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História Paradoxo Temporal - Procura-se


Escrita por: GreenTop

Notas do Autor


Olá!
Demoro, mas apareço ; )

Boa leitura! :D

Capítulo 3 - Procura-se


― Então, tem alguma ideia de por onde começar? ― De braços cruzados, parada em frente ao sofá, Lucy perguntou.

Queria poder dizer que sim, mas tudo acontecera rápido demais. Mal havia tido tempo para planejar como convencer Natsu e Lucy de que sua história era real, muito menos a forma como encontraria Gajeel num mundo completamente desconhecido. Sua mente funcionava de forma veloz, porém nem mesmo o melhor dos cérebros conseguiria processar tudo que lhe havia acontecido e que teria de acontecer em tão pouco tempo.

― Honestamente, nenhuma. Se estivéssemos no meu universo, provavelmente tentaria usar uma magia de localização ou algum outro método, mas aqui não consigo nem mesmo saber o que eu posso utilizar. Vocês por acaso não têm esse tipo de coisa, tem?

Natsu sorriu de canto. Saiu da sala desviando com cuidado do bebê. Quando voltou, trazia em mãos um objeto que Levy desconhecia. Uma espécie de livro feito de plástico que continha apenas a capa e contracapa. Se aproximou, estudando o estranho material.

― Tenho uma ideia ― Natsu sentou-se novamente no chão, ao lado de seu filho. Colocou o objeto sobre a pequena mesa de centro e o abriu. Havia vários botões na parte inferior e uma tela que se iluminou quando ele apertou um deles. ― Temos algo bem parecido com um feitiço de localização, se chama “internet”.

― E consegue encontrar uma pessoa através disso? ― Perguntou, sentando-se do lado esquerdo de Natsu. Lucy tomou um lugar no tapete também ao lado do pequeno ser-humano.

― Com certeza. A maior parte das pessoas do mundo estão conectadas a isso, então é fácil de encontrá-las, ou pelo menos obter algumas informações que podem ajudar.

― Natsu tem razão. A melhor forma de encontrar seu amigo é procurando por ele na internet.

― Como você disse que era o nome do cara que você está procurando mesmo?

― Gajeel.

Ele digitou o nome em uma coisa chamada “Google”.

― Sobrenome?

― Redfox. 

Natsu apertou uma outra tecla e várias palavras surgiram na tela. Começou a ler o que havia aparecido, porém não encontrava nada relevante. Havia várias informações sobre ‘Raposas vermelhas”, contudo nada sobre Gajeel. Pela expressão de Natsu, não havia se enganado. Realmente nenhuma informação útil tinha sido encontrada ali. Seu ânimo ao saber que talvez encontrá-lo seria uma tarefa fácil com as tecnologias daquele mundo havia desaparecido.

― Nada? ― Lucy perguntou, espiando.

― Nem uma única dica. Caramba, esse cara é um fantasma? Em pleno século XXI e não está conectado a nenhuma rede social, não tem cadastro em nenhum site, o nome dele sequer aparece no Google.

Levy recostou-se no sofá, suspirando.

― Então acho que essa tal internet não vai me ajudar muito, não é?

― Ei, não menospreze o poder da senhora internet ― Natsu comentou, encarando-a. ― Tenho certeza que ela ainda será útil na sua procura.

― Mas, se ele não está logado em lugar algum, acho que vamos ter que recorrer aos antigos métodos ― Lucy disse. ― Bater de porta em porta perguntando, procurar pelas ruas, espalhar cartazes.

― Eu conheço um cara que sabe desenhar muito bem. Talvez ele possa fazer um retrato falado e colocamos o desenho no Facebook. Vai facilitar a busca.

― O que é “Facebook”? ― Levy perguntou.

― É uma parte da internet. Viu, eu te disse que ela seria útil.

Ajeitando-se no tapete, Lucy a questionou:

― Quanto tempo você tem?

― Eu não sei. Seria ótimo ter pelo menos algumas informações, saber onde procurar. Mas aquela deusa me deixou completamente no escuro ― voltou a tomar uma postura séria, ponderando as palavras que iria usar. Doíam em seu coração, contudo, não deixava de sentir que era uma verdade que não queria admitir. ― Talvez isso tenha sido um erro. Eu agi pelo impulso de querer o Gajeel de volta sem pensar nas consequências. Não sei onde estava com a cabeça em tentar alterar os eventos do tempo dessa forma. Agora vocês dois estão envolvidos também e não tenho nenhuma pista.

― Relaxa ― Natsu comentou, colocando uma mão em seu ombro. ― Você mal começou a procurar. Uma hora vai encontrar algo. Se eu estivesse no seu lugar, também não teria pensado antes de fazer o mesmo ― teve certeza que por um milésimo de segundo Natsu olhou para Lucy. ― Só precisa ter paciência. Ninguém disse que seria fácil. Ele deve estar na nossa cidade, certo? Ou a tal deusa não te enviaria para cá.

― Eu acho. Não sei se dá para confiar muito naquela mulher. Ela não me passou uma boa impressão.

― Bom, vamos acreditar que sim. Nesse caso, sua busca já se reduz bastante. Imagine se tivesse que procurar pelo mundo inteiro? Aí sim seria um longo trabalho.

Sorriu com o incentivo. O Natsu daquele universo era mais calmo, porém continuava sendo o mesmo entusiasta que conhecia.

― Obrigada.

― Sei algo que pode ajudar ― Lucy comentou ― Natsu trabalha numa cafeteria. Muita gente passa por lá. Algumas vezes até pessoas famosas. E você disse que eles estavam precisando contratar mais alguém para dar conta do serviço, não é? Talvez pudesse indicar Levy. Não é muito, não quer dizer que ele vai magicamente aparecer ali, mas é um começo. Talvez algum dos clientes conheça esse tal Gajeel. Ou você pode colocar um cartaz de procura-se por lá.

― Claro, seria perfeito ― Natsu disse, sorrindo. Parecia mais empolgado do que a própria Levy. ― Amanhã mesmo vou conversar com o gerente sobre isso.

― Bem, de qualquer forma, não deve ter muita coisa que possamos fazer por hoje ― Lucy comentou, levantando-se. ― Você deve estar cansada, certo?

Estava exausta, mais precisamente. Não tinha notado o quanto as emoções daquele dia tinham desgastado seu corpo. Todos os músculos doíam e seus olhos pesavam. Contudo, sentia que cada minuto passado era um a menos para salvar Gajeel. Jamais perdoaria a si mesma se falhasse naquela missão.

― Um pouco, sim. Mas talvez eu devesse continuar procurando nessa internet, quem sabe algo surge.

― É melhor dormir. Você não vai conseguir ajudar seu amigo se estiver cansada.

― Tem um colchão inflável no quarto do bebê. Vou trazer para cá. Pode ficar com ele e eu durmo no sofá ― Natsu disse.

― Pode ficar com o colchão. Eu não quero ser um incômodo.

― Não se preocupe ― o garoto respondeu, sorrindo gentilmente. ― Esse sofá é bem confortável. Além do mais, no estado em que eu estou, dormiria até em cima de uma pedra.

Em poucas horas que a conheciam já tinham sido tão gentis que se sentiria extremamente culpada se algo acontecesse com Natsu por sua causa.

― Obrigada, pessoal. Não posso agradecer vocês o suficiente.

― Deixe para agradecer depois que salvarmos o Gajeel ― Natsu disse. O garoto levantou-se e foi até a cozinha. ― Eu meio que me sinto num filme de ação, sabe? Recebendo o trabalho de salvar um cara, tendo que encontrá-lo, como um detetive. É tão legal.

Lucy enrugou a testa.

― Você é estranho.

― Não fale essas coisas, seu filho tem metade de mim.

Levy sorriu. Ainda queria esclarecer aquela história. Era tão estranho encarar Natsu e Lucy como pais de uma criança. Lucy acabou rindo também. Logo depois, pegou o bebê sonolento no colo e o aninhou em seus braços.

― Vou colocar o pestinha para dormir. Se precisar de alguma coisa, não hesite em encher o saco do Natsu. É o papel dele mesmo.

― Haha, que engraçada ― disse, caminhando até a jovem. Deu um beijo no rosto do menino, tomando cuidado para não acordá-lo. ― Boa noite, pequeno.

Levy continuou sentada, observando o apartamento, aprendendo os detalhes do lugar. À esquerda ficava a cozinha e a sala de jantar, sem divisão nenhuma entre os cômodos e a sala onde estava. À direita havia um corredor que imaginou levar aos quartos, por onde Lucy saiu com o bebê. Era bastante diferente do apartamento que costumava frequentar, pertencente à outra Lucy.

― Cara, que fome. Vou fazer um lanche para mim, quer um também? ― Natsu comentou, voltando para a cozinha.

― Não, obrigada.

― Tem certeza? Quando foi a última vez que comeu? ― Honestamente, não conseguia se lembrar. Com o funeral de Gajeel e tudo que aconteceu depois, não tinha comido nada naquele dia, e talvez nem nos outros. ― Vou fazer um para você também. Eu sei cozinhar muito bem, sem querer me gabar.

Em pouco mais de cinco minutos, Natsu voltou a se sentar ao lado dela, trazendo dois pratos de pão com presunto e queijo. Ligou a televisão em volume baixo, para não acordar Alan, e esperou Levy dar a primeira mordida para saber o que ela acharia.

― O que foi? ― Perguntou, estranhando o olhar fixo do rapaz.

― Nada, mas como é experimentar pela primeira vez a comida do planeta Terra?

Levy riu.

― Natsu, nós temos pão, presunto e queijo em Magnólia também.

― Sério? ― Disse, parecendo decepcionado. Voltou a olhar a televisão. Estava passando um programa sobre animais selvagens. ― Acho que eu ainda tenho muito a aprender então.

― Eu também ― deu outra mordida no pão, e, ainda com a boca cheia, perguntou: ― Então você não mora aqui?

Lucy tinha dito aquilo. Achou estranho, já que tinham um filho. Queria tirar todas as suas dúvidas sobre aquelas versões de seus amigos, e pensou que também esse pudesse ser um modo de tirar Gajeel de sua cabeça por alguns minutos.

― Não. Eu passo boa parte do tempo nesse apartamento, por causa do garoto, mas moro em outro lugar.  

― Você e Lucy estão juntos? ― Imediatamente emendou a pergunta. Torcia para que aquilo acontecesse com seus amigos originais, então ficaria feliz se tivesse acontecido com os da Terra. Natsu sorriu timidamente e respondeu com o olhar baixo:

― Não, ela namora um outro cara.

A garota franziu a testa.

― Quem?

Bufando e olhando para o teto, Natsu disse:

― Gray Fullbuster ― Levy quase engasgou com o sanduíche ao ouvir o nome. Em sua cabeça, aquilo não fazia o menor sentido. Começou a tossir como se seus pulmões fossem sair pela boca. ― Você está bem?

― Como assim Lucy e Gray namoram?!

― Você conhece ele?

― Sim! Mas de onde eu venho Lucy e Gray são praticamente irmãos! E você e ele são melhores amigos!

A expressão de Natsu foi de puro desgosto.

― Eu jamais seria amigo daquele cara.

― Por que?

― Porque... Porque não! ― Sua voz parecia carregada de ciúmes e suas bochechas coraram.

― Mas... Eu não entendo ― disse. Se observasse bem o rosto de Levy, quase se podia enxergar as engrenagens girando, tentando juntar as peças. ― Se a Lucy namora o Gray, como vocês dois tem um filho.

― Foi antes deles estarem juntos. Uma noite inconsequente. Ela tinha bebido muito e estava sozinha, eu tinha bebido demais e estava sozinho também. Acho que nós dois pensamos que seria uma boa ideia. Foi um susto acordar no dia seguinte e encontrar um ao outro na mesma cama. E, bom, o resto é história. Nove meses depois surgia o pequeno Alan.

― Nunca imaginei que vocês teriam um filho chamado Alan. Quer dizer, nunca imaginei vocês tendo um filho, mas se tivessem não pensaria que iria se chamar Alan.

― Nós não sabíamos que nome dar a ele ― disse, sorrindo. ― Aí recortamos vários, colocamos num saco e sorteamos. Acabou saindo esse.

― Que ótimo meio de escolher o nome do filho.

― É bem prático.

Levy encostou a cabeça no sofá, mirando o teto já amarelado pelo longo tempo desde que recebeu a última pintura. Incrível como toda uma vida podia mudar em questão de minutos. Imaginou que Natsu sentiu-se da mesma forma ao receber a notícia de que teria um filho. Apesar dos sentimentos serem opostos, o sentido da mudança pela qual passaram era parecido. Ela nunca mais teria alguém em sua vida. Ele passaria a ter para sempre alguém que necessitava dele. Um deixava-lhe e outro chegava.

― A vida é tão estranha ― comentou. Natsu assumiu a mesma posição, com a cabeça encostada no sofá.

― Nem me fala.

Conversaram sobre coisas aleatórias, como as tecnologias respectivas de cada universo, as comidas, as formas como as pessoas se relacionavam, entre outras, até que tivessem terminado de comer. Depois, Natsu trouxe um pequeno colchão e o estendeu ao lado do sofá. Disse que eles o usavam quando Alan acordava no meio da madrugada. Pegavam o menino e deitavam com ele no colchão para fazê-lo parar de chorar. Havia trazido também um travesseiro e edredons. A própria Levy arrumou seu canto. Era a primeira noite que passaria longe de seus amigos. E, no silêncio da escuridão noturna, seus pensamentos lhe ensurdeciam, fazendo companhia à dor e ao medo de que tudo desse errado. 


Notas Finais


Well, espero que tenham gostado desse novo capítulo.
Comentários são sempre bem-vindos!
Acho que vejo vocês no próximo ; )
Até o/


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