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História Paraíso Sombrio - Festa


Escrita por: Joao42k

Notas do Autor


Nunca ofereçam vinho para Sátiros. Sério, nunca.

Capítulo 5 - Festa



A rainha havia retornado de um longo período, logo é evidente que o todo o reino estava Eufórico. Todo, com exceção das almas nos campos da punição e dos campos Asfodelos. Por algum motivo, eles nunca se alegravam.
Os monstros do Tártaro e os habitantes do Elísio se reuniam no palácio, juntamente com deuses menores e primordiais, basicamente toda a corte de Hades.
Perséfone demoraria a se acostumar a ver ninfas dividindo o mesmo salão com a quimera.
Do outro lado do submundo, com o corpo todo dolorido e sem nenhum pingo de magia, Hécate deixou-se cair nos braços da deusa do amor, exausta.
"Querida..." Afrodite aparentava estar séria. "Eu posso te recomendar uma dieta incrível feita com frutos do mar. Garanto que funciona."
"Cala a boca." Hécate suspirou. Sob seus pés, a grama voltou a ficar negra e foi salpicada com estranhos flocos de neve vermelhos. "Algo está muito errado aqui. Esse poder..."
"Definitivamente vem do ódio." Afrodite olhou novamente em direção ao lago. "É bem difícil de reverter..."
"Pergunto-me sobre quem poderia odiar Perséfone." Nenhum nome veio à cabeça de Hécate.
"Eu também... Ela é bem lerdinha, mas é um amorzinho."
Hécate revirou os olhos.
"Estamos perdendo a festa." 
"Você pode ir se quiser." Disse Afrodite. "Eu preciso ver uma coisa."
"Não te deixarei andar por aqui sozinha." A deusa da magia levantou o dedo em sinal de censura. "Nem ao menos deveria estar aqui."
O sorriso de Afrodite reluziu em um brilho bizarro enquanto as palavras eram ditas.
"Não é você quem decide isso. Você não é a rainha." 
Os olhos de Hécate assumiram um tom lilás e brilharam em desafio, mas a boca se recusou a soltar as palavras.
"Você se comporta como uma. Você queria ser a Rainha. Pergunto-me o porque ainda não é."
"Afrodite..." Sua voz era quase um rosnado. "Cale-se, estou avisando."
O sorriso da deusa morreu.
"Cale-se você, bruxa." A deusa se aproximou ainda mais. "Se você tentar qualquer palhaçada como essa novamente, nunca mais terá paz."
Completamente ofendida, Hécate recuou.
"Você acha que eu fiz isso? Não sabe de nada." Hécate a olhou ferozmente. "Você conhece o ódio, pareço odiar alguém?"
Hécate esperava que o seu crescente ódio pela deusa do amor não ficasse evidente.
Afrodite tocou os lábios perfeitos e se aproximou de Hécate, bem perto e se pôs a examinar cada parte do rosto dela.
"Você não tem 'rugas do ódio'..." Hécate se afastou. "Ainda vou ficar de olho em você. Onde tá o cachorrinho? Eu quero néctar."
"Ele não é seu servo." Hécate disse. "E eu também não. Te vejo no palácio, Srta. Afrodite."
Com uma reverência, Hécate sumiu nas sombras, deixando Afrodite gritando palavrões sozinha.
Depois do terceiro Martini, Perséfone queria sair dali. Não que ela não tenha gostado das persianas que refletiam luzes coloridas, ou do grande lustre de diamante e as taças de cristais que ela jamais conheceria.  Era irônico. Pela decoração e o estilo da festa, era de se esperar que o clima fosse formal e a sala estaria repleta de deusas em vestidos longos e deuses em ternos estranhos e, definitivamente, não haveria um sátiro bebado dançando sem roupas em cima da mesa central que Marceus levou horas decorando.
A deusa podia ouvir a Quimera contando sua história para um grupo de ninfas de aparência infantil, sobre como teria devorado carne de qualidade se o cavalo não começasse a voar do nada. As ninfas pareciam bem entretidas, mas Perséfone só conseguia rir. 
Era diferente das festas que a Princesa do Olimpo estava acostumada, era quase divertida.
O único ser que parecia não estar se divertindo ali era Marceus. O jovem Daemon parecia querer matar alguém. Perséfone desfilou em direção ao irritado daemon.
"Bela festa." Disse a deusa. 
"Que bom que gostou." Sua voz não estava nenhum pouco orgulhosa. "Foi feita para você."
O Sátiro se jogou no lustre e começou a se balançar. Marceus cerrou os dentes.
Perséfone soltou leves risadas.
"Eu gostei." Ela disse. "De verdade. É bem melhor do que as festas Olimpianas."
"Dionísio concordaria." Marceus suspirou. "Eu não nasci para trabalhar aqui."
Perséfone não conhecia bem o jovem mordomo, mas podia notar que ele era bom no que fazia. Ele era encarregado de várias coisas importantes, não apenas dos trabalhos de mordomo, na verdade, Marceus administrava praticamente todo o mundo inferior. Hades devia confiar bastante nele para lhe designar um cargo tão importante.
"Hades discordaria." Ela disse. "E eu também."
"Obrigado, minha rainha." Ele se curvou. 
"Por que não descansa enquanto procuro meu marido?"
"Eu poderia te ajudar." Ele cerrou os dentes quando o lustre caiu.
Perséfone sorriu, nervosa.
"Não... você merece. Está dispensado." 
Com a expressão de alívio no rosto, Marceus se desviou de monstros e de mãos cheias de desejos de pequenas ninfas. Perséfone estava agredecida por Afrodite não estar ali, Marceus não era o tipo de homem que ela deixaria escapar sem tirar uma casquinha antes.
Voltando a Hades, onde ele estava? Como pode deixá-la sozinha assim? Desviando-se de Daemons e do "brinquedo" balançante do Sátiro, ela rumou para as portas do salão que se abriram com um estalo de seus dedos e se fecharam após essa sair.
O barulho da festa todo, desapareceu.
Perséfone se encontrou no escuro e sozinha. A deusa moveu os dedos e luzes dançantes rodaram ao seu redor.
"Hades." Fora apenas um sussurro, mas ecoou nas paredes. "Você está aqui?"
Nenhuma resposta.
De certo, Hades estaria no necrotério ou na Sala do Trono simplesmente pensando. Era bem a cara dele fugir de conversas constrangedoras com neve vermelha e beijos que a deixavam sem ar. 
Funcionou bem, ela tinha que admitir, mas não podia ficar sem ele naquele momento. Ela precisava vê-lo, tocá-lo... Ela precisava que ele a tocasse... mas então se lembrou da ninfa. Perséfone, por mais que tentasse, não conseguia esquecer aquela história. 
Barulhos indistinguíveis começaram a soar. Perséfone seguiu os sons, que ficavam cada vez mais altos. 
Ela parou em frente a uma porta que ela nunca tinha visto antes. Ela parecia diferente de todas as outras no palácio, como se não pertencesse àquele lugar.
Perséfone cogitou bater, mas não o fez.
Ela estalou os dedos, mas a porta não abriu. Ela fez de novo e de novo, mas não funcionou.
Os barulhos começavam a fazer sentido. Eram gritos, gritos femininos. Algo zumbia no fundo.
Perséfone concentrou seu poder nas mãos e o jogou todo contra a maldita porta, que se quebrou em milhões de pedaços. 
A visão da sala a chocaria para sempre.
Perséfone via seu Hades, coberto de sangue e segurando um instrumento que se parecia com uma roda e cortava como uma espada.
Havia uma mesa na frente dela e, deitada ali, havia alguém muito parecida com Perséfone. Os mesmos cabelos e o mesmo rosto, mas os olhos eram de um azul pálido e gelado, como a pele de um cadáver. 
A deusa de aproximou da mesa e encarou a figura. 
Sua perspectiva mudou e agora era ela quem estava deitada na mesa e uma Perséfone de olhos vazios a encarava.
A coisa sorriu e o medo inundou o corpo de Perséfone. 
A deusa cadáver estendeu a mão e a visão de Perséfone ficou preta.
 


Notas Finais


O.O

O que achou? Bizarro né? Vai acontecer mais algumas coisinhas desse tipo, aguardem.

E provavelmente não vou demorar tanto pra postar o próximo rsrs, me desculpa por isso?
Té mais o/


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