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História Paraíso é uma lembrança - Ladrões não tem lugar


Escrita por: CatFrost

Notas do Autor


Uh!! Espero que gostem ;''3

Capítulo 1 - Ladrões não tem lugar


Era uma noite escura e sombria na cidade. Chovia forte sobre as ruas da pequena avenida. O vento estava forte, mais forte do que o comum. Essa noite seria realmente diferente das outras.
Janelas e portas de casas se fechavam a cada segundo que se passava. A chuva parecia ficar pior e mais violenta a cada instante. O céu estava bastante escuro, era quase impossível enxergar alguma coisa. Para os mais ricos, era mais fácil ficarem acolhidos dentro de suas casas e mansões quentinhas, onde poderiam assistir um bom filme junto com a família ou tomar um delicioso copo de achocolatado. Mas para outros, a situação era diferente.

Junto com o barulho assustador da tempestade, era possível ouvir gritos indignados na rua.
''Ladrão!'' ''Pega Ladrão!'' ''Prende esse vagabundo!'' ''Ele está fugindo!''

E lá estava o jovem e pobre Riley correndo na calçada das ruas. O gato carregava um saco de pão entre seus braços, que aparentava ter sido roubado. Ele suava e tócia enquanto seu coração disparava. Mas ele não estava sozinho...
Atrás do adolescente, homens altos e zangados corriam, tentando alcança-lo. Eles estavam com roupas iguais, segurando cassetetes em suas mãos e apitando. Eram da policia.
''Devolva esses pães, seu cafajeste!'' um deles gritou, cuspindo. ''Eles não pertencem a você!''

Mas mesmo com os gritos e xingamentos, o garoto não parou. Ele realmente não estava disposto a desistir. Com agilidade, Riley apressou os passos e deu um salto ao ver um obstaculo em seu caminho. Qualquer bobeada poderia resultar no fim de sua liberdade, ou pior. Ele odiava roubar, odiava mesmo, mas ele não tinha nenhuma escolha. Sua mãe estava doente e ele precisava cuidar de seus irmãos. Eles mal tinham o que comer, apenas viviam nas sombras das cidades, procurando abrigo e sendo excluídos da sociedade como todos os pobres.

Tentando buscar logo uma saída, ele não tinha mais nenhuma opção do que subir a colina. Mas no que diabos ele estava pensando?! A colina levava para um dos lugares mais perigosos da cidade. Mesmo sendo um lugar escuro que serviria de esconderijo, isso poderia custar a vida dele. Mas não havia nada que ele poderia fazer, todos os seus outros esconderijos haviam sido descobertos, e se ele tentasse mudar sua direção, ele provavelmente seria pego.

É simples, eu só vou subir, esconder atras de alguma arvore, esperar a policia ir embora, e ai irei de volta pra casa, ele pensou. Sem mais nem menos, Riley subiu a colina e correu em alta velocidade. Ele apertou o saco que continha os pães, segurando-o bem firme entre os braços e ergui a cabeça enquanto apresava os seus passos.

''Não deixe-o fugir!'' uma voz rosnou. ''Ele não vai se safar dessa vez!''
Riley ignorou o insulto e deu um pulo ao ver a placa gigante que bloqueava o caminho. Nela continha as palavras; ''Perigo! Penhasco a alguns metros de distancia.''
Bem, agora já era tarde. O gato amarronzado havia feito sua escolha radical de cruzar o tão perigoso caminho em busca de um esconderijo. Riley já estava ficando cansado, ele corria mancando e respirava com dificuldades. Mas ele não iria desistir de qualquer jeito, sua família precisava de um jantar essa noite.

A cada instante que passava, a chuva ficava mais violenta e mais forte. Riley conseguia sentir a lama pegajosa que estava se espalhando pelo chão da mata grudando em seus pés sujos e descalços. Estava ficando difícil conseguir ter folego, mas o jovem continuou dando o seu melhor.

Para sua surpresa, o caminho estava sem saída. Riley parou e rapidamente olhou para os laos, procurando uma alternativa. Ele não podia ser pego, não dessa vez. Em poucos segundos uma ideia brilhou em sua cabeça ao ver uma cerca pequena que separava a ''estrada'' da mata. Ele sabia que isso poderia ser perigoso, mas era sua unica chance. Ele estava preparado para ir, até derre pente sentir algo apertando o seu braço.

''Te peguei!'' uma voz gritou, soltando um tom de raiva e vitoria ao mesmo tempo. Era um cão extremamente alto e intimidante, aparentava ser um doberman. Suas mãos fortes e poderosas esmagavam o braço esquerdo do gato marrom, e com força, o puxava para perto. ''Está na hora de você ter o que você merece.'' ele cuspiu, com um tom de voz sedento por vingança. Riley sentiu pavor, ele realmente não tinha chance nenhuma em uma luta contra aquele bruto.

Com uma expressão cansada e olhos frágeis, Riley olhou para o chão. ''Certo...vamos, então.'' ele disse, aceitando seu destino. O cachorro começou a andar, puxando o garoto junto com ele. ''Hm, não é tão esperto agora, certo?'' o doberman rosnou.

De repente, Riley puxou seu braço com uma violência inacreditável. Se libertando das garras do animal, o gato caiu no chão com a força. ''Mas o que diabos você pensa que está fazendo?!'' o cão gritou, se jogando em cima do menor, obrigando-o a encara-lo. Pensando rapido, Riley agarrou uma pedra que estava no chão e a acertou na cabeça do policial. 

Dando um grito de dor, o cachorro pois as mãos no rosto e caindo para o lado. ''Gaah! Seu filho da puta!''
Riley aproveitou a chance, e logo ele se levantou. Rapidamente, ele se atirou da cerca e correu pela ladeira da floresta. Tudo o que ele precisava agora era fugir, custe o que custar. Mas ele logo acabou escorregando no chão molhada e saiu rolando ladeira abaixo. Ele tentou se segurar, mas já estava rolando forte demais. Em um piscar de olhos, o garoto saiu voando em direção ao penhasco.

Ele se segurou abilidosamente com uma mão na terra que estava na beira do penhasco. Ele tentava se acalmar do susto que acabara de levar, e continuou segurando o saco na outra mão. Ele logo tentou escalar até o topo, antes que o pior acontecesse. Mas suas esperanças foram apagadas ao perceber que havia mais alguém ali.

Terror cresceu na barriga do jovem ao ver que o doberman estava de pé na beira do penhasco. ''N-não...'' ele tentava falar, mas o pavor era tanto que seu rosto começou a ficar pálido. ''Ora, ora, olha só quem está ai.'' o cachorro grunhiu. 

''Espera mesmo que serei misericordioso com você? Acha que estenderei minha mão a você e direi que esta tudo bem?'' ele perguntou, mas antes que o gato pudesse dizer alguma coisa, ele procedeu, ''Talvez, você sabe...esteja muito acostumado a viver essa vida pobre, mas no fundo, você não é mais nada além de um ladrão imundo e sujo. Você acha mesmo que algum dia teria o valor que as pessoas ricas dessa cidade tem? Acha que um dia será algo perto do nível delas? Tudo o que você sempre será é um ladrão.''

As palavras foram como um tiro no coração de Riley. Ele se sentiu doente, com um gosto ruim e azedo na boca. Talvez o policial estivesse certo, talvez ele não fosse nada além de um ladrão naquela bela cidade.

''E ladrões não tem lugar nessa cidade!'' ele gritou, dando um piso violento sobre os dedos do gato marrom. Com a dor terrível, Riley soltou a terra e caiu direto do abismo. Ele continuou caindo até acertar as águas frias e violentas do rio. Desespero cresceu dentro dele, mas ele estava fraco demais para nadar, ou ao menos, tentar já que ele não sabia, ou tentar lutar contra a correnteza. Como uma pedra, ele foi afundando, preparado para aceitar seu destino. As palavras ainda ecoavam em sua cabeça.
''Tudo o que você sempre será é um ladrão.'' ''E ladrões não tem lugar nessa cidade!''

Logo, uma imagem de sua mãe junto de seus dois irmãos refletiu sobre água. Ele conseguia ver o sorriso calmo e gentil da mãe que o dava tanto conforto. ''Estou alucinando?'' ele pensou para si mesmo. A imagem logo desapareceu, e um olhar desapontado e triste surgiu no rosto do adolescente. ''Eu sinto muito, mãe...''
Sua visão já estava ficando mais turva e clareando mais, porém, algo estranho havia aparecido. Riley conseguia ver uma figura branca, um pouco brilhante. Ela dava uma impressão angelical que trazia um certo tipo de paz. Ela tinha pupilas alaranjadas, meio claras, mas bem chamativas. Alguma coisa fazia ele sentir que essa figura desconhecida estava sorrindo. Logo, ele sentiu essa figura se distanciando, e uma luz branca começou a brilhar.

Estava ficando cada vez mais claro, e com isso, ele fechou seus olhos, aceitando que agora chegaria a sua morte.



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