguém acordada.

§

Assim que entro na sala da minha mãe me abraça, sinto um misto de emoções me envolverem, saudade, principalmente. Lágrimas começam a brotar em meu rosto e eu não me importo em me segurá-las, abraço minha mãe como se ela fosse sumir a qualquer momento, tudo parece ser apenas um sonho, mas sei no fundo que não é.

–Você está viva! Minha filhinha está viva! –Ela diz com o rosto colado em meu pescoço. –Clary, meu bebezinho, aqui comigo. Eu não acredito! Você não me deixo.

–Mãe, eu estou aqui, e não vou mais em lugar nenhum. –Digo –Nunca mais, eu juro. Eu senti tão falta de vocês. –Ela me solta com as mãos em meu rosto.

–Todos nós sentimos. Mas e essa barriguinha? Por que você não me contou que estava grávida? –Minha mãe fala com as mãos em minha barriga. Seco as lágrimas e coloco a mão no topo dela.

–Aconteceu tudo muito rapidamente, quando eu descobri Sofia ficou doente, então não deu tempo. –Ela olha para mim como se tivesse dado um presente para ele, provavelmente está feliz por ter mais um neto, legal será quando descobrir que é um menino. Luke aparece do seu lado e logo o abraço, senti tanta falta dele e dos nossos papos sobre literatura.

–Eu ainda não consigo acreditar que você está viva, bem e grávida. –Ele diz colocando a mão em minha barriga também. –Parece que seremos avós. –Olho para a mais dos dois e abro a boca em um perfeito "O", eu não sabia que eles estavam efetivamente juntos do tipo matrimônio, ou coisa do tipo.

–E vamos mimar muito essa criança. É sim, nós vamos mimar muito você. –Minha mãe diz com uma voz fina, que sempre usamos com bebês.

–Onde está a minha filha? –Pergunto para eles assim que largam a barriga. –Ela não está dormindo, está?

–Não. –Olho para Jace que vinha do corredor com Sofia nos braços.

Esqueço tudo que está acontecendo e só foco nela, tão grande e linda, como senti falta dela. Seus cabelos loiros estão maiores, sua pele mais coradinha, e algumas sardas começaram a aparecer em suas bochechas. Caminho até ela com certo receio, mas antes de chegar até ela, Sofia tenta se jogar em meus braços.

–Mamãe! –Ela diz se jogando dos braços de Jace. Nem espero ela se jogar de novo, a tiro dos braços dele e perto-a contra meu peito.

Minha filha. Minha. Ninguém sabe o quanto senti falta dela, do cheirinho, de senti-la perto de mim, a ouvir reclamar, brincar. As lágrimas saem com soluços, passo as mãos em seus cabelos, apertando-a mais.

–A mamãe sentiu muita falta sua, mas agora nós não vamos mais nos separar. –Digo entre os soluços. –Eu te amo, eu te amo muito. Você sempre será a minha princesinha.

–Te amo, mamãe. –Ela diz e eu a encho de beijos.

§

Acordo com Sofia me chamando, faz três dias que voltei, todos já vieram me visitar, minha mãe fez uma pequena festa, mas parece que já estou aqui há meses. Estou morando na casa da minha mãe já que venderam minha casa, ateliê, carro, a única coisa que deixaram foram minhas roupas. Pela explicação de Jocelyn, ela decidiu vender tudo para criar uma escola de artes, sempre foi meu sonho fazer isso, principalmente, ensinar crianças, mas só revelei isso pra Jace e algumas anotações em meu caderno.

Foi uma surpresa quando soube disso, porém ela foi boa. Mas por causa disso, não tenho casa, nem nada, então vou viver com minha mãe até conseguir comprar uma nova. Jace disse que a parte boa é que eu vou dormir todo dia com Sofia até esse dia. Puxo-a para deitar em meu peito, é tão bom ficar com ela assim, agarrada, sentir que não estou mais em Vermont, estou aqui do lado dela.

–Mamãe, bebê. –Ela aponta para a minha barriga, a cada dia ela está mais esperta. –Imão.

–Você vai ser irmã mais velha? –Pergunto e puxo seu nariz.

–Sim, ima mais veila. –Rio dela, como senti falta disso. –Mãe, que mama.

Olho o pequeno relógio na parede, são sete da manhã, provavelmente ninguém está acordado. Levanto da cama com dificuldade, minha mãe e a necessidade de fazer um quarto montessoriano para a neta. A cama é acessível a Sofia, minha mãe, mas para a grávida com um barrigão, não. Pego-a no colo e levo para a cozinha, ainda não sei o que Sofia toma durante a manhã, mas sei que tem um planejamento. Acabo achando a fórmula e preparando rapidamente para ela, aproveito para tomar café, assim que acabamos me deito na sala com ela no meu peito, só lembro de ter caído no sono enquanto a Elsa cantava Let it go.

§

Desde o dia em que voltei para NY Jace não falou direito comigo, nossas conversas eram baseadas em: oi, tchau, está tudo bem? E como Sofia está. Nada mais, pensei em chamá-lo para sair pois precisamos esclarecer alguns pontos de nosso "relacionamento", mas não consigo, sair para algum lugar público significa atrair imprensa, e a última coisa que quero são eles expeculando sobre minha gravidez. Sinto que nosso distanciamento é totalmente baseado nisso, o bebê, filho de Mark. Marcella deu a ideia de marcarmos um jantar em casa, sem flashes, imprensa, só nós dois podendo quebrar barraco a hora que quisesse, sem chamar atenção.

Eu gostei da ideia, mas como não tenho casa e não posso fazer isso aqui, pois Luke e Jocelyn trabalham o dia todo e chegam cansados no final do dia. Não posso retirá-los da própria casa para fazer um jantar romântico/ DR. Então decidi que vou fazer na casa dele, querendo ele ou não, precisamos nos resolver antes de destruir o que restou de nossa relação. Alec está me ajudando a prendê-lo no hospital, e ainda pegou a chave dele imprestada, agora só falta eu comprar as coisas e prepara tudo. A ida ao mercado até que foi normal, preferi prender meu cabelo em um boné e usar óculos escuros para não chamar muita atenção, comprei basicamente as coisas para fazer costela de porco ao molho barbecue, o preferido de Jace, e para mim frango com purê de batata. Quando chego a casa dele sou recebida por Mike que quase me joga no chão, ele é tão fofo que da vontade de morder. Ele lambe meu rosto enquanto apoia as patas em minha barriga.

–Eai garotão, sentiu saudades? –Digo fazendo carinho em sua cabeça. –Hoje, não tem Sofia só eu mesmo, mas daqui a pouco tem ela e mais um para brincar com você. –Rio.

Pego as sacolas que ficaram na varanda, demoro três horas para preparar tudo, e mais alguns minutos para arrumar a mesa, não deixei nada muito romântico, talvez um pouco. Coloquei um jarro com uma rosa vermelha e duas velas; mando uma mensagem para Alex avisando que já pode liberar Jace, e ele responde que já estão a caminho. Decido usar um vestido florido rosa bebê com um cinto marcando a barriga, e uma sapatilha nude, nunca gostei de salto, mas gastaria de usar um hoje, pelo menos não iria me deixar com essa cara de menininha. Usar um dos meus vestidos vermelhos me deixaria com uma cara de: depois do jantar teremos uma noite bem quente; não quero que ele pense isso, acho que ainda não estou preparada para ficar desse jeito com Jace. Não com todas essas marcas em meu corpo.

§

O clima está muito estranho entre nós dois, desde que Jace nao trocamos nem cem palavras, ele ficou surpreso ao ver tudo o que preparei, nos sentamos a mesa, nos servimos falando sobre o que aconteceu no trabalho dele, depois disso não tivemos mais assunto. A única coisa que consigo fazer é mexer no purê, enquanto rezo para que ele fale alguma coisa, pois estou farta desse assunto. Percebo que Jace está desconfortável, constamente, olha para minha barriga, depois para a parede, mexe o cabelo. Era para ser um jantar normal, a luz de velas, no qual falaríamos sobre nós dois, não essa tortura silenciosa, em que eu fico calada e ele nervoso.

–Eu sei que é difícil. –Digo. –Mas não precisa olhar para ela como se fosse um bicho com milhares de cabeças, ou me tratar indiferente por estar gerando um filho de outro? –Levanto com meu prato nas mãos e jogo na pia. –Não precisava disso.

–Você quer que eu haja de que maneira?

–Pelo menos me apoie, não sei, mas não me trate como se eu fosse a errada da história.

–Você engravidou dele, pela SEGUNDA vez, e quer que eu abra os braços e te receba como se nada tivesse acontecido. –Jace levanta a voz, e eu me viro olhando diretamente em seus olhos. –Eu aceitei Sofia porque ela foi um erro do passado, e porque eu me apeguei a ela como se fosse minha desde o dia que você me contou. Mas essa coisa, não se encaixa nessa situação.

–Não chama meu filho de coisa, primeiramente, você não sabe um terço do que aconteceu comigo durante o tempo em que passei na casa de Mark. –Grito furiosa, eu não vou admitir que ele fale assim comigo, como se eu tivesse errada. –Você não sabe o quão difícil foi aceitar que eu poderia estar grávida de novo de um monstro. Estar grávida porque foi abusada, você sabia dessa parte? –Levanto meu vestido até minhas coxas estarem à mostra. –Já parou para pensar no quanto eu me sinto mal olhando para essa marca? Todo dia, no banho, ao me vestir, quando usava um short, eu era obrigada a ver essa marca e mais outras vinte em meu corpo, e lembrar que tinham sido feitas por Mark e por Robert. Imagina quanto isso foi difícil?

—Clary, eu não...

—Você não fazia menor ideia, pois é. Você acha que eu não pensei em abortar? Acha que não fui até lá, mas não consegui, não fiz porque me mostraram que não era o certo. Eu passei sete meses vendo minha barriga crescer imaginando como seria quando ele nascesse, nesse meio tempo eu imaginava como iria protegê-lo Mark caso ele fosse SEU filho! — Respondo aos prantos, não consigo relembrar sem chorar.Quando ele entende o que eu acabei de dizer abre a boca em um perfeito "O". —Passei fome enquanto seu pai me mantinha presa, perdi sangue durante a tortura, fui costurada, machucada, perdi peso, mas continuei ali, pensando em como eu criaria ele. Eu sofri mais do que você imagina, você pode ter perdido sua filha, não sei se posso comparar com o que eu passei, mas acho que chega perto.

—Ela não era minha filha, Camille, mentiu. —Ele diz.

—É pior ainda do que eu imaginava, você deixou ser enganado por uma piranha. Mas isso não vem ao caso, você quer mais provas de que eu não tenho culpa, todas as capas de revista e sites de fofoca publicavam fotos minhas saindo de boates agarrada a Mark, mas eu era obrigada a fazer aquilo, e a pior parte vinha quando chegávamos em casa. Eu era amarrada na cama e muitas vezes era amordaçava, e depois disso eu.. Eu... Eu —Não consigo acabar de falar, abaixo minha cabeça na direção da bancada, e fico ali, respiro, inspiro, choro, respiro. Eu quero gritar, quero sumir, quero fazer ele entender o que eu passei. —Eu...

—Clary, calma, eu entendi. —Ele me abraça. —Eu fui um babaca, eu deveria ter procurado saber o que aconteceu. Mas não sei como aceitar a possibilidade dele ser de Mark, era para sermos nós dois felizes com esse bebê. Porém não tem como, um exame de DNA só ficaria pronto em no mínimo três semanas, eu perderia quase um mês achando que ele não é meu filho, depois de mais de seis meses. —Está tudo muito confuso em minha cabeça, eu nunca me senti assim.

—Então esqueça essa possibilidade, finja que estamos juntos que eu contei isso a você logo depois que descobri, e que desde desse dia estamos felizes esperando por ele. —Falo olhando em seus olhos. —Não tem como ficarmos juntos se você não o aceitar, eu aceitaria a filha da Camille. Imagina se você estivesse no meu lugar... Faça sua escolha Jace...


Notas Finais


Comentem e me digam qual será a decisão do Jace!


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