História Paraíso Proibído - A Dupla

POV's Lizzie

As aulas continuaram, estavamos agora na ultima aula, de história com o Prof Faraize, ele já havia mandado pegar os materiais pois faltavam 5 minutos para a saída, ele escreveu na lousa a palavra "Trabalho..." e continuou escrevendo, cruzei os dedos pra não ser o que eu estava pensando...
"Em dupla". Minha cara foi de decepção, com toda certeza, jura? Em dupla? Por que Professor Faraize? POR QUE?

 - Então turma, o trabalho será em duplas. E eu vou anunciar os nomes das suas duplas, pois da ultima vez que vocês escolheram as duplas... deu meio errado.

Ah meu Deus! É só o que falta! Agora pra piorar só falta minha dupla ser a Ambre... cruzando os dedos novamente... 

- Ambre e Li - juro que soltei um longo suspiro de alívio - Lysandre e Íris - Íris olhou pra Lys sorridente que também sorriu pra ela alegremente. - Castiel e Elizabeth - gelei.

Olhei além do ombro de Lysandre, Castiel voltou a cabeça para trás e olhou pra mim, soltou um risinho e o sinal tocou, me fazendo automaticamente levantar.

- O trabalho é sobre a revolução industrial, a entrega é sexta-feira.

- O que? - falou uma voz que reconheci que era de Kentin - Professor, temos três dias pra fazer o trabalho? 

- É uma matéria que vocês estudam todo o ano praticamente. Além disso, o google está ao acesso de vocês sempre não é? - ele pegou as pastas dele e saiu da sala, seguido de alunos agitados para sair. Quando estava sentindo senti uma mão forte me segurar pelo ombro.

- Então dupla, na sua casa ou na minha?

- Não precisa fazer o trabalho se quiser, eu faço, ponho seu nome e trago. - falei friamente.

- O que aconteceu ceguinha? Ficou bravinha de não ter caído com sua "amiguinha" loura? - oh Deus, quando Castiel vai parar de ser sarcástico?

- Castiel eu só não quero confusão, tá?

- Seus pais não viajaram? 

- Sim... mas é melhor eu não ir na sua casa. - ele ficou me olhando esperando resposta pra a primeira pergunta que me fez - Na minha. 

- Ok. - eu estava prestes a sair andando quando - Hey, não sei seu endereço.

- Te mando por mensagem. Leva o Dragon, pode ser divertido.

- Estudar? Divertido? Você é estranha. - ele ajeitou a gola da jaqueta - Eu levo. Até mais tarde então, dupla.

Dupla, cega, ele me chamava de tudo menos de Elizabeth. 

Chegando em casa a primeira coisa que vi foi um bilhete na porta, quando li na frente escrito "mãe" já amassei sem ler o que estava escrito, é eles viajaram novamente. Entrei em casa, peguei o celular e passei meu endereço pro Castiel. Depois subi pro meu quarto pra vestir algo mais confortavel, e fiquei assim: mini shorts, blusa que era maior que esse meu shorts e tinha um enorme numero na frente e atrás, e decalça, porque ficar sozinha em casa é ficar confortável.

Eu estava vendo "Breaking Bad" enquanto comia uma tigela de cereal com leite quando ouvi a campainha tocar. Deixei a tigela na mesinha de vidro da sala e fui ver quem era, abri a porta e só pude ver Dragon saltando em cima de mim, e eu cambaleei pra trás, juro que quase caí. Quando olhei pra porta, Castiel estava olhando pra a casa... mas percebo rápidamente que era porque ele estava evitando me olhar.

- Chegaram cedo.

- É por isso que você tá vestida... assim. - ele falou focando no meu rosto

- Calma, eu tô de shorts - ri e sinalizei pra ele entrar, fechei a porta e me joguei no sofá. - Bem vindos à minha humilde residência.

- Humilde? Não quero nem imaginar você luxando...

- Faz um favor? Me chama de Lizzie, ou pelo menos de Elizabeth!

- Não - ele riu e sentou no sofá fazendo carinho no Dragon que deitou nos pés dele.

Fizemos o trabalho com meu Notebook, foi até engraçado porque toda hora ele fazia alguma piada com qualquer palavra do texto. Quando acabámos eu peguei minha guitarra e:

- Toca. - ele balançou a cabeça negativamente - Vai Castiel! Uma música... - e ele desistiu

- Que música? - ele finalmente se rendeu.

- Hum... sei lá... me surpreenda - ri 

- Que bandas você gosta?

- Quando eu era mais nova, eu era fanática por Strike. Te dá alguma idéia?

- Pera, já sei.

Ele começou a tocar a guitarra habilidosamente, reconheci e ele começou a cantar:
 

"Agora aqui estou 
Tendo que me esconder
Tua mãe quer me matar e teu pai me prender
Eu tenho aquele estilo que te deixa preocupada, à-toa
Desleixado na bike invocada..."
 

Continuei:
"Mas não venha me dizer o que é melhor pra mim
A vida vai mostrando e sempre foi assim
Da escola fugi, na rua formei
Pronto pra te fazer com a malícia que eu herdei"
 

E cantamos juntos, fora de tom que nem retardados:
"O que ela quer, que eu deixe tua filha em paz
E o que ela quer, que você não me procure mais
Eu não tenho classe, eu não sou ninguém
Eu não tenho herança que te convém
Mas eu sou quem te faz tão bem"

Eu continuei cantando e ele tocando, quando a música acabou sentamos no sofá rindo.

- Toca bem, Castiel - falei, tentando ser gentil esperando que ele respondesse sem sarcasmo.

- Nada mal, Lizzie - ele me chamou mesmo de Lizzie? 

Mas o que aconteceu a seguir foi mais estranho ainda porque quando virei pro lado ele estava mais próximo de mim e depois começou a aproximar seu rosto do meu até eu estar sentindo sua respiração se chocar contra minha pele.

- Castiel...

E... o telefone toca. 

Ele afastou o rosto do meu, pegou a coleira de Dragon que o seguiu e só disse

- Tchau lizzie - e bateu a porta.

Eu fiquei sem reação, por uns 5 minutos, nem atendi o telefone, fiquei olhando pro vazio pensando no que acabou de acontecer.