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História Paradise or Warzone (ZIAM MAYNE) - Capitolo sedici; slightly dangerous


Escrita por: gsoline

Notas do Autor


Hey babes, como vocês estão? Estou mega feliz, chegamos a 200!!!!!!!!!!!!!!!! Velho, muito obrigada de verdade, vocês são demais <3 <3
Estava aqui pensando e essa Fanfic está quase virando uma songfic com o tanto de músicas que escolho para representar cada capítulo. Mas acho que a música que escolhi desta vez teve tudo haver com a recente ocasião. Esse capítulo é meio que baseado na música Into You da Ariana Grande.


Hoje tem smut, estão preparados?
Tenham uma boa leitura, até lá em baixo.

Capítulo 17 - Capitolo sedici; slightly dangerous


Fanfic / Fanfiction Paradise or Warzone (ZIAM MAYNE) - Capitolo sedici; slightly dangerous

A palma de suas mãos procuram por algo sólido que pudesse sustentar o peso de seu corpo, só que tudo que encontrava no caminho fazia sua pele arder mais um pouco. Soltando um suspiro longo e rouco, Harry caminhou pelos intensos corredores da propriedade de Del Frazi, apreciando o silêncio e a calmaria que aquele horário poderia o transmitir.

— Olha só quem resolveu aparecer.

Contar vitória dentro daquela casa não era triunfante aos meros mortais como Harry - morando junto a Camilla e Zayn, deveria esperar que eles surgiriam do subsolo em momentos inoportunos a qualquer momento. E tendo aquele pensamento, virou-se desconfortavelmente encontrando as orbes castanhas avelã de Zayn a poucos passos de seu corpo cansado e dolorido.

— Oi Z – disse o garoto meio desconfortável.

— Não me venha com Z – o mais velho deu um passo em sua direção, cruzando os braços na altura do peito que estava nu - deixando a mostra todas as tatuagens que desenhavam sua pele – primeiro, você está atrasado e segundo, o quê caralhos aconteceu com você? 

Seu comentário não veio em pior hora, Harry fechou os olhos e rolou-os quase soltando um choramingo. Zayn por outro lado apenas ergueu uma de suas sobrancelhas, já imaginando qual seria o problema que o dava a dificuldade de se movimentar - tendo seu responsável nomeado a Louis Tomlinson.

— Cai e fiz mau jeito na perna....

Jura? Mau jeito na perna? – o moreno negava com a cabeça internamente repreendendo-o. Riria se por hora não estivesse mantendo as aparências, o de cachos nem sonhava que Zayn sabia qual era a verdadeira natureza por trás daquele "Mau Jeito". – ....essa porra está doendo pra cacete.

— Imagino que sim – o italiano repreendeu o riso engasgado em sua garganta, dando as costas ao amigo, voltou ao seu destino – ardendo também, imagino.

— O quê? – Harry juntou as sobrancelhas após o comentário sórdido.

— Eu disse. Vá se arrumar, não temos muito tempo – olhando-o sobre o ombro, sorriu inocentemente para Styles – sairemos em menos de uma hora e espero que esse mau jeito não atrapalhe o que estamos prestes a fazer.

— Não vai – Harry respondeu-o em um lufo, por pouco não se engasgando em sua própria saliva. 

— Perfeito, Harold.

❱❱❱❱

O italiano saiu pelas portas duplas assim que o caminho lhe foi liberado, o sol batia em seu rosto aquecendo-o e contemplando ao seu triunfo de mais uma missão concluída. Atrás dele saiam seus homens armados até os dentes, os pedestres desviavam dos tais quando viam que tipo de pessoas estavam prestes a cruzar seu caminho - Zayn novamente sorriu, adorava ser temido.

— Que lindo dia de sol – a ironia escorria no canto de seus lábios como o veneno mortal de uma cascavel. O moreno colocou as mãos na cintura e assistiu os seus contratados guardarem as sacolas de dinheiro nos porta-malas dos veículos em frente ao hotel, por canto de olho reparou a aproximação de um ser humano meio manco – queria dizer o mesmo de você! Mas o seu estado é deplorável – sua sinceridade não precavia Harry naquele momento.

— Obrigado pela honestidade – grunhiu apoiando suas costas no veículo de Del Frazi.

— Não há de que.

— Fará uma festa para comemorar sua vitória? – o britânico desviou do foco, voltando a vingança que Del Frazi armou e pela perfeição que tudo saiu sem fugir dos trilhos. Agora Zayn tinha alguns milhões a mais em sua conta - só que por um momento o moreno se manteve fora de área, levando o amigo a repetir: – Z! Haverá comemoração?

— Ham? Não. – o sorrisinho em seu rosto não passou despercebido. Hazz juntou suas sobrancelhas ao que apertava seus lábios uns aos outros – tenho outros negócios ainda a resolver nessa tarde. Sinto muito, mas a comemoração ficará para a próxima.

— O quê você está aprontando?

— Como? – Zayn riu sem humor.

— Você está esquisito e não é de hoje – o rosto do britânico formou-se em expressões mais sérias, enquanto a felicidade repentina de Zayn evaporava pouco a pouco até não sobrar nada – o que você está aprontando? – tornou a repetir, assistindo a expressão do chefe tornar-se tensa.

— Por que eu deveria contar? – Zayn não ficou muito tempo fora de suas orbitas, retornando com toda a espessura de frieza que passou a congelar seu interior. Styles engoliu a seco – todos tem segredos Harry, aposto que você também tem os seus.

Sem dizer mais nada o mafioso recuou dois passos, deixando o garoto de olhar perdido onde se encontrava.

— Passe uma pomada. Na sua perna, você não disse que caiu? Tenho um anti-inflamatório no meu quarto, use e abuse.

O britânico de apenas vinte anos observou o líder voltar até os outros, onde repassou suas ordens e deveres. Perdido, ouvi-o rir e por um momento tentou imaginar o que havia acontecido para Zayn se transformar da água pro vinho em apenas duas semanas - sorrindo mais, exalando uma felicidade que por muitos anos havia sido inexistente, sendo mais prestativo do que realmente era. Aquilo não era a felicidade escura que Zayn tinha quando ganhava uma batalha, desta vez é algo diferente.

Harry arriscaria em dizer que seria algo puro, só que no momento seguinte riria. Oras, ele está pensando em Zayn, o homem mais frio que já conheceu na vida.

— O que acha que deve ser? – o britânico perguntou ao loiro que havia abrido o porta-malas e guardava algumas armas usadas na missão.

Luke ainda perdido ergueu o olhar até o homem de cabelos cacheados, que não o retribuiu, e seguindo a direção onde ele tanto encarava, encontrou o líder que riu de um comentário lhe feito - Luke juntou suas sobrancelhas.

— Não tenho noção – o garoto sorriu de forma cúmplice para o chefe e voltou até as armas antes que Harry percebesse algo – você é o braço direito dele, deveria saber – soou calmo e doce, fazendo Harry bufar alto e por pouco não arrancar os próprios cachos.

— Eu também acho – resmungou antes de voltar ao seu trabalho.

❱❱❱❱

Por mais que tentasse esconder, aquilo havia se tornado mais forte a cada segundo. Sua ansiedade corria livremente por suas veias e bombardeava seu coração de forma intensa a cada segundo mais, fazendo-o transpirar e mexer-se desconfortável no acento macio de seu carro.

Zayn respirou fundo e observou a maneira que o sol passava a se pôr no horizonte e, ironicamente, sentia-se o perseguindo.

Após entrar em uma estrada de terra o homem fechou as janelas quando a poeira passou a subir, quase cegando o seu caminho. Encolhendo os olhos e inclinando-se para frente, o mafioso esperou pelo momento que encontraria alguma silhueta familiar, ou o momento que cairia daquela colina de sei lá quantos metros por algum descuido qualquer. 

Zayn não sabia se tinha medo de despencar de lá com o carro ou, se algum assassino em série sairia do meio daquela poeira toda e o mataria ali mesmo - afinal de contas, se fosse pego desprevenido não teria tempo nem em sonho de alcançar o porta malas e pegar uma de suas armas.

— Deixa de ser paranoico – brigou consigo mesmo ao notar as coisas que havia passado a pensar. Encarou-o sobre o retrovisor e percebeu o brilho em sua testa pela camada fina de suor - secou-a com as costas da mão e pisou no freio quando a picape vermelha parada a poucos metros, chamou-o atenção em frente a aquela queda imensa.

Prendendo os lábios dentre os dentes se desfez do cinto de segurança, destravou a porta e pulou para fora sem importa-se em trancar o veículo. Em passos calmos e lentos seguiu até a picape meio enferrujada nas laterais, fazendo-o sorrir internamente em recordar-se de uma pequena discussão que teve com o dono da mesma algumas semanas atrás.

"— Não fale desse jeito da minha picape – o castanho o repreendeu após bater a porta do veículo com força, que rangeu em resposta – ela ainda é ótima. Não entendo porquê tem que implicar com ela.

— Não estou implicando, apenas levantando o fato que você tem grana até no rabo e prefere andar com um carro decadente do que comprar um novo – o moreno deu a volta no veículo, encontrando os olhos do namorado que cruzou os braços nus sobre o peito.

— Posso ter grana até no rabo, sim, é verdade. Só que a picape é minha e ninguém me tira, capiche?

— Capiche."

Antes de se aproximar mais olhou arredor, odiava estar em lugares altos demais e naquele momento odiava o motivo de tê-lo o levando até ali e, em poucos segundos mais tarde, encontrou as pernas estiradas do mesmo motivo deitado sobre o capô do carro que Zayn considerava uma sucata. Sem dizer uma só palavra aproximou-se, subiu no capô e escorregou para o lado do outro corpo que continuou imóvel e deitou-se ao lado dele, fechando os olhos antes que o sol o cegasse.

— Essa picape é horrível.

A provocação era algo comum entre eles - havia tornando-se natural. Não tinha um dia desde o momento que resolveram aceitar o fato que se gostavam que uma palavra para aborrecer o outro não tivesse surgido em um momento espontâneo. Sempre surgiria, mesmo no alto da colina com aquele sol escaldante ardendo em suas cabeças.

— E esse lugar é horrível para um encontro.

— Aquela sua cueca de oncinha é horrível – disse Liam e o moreno riu pelo comentário dirigido a si – o meu carro é um clássico e em resposta ao seu segundo comentário. Isso não é um encontro.

Zayn mordeu a bochecha abrindo os olhos e fazendo sombra com sua mão antes de virar e encarar o castanho deitado ao lado.

— Achei que tinha gostado daquela cueca – disse em falso tom de chateação. Liam suspirou e procurou pela mão livre do menor, e quando a achou entrelaçou seus dedos rapidamente – admita que ficou com inveja porquê eu sou sexy.

— Você é um esqueleto amor – Liam riu do próprio comentário logo depois de receber um soco no ombro. Zayn balançou a cabeça e virou o rosto pro outro lado – só que infelizmente tenho que concordar. Você é sexy. Um esqueleto sexy.

— Os seus comentários são tão criativos.

— Que nem os seus nomes pra carros.

— Isso foi indireta pra Jazmyn? – Zayn rosnou para o namorado, inclinando-se sobre ele e segurando o maxilar do mesmo, fazendo-o encara-lo intensamente – ela sim é um clássico.

— Ela é uma estriper – Liam vociferou tentando lembrá-lo do óbvio, Zayn apenas espremeu os lábios e juntou as sobrancelhas pelo comentário sórdido.

— Você é preconceituoso com a pobre Jazmyn.

— E você fica sexy com a cara emburrada – D'Angelo retrucou em um sussurro baixo, seus olhos chocolate desceu lentamente até os lábios cheios de Zayn que instintivamente se armaram em um sorriso. E com um pequeno movimento Liam estava tocando a boca alheia, prendendo-a entre seus dentes e chupando-a antes de beijá-la de forma intensa. 

Empolgando-se, Liam empurrou o corpo do moreno para o outro lado, em um movimento rápido encontrava-se sentado sobre o colo de Zayn que passou a tentar controlar os espasmos que eram compartilhados em seu corpo.

— Não se atreva a fazer isso – Zayn rosnou em um sopro quando Liam segurou seus pulsos e prendeu-os ao lado de sua cabeça, no segundo seguinte sentiu os lábios úmidos do castanho arrastar em sua pele fazendo-a arrepiar e, no próximo, seus dentes a prendeu, chupando-a e marcando o local – porra Liam, não cansa de me deixar marcado? – reclamou irritado quando conseguiu se livrar do maior, jogando-o pro outro lado e fazendo-o rir.

— É só mais uma pra coleção – disse o mais velho em tom brincalhão.

— Isso é possessão – Zayn apontou para a marca no pescoço que ainda ardia e sentia falta pelo contato que antes lhe dava atenção. Del Frazi tinha que controlar todos os seus instintos quando estava próximo de Liam, era difícil e às vezes desnecessário.

— Por você? Vinte e quatro horas por dia – o castanho tornou-se a aproximar, prendendo os lábios de Zayn em seus dentes e beijando-o mais uma vez.

— Desisto de você – soprou contra o vento aquelas palavras, fazendo Liam acenar com a cabeça em descrença – você não tem jeito, como posso ficar com alguém assim?

— Verdade, não é? – o maior escorregou até estar de pé novamente no solo, o moreno observou o maior se mover até o momento que seus tornozelos foram tocados pelas palmas ásperas de Liam – sou um garoto muito malvado, acho que mereço ser punido.

E com apenas um impulso o quadril de Zayn chocava-se contra o de Liam que mordeu o lábio inferior com força, Zayn repreendeu o gemido pelo êxtase. Fixando no olhar fogoso de Liam, o menor tentou procurar em sua memória a última vez que havia nomeado um homem gay como aberração - como imaginado, ele não se lembrou. Mas recordou que no começo de tudo aquilo, onde acreditava na ideia que permitir um outro homem estivesse no meio de suas pernas e, o tocasse da forma que Liam fazia - seria absurdo e perturbador. 

Só que agora, nada é mais natural que aqueles toques e aquelas manias que ambos passaram a compartilhar - eram sensações novas e embriagantes e todas as vezes que estava na presença de Liam, apenas o vinha o mesmo pensamento: Sou um viciado e você é o único que pode me salvar dessa abstinência.

— Acho que sim – Zayn balbuciou quando seus braços foram postos em volta do pescoço de Liam que aproximou seus rostos e colou suas testas. Sentiu quando as mãos maiores e habilidosas de D'Angelo espalmaram-se em suas costas, e acariciou-a, enquanto seus lábios foram atacados por um beijo calmo mas não entediante - era quente como todos os outros. 

Sem perder muito do seu tempo afastou-o um pouco, apenas para ter a liberdade de explorar um pouco mais daquele corpo que havia tomado posse - se Zayn pudesse, tatuaria bem grande no peito de Liam: Propriedade de Zayn Del Frazi, por favor, não se aproxime. Sorrindo contra os lábios do namorado, adentrou suas mãos frias na camisa do maior, tocando o abdômen do mesmo que arfou segundos após o toque e suspirou pesadamente entre o beijo que tornou-se mais ávido.

— Porra Liam, de novo? – o moreno empurrou-o forte pelo peito, fazendo o castanho se afastar e soltar a pele do seu maxilar com certa força. Diferente da primeira vez, Liam caiu na gargalhada e jogou sua cabeça para trás ao mesmo tempo que o namorado o xingava de todas as formas possíveis.

— Estava pensando em uma coisa...

— E a sua cabeça não explodiu? – Liam zombou o mais novo, encarando-o com apenas um olho – que milagre – voltou a fechá-lo.

— Não me atrapalha – Zayn o beliscou, fazendo-o gemer de dor e se calar no mesmo instante – você percebeu que depois que nos resolvemos deixou de chover? – em um movimento rápido Liam voltou a sentar-se no capô, deixando o namorado ao lado assustado pelo movimento repentino e a maneira que era encarado.

— Ah não – o maior balançou a cabeça, afastando algum tipo de ideia maluca – não me diga que você é uma daquelas pessoas que acredita que tudo no mundo acontece por causa das suas mudanças de humor – disparou em um só fôlego e sem dar tempo para Zayn responder, tomou a frente – puta que pariu, com tanta gente no mundo tive que me envolver logo com o egocêntrico. Ai. – alisou o braço quando foi beliscado.

— Não seja cético.

— Cético? Amor, você acha que o sol surgiu porquê nós começamos a sair juntos.

— Namorar – relembrou-o do pequeno fato que mudava tudo. 

Zayn não gostava de títulos, namorar para ele era apenas mais uma palavra sem importância - só que naquele momento em especial sentiu a necessidade de falar e, como aquilo conseguia ser mais forte que ele, apenas deixou sair e transparecer o que quer que fosse. 

Com Liam era diferente, tudo era mais intenso - até mesmo sua vontade de querer ser fiel, e Zayn Del Frazi não costuma ser fiel. Para Zayn era simples quebrar o coração de alguém, mas quando se via fazendo isso com Liam, todo o sofrimento anterior voltava em dobro, e Zayn novamente se encontrava em um poço fundo e sem luz, então ele simplesmente desiste de tudo e engole todas os seus maus extintos.

— Namorar... – Liam se corrigiu logo após o pequeno choque de realidade – só que tudo bem né, ninguém é perfeito. Mas se você me disser que acredita nesses lances de signo, te dou um chute na bunda e vou te jogar dessa colina.

— Você não teria coragem – Zayn cruzou seus braços após armar um sorrisinho convencido – sentiria a minha falta.

— Quer apostar?

— Não acredito nessas coisas – o moreno rolou os olhos pela implicância do mais velho que voltou a se deitar ao seu lado – e também não entendo sua implicância com quem acredita.

— Não é implicância, só não consigo engolir o fato que um bando de astrônomo nerd possa dizer como vai ser a minha semana depois de olhar as estrelas – Liam suspirou pesadamente, sentindo o menor encostar a cabeça em seu ombro – se for assim, eu também sei olhar para as estrelas e dizer o que pode acontecer. Zayn, ontem a noite vi que você vai começar a menstruar.

— Implicância.

— Escuta só. Na semana que nos conhecemos li no jornal que eu encontraria a pessoa que eu passaria o resto da minha vida – o mais velho fez um barulho com a boca demonstrando sua indignação – também tinha os números da sorte lá. E adivinha.

— Conheceu o infeliz que vai passar a vida inteira dele com você? – Zayn olhou para Liam quando o mesmo passou a rir cheio de sarcasmo.

— Não babaca, levei uma surra de um inimigo em uma fabrica de tecido... – o moreno apertou seus dedos ao redor da mão de Liam após a recordação de semanas atrás e, só então teve uma lúcida visão do que havia acontecido de lá até o presente acontecimento. 

"Está surpreso pela intensidade que as coisas levaram em pouco tempo?" – e lá estava sua consciência de novo observando-o sobre os óculos - ou talvez sua irmã caçula do mau que lia Madame Bovary, de Gustave Flaubert.

Só que diferente das outras vezes, Zayn não entrou em pânico, não se levantou e não entrou em seu carro e sumiu daquele lugar deixando o outro plantado com cara de taxo para trás. Imaginou-se fazendo isso, só que no meio do caminho ele dava ré e voltava correndo para o mesmo lugar onde se encontrava atualmente.

— ...Também joguei na loteria aquela semana, ganhei cinco euros. Está rindo do quê? Deu pra comprar um expresso – Liam virou-se para o moreno que tinha os olhos marejados pelo comentário inoportuno.

— Amor, você é um babaca.

— Hmm, você está me chamando de amor – Liam ignorou as ofensas transferidas no final e focou-se apenas no misto de sensações que seus corpos compartilhavam em ondas magnéticas. 

— Cala a boca, Liam – Del Frazi repreendeu, fazendo o castanho passar os dedos na boca imitando o gesto de fechar um zíper e sorrir logo em seguida – como eu estava dizendo antes de ser interrompido. Essa semana minha irmã me fez assistir uma porrada de filmes clichês hollywoodianos e ridículos, e a maioria deles eram de duas pessoas que se odiavam e depois se apaixonavam uma pela outra. E em um dos filmes, o casal estava na mesma situação que a nossa, deitados no capô de uma picape velha, de mãos dadas e assistindo o pôr do sol... 

Liam sentiu estar sendo repreendido e ao mesmo tempo que as palavras do menor soaram baixas em seu ouvido, foi o tempo de soltar a mão dele e se afastar, mas diferente da reação que achou que receberia, Zayn urrou sentindo falta do contato.

— Só que em momento algum D'Angelo havia dito que eu não gostava, então me devolva – o moreno ergueu sua mão em frente a de Liam pousada sobre o abdômen do mesmo. O castanho riu de canto e voltou a entrelaçar as mãos, levando-as até seus lábios e beijando suavemente a pele tatuada do menor.

— O que quer dizer com isso? – olhou-o de canto, aproximando seu rosto um pouco mais do menor que deu de ombros – quer dizer que somos um clichê? – observou-o e esperou pelas respostas do moreno que novamente não veio, mas Zayn retribuiu ao seu olhar e Liam novamente beijou sua mão – sendo um clichê ou não temos uma história diferente aqui.

— E qual é a diferença? – Zayn murmurou em resposta e o seu peito se apertou imaginando um bilhão de desculpas. Zayn realmente, realmente gostava de Liam e só de imaginar uma vida monótona ou algo que o fizesse se enjoar do alheio o fazia encolher.

Suas emoções estavam aflorando a cada segundo mais, vindo rápido como um tsunami, e outra vez sentiu o medo que algo de errado pudesse vir a surgir. Perguntava-se se era o único a sentir aquele medo ou se estava enfraquecendo e se iludindo com um lado seu que nunca existiu.

— A diferença é que nós somos reais – notando o desespero nos olhos âmbar, Liam ergueu sua mão até o rosto dele e o acariciou, sorrindo da forma mais doce que poderia – nós temos uma história mais profunda, temos algo mais insano e mais intenso. Nenhuma dessas histórias clichês hollywoodianas e ridículas tem personagens como nós, nenhum deles tem pais como os nossos! Somos vilões, a história já muda ai porquê nenhum de nós se submeteria a virar o mocinho da história, e acho que nem combinaria com nós dois. E sinceramente, quem faz romance sobre vilões? Ninguém. Sei que você tem medo, eu também tenho, na verdade estou morrendo pouco a pouco com o fato disso não dar certo e eu só.... 

Liam se interrompeu por um segundo. Não, não, Liam não desmoronaria agora.

— Estamos dispostos a qualquer coisa, não é? Para não deixar isso se tornar em algo monótono e chato. E mesmo se ficar, a gente começa uma briguinha besta assim do nada, e então quebramos alguns vasos, fazemos sexo de reconciliação e tudo volta a ficar bom de novo.

O sorriso no rosto de Zayn se abriu espontaneamente a cada palavra que saia da boca de um dos caras mais insensíveis que já conheceu - ou pelo menos achou que tinha conhecido.

— A diferença na nossa história Zayn, é que nós encontramos o amor em um lugar destruído.

E em um passe de mágica, todo aquele peso desmoronou de seus ombros ao mesmo tempo que sentiu os lábios de Liam chocando-se contra o seu em um contato rápido.

— Mas contando a história de nos odiar e do nada nos apaixonar. Sim querido, somos um clichê.

— Não diria que foi do nada – Zayn o corrigiu estudando as expressões em seu rosto – e também não usaria a palavra "apaixonado" – o moreno fez aspas com as mãos.

— Ham... – D'Angelo apoiou o peso de seu corpo em seu braço, apertando seus dedos nas mãos de Zayn que prendeu o riso em sua garganta - Liam estava começando a ficar nervoso.

— Diria que é uma forte atração que duas pessoas tem uma pela outra. E elas estão quebrando inúmeras regras que passaram a vida aprendendo para saciarem os prazeres ocultos em comum juntos. Porém, nada mais que isso – Zayn observou Liam rir com desdém e sacudir a cabeça em descrença – ainda me considero hétero, se quer saber.

— O seu cu pisca demais para um hétero, Zayn – Liam o julgou e o garoto riu antes de puxá-lo para mais um beijo. D'Angelo sorriu bagunçando seus cabelos castanhos – tá querendo enganar quem? – ainda sorria como uma criança que acabará de ganhar um doce. Suas reações eram reflexos as de Zayn - se o moreno risse, Liam sorria.

Se Zayn rolasse os olhos, Liam bufava.

Se Zayn reclamava de sono, Liam bocejava.

Se Zayn ficava irritado, Liam socava uma parede.

— Vamos, não quero me atrasar.

— Temos mesmo que ir? – o menor choramingou assistindo o alheio pular para fora do capô. Sua resposta surgiu quando seus tornozelos foram puxados e no segundo seguinte suas pernas estavam em volta da cintura de D'Angelo que o ajudava a descer – odeio quando faz isso, me sinto uma garota.

— Você é minha garota – beijou-o na bochecha antes de colocá-lo de pé no chão.

— E você é um idiota – rolou os olhos, Liam bufou.

— Antigamente eu era chamado de aberração.

— Isso foi antes de você jogar o seu feitiço em mim – seus braços envolveram a cintura de Liam que fez uma careta em protesto pelo comentário – não quero ir.

— Você prometeu que iria – Liam formou um bico nos lábios ao mesmo tempo que parecia uma criança birrenta.

— Não sei porquê me quer lá.

— Uma, você é o meu namorado e dois, é a festa de noivado dos meus amigos e eu quero que o meu namorado esteja presente, cacete.

— Que amigos são esses? – interrogou com o juntar de suas sobrancelhas.

— Acho melhor descobrir quando chegar lá – Liam entortou os lábios – se você descobrir quem são, não vai querer ir.

— Liam...

— Vá logo, você demora um século para se arrumar.

Liam se soltou do moreno que rolou os olhos e se afastou pisando fundo. Zayn iria dar a volta na picape velha de Liam quando um tapa ardido foi desferido em seu traseiro.

— Eu juro que se você fizer isso de novo, vou te castrar seu.... – suas sentenças foram caladas quando seus lábios chocaram-se contra os de Liam que beijou-o com voracidade, agarrando-o e tirando seus pés do chão. Sem fôlego, zonzo e aéreo - eram essas as definições de Zayn Del Frazi quando era provocado e do nada era tirado do purgatório e trazido a luz.

— Eu amo você seu possessivo, estressadinho e mimado de merda – os múrmuros do castanho foram ditos contra a boca de Del Frazi que ainda mantinha os olhos fechados, permitindo que aquela vibração corresse por seu corpo mais um pouquinho. Estava sem fôlego, agora não sabia dizer se era por causa do beijo inesperado ou pelas palavras também inesperadas - palavras aquelas que não eram usadas com frequência entre eles, apenas como diziam eles: em momentos necessários.

— Como você é romântico – Zayn sorriu para ele antes de abrir os olhos e sentir seu coração acelerar tão rápido que quase subiu por sua garganta.

— Palhaço – Liam o soltou após um selinho e aproximou-se da porta motorista da picape.

— Por que tenho a sensação que seremos os homens mais bonitos daquela festa? – Zayn assistiu-o adentrar o carro e bater a porta, ligando-o logo depois e dar ré até ambos estarem cara a cara novamente.

— Seja humilde amor, por favor – Liam sorriu para ele e esticou sua mão sobre a janela e acariciou o queixo do mesmo – somos os homens mais bonitos do mundo.

— Quanta humildade sr.Payne – Zayn rolou os olhos após se encostar na lataria do seu carro. Habitualmente sendo conhecida como Jazmyn - ou a estriper, como Liam havia acostumado a chamar.

— É um prazer compartilhá-la com você sr.Malik – o homem usou o nome falso do namorado e acenou para ele antes de voltar a dirigir pela estrada de terra. Zayn assistiu-o se afastar ao mesmo tempo que a poeira camuflava sua estádia.

— Também amo você idiota – declarou para o vento quando aquele som foi o único audível quando encontrou-se sozinho.

❱❱❱❱

Zayn desligou o motor da BMW ao mesmo tempo que seu olhar vagava no grande casarão a sua frente. Pulou para fora do veículo quando se viu por tempo demais perdendo fôlego com o tamanho luxo, Zayn ajeitou sua gravata quando a Ferrari 250 LM brilhante e vermelha chamou sua atenção.

— Metido – resmungou para si após menear a cabeça. O homem de cabelos negros seguiu até o carro, já reconhecendo o dono do mesmo recostado sobre ele e tragando um cigarro.

— Por que demorou tanto? – Liam reconheceu o perfume do namorado assim que ele colocou os pés ao seu lado e sem dar a ele a chance de responder, ergueu sua cabeça e sorriu com o cigarro entre os dentes.

— Pare de fumar – o mais novo puxou o cigarro da boca de Liam, jogando-o no chão e pisando no mesmo em seguida – estou tentando parar, se puder demonstrar um pouco de apoio seria útil.

— Alerta vermelho – Liam endireitou a coluna – o que eu fiz dessa vez para ter te deixado irritado? Sei que não foi o cigarro.

— Quem são esses amigos? – Zayn disparou em um só fôlego analisando arredor – eles são gays?

— Já viu algum casal gay se casar? – a triste realidade havia o atingido em cheio, como um soco surdo no estômago – já viu algum casal gay se assumir publicamente?

— Entendi – Zayn balançou a cabeça sem demonstrar muitas de suas emoções. Liam abaixou o olhar e encarou os próprios pés.

— Se quiser ir embora Zayn, está livre para fazer isso – naquele momento Liam passou a se arrepender da escolha de tê-lo convidado - detestava-se pelo fato de não ter previsto que Zayn ficaria desconfortável com qualquer situação que não estivesse familiarizado e, quando recebeu o silêncio em troca, tudo o que Liam mais desejou era realmente não ter feito o pedido – tenha uma boa noite sr.Del Frazi – sem olhá-lo nos olhos se retirou e caminhou até o tapete verde estendido no chão.

— Liam D'Angelo – e lá estava ele em uma das situações que odiava passar - fingir-se que estava bem quando na verdade estava chateado com o mundo inteiro. Afinal, o que mais ele poderia pedir? Liam namorava Zayn Del Frazi, não tinha que pedir por muito, apenas sentar e esperar a próxima tragédia acontecer - pelo menos ele sabia que as tais não demoravam tanto a surgir.

— Bruce Michelangelo – o castanho sorriu para o velho amigo que praticamente correu para recebê-lo em um abraço apertado e com direito a tapinhas nas costas. O corpo de Liam estava tenso, só que o de Bruce ficou dez vezes mais quando seus olhos caíram sobre a figura parada logo atrás do corpo de seu velho amigo.

— Você deve ser o Zayn – o homem aproximou-se de Del Frazi que tirou uma das mãos do paletó para poder cumprimentá-lo - Liam o encarou, suspirou e abaixou a cabeça. 

Michelangelo era educado, gentil e tinha um sorriso incrivelmente bonito. Zayn não foi com a cara dele.

—Liam me falou muito de você – Michelangelo sorriu meio desconfortável para o menor que expôs mais força naquele cumprimento do que realmente necessário.

— Se ele contou sobre mim, você deve saber que eu sou o namorado – Zayn soltou-o e apoiou seu peso inteiro sobre uma perna.

— Zayn... – Liam rosnou para ele.

— Tudo bem – o homem de cabelos castanhos meio longos lançou o olhar gentil até Liam – Liam me contou muitas coisas a seu respeito. Bem, só coisas boas e nada pessoais se é isso que está se perguntando – o homem mostrou os dentes para Zayn em um sorriso. O moreno passou a batucar seus dedos ao lado de seu corpo, controlando-se para não soltar um grito – foi me deixado bem claro que você é bem ciumento – riu para o moreno que formou um sorriso forçado – só que antes que você me mate e arranque os meus membros. Apenas quero recordar que sou hétero.

— Eu disse a mesma coisa antes de começar a namorar ele – Zayn riu cheio de desdém e sentiu seu pulso ser puxado e seu corpo bateu contra os músculos fortes de Liam.

— O quê diabos você está fazendo? – Liam o interrogou em um sussurro.

— Zayn não faça essa cara feia para o meu noivo.

E por mais que achasse que as coisas não fossem piorar, algo ou alguém mandou aquele ser humano trajada a um vestido prateado e cabelos negros amarrados em um coque alto até eles. Zayn quase se ajoelhou no chão e chorou em reconhecer a dona daquela voz - será que mais alguém que Zayn despreze irá aparecer?

— Oi Jauregui – o homem soou sem emoção para a mulher que foi abraçada pelo noivo e cumprimentada com um selinho. O moreno rolou os olhos e sentenciou-os com uma careta enojada. Liam apertou os dedos grossos em sua cintura, fazendo-o parar.

— Por que não me parece surpreso? – Lauren provocou o mais novo e quando Liam estava prestes a repreende-la - Zayn retrucou:

— Porquê estou absurdamente feliz em saber que você tem um noivo, assim você tira as suas patas do meu namorado.

Ah, quem se importa com primeiras impressões, não é? – e lá estava sua consciência novamente o repreendendo com um aceno de cabeça. Zayn sorriu para o casal a frente e entrelaçou os dedos nos de Liam – parabéns ao casal.

— Entendo a obsessão que você tem pelo Liam – Bruce se manifestou após um sorrisinho para a noiva que se despediu e adentrou a casa – na verdade, sou igual a você quando Lauren fica de conversa com pessoas que não conheço ou que me deixam desconfortáveis. Porém, nós temos que saber diferenciar quem é bom ou ruim e te garanto que eu sou a última pessoa no mundo que será capaz de fazer qualquer coisa contra o relacionamento de vocês.

Mesmo desconfortável, Bruce demostrou ser absurdamente calmo e seguro de si mesmo. O homem lançou mais um de seus incontáveis sorrisos afáveis e prosseguiu com o seu discurso:

— Estão enfrentando diversas coisas para ficarem juntos sem interrupções e se te assusta estar aqui com ele como um casal, não tenha medo. O medo surgi de diversas coisas e sem perceber ele pode se tornar o motivo da desgraça, então apenas entrem e se divirtam e se rolar qualquer problema, me procurem.

— Que zé mané certinho é esse? – Zayn pigarreou para o namorado assim que assistiu o amigo do mesmo sumir de seu campo de visão. Liam sem pronunciar uma palavra mastigou seu lábio inferior e olhou a sua volta, assistindo os demais convidados apressarem-se para adentrar o casarão – ele sabe que é calmo e entediante?

— Você julga pessoas sensatas e tranquilas como entediantes?

— Não no caso dele, não. Para aturar a Lauren tem que ser mesmo – riu do próprio comentário, tencionando-se logo depois quando a expressão no rosto do mais velho pareceu ser mais rígida – não fique com essa cara.

— Não estava de saída? – Liam retrucou em um fio de voz rouca, Zayn engoliu a seco e rolou os olhos.

— Na verdade, não. Você que disse para mim ir embora.

— Eu não disse...

— Ah você disse – o sorrisinho cínico já retornava aos seus lábios carnudos e rosados – e depois você se agarrou naquele cara e eu não gostei nem um pouco de ter presenciado isso.

— Amor...

— Não me venha com amor sr.D'Angelo – Zayn ergueu seu indicador em frente aos lábios de Liam que enrugou sua testa – se me chamou aqui para ficar se esfregando nesses seus amiguinhos na minha frente, avise-me logo. Tenho meia dúzia de armas no meu porta-malas e minha mão está coçando pra matar alguém.

D'Angelo observou-o em silêncio enquanto os lábios de Zayn moviam-se descartando suas inseguranças - mesmo que fossem em forma de ameaças. Tentando evitar o sorriso bobo em seus lábios, o homem de pele alva mantéu a pose firme em frente ao moreno.

— As vezes me pregunto o que tenho na cabeça em achar um obsessivo como você atraente – suas palavras soaram tão firmes com sua compostura. A voz rouca aveludada com a maciez soava como um mantra aos ouvidos de Zayn que subiu o peito e desceu-o lentamente ofegante – então chego a duas conclusões. Estou ficando louco ou adoro enfrentar o fogo.

— Acho que é um pouco dos dois – o moreno sugeriu ao maior que relaxou seus ombros largos, mal havia percebido mas seus dedos ainda estava entrelaçados aos de Zayn e diversos olhares eram dirigidos a aquele ato - realmente não se importava – e se for o fazer se sentir melhor, também estou no mesmo barco.

— Queria entender a implicância que tem com os meus amigos.

— Se eu tivesse amigos que tem a necessidade de me tocar a cada cinco segundos, você não me faria essa pergunta – outra reação espelhada as ações de Zayn. Se Zayn sentisse ciúmes, Liam se apaixonava cada vez mais por ele - e não havia sufocamento no ato. Sorrindo e percebendo que seus olhos brilhavam, ignorou mais uma vez todos os olhares ao redor e puxou-o pela mão em um ato delicado, até que seus troncos estivessem juntos e seus braços envolvendo os ombros do menor, que abraçou-o apertado pela cintura e enterrou seu rosto na curva de seu pescoço – estamos de bem de novo?

— Vai parar com sua possessão doentia? – Liam remendou-o ao inclinar a cabeça para frente e observar o rosto do menor que escondeu-se mais ainda em seu pescoço.

— Não – sua voz saiu abafada pela roupa grossa de Liam.

— Então estamos de bem – o maior riu com o comentário e apertando-o mais um pouco antes de beijar as madeixas negras – acho que posso aturar o seu ciúme doentio.

— Não é ciúmes – Zayn afastou-se para olhá-lo nos olhos.

— É o quê então? 

O moreno abriu a boca afim de retrucar, mas qualquer palavra foi arrancada de si em um ato de violência.

— P-proteção.

"Você gaguejou?" – a vozinha em sua cabeça gritou pasma fazendo-o estremecer. O moreno de olhos âmbar piscou suas pupilas diversas vezes tentando absorver com clareza o desespero que deixou transparecer.

— Ciúmes amor.

— Vá se foder.

Ótimo, aquela era a resposta perfeita para quando Zayn não a tinha de verdade - e perto de Liam havia perdido a pratica de ter todas elas na ponta da língua. Emburrado afastou-se dele, deu meia volta e seguiu até o interior da casa com o namorado risonho e implicante ao seu encalço. 

Respirando fundo, Zayn notou a aproximação de outro corpo sobre o seu, uma mãozinha boba subindo desde seu traseiro, cruzando sua coluna e encontrando-se em seu ombro, apertando-o, puxando-o para mais perto ao mesmo tempo que arrepiava-se dos pés a cabeça quando aquele desgraçado de sorriso bonito o disse em um sussurro repleto de segundas intenções:

— Posso até ir. Só que você tem que me prometer que irá junto.

Del Frazi segurou-se para não colocar suas mãos na gola da camisa de Liam, empurra-lo contra uma parede e rasgar qualquer tecido que estivesse em seu caminho, que impedisse de encontrar todas aquelas curvas que o tirava o juízo.

— Se continuar a me provocar desta forma, amanhã não conseguirá andar.

Zayn ameaçou em um lufo, acompanhado de um suspiro pesado quando o lóbulo de sua orelha fora mordido. Será que Liam não percebe que ambos estavam em público, em uma festa de família para ser mais exato?! Zayn já podia ouvir os gritos de Jauregui caso ela deixasse de ser o centro das atenções da noite e o novo casal, Ziam como sua irmã havia acostumado os chamar, tomasse conta de todos os holofotes - na verdade Zayn não se importava, desde que ele acabe na mesma cama que D'Angelo.

— Isso é uma ameaça? – Liam sussurrou ainda próximo ao ouvido de Zayn que urrou baixo sentindo seu membro pulsar. Merda, seu corpo já estava reagindo as provocações de Liam e não era nem oito da noite – saiba que eu sei diversos métodos de deixá-lo irritado, só para cumprir com suas ameaças.

— É? Boa sorte – Zayn desafiou e em seguida a risada humorada de Liam ecoou em seus ouvidos, no momento seguinte sentiu falta da temperatura do corpo maior que se afastou – o que você está fazendo?

— Vou arrumar uma forma de deixá-lo irritado. 

E com segundas intenções, Liam seguiu até o centro do salão deixando o mais novo bufando alto pelos cantos. 

Pisando fundo o moreno seguiu até o bar, fazendo o seu pedido e acomodando-se em uma das cadeiras altas disponíveis, Zayn apoiou seu cotovelo no móvel ao lado e procurou pelo amante que deveria estar aprontando uma pelos cantos. Zayn não precisava de muito para ficar irritado - era só colocar qualquer ser que respire ao lado de Liam e qualquer olhar torto o fazia soltar fogo pelas ventas.

Uma sensação gelada ponderou de seu estômago só de imaginar que a sua sanidade estava nas mãos de D'Angelo naquela noite - como todas as outras. Se Liam o provoca sem intenção, imagine quando ele a tinha. 

Zayn estava nervoso, não pelo o que ele encontraria e sim com o que ele seria capaz de fazer caso estivesse irritado demais. Lembrava-se perfeitamente da época do colégio antes que fosse obrigado a estudar em casa. Ninguém tocava em uma borracha sua sem a sua permissão - coisa que ninguém conseguia. E se alguém fosse retardado o suficiente de provocá-lo, deveria saber que haveria consequências e marcas que seriam carregadas pelo resto da vida. Se Zayn Del Frazi foi capaz de bater em um garoto por causa de um carrinho qualquer, imagine se alguém resolver tocar na primeira pessoa no mundo que o seu coração bateu mais forte?!

Insano, possessivo, maníaco - Liam tinha razão em nomeá-lo de todas aquelas formas, no final das contas, Zayn considerava cada insulto como um elogio.

Soltando o ar preso de seus pulmões o homem notou quando seu drinque foi pousado próximo ao seu braço estirado. Sentiu o material cristalizado do copo gelar seus dedos, e sem esperar por muito umedeceu os lábios ao mesmo tempo que a bebida aquecia sua garganta com a ardência. Zayn apertou os olhos antes de bater o pequeno copo sobre o bar e chamar a atenção do barman.

— Dose dupla – e sem segundas ordens o homem vestido a um terno branco encheu o copo com uma dosagem maior - naquele processo, Del Frazi reparou que seu corpo fora queimado por um par de olhos e outro corpo manteve-se ao seu lado. O perfume adocicado nem de longe pertencia a Liam – não estou afim de conversar – rosnou para quem quer que fosse que por milagre queria a sua atenção.

— Isso é realmente uma pena – a mulher de cabelos louros sorriu da forma mais provocante que pode para o homem que engasgou-se na própria bebida. 

Zayn por um segundo achou que estava tendo algum tipo de alucinação depois de ficar chapado por horas fumando algumas ervas. Olhou-a só para ter a certeza que nenhum arco-íris e um pônei colorido e brilhante sairia dos ouvidos dela. Merda, por que não poderia ser uma alucinação?

— Perrie? – o nome da ex namorada soou de sua boca como um assombro. Piscou inúmeras vezes tentando absorver a visão da mulher trajada a um vestido preto rendado longo e rodado na saia, engoliu em seco quando a mulher riu de seu estado de transe e moveu-se em sua direção.

— Bobinho, vai continuar me olhando como se tivesse visto um fantasma ou vai vir me abraçar? – a garota ergueu seus braços no ar e recebeu Zayn meio hesitante em um abraço apertado - pelo menos da parte dela. O mafioso apenas tentava imaginar como aquela louca havia conseguido entrar naquele recinto – você está tão bonito. Como vai a sua vida?

— Bem – respondeu-a em um fio de voz, fina e desconexa.

— Isso é bom – ela riu de forma exagerada e enrolou uma pequena mecha de seu cabelo na ponta do dedo. 

O sorriso da mulher era bonito e encantador, só que por sorte Zayn sabia perfeitamente o que aquela aparência angelical escondia - namorou-a por duas semanas. Sendo elas as mais traumatizantes da sua vida. O moreno nunca havia presenciado tantas crises de bipolaridade como naquele tempo. Nunca ouviu tantos gritos, nunca viu uma pessoa chorar tanto e ao mesmo tempo rir.

Presenciou a cena mais esquisita da sua vida que foi assista-la ter um surto de ciúmes desnecessário e quebrar todos os objetos que tinha pela frente. Com toda razão do mundo Zayn tinha motivos para temer a presença daquela garota - existia a loucura, psicose e Perrie Edwards que era dez vezes pior.

— Como vai o seu atelier de arte? Da última vez que nos vimos você tinha dito que entraria em turnê para vender suas obras. Como foi? Espero que tenha sido um sucesso.

O moreno sem ter muitas opções onde se esconder pegou a garrafa que estava na mão do barman e levou-a até os lábios, entornando em um gargalho grande quantidade. Fazia dois anos que Zayn não a via e o impressionante era que ela se lembrava da desculpa que o homem usou para se livrar dela - sempre a mesma desculpa. Del Frazi sentiu o corpo endurecer e em sua cabeça uma vozinha repetia a todo instante: Fuja, agora. Enquanto ainda tem tempo.

— Foi ótima – Del Frazi sustentou mais um pouco sua mentira.

— Ah, sabe no que eu estava pensando...?

— Não querida, não sei ler mentes – ironizou desviando sua atenção da mulher que soltou outra onda de risadas exageradas. Quem era Jacqueline Payne perto da Perrie na arte insanidade? Uma mera aprendiz.

— Haha, Zayn. Não seja bobinho – o homem desviou do toque dela e sorriu com falsa modéstia – nós poderíamos marcar de tomar um café qualquer dia. Ou sei lá, marcar um encontro para relembrar-nos dos velhos tempos...

Zayn se desligou do mundo por um tempo - um misero tempo antes que explodisse. Seu corpo estava começando a ser possuído por um sentimento tão asqueroso que o fazia estremecer. Estava irritado e era a voz de Perrie que o estava deixando-o naquele estado. A um passo de gritar com ela e mandá-la ir embora e, a dois de ir até o seu carro, pegar uma espingarda e estourar os miolos daquela garota. Com um suspiro exausto, tomou outra golada da tequila e sacudiu com a cabeça concordando com qualquer coisa que saía daquela boca pintada de rosa.

— Ou sei lá, poderíamos ir direto para a minha casa.

O homem engasgou quando as unhas da mulher arranharam o tecido de sua calça, descendo de sua coxa e indo até o joelho. Um arrepio, nada bom, percorreu seu corpo na mesma intensidade que ele teve vontade de rir e ao fazê-lo, colocou sua mão fechada em punho em frente aos lábios - Perrie retribuiu a risada do moreno.

— Escuta aqui querida, eu poderia até ir com você caso eu estivesse sofrendo de algum tipo de problema mental – rosnou para ela ao mesmo tempo que sentia suas bochechas esquentar pelo nervosismo, realmente não precisava de muito para deixar Zayn irritado.

— Não banque o difícil querido – Perrie tocou-o próximo a virilha, subindo com a ponta de seus dedos pelo abdômen até chegar próximo ao peito, onde contornou e mordeu a ponta de sua língua sorrindo ladina e provocativa.

Zayn seguiu cada movimento com a sobrancelha erguida, sentindo a pele fria e leitosa da garota tocar seu maxilar e acariciar o queixo aparado do mesmo.

— Sei que você sente a minha falta.

— É melhor você se afastar – Zayn ordenou entre dentes, apertando seus dedos ao redor da garrafa que por pouco não trincou. Zayn olhou-a nos olhos e notou que a mesma havia se aproximado mais depois de uma risadinha de escarnio. Ela realmente se achava tanto assim? Perrie era bonita mas não valia todo o esforço.

— Me afaste você se não quiser isso – ela o provocou e antes que Zayn pudesse ter qualquer tipo de reação, seu lábio foi tocado pelos dela em um beijo invasivo. 

Fechando os lábios para impedir o aprofundamento daquela cena patética, livrou-se da garrafa, apoiando a mão na cintura dela a empurrou e, no mesmo segundo, ouviu um grito de horror escapar de sua boca.

— Merda – a garota grunhiu exasperada sentindo a bebida gelada e com um cheiro forte a uísque espalhar-se no tecido de seu vestido. Del Frazi arregalou os olhos e procurou pelo danificador e o seu novo ídolo – por que fez isso? – a mulher de cabelos louros olhou para Liam parado ao lado com a cara mais sínica que pode armar, ao seu lado tinha uma mulher pendurada em seu braço que ria como uma hiena robótica.

— Desculpe-me querida, mas eu só quis apagar o fogo antes que o lugar todo entrasse em chamas – sarcástico como sempre, Liam deu de ombros e sorriu de canto piscando para Zayn que não esbouçou nenhuma emoção. Quem era aquela mulher grudada em seu braço?

— Nem conheço você – vociferou para o homem que deu de ombros e tomou as gotas restantes do uísque em seu copo.

— Sorte a sua. Você não gostaria nem um pouquinho de presenciar no que me torno quando tocam no que é meu.

Dirigindo-se a Zayn, mirou-o de cima a baixo antes de puxar a mulher de cabelos castanhos até o centro do salão. O moreno continuou parado no seu canto, aquele show tinha de tudo para ser um sucesso, só que Liam simplesmente resolveu aparecer agarrado a uma meretriz de risadinha esganiçada.

Perrie sem saber onde enfiar a cara correu bufando dali, deixando o moreno sozinho para trás que precisou de um pouco de ar antes de absorver as recentes informações. Estava confuso, o quê caralhos havia acabado de acontecer ali?

— Nunca presenciei um relacionamento tão explosivo como esse – Bruce surgiu do inferno naquele momento, brotando ao lado de Zayn e fazendo-o levar um pequeno susto pela surpresa.

Ótimo, o inferno pode mandar mais desgraça para acabar com o resto da sua noite.

— É um provocando o outro, ganham alguma coisa com isso?

— Você ganha alguma coisa se intrometendo na vida dos outros? – retrucou em tom ácido, Bruce não se sentiu ofendido.

— Touché – riu consigo mesmo tomando um gole de vinho – notei que você não foi com a minha cara. Mas imagino que não deve ir com a cara de ninguém que é amigo do Lee – compartilhou seus pensamentos para o mafioso que não desgrudava seus olhos do namorado que ria de algum comentário lhe feito.

Zayn estava em alerta como uma águia, qualquer movimento em regiões restritas, movera-se até lá e arrancaria os cabelos daquela sem sal.

— Mas como disse antes, não sou uma ameaça e nem pretendo me tornar uma. Principalmente a minha noiva! Sei que ela é meia irritante as vezes e vai deixar transparecer o lado obsessivo dela, só que isso é apenas o lado protetor dela falando mais alto. Liam a livrou de muitas coisas e Lauren apenas tenta retribuir de alguma forma.

— Ela escolheu gritar e bater em qualquer ser humano que aparenta ser uma ameaça? – Bruce riu assim que concordou, fazendo Zayn sorrir com a língua entre os dentes mas não desviar do seu alvo.

— Sim. Só que em defesa dela, você sr.Del Frazi não fica muito atrás quando alguma ameaça está perto dele – Michelangelo fez aspas com a mão livre, observando-o casualmente – aposto que se pudesse coloraria um papel na testa dele dizendo que ele é sua propriedade.

— Aprendeu a ler mentes aonde? – pela primeira vez naquela noite Zayn pareceu relaxar, suspirou pesado estudando o rosto de Bruce que sorriu para ele em compreensão. 

O silêncio os rondou por alguns instantes, longos minutos para ser mais exato e naquele tempo ambos homens observaram o mesmo ponto, o mesmo alvo e o mesmo ser de olhos enrugados sorrindo da forma mais bonita que poderia. Zayn descobriu ser absurdamente apaixonado por aquele sorriso quando o seu coração faltou pular de sua boca e bater descompassado pelo chão. 

Ainda era confuso sentir tudo aquilo, todos aqueles desejos e toda aquela queimação no seu baixo ventre quando admirava por tempo demais aquele homem. Também sentia-se esquisito quando virava-se para alguém e dizia: "Ele é meu namorado, é melhor manter distância." - mesmo que a sociedade não permitisse e não aceitasse, Zayn no fundo não se importava com o fato de estar com um homem, no final do dia apenas se sentia estranho de estar amando e não de ser visto com um. 

O fato estranho era que até pouco tempo Zayn Del Frazi era descrente de qualquer sentimento que levava ao caminho paixão e cruzava na esquina amor, ignorava totalmente o fato de tal sentimento acontecer com uma pessoa que obtém uma vagina agora imagine com um pênis. Sempre foi cético, preconceituoso e um nazista de mão cheia, acreditava apenas nas crenças que o seu pai o ditava e nada mais que isso. O que havia mudado seria tudo, mas como mudou o surpreendeu e da forma e no ritmo ainda era mais intenso, nunca na vida imaginou-se tendo uma ereção por outro homem e quando se pegou masturbando-se pela primeira vez pensando em um, notou que a sua vida havia virado de cabeça para baixo - e que grande virada.

— Ele te ama e é possível enxergar – Michelangelo manifestou-se após momentos infinitos no mais profundo silêncio, onde aos ouvidos de Zayn nada era mais que murmúrios e a voz mais alta eram de seus pensamentos – claro que deve amar, não é? Não vejo outro motivo de arriscar o próprio pescoço para estar com uma pessoa que por destino é proibido a ter qualquer tipo de afeto.

— As vezes eu queria que não amasse – e aquela era outra primeira vez na vida de Zayn. Ele estava desabafando suas inseguranças com alguém que considerou ser uma enorme ameaça – as vezes não me acho merecedor disso tudo, entende? Não é certo.

— O que quer dizer com isso? – Bruce juntou as sobrancelhas e livrou-se de sua bebida.

— Estou cansado de dizer isso sem parecer um cd arranhado mas olha a realidade, somos inimigos.

Zayn riu com desdém e com certa chateação. Aquele era um dos incômodos da sua vida, o pior deles era que nas entrelinhas do contrato do destino estava escrito em negrito: Você deve assassinar a única pessoa que amou na vida. Mas havia uma pergunta abaixo e ela o questionava: Terá mesmo coragem de fazer isso? 

— Apesar de parecer certo estarmos juntos, não consigo suportar o fato que me vem na cabeça que a qualquer momento algo vai aparecer e estragar tudo isso. Então tento me convencer que isso não é nada, que isso é errado e que nunca deveria ter acontecido e todas as vezes que penso nisso, só consigo lembrar do motivo de ter me aproximado dele à principio e ninguém faz ideia do quanto me odeio por isso.

No final da história tudo havia se tornado em uma imensa bola de neve que correu barranco a baixo e destruiu tudo que havia pela frente. Bruce observou Zayn, o homem de pele morena tinha a voz abalada para uma postura tão firme.

— Seja o que for que o seu pai tenha dito para você fazer Zayn, tudo mudou quando você percebeu que o amava – Bruce desvendou em segundos o que Zayn levou semanas para o fazer, porém ficou tenso. 

Del Frazi olhou o outro homem ao lado, vendo-o com uma expressão suave apesar de ter absoluta certeza que Zayn havia se aproximado do seu amigo apenas para conseguir algo. Porém Bruce não quis ficar, não quis se intrometer e não quis quebrar a confiança que passou a ter por Zayn.

— Confio a segurança do meu amigo a você Zayn.

— Você sabe que a escolha não é minha – o moreno negou afundando as unhas nas palmas das mãos..

— É sua, sim. Você escolheu ficar com ele, você escolheu amá-lo e agora vai protegê-lo da mesma forma que ele faz por você – Michelangelo rosnou para o mais novo que engoliu em seco – confio em você, sei que não irá fazer nada que possa o ferir e sei que vai lutar contra isso.

— Bruce...

— É difícil, eu sei. Só que você tem que saber que o amor é um campo de batalha – sua voz ficou em um tom rouco, Zayn calou-se e encarou os próprios pés –, e o paraíso amigo é você quem faz. Então se o ama, de verdade, não desista. Os dois são fortes juntos! Então transforme essa força em uma arma e lute com quem for.

I'm so into you, I can barely breathe/
Estou tão afim de você, que mal consigo respirar

— Pode ser inteligente, só que isso não vai me fazer gostar mais de você – o moreno resmungou para si mesmo quando o outro homem se retirou após lançar lhe um sorriso. 

Zayn mastigou os próprios lábios observando Michelangelo aproximar-se da noiva que conversava com um casal de senhores e fora recebido com sorrisos e beijos. Bufou alto e tornou-se a mastigar os próprios lábios antes de tomar a decisão que se levantaria e seguiria até Liam para acabar de um vez por todas com aqueles joguinhos, no final Bruce tinha razão - eles eram fortes juntos e não existia motivos, apesar de tê-los, para manter-los separados por muito tempo ou em pé de guerra como costumavam ficar.

And all I wanna do is to fall in deep/
E tudo que eu quero fazer é me jogar nas profundezas

Afrouxando mais um pouco a gravata se pôs a se mover, a cada passo notava olhares em seu rosto, sorrisos direcionados em sua direção e cumprimentos surgidos de todos os lados. Um mês atrás Zayn realmente se importaria com aquilo, sorria seguro do seu andar, do seu charme e toda a perfeição que achava domar - se importaria com cada detalhe, ignoraria qualquer comentário apenas para bancar o difícil e piscaria para a primeira mulher que o chamasse atenção. 

Um mês atrás ele era o velho Zayn, o egocêntrico, teimoso, cético, egoísta e insensível - agora tudo com que ele realmente se importava era com o par de olhos castanhos chocolate que passou a admirá-lo quando finalmente notou que o mesmo se aproximava. No presente, era com aquele olhar que Zayn se preocupava - se preocupava se aquele brilho intenso e quente apareceria quando o visse, se aquela curvinha no canto dos lábios surgisse quando Liam tentava repreender um sorriso e bancar o forte quando na verdade queria correr e recebê-lo em um abraço forte e protetor. 

Agora Zayn se importava com Liam e mesmo que o Zayn de um mês atrás pudesse viajar no futuro e assistir aquela cena - com toda certeza estaria rindo e dizendo um monte de besteiras e batendo os pés desaprovando aquela ação - aquele era ele, o real Zayn - apaixonado por outro homem, outro mafioso, um inimigo e o primeiro amor da sua vida.

But close ain't close enough 'til we cross the line/
Mas ainda não estamos perto o suficiente até cruzarmos a linha

Só que por um momento quando todas aquelas certezas acertavam seu corpo como tiros de pistolas, uma sobrecarga agonizante rondou-o como um cão selvagem quando a sua propriedade foi tocada da forma que Zayn o tocava, recebeu galanteios, sussurros e sorrisos intimidantes que fez todas as gotículas do sangue de Zayn ferver como se estivesse no quinto inferno. 

Apertando suas mãos em punhos, deixou de caminhar como uma pessoa normal e marchou até o homem que ainda estava paralisado, sem saber se observava-o se aproximar ou se tentava se livrar da prostituta pendurada em seu pescoço - e mesmo que tivesse pensando em se livrar dela, nada mais saiu extraordinário aos olhos de D'Angelo quando Zayn se aproximou dos dois, inclinou-se sobre eles e o beijou, intenso, apaixonado, possessivo e dominador. Era sua vez de domá-lo, de fazê-lo sentir que também era capaz de causar tudo aquilo que sentiu na primeira noite que passaram juntos.

So name a game to play, and I'll role the dice/
Então fale um jogo para jogarmos e eu vou jogar os dados.

Naquele momento os olhares queimando sobre eles não passou nem perto das chamas que acenderam ao redor de seus corpos, aquecendo-os no mais profundo e sombrio desejo que já havia os domado - uma doce e cruel obsessão. Sabendo que atrairiam um bando de olheiros caso continuassem com aquele espetáculo, Zayn estalou os lábios nos de Liam que moveu-se conforme ele se afastava - estava desnorteado, zonzo, sem fôlego.

— Ele é meu – nenhum som proferiu de sua boca, apenas o mover dela que foi entendido perfeitamente pela companhia de Liam que fez a questão de se levantar e correr dali o mais rápido o possível assustada, aterrorizada. 

Sem dar tempo para Liam repensar, voltar a terra ou simplesmente sentir as pernas novamente, Zayn segurou-o pela mão e puxou-o por aquele redemoinho de pessoas. Foram ouvidos cochichos, julgamentos e nenhuma palavra que os descreviam como vermes foram capaz de apagar as chamas que ardiam seu corpo. 

No caminho o moreno notou que um dos telespectadores era ninguém mais que os próprios noivos que sorriam orgulhosos do que tinha acabado de acontecer - alguém pelo menos havia os dado aprovação e Zayn por um motivo sentiu-se vitorioso quando Michelangelo ergueu sua taça preenchida com um líquido borbulhante e os brindou.

Ainda confuso Liam adentrou o banheiro assim que foi empurrado para dentro do mesmo, a luz acendeu e o homem encarou o chão antes de virar-se de frente a Zayn que estava apoiado na porta trancada.

— O que você acabou de fazer? – um sussurro perdido no meio de todas as vozes de seus sentimentos, D'Angelo naquele momento sentiu o seu ódio misturar ao seu amor, criando um lanço forte e perigoso prestes a explodir, ver o sorriso de Zayn fez o pavio acender.

— Acabamos de nos assumir publicamente.

E sem encontrar mais palavras para descrever o que sentia, Zayn quebrou toda a distância que os separavam e beijou o maior urgentemente. Era perigoso, era explosivo, era excitante e esse era o relacionamento mais perfeito que ambos já se encontravam e o que o tornava perfeito, era o sentimento que era mútuo e crescia a cada segundo.

Oh baby, look what you started/
Oh querido, olhe o que você começou 
The temperature's rising in here/
A temperatura está subindo aqui

Seus corpos se chocaram com uma força descomunal e suas mãos agiram com presa em livra-se das primeiras peças de roupa - primeiro os casacos, depois os botões de suas camisas voaram para lugares opostos e sumiram no tapete.

Suas línguas entrelaçavam-se em uma dança sensual e provocativa, as unhas curtas arranhavam as costas, abdômen, nuca e pescoço e no segundo seguinte a boca de Liam fazia o caminho até o pescoço de Zayn, chupando-o e atraindo-o para a sua jaula da perdição. 

O moreno gemeu alto ao mesmo tempo que sentiu sua visão escurecer e antes que pudesse se persuadido e ceder a submissão, o homem de olhos avelã inverteu o jogo e puxou a gravata vermelha estirada sobre seus ombros - levou-a até os pulsos de Liam, amarrando-os nas costas do mesmo que gemeu em resposta.

Is this gonna happen?/
Isso vai mesmo acontecer? 
Been waiting and waiting for you to make a move/
Estive esperando e esperando você tomar uma iniciativa

O castanho afastou-se quando sentiu os nós serem feitos com agilidade, sorriu cheio de malícia para o menor que roubou-o um selinho ao mesmo tempo que empurrava-o contra a pia.

— Isso é algum tipo de vingança? – Liam não conseguiu evitar em pensar na primeira noite que passaram juntos e cada gemido, cada palavra perversa e ofegância o fazia endurecer – uma gravata não vai me deter... Hmm. – Liam repreendeu o gemido sôfrego quando seus membros foram roçados, fazendo-o estremecer e tentar livrar-se do tecido que apertava a sua pele.

Before I make a move/
Antes que eu dê uma iniciativa

Novamente Zayn o tocou, apenas para ouvi-lo gemer e calar a boca, o castanho jogou a cabeça para trás e suspirou pesadamente, repreendendo o gemido quando seu pênis foi segurado com força.

— Geme – Zayn ordenou e pressionou Liam mais contra a pia, apertando o membro do mesmo que estremecia com aquele contato, Liam não cedeu então Del Frazi tomou medidas drásticas. 

Em um movimento rápido libertou o membro de Liam e ao mesmo tempo que passou a acaricia-lo, segurou-o pela nuca e colou suas testas, apreciando a visão de um paraíso que Zayn passou a criar.

— Geme – sussurrou contra a pele do maior que soltou um urro de prazer quando a velocidade só diminuiu em seu membro duro feito pedra. Zayn beijou-o no maxilar, seguiu até o lóbulo da orelha do mesmo e passou a movimentar seu quadril contra o de Liam enquanto o masturbava, estimulando-o e gemendo feito uma vadia ao ouvido do maior que não aguentou por muito tempo repreender as vontades do mais novo e gemendo roucamente recebeu a recompensa que queria - a boca de Zayn.

O som da sucção era incrivelmente excitante aos seus ouvidos, senti-lo passar a língua por toda sua extensão e logo após rondar a cabecinha de seu membro o fazia ter a sensação que gozaria mais cedo do que imaginava. Suas vontades eram de tocar os cabelos negros de Zayn, mover a cabeça do mesmo contra seu quadril, mas suas vontades ficaram intactas na estantes da sala quando percebeu que os nós feitos na gravata estavam fortes o suficiente para impedi-lo. Só que mesmo assim moveu seu quadril contra a boca de Zayn, fodendo-a e fazendo-o engasgar com o seu membro brilhante pelo pré-gozo e saliva.

Tell me what you came here for/
Me diga para o que você veio

Prendeu os lábios entre os dentes, abafando o gemido arrastado que estremeceu suas cordas vocais, sua cabeça pendeu para trás e seus olhos rolaram pelo prazer que submergia em seu corpo. Perguntava-se em qual momento Zayn havia virado tão experiente naquela ação, e quando sentiu que estava prestes a gozar jogou todas aquelas dúvidas de lado e aproveitou a sensação divina, até ser interrompido.

Liam grunhiu em repreensão e ao mesmo tempo sentiu os lábios de Zayn subir pela linha da felicidade, abdômen, tórax, pescoço, maxilar e aproximar-se de seu lábio inchado e vermelho. Ambos se encararam com o misto de desejos aproximando-se deles tão rápido e forte como um furação - as mãos de Zayn tocaram o rosto de Liam, acariciou-o e sorriu, e naquele momento os dois souberam quem domaria a situação - na verdade havia sido deixado bem claro no momento que uma gravata havia se tornado algemas nos pulsos de D'Angelo.

Agora Liam estava inclinado sobre a pia com a bunda empinada na direção de Zayn, esse que não demorou a abaixar mais as calças do companheiro que a todo tempo tentava se livrar do aperto nos pulsos.

— Pare de se mexer – um estalo ecoou pelo banheiro ao mesmo tempo que seu rosno rasgou em sua garganta. A marca de seus dedos ficaram empresas na pele de Liam que segurou-se para não gemer em resposta.

Definitivamente aquilo havia se tornado uma vingança - a melhor delas. O castanho soltou um longo suspiro quando suas nádegas foram apertadas pelos dedos do moreno que afundo as unhas na carne leitosa, roçou seu membro ainda coberto na entrada rosada do namorado e sentiu-o estremecer.

— Já disse para não se mexer – e com suas palavras ácidas outro tapada ardido surgiu na pele de Liam, em cima do antigo golpe que só fez ainda mais a pele alva aquecer – quanto mais você se mexer, mais dificultará o meu serviço. Então fique quieto e prometo levá-lo ao paraíso – suas palavras soaram a cada movimentação que fazia nas nádegas de Liam, apertando-as, movendo-as, puxando-as e deixando mais amostra a entrada que faltava gritar por atenção - D'Angelo gemeu e recebeu outro tapa.

— Você irá para lá comigo? – Liam perguntou quando apertou seus olhos mais um pouco, e no mesmo momento ouviu o barulho do zíper da calça de Zayn ser aberta e a fivela do cinto batendo.

— Não. Por quê já estarei lá, esperando por você.

Zayn se livrou de sua calça e sua mão livre masturbou-se. O homem de madeixas negras inclinou-se sobre o corpo do namorado e mordeu o lóbulo da orelha do mesmo.

— Capiche?

— Capiche – sorrindo orgulhoso de estar conseguindo alcançar os seus objetivos, Zayn lentamente arrastou seus lábios da nuca até a bunda de Liam, procurando pela entrada do mesmo que encolheu-se no mesmo ato que fora tocado. Passou a chupa-lo, a deliciar-se com o sabor daquela região e transmitir o maior prazer que poderia ao outro homem que afundava suas unhas nas palmas das mãos, ao mesmo tempo que rebolava seu quadril contra a boca do moreno.

Cause I can't, I can't wait no more/
Pois eu não consigo mais esperar 
I'm on the edge with no control/
Estou no limite, sem controle

E quando sentiu que Liam viria a gozar, Zayn parou. O castanho remexeu e sussurrou palavras desconexas censurando o mais novo, sem se importar se estava sendo atrevido demais, Zayn apenas voltou a ficar de pé e por um momento quase teve um infarto quando enxergou o que estava sendo entregue de bandeja a si. 

Ter a visão de Liam mordendo os lábios, as mãos amarradas e o suor brilhando em sua pele, fazia o moreno salivar e ficar paralisado por alguns curtos minutos apenas apreciando aquela visão. Se o paraíso eram eles que faziam, Zayn havia caído nele algumas semanas atrás - aquilo era algo que nomearia como paz na terra.

And I need, I need you to know/
E eu preciso, preciso que você saiba

E aquele era o momento que nomeava-se como a sua perdição - o momento que o invadiria. Não sabia descrever se era a sensação de estar dentro de algo tão apertado ou as expressões que surgiam no rosto de Liam, mas sendo um ou outro, não se importaria de morrer naquele ato. Deixando um pouco de lado a sua selvageria, inclinou-se sobre as costas do namorado e despejou um beijo carinhoso na nuca do mesmo, e foi só aquilo de que Liam se lembrava antes de ser invadido e tudo a sua volta girar. Zayn movia-se como um animal - entrando e saindo, fundo e forte, fazendo seu corpo ir para frente e para trás em um ritmo frenético e rápido. O som das bolas de Zayn batendo na bunda de Liam era um som de outro mundo, misturando-se aos seus gemidos e o calor envolvendo seus corpos não o fazia desejar estar em outro lugar e sentir coisa diferente.

Liam não costumava deixar que ninguém o domava-se, mas naquela situação não seria tolo de recusar e quando a sua próstata foi atingida, ai sim Liam tinha toda a certeza do mundo que nada mais parecia ser certo.

So baby, come light me up and maybe I'll let you on it/
Então, querido me acenda e talvez eu deixe você por cima 
A little bit dangerous, but baby, that's how I want it/
Um pouco de perigo, mas querido é isso que eu quero

Liam abriu a boca mais nenhum som proferiu, suas unhas afundavam em sua pele e as mãos de Zayn acariciava-o e o trazia de volta todas as vezes que se afastava, acertando seu ponto em cheio e o fazendo crer que viria logo em seguida - só que quanto mais perto chegava, Zayn diminuía o ritmo e enchia suas costas de beijos antes de desferir um tapa ardido em suas coxas, e nenhum som saia de sua boca por tamanha intensidade. E aquele ato foi repetido diversas e diversas vezes, deixando-o atônito ao que virava os olhos e jogava a cabeça para trás - aqueles movimentos haviam se tornado viciante, sentir o orgasmo tão próximo e depois tirado de si como um doce de criança era a crueldade mais prazerosa e saborosa que Liam já havia experimentado na vida.

Got everyone watchin' us, so baby, let's keep it secret/
Todos estão olhando para nós, então querido, vamos manter isso em segredo

— Puta merda Zayn, acaba logo com isso – o maior gritou entre dentes ao que se contorceu contra o granito gelado. Seu corpo já estava começando reclamar e sofrer pelas interrupções, seu membro dava-o a sensação que cairia e sua cabeça latejava a cada segundo mais. Queria gozar de uma vez, um trabalho simples mas o seu namorado resolveu complicar. E antes que ele pudesse soltar outro grito o repreendendo, novamente foi invadido com força e fundo, sentindo a movimentação intensa e selvagem no seu interior que fez todos os pelos de seu corpo eriçarem ao mesmo tempo que seu baixo ventre formigou. 

Liam gemeu alto e apertou suas mãos na gravata quando sua próstata foi acertada com força, fazendo-o ver estrelas e realmente enxergar o paraíso como Zayn havia o prometido - e lá estava o moreno, escorado em sua BMW com um sorrisinho ladino nos lábios - e tendo aquela visão, Liam D'Angelo teve o orgasmo mais intenso de sua vida.

Os gemidos preencheram o cômodo e o seu membro soltou os jatos quentes contra o piso. Liam sentiu seus dedos dos pés se contorcerem e, o seu tormento esvaindo-se do seu corpo, no mesmo instante Zayn gritou atingindo o seu limite, preenchendo-o e estocando-o pela última vez antes que todas as suas forças se esgotassem.

A little bit scandalous, but baby don't let them see it/
Um pouco de escanda-lo, não os deixem ver.

O que era aquilo afinal?! O inferno não deveria ser daquela forma e o céu não os aceitariam - não se ambos não se convertessem. Então o que poderia ser aquilo que os faziam se sentir daquela forma? Talvez o orgasmo tenha sido intenso demais e eles passaram a imaginar coisas, só por um segundo ambos compartilharam o mesmo pensamento - passariam o resto da vida juntos se todas as brigas terminassem daquela forma. A adrenalina ainda corria em seus corpos, os corações batiam fortes e se não fossem pelas respirações altas, e descompassadas, seria capaz de ouvi-los. Zayn sentiu a vontade de abraçar Liam e sem sair do interior do maior inclinou-se sobre ele, beijou atrás da orelha do mesmo e apoiou sua testa na nuca de Liam que ainda estava de olhos fechados.

— Não sei o que foi isso... – começou D'Angelo em uma lufava pelo fôlego – mas estou afim de repetir – Zayn mordeu o local antes beijado após rir das palavras que havia escutado. 

Delicadamente levantou-se, sendo gentil retirou-se do interior quente e apertado de Liam que gemeu, sendo afável soltou os pulsos do namorado e o puxou contra o seu peito, beijando a nuca do mesmo que passou a encará-los através do espelho. A diferença de altura dos dois era perceptível - havia se tornado adorável no final - e na maioria das vezes Zayn tinha que ficar na ponta dos pés para fazer um ato simples se ele quisesse beijar a nuca de Liam. Agora seus lábios eram pressionados contra o ombro do castanho, suas mãos estavam cruzadas uma as outras contra a barriga de Liam que ainda tentava normalizar suas respiração, e seus olhares estavam conectados, tentando encontrar as respostas para as dúvidas ainda existentes.

Mesmo que não quisessem, sempre existiriam. Apesar de Liam negar até o último segundo, não deixava de pensar que ambos haviam se tornado um clichê - clichê mais animado, excitante e cheio de aventuras, mas um clichê. E por mais que passassem tempo demais tentando colocar defeitos um no outro ou enxergar de fato aqueles que já existiam, algo maior sempre surgiu, brotava um sorriso em seus rostos e eles seguiam em frente - da forma mais depravada e perfeita que um clichê poderia ser.

A little less conversation and a little more touch my body/
Um pouco menos de conversa e mais toques ao meu corpo 
Cause I'm so into you/
Porque eu estou muito afim de você

Nenhuma palavra pós foda foi pronunciada, nenhuma provocação, nenhuma zombaria ou uma palavra ardilosa que fosse capaz de derrubar aquelas estruturas - pela primeira vez ambos estavam se controlando e tudo que fora trocado eram sorrisos e olhares apaixonados. Soaria brega se mais alguém os visse, odiavam ter que baixarem a guarda quando estavam juntos na presença de outras pessoas - mas quando encontravam-se sozinhos entre quatro paredes o assunto era diferente. Totalmente diferente.

— O quê você e o Bruce estavam conversando? – a voz de D'Angelo tirou Zayn dos seus devaneios. O moreno ergueu o olhar e encarou o reflexo do namorado que ajeitava a gravata em frente ao espelho.

— Fico surpreso que tenha reparado – começou o menor, cansado e meio sonolento. Liam observou-o através do reflexo e sorriu notando o jeito preguiçoso pós foda que Zayn habituava ter. As vezes era até adorável a forma manhosa que ele passava a domar – achei que estava concentrado demais em tentar me provocar com aquela garota esquisita.

— Não tirei os olhos de você a noite inteira, se quer saber – Zayn levantou a cabeça e encarou-o – e fiquei puto da vida de ver aquela garota beijando você. Quem é ela afinal?

— Uma ex maluca – Zayn resmungou entre dentes – juro pra você quem nem a transa com ela era normal. Ela tem um gemido esquisito sabe, e quando ela fica irritada quebra tudo que vê pela frente.

— Sorte a minha que ela não quebrou o seu pênis.

O moreno riu e sacudiu a cabeça em negativa. Enrolou sua gravata na mão e tentou sentar-se de uma forma confortável na tampa do vaso sanitário.

— O quê foi? – Liam quebrou o silêncio que se formou e não precisou pensar demais para deduzir que Zayn havia acabado de entrar em uma batalha interna.

— Desculpa – começou o moreno sem olhá-lo nos olhos – por surtar todas as vezes que você está com um amigo! Só tenho a sensação que um deles um dia vai acordar, te dizer um monte de besteiras e te fazer virar contra mim.., acho que fiquei dependente demais de você para... – interrompeu-se, repensando nas palavras certas que usaria a seguir – para sequer me imaginar sem ter você – riu de  si mesmo ao dar de ombros. Zayn estava cansado das discussões que tinha com o maior, cansado de todas as brigas serem por motivos de ciúmes.

O engraçado era que antes daquilo, eles eram inimigos e todo o caso foi fechado depois da primeira declaração. Deveria haver mais motivos para discussões, só que nenhuma delas eram mais fortes que todas as crises de possessividade. Zayn tinha certeza que Liam o amava e não o trocaria por ninguém novo, ou alguém feito Bruce, Ian, Niall ou seja quem for... Então porque toda aquela insegurança?

— Acho bonitinho a forma que você deixou de ser aquele cara que dizia que nunca se apaixonaria e assim, do nada, me diz que virou depende de mim – Liam declarou após um suspiro. 

O castanho encarou suas mãos sobre o granito da pia, encolheu os dedos e tomou a decisão de seguir até o moreno, agachando-se em frente a ele e aproximando-se o suficiente até que pudesse sentir o cheiro de sabonete misturado a suor no corpo de Del Frazi. 

Zayn sem pedir permissão o abraçou e apertou-o contra seu corpo.

— Não sei o que te fez mudar, o que te fez pensar diferente e agir diferente. Mas a cada dia que se passa e te vejo ao meu lado, agradeço cada segundo por não ter mais que esconder o que sinto por você. Eu amo você Zayn e isso está me sufocando, só que tudo ao seu lado está valendo todo o esforço – riu sem humor contra o pescoço de Zayn que apertou-o mais um pouco – e em resposta ao seu comentário anterior. Ninguém poderá me tirar de você.

— Como sabe disso? – Zayn apelou em um choramingo.

— Porquê você me ganhou no dia que escolheu me enfrentar ao invés de se esconder atrás dos seus homens. Então, o que vier acontecer no futuro Zaynie, será para testar se o que sentimos um pelo outro é forte o suficiente para aguentar todos os tiros que forem nos lançados e se for realmente verdadeiro, não temos nada a temer.

Mas Liam sabia que havia sim motivos a temer, e por mais que aquele sentimento fosse verdadeiro, Zayn não acreditava que ele seria forte o suficiente para suportar tudo o que estava prestes a acontecer e, antes do previsto, enxergava-se afundando na escuridão.

— Você não vem? – Liam perguntou ao moreno que continuou sentado no mesmo lugar.

— Logo, só vou lavar o meu rosto.

— Posso te esperar – sugeriu o mais velho tocando a maçaneta.

— Não precisa, vai se despedir dos seus amigos. Nos encontramos lá fora.

— Tá bom – relutante, Liam mediu Zayn de cima a baixo antes de se retirar. 

Zayn assistiu a porta voltar a se fechar e em um movimento preguiçoso, seguiu até a pia onde abriu a torneira e encheu suas mãos com água fria e cristalina antes de lança-la contra seu rosto. Suspirou e fechou os olhos, e aquele ato foi o suficiente para as palavras de Bruce voltarem a nocauteá-lo com um soco no estômago - deixando-o desnorteado ao mesmo tempo. O mafioso voltou a encarar-se no espelho e observou a expressão de um homem perdido entre duas escolhas, e se tomasse a decisão errada tudo se tornaria em um perfeito desastre. Zayn tinha que dar um jeito naquilo, tinha que livrar-se daquele tormento.

Tudo mudou quando percebeu que o amava – pegou a toalha ao lado e secou seu rosto. Confio a segurança do meu amigo a você – jogando o tecido grosso sobre a pia o homem fechou a torneira e dirigiu-se até a porta tentando livrar-se dos seus demônios, e se já não bastava ter Camilla como um, agora existia outro pendurado no ombro livre e seu nome de batismo é Bruce. Sei que vai lutar contra isso – apagando as luzes o moreno retirou-se do toalete e, expulsou aqueles fantasmas de sua cabeça.

— É impressionante como você sempre me surpreende.

E então Zayn lembrou-se que na máfia não usaria a frase nada pode piorar, porquê sim, piorava dez vezes mais e parado ao lado da porta estava Andy Samuels, com os braços cruzados e os cabelos longos amarrados em um coque alto.

— Estou começando a duvidar de suas intenções para esse caso.

— O que você está fazendo aqui? – Zayn rosnou para o outro homem que riu e balançou a cabeça repreendendo a ação do moreno.

— Vamos lá Zayn, você não tem todo esse poder agora para falar comigo nesse tom – o homem aproximou-se do garoto e parou a poucos metros do corpo menor – o seu pai me mandou aqui. Ele ficou meio desconfiado depois que aquela garota francesa sumiu sem nenhuma explicação.

— Vai virar minha sombra agora? – Del Frazi debochou com uma risada irônica.

— Se for possível, sim. E tenho certeza que seu pai não ficará nem um pouco satisfeito em saber que o filho dele está submetendo-se a uma aberração – Samuels rosnou com o tom de asco, medindo o mafioso de cima a baixo como se tivesse nojo dele – principalmente com o alvo dele.

— Se você abrir a boca para contar qualquer coisa ao meu pai...

— O quê você vai fazer? – tornou a provocá-lo, contornando o corpo do menor que estremeceu como se um demônio acabasse de tê-lo possuído – você não tem toda as melhores vantagens agora, Zayn.

— Fiquei sabendo que sua mulher teve duas lindas garotinhas. Maria e Melissa, não é? – o moreno rodou o anel em seu indicador com o polegar, notando o corpo ao lado do seu tencionar imediatamente – você tem lindas filhas Andy, vi pelas fotos que recebi. Tenho certeza que elas puxaram a beleza da gostosa da sua mulher.

— Não ouse a encostar um dedo na minha família – o loiro avançou para cima do mafioso que antes que pudesse levar um golpe teve a chance de desviar, voltando com a mão fechada em punho que chocou-se contra o queixo de Samuels, esse urrou de dor ao mesmo tempo que seu corpo esparramou-se no chão.

— Não ouse a detonar o meu relacionamento com o Liam – Zayn refez as palavras do homem, agachando-se ao lado dele e tirando o lenço que estava guardado dentro do bolso de seu terno – limpa, está sangrando – sorriu ao jogar o lenço no peito de Andy, que tinha os lábios inchados e vermelhos por sangue.

— É a sua última chance de escolher o lado certo, Zayn – Samuels gemeu ao tentar se reerguer, sentando-se sobre o carpete e apoiado a parede – depois não diga que não teve alternativas. Não as desperdice.

O moreno engoliu em seco, piscou duas vezes tentando absorver as palavras dirigidas a si. Era o momento que temeu que chegaria, o momento que teria que escolher um lado e Zayn sabia que mesmo que escolhesse ambos lados os resultados não seriam nada bons - o caso de sessenta e sete voltaria a surgir caso Fabrizio pensasse que teve hesitação da parte do filho, e Liam nunca mais olharia o moreno nos olhos. E por mais que Zayn temesse intensamente pelo futuro que levaria as escolha que tomaria, havia sim uma que ele considerava certa e do fundo do coração desejou não estar sendo precipitado.

— Conte alguma coisa sobre mim e Liam e sua família será enterrada viva.

Tomando sua decisão final, o moreno se retirou sem olhar para trás.

Andy negou tal atitude com a cabeça, sentindo por aquele garoto ter sido tão burro a ponto de escolher o amor ao invés da lealdade e, assim que se levantou, percebeu que a porta do outro lado fora aberta denunciando novos passos naquele lugar vazio tanto de pessoas como de sentimentos.

— O que foi que eu disse? – Samuels repreendeu a atitude do garoto que havia acabado de sair – ele não cedeu e não irá ceder – Fabrizio lançou seu típico olhar mortal para o seu contratado e coçou a barba por fazer antes de rosnar entres os dentes.

— Se ele não ceder a nós, faremos D'Angelo ceder.

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer sr.Samuels que nós iremos ultrapassar todos os limites que Zayn está disposto para proteger o garoto – as mãos de Fabrizio pousaram atrás de seu corpo por baixo do sobretudo de pele – e ao mesmo tempo testaremos os limites do garoto para suportar todas as desgraças que Zayn carrega na bagagem – Del Frazi sorriu maquiavélico para o loiro que moveu-se desconfortável e massageava o seu maxilar – vamos ver até quando essa palhaçada vai durar quando D'Angelo perceber que o meu filho, é apenas mais um peso morto.

— E se ele suportar? – Andy ousou-se a perguntar assim que o chefe deu-o as costas – e se o que eles tem é realmente forte o suficiente, e se tudo isso apenas os manter mais próximos do que os separar? Nossos planos irão todos por água abaixo.

Fabrizio fechou seus olhos e encolheu os dedos segurando a raiva e a vontade repentina que teve de gritar com o outro homem. Estalando o seu pescoço virou-se lentamente até o mais novo e, sorriu para ele com a sua falsa modéstia.

— Então eu matarei os dois –  o dom riu ao final da frase com o seu humor negro – só que antes disso transformarei a vida dos dois em um perfeito inferno. Então é bom que isso dê certo, caso contrário algumas cabeças valerá uma fortuna para os caçadores de plantão.

O loiro piscou duas vezes em resposta aos planos que o líder carregava.

— Agora vamos sair dessa espelunca antes que alguém nos reconheça.

Daquela forma fria e dura que Frabizio comandava o seu exercito, era temido, forte e não era por tão pouco. Pisando fundo no chão seu rosto fechou-se em uma carranca - aquele plano tinha que dar certo, caso contrário seria uma pena livrar-se de dois futuros brilhantes.

❱❱❱❱

— Você está bem? – o moreno segurou a risada engasgada quando encontrou o namorado no meio do estacionamento com as mãos nos joelhos, respirando de uma forma intensa como se estivesse acabado de correr uma maratona. O castanho ergueu os olhos até o menor, rugas de expressões sofridas contornavam seu rosto – algum problema meu amor?

— O problema é que a cada passo que dou, parece que estou rasgando o meu ânus com um estilete – Liam reclamou em um suspiro, voltando a erguer a coluna.

Liam deu um passo em direção a Ferrari, mas parou bruscamente no meio do caminho formando um bico mau humorado nos lábios.

— Droga, eu machuquei você – o moreno aproximou-se do maior e tocou a cintura dele com cautela como se o mesmo fosse a porcelana mais sensível do mundo – precisa de ajuda?

— Preciso de um analgésico e de uma compressa – D'Angelo entortou os lábios logo depois de mordê-lo – na verdade, eu preciso de duas.

— Está falando sério? É tão sério assim? – o moreno arregalou os olhos, virou-o com delicadeza e encarou-o nos olhos – eu sinto muito, eu só... – e outra vez no dia foi interrompido pelos lábios rosados e inchados de Liam. Sua cintura foi envolvida pelos braços fortes do maior que ignorou qualquer incomodo nos países baixos para esforçar-se em tirar o menor do chão.

— Isso é dor de amor – cantarolou contra os lábios de Zayn que balançou a cabeça.

— Tem alguma coisa na vida que você leva a sério?

— Transar é uma coisa muito séria, sabia? Temos que nos concentrar em dar e receber, mesmo que isso deixe o meu rabo pegando fogo alguns minutos depois – Zayn soltou todo o seu ar de preocupação em meio as suas risadas. Seus dedos prenderam-se nos cabelos da nuca do maior e beijou-o mais uma vez antes que fosse devolvido ao chão.

— Também amo você maníaco sexual.

Zayn se livrou das palavras que ficaram entaladas em sua garganta aquele dia inteiro. Os problemas de minutos atrás não o incomodou mais, tinha tomado a decisão certa em escolher aquele relacionamento ao invés de seguir as regras do pai, com momentos como aqueles, o moreno sabia que valeria a pena.

— Own, também acho que sou um maníaco sexual – o castanho fungou e passou os dedos por baixo dos olhos fingindo estar chorando. Zayn rolou os olhos e recebeu diversos selinhos antes de sentir falta do contato alheio – mesmo que seja um prazer absurdo passar o meu tempo com você, tenho alguns problemas para resolver em casa.

— Esses problemas tem haver com uma compressa e o seu rabo? – o moreno arriscou perguntar ao que assistia o mais velho mancar até a Ferrari.

— Também – rosnou para ele – antes tenho que passar na farmácia e comprar os remédios do Enzo.

— Compra pomada para assadura também.

— Vou pensar nisso – Liam sorriu para o mais novo antes de adentrar com dificuldade no veículo. Liam gemeu alto com o impacto do assento contra o seu traseiro, ignorando a risada do namorado do lado de fora, o mafioso ligou o veículo e buzinou para o mais novo que seguiu até a BMW.

Liam saiu da residência de Michelangelo e seguiu pela estrada que passou a ficar iluminada pelos lampiões. Seus olhos estavam vidrados a qualquer movimento arredor, apesar da noite estar tranquila, o caminho que estava seguindo dava-o a sensação que cairia em uma armadinha - mas como é teimoso geneticamente, negou a si mesmo que precisaria de ajuda e transformando aquele pensamento em uma confiança inabalável, D'Angelo finalmente estacionou o carro no meio fio. 

As luzes eram mais fortes em frente ao Hotel Halder e a entrada do edifício era algo que Liam nunca cansaria de observar - saltando-se para fora da Ferrari, o homem repreendeu a carreta de dor e entregou as chaves de seu veículo ao manobrista que logo o deu passagem para seguir até o hotel.

Não demorou muito até encontrar-se no hall de entrada, a cada passo sentia que pisava em cacos de vidros com pés descalços e aquela sensação não surgiu em comparação ao seu ânus. Sorrindo educadamente para a recepcionista, Liam dirigiu-se até o restaurante luxuoso do hotel. 

Por alguns segundos procurou pela pessoa que havia vindo encontrar, e antes de encontrá-la, reconsiderou o fato de virar as costas, sair dali e fingir que nunca havia entrado naquele edifício depois do resgate de Enzo - mas tinha um pedaço de papel dobrado em seu bolso que estava queimando-o pouco a pouco atrás de informações.

Finalmente reconhecendo a cabeleira castanha escura do ex companheiro, Liam suspirou fundo e andou de forma suave - mesmo que difícil - até a cadeira alta em frente ao bar. Quando aproximou-se a primeira coisa que fez foi retirar o papel de dentro do bolso e bater sua mão sobre ele no balcão, puxando-a logo em seguida e deixando bem visível para Ian notar que Liam só estava ali pelo apelo usado naquela carta.

— Oi meu amor – o moreno de olhos azuis ergueu suas sobrancelhas e sorriu de forma que suas rugas de expressões formassem em suas bochechas.

— Não te dei o direito de me chamar dessa forma – Liam o censurou cheio de frieza – deixei de ser algo seu a dois anos.

— Banque o quanto quiser o cara difícil, mas nós dois sabemos que fomos feitos um para o outro – Ian acariciou o seu queixo após sorrir e em seguida seus dedos capturaram a taça preenchida com vinho rose – e você sabe que eu adoro um desafio.

— Por que estou aqui, Joseph? – a forma ácida de pronunciar o segundo nome do antigo namorado, deixou Ian um pouco desnorteado e fora de estação por míseros segundos – estou com presa.

— Para voltar pros braços do merda do seu namorado? – censurou-o entre dentes, Liam encolheu os ombros e olhou ao redor – acha que não sei que vocês dois estão se pegando escondidos? Depois daquele dia que vocês invadiram o meu hotel, aquele garoto deixou bem claro quem é o dominante da relação. Ele é meio possessivo, não acha?

— Se me chamou aqui para opor sua opinião insignificante sobre o meu namorado, saiba que é uma enorme perca de tempo .

Oops, parecia que Ian havia acordado a fera adormecida e a sua frente Liam mostrava unhas e dentes em defesa a Del Frazi.

— Guarde sua opinião para você e quero que fique bem recordado que ela não me vale de nada. Se estamos esclarecidos, te desejo uma boa merda de noite sr.Somerhalder – Liam levantou-se e ajeitou o terno caríssimo em seu corpo.

— Descobri qual é a arma que os outros mafiosos querem usar contra você – o homem de cabelos negros confessou antes de umedecer novamente os lábios. Um sorrisinho irônico formou contra o cristal da taça quando percebeu que o ex namorado paralisou ao seu lado – a sua kriptonita, se quiser que eu seja mais específico.

Mesmo com o som do piano ecoando pelo local juntamente com a voz graciosa do espetáculo ao vivo daquela noite, Liam escutou com clareza as palavras dirigidas a si. Suspirou fundo e remoendo-se por dentro resolveu voltar com o rabinho entre as pernas e se sentar novamente ao lado de Ian, esse sorriu cheio de convicção.

— traga para o meu acompanhante uma dose de uísque escocês, puro – Somerhalder  pediu após chamar o barman com um mover de seus dedos. Liam encarou-o sobre o cílios, mesmo que detestasse admitir Ian conhecia mais de si do que qualquer outro. Aquela era uma vantagem e se Ian quisesse jogar contra Liam, era apenas jogar com as emoções mais profundas do mafioso.

— Como você descobriu? – D'Angelo perguntou em um lufo após muito tempo em silêncio, apenas estudando o oponente com atenção. Ian o observou, reparou que no rosto do mafioso havia algumas cicatrizes, porém nada que pudesse danificar a beleza invejável daquele homem, afinal, tais danificações havia o deixado mais atraente. Somerhalder mexeu a taça, balançando o liquido vermelho.

— Tenho os meus contatos – deu de ombros como se explicasse as horas do dia – sei que não estamos em uma ótima fase, porém quero esclarecer que assim que descobri o que estavam planejando contra você, arrisquei o meu próprio pescoço enviando aquela carta! Realmente Liam, não consigo imaginar nada de ruim acontecendo a você.

— Ian... – Liam o repreendeu – diga de uma vez – rosnou e lá no fundo ele temeu pelas respostas que receberia. Não estava mais ansioso e sim nervoso, odiava aquela sensação de frio no estômago e, de estar por fora de algo que está acontecendo debaixo do seu próprio nariz. Somerhalder passou a língua entre os lábios antes de virar o seu corpo até estar de frente ao outro que tinha os olhos levemente esbugalhados.

— É o seu namorado – calmamente Ian livrou-se de palavra a palavra, observando com atenção cada expressão, emoção ou qualquer reação explosiva.

Tudo que reparou no momento foi que a mão espalmada de Liam sobre o bar fechou-se em um punho firme.

— A arma que estão usando contra você é o Zayn.

Por um segundo o mundo parou de girar para Ian que permaneceu em silêncio, não estava afim de quebrar as ondas de raciocínio de Liam. Porém aquela onda demorou mais do que o costume. Ian esperou por qualquer coisa, uma risada de desdém e sádica, um soco na sua cara. Esperou que o homem a sua frente levantasse e fosse embora sem dizer uma única palavra, só que a surpresa de verdade veio quando D'Angelo resolveu abrir a boca em um sorriso e o dizer:

— Eu sei.

Quer um conselho? Em um mundo comando por Dom's da máfia e encontros fatais, o mais esperto é aquele que sempre sabe de tudo, sem que ninguém desconfie. Não vacile em ter segredos, não quando o seu oponente é um D'Angelo.


Notas Finais


Antes que vocês levantem suas tochas e tridentes apenas quero esclarecer uma coisa: Sobre a conversa de Liam e Zayn sobre signos, quero deixar bem claro que isso é apenas humor. Não estou desfazendo da opinião e da crença de ninguém! Sei muito bem como tem gente que acredita nisso de pé junto como também sei que tem gente que não. Então, novamente só pra deixar registrado: LEVEM NA ESPORTIVA! É APENAS HUMOR.

Espero que vocês tenham conseguido entender o capítulo de hoje, quis tentar demonstrar um pouco desse relacionamento explosivo dos dois. Foi um desafio fazer emoções tão bipolares de uma vez, mas acho que consegui um bom resultado rsrs. Como puderam notar não consegui descrever muito o Bruce, mas todas as vezes que escrevo o nome dele o imagino sendo Bobby Campo: http://migre.me/vtyRN

Aposto que no momento que vocês leram o: Eu sei do Liam a maioria deve ter dito: "O quê???". Dúvidas? Eu sei que todos tem nesse exato momento, mas nenhuma será explicada até o capítulo que vem!! Parece que o menino D'Angelo está com um pé na frente de todo mundo não é? Espero que tenham gostado.

Até o próximo.
All the love.


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