História Paraíso Proibído - Dragon

POV's Lizzie

Passei o resto do recreio sentada observando os veteranos, conversando em seus grupos mas não chegavam nem perto de "panelinhas", pois eles pareciam se enturmar com todos. Lembrei da minha primeira mudança, eu não consegui me adaptar, sofri bullying e comecei a praticar auto-mutilação, eu ainda me cortava de vez em quando, por causa de meus pais.

Estava perdida em meus pensamentos mas fui puxada de volta pro mundo real quando ouvi o barulho agudo do sinal tocando. Voltei pra sala, as aulas foram terrivelmente chatas e demoradas, e ao decorrer das aulas descobri que a loira que estava enchendo o meu saco na entrada se chamava Ambre e que ela era irmã do... Nathaniel? Parece impossível, mas é. 

Voltei pra casa, não tinha ninguém lá então fiz um miojo pra mim e comi, meu almoço. A tarde estava chata aqui em casa, então resolvi dar uma volta com meu querido long-board pra conhecer melhor o bairro. 

Coloquei os fones e pus o Skate no chão. Parei em um parque, cheio de árvores e crianças brincando em balanços e gangorras, coloquei meu skate encostado num banco e sentei, quando vi um cachorro enorme correndo, reconheci a raça, Pastor-de-Beauce, já tive um. Ele parou ofegante perto de mim.

- Hey garoto - falei me aproximando pra fazer carinho nele e ele rosnou - Calma, não vou te machucar.
Procurei na minha mochila um biscoito. Não, eu não ando com biscoitos de cachorro na bolsa, minha mãe tem um poodle, a Lili, e eu tinha esquecido de deixar o pacote de biscoitos em casa, aí lembrei. Peguei um dos biscoitos e dei pra ele, peguei a coleira vermelha e cheia de spikes dele.

- Hum... Dragon, dá medo - ri e passei a mão pela cabeça dele - Mas você não dá medo - sorri - Onde será que está seu dono?

- Finalmente... alcancei... você... Dragon... - me virei e vi Castiel ofegante se apoiando numa árvore.

- Então ele é seu? - falei sem parar de fazer carinho no cachorro.

- Não acredito que ele deixou você fazer carinho nele... - ele falou ainda tentando recuperar o folego, e sentou no outro lado do banco deixando um pequeno espaço entre nós dois, fui um pouco mais pro lado até a ponta do banco.

- Ele é muito educado - falei estendendo a mão e o cachorro deu a pata - Diferente do dono - falei e ele riu.

- Parece até que ele gostou de você. O que é estranho porque ele normalmente só obedece a mim - ele falou meio em dúvida.

- Já tive um Pastor-De-Beauce. Mas quando nós nos mudamos meus pais deram ele pro abrigo de animais... - falei meio cabisbaixa e ele mudou de assunto.

- Então Dragon... vamos? - ele falou se levantando esperando que o cachorro o seguisse mas ele continuou imóvel - Não se faça de difícil - ri e me levantei, Dragon levantou junto.

- Você mora longe? 

- Não, na verdade aqui perto, por que? Vai me dar uma carona? - sorriu irônico.

- Só acho que se quer que ele vá junto, eu vou ter que ir também - ri e peguei meu Skate - Então, mostre o caminho Castiel. - falei andando e Dragon foi me seguindo. 

Conversei bastante com Castiel durante o percurso até a casa dele, as vezes pra perguntar algumas coisas sobre a cidade, ou sobre Dragon, e inclusive pedi o telefone dele por motivos de: Não sei. Chegando a casa dele, ele apenas pegou a chave do bolso. Enquanto perguntava algumas coisas pra ele, descobri que os pais deles também eram bem ligados ao trabalho, mas como ele era emancipado não fazia diferença (foi o que ele disse). O pai dele é piloto e a mãe comissária de bordo. Mas diferente dos meus pais, não eram super-protetores, mas por conta das várias reclamações eram chamados direto na Sweet Amoris.

- Tchau Dragon - me abaixei e dei um abraço nele, não tenho "nojinho" que nem essas meninas frescas. Ele latiu como resposta.

- Vamos Dragon, entrando. - Dragon entrou na casa - Ui, o que foi isso? Amor a primeira vista? - ele riu e pela primeira vez SEM SARCASMO.

- O tamanho dele é assustador mesmo... mas ele é um doce - sorri, eu adoro qualquer tipo de cachorro - Bom, tchau Castiel. Obrigado por me deixar acompanhar você e o Dragon - sorri e quando Castiel já estava andando até a porta quando ouvi alguém buzinar pra mim de um carro prateado.

- Pai? - falei olhando pela janela 

- Entra Elizabeth!

- Okay.. calma. Tchau Castiel! - acenei sorridente e ele acenou e fechou a porta. Entrei no carro.

- O que estava fazendo com esse garoto?

- Ele é só um... - colega? - Amigo - ele ia rir disso, quer dizer que o Castiel agora é meu amigo? Como assim Elizabeth Oliver?!

- Fique longe desse Castiel. 

- Conhece ele?

- Digamos que... conheço a reputação dele...

- Não se preocupe, minhas companhias não vão influenciar nos meus estudos, pai.

- Ótimo, mas prefiro que não ande com gente da laia dele - ele falou, esnobe como sempre.
Odeio isso! Meu pai sempre quer se achar melhor que todo mundo... isso é muito nojento e irritante, me lembra até aquela Ambre esquisita. Bom, parece que eu fiz um amigo... ESTOU FALANDO DO DRAGON.