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História Paradoxo Temporal - A deusa


Escrita por: GreenTop

Notas do Autor


Aí a pessoa que mal consegue manter uma fanfic decide criar outra. Podem me xingar, eu deixo, kkkkkk.
Me deu vontade de escrever algo diferente, e eu já tinha essa ideia há muito tempo.
Se eu vou continuar? Não sei, depende de vocês. Não vale a pena se pouca gente gostar. Então, comentem para eu saber, ok?

Acho que é isso.
Boa leitura!

Capítulo 1 - A deusa


O céu estava escuro. Grossas gotas de chuva caíam das nuvens, encharcando a parte de sua roupa não protegida pelo tecido do guarda-chuva. Por que sempre havia chuva em funerais? Chegava a ser ofensivo com ele, que era tão excepcional, tão diferente de todos os outros caras que havia conhecido em sua curta vida. Devia fazer um dia bonito, era o que ele merecia. Mas, o tempo parecia combinar com o vazio em seu peito, no local onde ele costumava estar: escuro e frio.

Todos já haviam ido embora. Apenas Lucy, que segurava o guarda-chuva sobre sua cabeça, já que ela própria não tinha forças para isso, e Natsu continuavam ali, lhe fazendo companhia enquanto chorava em frente ao mármore que carregava o nome de Gajeel. Ele ainda estaria ali se não tivesse se sacrificado para protegê-la, era nisso que pensava. Jamais conseguiria superar aquilo. A dor era grande demais. Fora tão injusto, e sequer tivera chance de dizer adeus.

― Deveríamos ir, Levy. Vai acabar ficando doente se ficar aqui. Vamos até o meu apartamento, eu te faço um chá ― Lucy chamou-a, tirando-lhe do transe.

Podia imaginar o quanto a pequena sofria naquele momento. Natsu quase passou pelo mesmo afinal. Como END, arriscou sua vida para deter Zeref. E, quando a guerra acabou, o Dragon Slayer quis se sacrificar pela equipe, morrer em troca da morte também de seu irmão. Foi ela quem o impediu, dizendo que aquilo era loucura, que não aceitaria e provavelmente nenhum de seus amigos também que ele morresse daquela forma. Podiam manter Zeref preso. Seria arriscado, mas ao menos Natsu ficaria bem.

Levy não respondeu, mas seguiu a loira e Dragneel, que, desde que chegara, não proferira uma única palavra. A perda de um amigo era algo extremamente doloroso para ele, ainda mais alguém com quem compartilhou o mistério a respeito dos dragões. Não deixaria que as coisas permanecessem daquela forma. Não era tão inteligente quanto Lucy ou Levy, porém quando se tratava de um amigo, não pensaria duas vezes se tivesse a chance de salvá-lo. Seu cérebro maquinava tanto que logo fumaça começaria a sair de seus ouvidos.

― Cadê o Happy? ― Andava de cabeça para baixo, de braços cruzados, sério, preso em seus próprios pensamentos, então Lucy teve que chamá-lo outra vez: ― Natsu.

― Hum? ― Murmurou, erguendo a cabeça. Pôde ver Levy ao lado da loira, tentando disfarçar as lágrimas que ainda escorriam por seu rosto. Sentiu seu coração doer com a cena.

― Onde está o Happy?

Sabia exatamente onde o pequeno gato se metera, mas não poderia contar a Lucy. Se dissesse, ela provavelmente o pararia, e não deixaria que isso acontecesse. Levy precisava de sua ajuda, assim como Gajeel.

― Não sei.

― Ele sumiu. Estranho ― comentou, sem ter a mínima ideia do que aqueles dois planejavam.

Chegavam à entrada do apartamento. Ao olhar as escadas, Levy sentiu-se sem forças para subir os degraus. Parecia que Gajeel havia levado todo seu ânimo consigo. Por sorte, tinha amigos ao seu lado. Lucy abraçou sua cintura e sorriu solidariamente, ajudando-a. Sequer notava a expressão pensativa de Natsu, coisa pouco comum. Estava tão absorta em seus próprios sentimentos que não notaria nem um avião caindo ao seu lado.

Entrando no apartamento, sentou-se na cama, com Natsu ao seu lado enquanto Lucy se dirigia até a cozinha para preparar chá para os amigos. Uma bebida quente em um dia chuvoso e triste como aquele era a única coisa capaz de aquecer seus corações.

― Ele vai voltar. Eu prometo ― Dragneel comentou, de cabeça baixa.

― Ele está morto, Natsu. Nada vai mudar isso ― respondeu, com um nó na garganta. Era tão mais difícil pronunciar aquelas palavras do que mantê-las em pensamento.

― Nunca duvide dos seus companheiros de guilda.

― Do que está falando?

Pela primeira vez naquela noite, Natsu sorriu.

― Confie em mim.

Cinco minutos depois, Lucy voltou com uma bandeja em mãos. Nela havia um bule fumegante e três xícaras. Serviu cada uma cuidadosamente, entregando a Levy.

― Ele odiaria isso. Odiava chá. Dizia que não fazia sentido tomar uma coisa com gosto de água quente ― ela comentou, sorrindo de forma triste, enquanto tomava um gole da bebida.

― É estranho que ele não gostasse de algo quente sendo um Dragon Slayer ― Lucy comentou. ― Talvez se tivesse ferro no meio ele gostasse.

Repentinamente, Natsu se levantou, atirando sua xícara na parede, partindo-a em vários pedaços, assustando tanto a Lucy quanto a Levy. O garoto tremia de punhos fechados.

― Natsu... ― a loira comentou, vendo a dor no rosto dele.

― Não falem dele no passado.

― Eu sei que você está sofrendo também. Todos estamos. Mas quebrar as coisas não vai resolver nada ― Lucy disse. Levantou-se e caminhou até ele. Pegou as mãos do garoto e as abriu, dando-lhe um abraço.

― Você não entende, Lucy...

Ela se afastou.

― Não entendo o que?

No mesmo instante, Happy entrou voando pela janela. Não sozinho, porém. Carregava em mãos uma espécie de taça banhada a ouro. O pequeno gato parecia exausto. Voar na chuva não era a coisa mais fácil do mundo.

― Aqui, Natsu ― disse, entregando o artefato ao garoto.

― O que é isso? ― Levy perguntou, também se levantando.

― Isso é o que vai trazer o Gajeel de volta.

Chamas começaram a envolver a taça. Lucy se surpreendia pelo ouro não estar sendo derretido pelo fogo. Não fazia ideia do que Natsu quis dizer com aquilo, ou sequer o que estava planejando, mas sentia no ar o poder mágico sendo transferido do rapaz para o artefato, provavelmente também mágico. Aquilo parecia estar esgotando o garoto, sugando suas energias. Mas ele não parava, continuava transferindo seu poder para a taça. O objeto começou a tomar uma cor avermelhada. Fumaça saía da parte de cima. O ambiente ficava cada vez mais quente, e, apesar do clima frio, era quase insuportável permanecer dentro do apartamento.

De repente, uma explosão ocorreu, lançando todos ao chão. A taça não mais estava ali. Quando sua visão clareou, Lucy conseguiu enxergar que no centro da sala havia uma mulher, exalando um poder mágico tão alto que quase a sufocava. Havia uma aura vermelha em torno dela, vermelha como seus olhos. Seus cabelos eram negros e chegavam até a altura do joelho. Sua expressão não era das mais amigáveis. Era uma imagem assustadora.

― Natsu... O que você fez? ― Lucy perguntou. O garoto permanecia concentrado. Ergueu-se e postou frente à criatura, de braços cruzados.

― Quem ousa me invocar? ― Falou. Sua voz dava arrepios em todos que a ouviam. Tanto que Happy procurou abrigo atrás de Levy.

― Eu ― Natsu respondeu prontamente. ― E agora que você está aqui irá atender meu desejo.

A criatura riu. Apenas isso. Sem resposta nenhuma.

― Quem é ela, Natsu? ― Levy perguntou.

― Happy e eu ganhamos essa taça de um velho por concluir um trabalho. Ele disse que dentro dela vivia uma deusa, e que quem quer que fosse capaz de libertá-la teria direito a um desejo realizado.

Então era sobre aquilo que Natsu falava antes. Jamais imaginaria que algo como uma deusa dentro de uma quase garrafa podia ser real. Não acreditaria se não estivesse vendo com seus próprios olhos.

― Não é tão simples assim, garoto. Agradeço por ter me libertado, e posso ajudá-lo a alcançar o que almeja. Posso te dar sorte, força, mas não realizar qualquer coisa. Diga-me: O que queres?

― Trazer alguém de volta da morte.

A deusa arqueou a sobrancelha, surpresa.

― Ambicioso, desafiando as leis da vida. Não tenho certeza se posso ajudá-lo.

― Você vai ajudar ― ele a intimou, cobrindo os punhos de chamas ― ou vou te colocar de volta numa garrafa qualquer.

Imediatamente, com uma força descomunal, ela o empurrou até a parede, parecendo prendê-lo com amarras invisíveis.

― Natsu! ― Lucy gritou, tentando correr em socorro de seu amigo. Contudo, a deusa a jogou para trás, impedindo-a de chegar até ele. Levy pensou em ajudar, mas provavelmente teria o mesmo destino dos dois.

― Garoto insolente. Se continuar com essa atitude, não o ajudarei de forma alguma ― ela o soltou. Natsu massageou o próprio pescoço, tentando diminuir a dor, enquanto recuperava o ar. ― Vamos conversar civilizadamente. Podemos? Conte-me mais sobre essa pessoa que deseja trazer de volta.

― O nome dele é Gajeel. Ele morreu em batalha há mais ou menos uma semana atrás ― Levy prontamente respondeu.

A deusa virou-se para ela, dando-lhe calafrios ao ver aqueles olhos vermelhos.

― Você parece ter uma forte ligação com esse rapaz morto.

― Ele era... alguém importante ― respondeu, baixando o tom de voz.

― Entendo ― a deusa comentou, também aparentando mais tranquilidade. ― Eu não posso trazê-lo de volta.

― Então por que diabos eu te libertei? ― Natsu se intrometeu. Novamente, sentiu uma pressão em seu pescoço. Lucy estava ao seu lado dessa vez, segurando-o.

― Gostei de você, garoto, apesar de não me deixar terminar minhas falas. Eu não posso trazê-lo de volta, mas você ― disse, apontando para Levy ―, você pode.

― Como? ― A pequena perguntou, sentindo seu coração acelerar. Faria qualquer coisa para ter Gajeel novamente. A deusa começou sua explicação:

― Existe outro universo. Outro planeta, chamado Terra. Cada pessoa viva aqui possui um semelhante nesse outro universo. Um semelhante não pode viver sem o outro. Se alguém morre aqui, essa pessoa também morrerá na Terra, embora nem sempre faleçam ao mesmo tempo. Tenho poder suficiente para enviar-lhe para a Terra, para onde os semelhantes desses outros ― disse, apontando para Lucy e Natsu ― se encontram, mais precisamente, e prever quando o Gajeel da outra terra morrerá. Se conseguir encontrá-lo e impedir a morte dele na Terra, criará um paradoxo no tempo que fará com que ele volte à vida aqui, já que ele não pode estar vivo em um lugar e morto no outro. Entendeu?

Era confuso, mas havia compreendido a teoria.

― Sim. Por favor, faça isso. Me envie para essa tal Terra ― Levy implorou.

― Contudo, há um preço.

― Qual é o preço? ― Lucy perguntou.

― Para fazer isso, terei de gastar muita de minha energia, e não há garantias de que ela irá conseguir. Então, para que eu não tenha prejuízos, irei levar a alma desse garoto comigo. Se ela completar a missão, eu o devolverei.

― Não! Sem chance! ― Lucy protestou, segurando o braço do garoto, como se aquilo pudesse protegê-lo.

― Tudo bem ― Natsu se pronunciou. ― Não se preocupe, Lucy. Levy vai conseguir. Eu sei disso.

― Mas se ela não conseguir... Eu não posso perder vocês dois. A guerra já levou gente demais.

Levy não se pronunciou. Entendia a opinião de Lucy. Era doloroso demais, sentiu na pele como era perder alguém que amava, mesmo que eles não admitissem seus sentimentos. Não podia forçá-la a passar por aquilo.

― Confie nos seus amigos, ok? Levy vai conseguir, eu sei disso. Não é mesmo, Happy?

O gato, até então calado, com lágrimas nos olhos, respondeu:

― Aye. Natsu também é teimoso demais para morrer, Luce. E mesmo se a Levy não conseguir, essa deusa não vai aguentar ficar com ele por muito tempo e vai querer devolver pra gente.

― Ei! ― Dragneel protestou. Ao menos, Lucy parecia mais calma.

― Eu vou conseguir, Lu-chan. Prometo. Vou trazer o Gajeel de volta.

Lucy se levantou e caminhou até sua escrivaninha. De lá, pegou um pequeno livro desgastado. Quase chorando, o entregou para Levy.

― Se você vai se encontrar com a minha semelhante, provavelmente vai precisar de algo para convencê-la de que sua história é verdadeira. Não sei como ela é, mas talvez isso ajude. Boa sorte.

A pequena sorriu.

― Obrigada, Lu-chan.

A loira voltou ao lado de Natsu. Abraçou-o chorando.

― Estão prontos então? ― A deusa perguntou. Levy concordou, Natsu também assentiu positivamente.

Primeiro, ela roubou a alma do garoto. O corpo dele pendeu sobre o de Lucy. Happy voou até o amigo, abraçando-o. A loira sentiu seu coração gelar e o desespero tomar conta de seu corpo. Era quase insuportável ter a sensação de que ele poderia nunca mais voltar. Precisava confiar em Levy. Confiar que ela seria capaz de cumprir aquela missão. Afinal, era a mais importante de toda sua vida.

Quanto à pequena, sentiu como se fosse uma picada. Só que em todo seu corpo. Apertou o diário contra si. Era a única coisa além das roupas do corpo que levava de seu mundo. Era também a esperança de Lucy depositada em seus braços. Não podia falhar, de jeito nenhum.

Quando abriu os olhos, não estava mais na casa de sua amiga. Ao menos, não a que conhecia. Estava num apartamento completamente estranho, encarando uma Lucy e um Natsu ainda mais estranhos, que olhavam-na estupefatos. Quando recuperou os sentidos, a Lucy do outro mundo gritou:

― Quem é você e como entrou na minha casa?!


Notas Finais


Então, esse é o começo dessa aventura
Gostaram? Odiaram? Querem me mandar deixar isso de lado e voltar pra OTOTA? kkkkkkk
Me digam o que acharam, ok? Porque, como eu disse, só vou continuar se valer a pena, porque eu mal dou conta de uma fanfic, se ninguém gostar dessa não vai fazer sentido tirar o tempo de OTOTA, kkkkkk.
Então, por isso é importante saber a opinião de vocês.
Só por curiosidade mesmo: Sim, essa ideia foi meio inspirada em The Flash, kkkkkkkkk.
Bom, é isso aí.
Até o/


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