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História Paradoxo Temporal - Explicações


Escrita por: GreenTop

Notas do Autor


Então, aqui estamos, com mais um capítulo dessa fanfic que mal começou e já considero pakas.

Obrigada a todos que leram o primeiro capítulo e deram uma chance, e principalmente a quem comentou : )

Boa leitura!

Capítulo 2 - Explicações


― Não grita, Lucy. Vai acordar ele.

Só então se deu conta de que os dois não estavam sozinhos naquele apartamento antes dela chegar. Havia uma pequena coisinha embrulhada em cobertores deitado e dormindo silenciosamente dentro do que parecia um pequeno berço. Natsu estava debruçado sobre a estrutura, de olhos fechados, parecendo sequer se importar com a visitante. Não parecia tão diferente assim do Natsu que ela conhecia, pois tinha certeza de que seu amigo faria o mesmo.

― Uma pessoa que eu nunca vi na vida surge no meio da minha sala completamente do nada e você quer que eu não grite? Qual o seu problema?

Levy não sabia o que dizer. Não teve tempo para preparar nenhum discurso que fosse crível o bastante, e, mesmo se tivesse, teria perdido a voz ao ver aquele ser humano minúsculo de traços tão parecidos com os de Lucy. Claro que sabia dos sentimentos de um pelo outro em seu mundo, mas lá eles sequer tinham chegado à parte em que admitem esses sentimentos.

― Deve fazer mais de dois dias que eu não durmo. Contanto que ela não acorde o Alan, não me importo nem um pouco ― ele respondeu, sonolento. Alan devia ser o nome do bebê.

Lucy também parecia não saber o que fazer. Morava num dos últimos andares do alto prédio. Sem chance de sua casa ter sido invadida daquela forma. Mas não conseguia formular uma explicação plausível para o que tinha acabado de ver. Pessoas não se materializam daquela forma. Ela se levantou, caminhando lentamente até Levy, como se estivesse com medo de que ela pudesse lhe atacar a qualquer instante. A viajante continuava observando o bebê e aquele Natsu, sem acreditar no que seus olhos viam.

― Vou perguntar de novo: Quem é você?

Recuperando os sentidos, a garota percebeu que deveria dar alguma resposta.

― Levy. Meu nome é Levy. McGarden. Levy Mcgarden ― respondeu, completamente sem jeito, pressionando o diário que carregava contra o peito. ― Vocês têm um filho?

Não conseguiu se conter. Precisava descobrir o que estava acontecendo, ou não conseguiria se concentrar em sua história.

― Temos uma sirene viva, isso sim ― Natsu disse.

― Natsu!

― Mas é verdade.

― Nós não fazemos ideia de quem ela é. Não dê informações assim.

― Desculpa. Acho que meu cérebro não funciona mais depois de tanto tempo acordado tentando fazer um bebê dormir.

Ignorando o rapaz, Lucy continuou o interrogatório.

― Como entrou aqui?

Um pouco mais calma, a pequena disse:

― É uma longa, longa história. E vai parecer maluquice, mas vou te contar tudo. Prometo.

― Ok. Estou esperando ― posicionou-se em frente à recém-chegada, de braços cruzados. Antes de mais nada, Levy lhe entregou o diário.

― Eu sei que parece loucura, mas eu conheço vocês. Quer dizer, não exatamente vocês. Bom, é complicado.

― Deve estar se confundindo. Nunca te vi antes.

― Não, são vocês. Tenho certeza. A questão é que eu vim de outro universo, onde existem outras versões de vocês dois, de todas as pessoas, na verdade, e essas pessoas, parecidas com vocês, são dois dos meus melhores amigos.

― Então você é tipo, uma alienígena? ― Natsu perguntou, repentinamente interessado na conversa.

― O que é isso? ― Levy o questionou. De onde vinha, nunca tinha ouvido aquela palavra.

― Tipo, coisas vindas de outro planeta.

― Eu não sei... ― Talvez fosse. Vinha de outro universo, afinal. Estava perdendo o foco, precisava se concentrar. ― Enfim, é isso que eu quis dizer com conheço vocês. Eu conheço outras versões de Natsu e Lucy. Só que de onde eu venho vocês não têm nenhum filho.

― Ok, eu vou chamar a polícia. Você é definitivamente maluca.

Antes que Lucy pudesse pegar o telefone, Levy o agarrou. Talvez não fosse a melhor ideia, mas não podia deixar que sua amiga, ou a cópia de sua amiga, fizesse aquilo. Se a polícia fosse envolvida, era bem possível que acabasse atrás das grades. Teria que mentir e dizer que inventou a história, o que faria com que Lucy não a ajudasse, ou dizer a verdade e ser mandada para um hospício. Precisava arranjar um jeito de convencê-los.

― Eu não sou maluca. Posso provar que conheço vocês. Por exemplo, eu sei que seu pai se chama Jude, e que sua mãe se chama Layla ― Lucy arqueou as sobrancelhas, porém ainda não parecia convencida. Levy respirou aliviada. Pelo menos aquilo era igual, o que facilitava o uso de informações que já conhecia.

― Qualquer um poderia descobrir isso simplesmente pesquisando.

Seria difícil convencê-la. Imaginou que se nesse universo eles tinham um filho, outras coisas também poderiam ser diferentes. Conhecia uma Lucy e um Natsu, mas não sabia quase nada sobre aqueles dois.

― Eu sei que você gosta de escrever ― pensou que isso não teria mudado, pelo menos. ― Esse diário que você está segurando, pertence a Lucy do meu universo. Ela me entregou antes de eu partir e me pediu para te entregar, pensando que poderia ser útil.

Desconfiada, a garota começou a folhear o livro, atendo-se a algumas partes. Caminhou até o outro lado da sala. Via o nome de Natsu lá várias vezes, e Happy, que coincidentemente era o nome do gato dele. Além do mais, a letra era exatamente como a sua, e o jeito de escrever também. Contudo, ainda achava que ela podia muito bem ter forjado aquilo. E se ela já a estivesse observando há algum tempo? Não tinha nada de especial, não havia motivo para isso, mas era uma possibilidade.

― Isso é loucura. Não tem como o que você está dizendo ser verdade. Não faz o menor sentido.

― É porque ainda não terminei de contar a história.

― Não existem muitas explicações racionais para alguém surgir do nada assim ― Natsu comentou.

― Então acredita nela?

― Eu não disse isso. Mas, qual é, Lucy, estamos no décimo andar. Não tem como ela ter entrado de um jeito lógico. Mesmo se tivesse escondida, nós estamos aqui há um bom tempo. Teríamos percebido. Mesmo que estejamos praticamente pior que zumbis nesse momento por causa do pequeno. Seu apartamento não é grande, seria impossível não notar uma pessoa escondida.

Lucy respirou fundo. Por mais louco que fosse, por mais que não quisesse admitir e ainda tentasse buscar uma explicação que fizesse sentido, Natsu tinha razão. A menina tinha dito que não havia terminado de falar. Talvez se a deixasse terminar o resto da história, as partes faltantes se revelariam.

― Tudo bem, continue.

― Posso me sentar? Não estou me sentindo muito bem ― talvez a viagem entre universos tivesse afetado seu corpo. Não era algo muito comum, afinal. Lucy assentiu, e ela tomou lugar numa banqueta da cozinha, em frente a eles. ― Bom, vou começar do começo. Pode ser que ajude. O lugar de onde eu venho estava em guerra. O motivo não é muito relevante, e é uma história longa demais. Mas enfim, no meio dessa guerra, em uma luta, um dos meus amigos, que na verdade era mais do que um amigo, acabou morrendo.

Teve que parar, pois seus olhos se encheram de lágrimas e sua garganta fechou. A lembrança era dolorosa demais. A imagem de Gajeel se despedindo continuava cravada em sua mente. E, se queria trazê-lo de volta, não podia cometer erros.

― Você está bem? ― Natsu perguntou.

― Sim. É só... uma memória difícil. Bem, ele se declarou para mim antes de morrer. Foi provavelmente o pior momento da minha vida. Eu queria apenas poder abraçá-lo e dizer que eu sentia o mesmo, mas não podia, porque ele já não existia mais ― falava mais para si mesma do que para eles. Nunca havia dito aquilo em voz alta, mas o maior arrependimento de sua vida fora não ter contado a ele como se sentia. ― Mesmo quando a guerra acabou, parecia que as coisas não estavam certas. O funeral dele e das outras vítimas foi há apenas algumas horas, apesar de parecer que faz tanto tempo.

― Vocês ganharam, então? ― O garoto disse. Lucy o repreendeu com o olhar. Era meio insensível perguntar aquilo no meio do relato, assumindo que ele era real.

― Sim, mas, honestamente, não pareceu. Nós perdemos muita gente ― tantas pessoas inocentes, tantos que queriam apenas proteger sua cidade. Tantas vidas perdidas em troco de nada. ― Bom, depois do funeral estavam indo até a casa da Lucy. Quer dizer, da Lucy do meu universo. O Natsu de lá estava inquieto o caminho inteiro, dava para perceber que ele estava planejando alguma coisa. Pouco depois de chegarmos, Happy entrou voando pela janela.

― Espera. Happy é o gato, não é? Como assim ele entrou voando? ― Lucy interrompeu dessa vez.

― Tecnicamente ele é um exceed, não um gato. Um ser com capacidades mágicas que tem a aparência de um gato. Ele é o melhor amigo do Natsu do meu universo.

― Meu gato se chama Happy ― o rapaz comentou, franzindo a testa.

― Ok, mas, o que esse gato tem a ver com a história? ― Lucy questionou. ― E quer dizer que esse lugar de onde você vem possui magia?

― Sim. Magia, magos, criaturas mágicas. Happy trazia um tipo de garrafa que Natsu ganhou numa missão. Diziam que colocando poder mágico suficiente sobre essa garrafa, uma deusa era invocada. Então ele tentou, não havia nada a perder mesmo. Para surpresa de todos, a deusa apareceu. Ela explicou que existe mais de um universo, e que todas as pessoas possuem versões suas em cada universo. Uma pessoa não pode não existir em um lugar e existir em outro, logo, o Gajeel, o cara sobre quem eu falei, desse universo vai morrer logo. Porém, se eu conseguir impedir que ele morra, vou criar um paradoxo no tempo e ele vai voltar a existir no meu universo. Foi assim que eu vim parar aqui. Essa deusa disse que poderia me enviar até vocês e prever quando o Gajeel daqui irá morrer. Se eu puder salvá-lo dessa forma... é a única coisa que eu quero.

― Então a tal deusa simplesmente concordou em ajudar? ― Natsu perguntou.

― Não. Houve um preço.

― Qual? ― Lucy disse.

Não queria ter que contar aquela parte, mas não podia mentir para eles.

― Ela pegou a alma do Natsu da minha terra. Disse que só iria devolvê-la se eu completasse a missão. Caso contrário, ele irá morrer.

― Espera, mas você disse que uma pessoa não pode não existir em um universo e existir no outro. Então, se esse cara morrer, eu também morro?

Essa era a pior parte. No momento, não tinha pensado a respeito. Só se deu conta de que ou salvava Gajeel, ou perderia mais duas pessoas quando encontrou o outro Natsu. Precisava ter sucesso. Do contrário, jamais conseguiria se perdoar.

― Eu sinto muito. Não queria ter colocado você em perigo também.

Natsu se levantou, ajustando a calça amarrotada após tanto tempo sentado no chão. Ao contrário do que Levy pensava, ele estava sorrindo.

― Bom, então eu acho que não temos muita opção. Vamos ter que te ajudar.

― Então, você acreditou na história? ― Lucy perguntou. Não que ela não tivesse acreditado, mas ainda tinha suas dúvidas. Era muita coisa para assimilar.

― Não sei você, mas eu não quero arriscar. Se for verdade, não quero que meu filho cresça sem o pai por eu ter duvidado de uma história maluca. Além do mais, eu não faço ideia do motivo, mas meio que tenho a sensação de que posso confiar em você.

Levy sorriu. Independente de qual Natsu fosse, ainda era o Natsu. Sempre disposto a ajudar. Apenas talvez menos escandaloso e mais inteligente.

― Talvez... SE for verdade, eu não quero criar o Alan sozinha. Com você ele já dá trabalho suficiente. Então, por uma questão de praticidade e garantia, acho que vamos ter que te ajudar ― não queria admitir, afinal ainda era uma completa estranha, mas também tinha a sensação de que podia confiar naquela garota.

Levy quase chorava. Ter a ajuda de seus amigos era muito mais importante do que parecia. Com eles, se sentiria mais segura. Em um ambiente completamente desconhecido, não se sentiria tão perdida.

― Você provavelmente não tem um lugar para passar a noite, não é? Pode ficar aqui ― Natsu comentou.

― Eu tenho que te lembrar que essa não é a sua casa para você convidar os outros para dormir aqui? ― Lucy comentou, pisando no pé do garoto, que gemeu de dor, mesmo que aquilo provavelmente sequer tivesse doído. ― Mas, sim, você pode ficar aqui, Levy.

Se pegou naquele momento rindo. Eram seus amigos, afinal, até mesmo na implicância de Lucy com Natsu invadindo seu apartamento. Sentia falta dos verdadeiros Natsu e Lucy, mas também sentia que criaria novas amizades naquele lugar. 


Notas Finais


Capítulo curtinho, com mais explicações, algumas antigas, mas importante para começar o relacionamento entre os três : ) Espero que tenham gostado.

Como sempre, comentários são muito bem-vindos!
Vejo vocês no próximo.
Até o/


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