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História Paraisópolis (Romance Gay) - A caixa


Escrita por: EdBeraldo

Capítulo 16 - A caixa


Nunca imaginei que faria isso um dia, mas olha eu aqui. Fiz sexo com a mesma pessoa mais de uma vez. Que feito! Apesar de as vezes ser muito chato, Alex sabia me deixar entorpecido de prazer. Pensar em um cara com um corpo delicioso daquele só para mim me deixava excitado então decidi fazer de Alex meu. Nada de romantismo, é erotismo.

Eu sabia que havia tirado sua virgindade, isso já deve ter o marcado de alguma forma. Alex agora é meu. Se ele quer fazer sexo com alguém ele deve procurar a mim, eu o satisfaria com o maior prazer. Aquilo era uma coisa legal, os homens não complicam tanto quanto as garotas (Alex estava em um meio termo) e transar com outro cara sem se preocupar com muita coisa deixava uma sensação boa em mim. Cabe a Alex não estragar tudo abrindo as pernas para outro. Eu estarei aqui sendo o Caio de sempre. Livre e descompromissado.

Depois de esperar alguns minutos saio daquela sala quente.

-Falô, Alice. –passo pela recepção e me despeço da garota atrás do balcão. Já percebi que ela estava me dando mole e isso não seria ignorado.

-Tchauzinho, Caio. –ela sorri.

Olho para a saída e vejo Wesley rindo.

-Que beleza! –ele diz apontando para os pontos em meu queixo.

-Não fode. –digo passando por ele e indo em direção a minha casa.

 -Cara, tu é muito desastrado. Na moral!

-Se tu não calar a boca te faço ganhar um igual. –ameaço já perdendo a paciência.

-Uou, foi mal! –ele diz erguendo as mãos como estivesse se rendendo. O sorriso ainda continua no rosto.

-Você só me procurou para tirar sarro dos meus pontos?

-Não...o JP tentou te ligar mas não conseguiu. Ele disse que tem algo pra você lá no teu sobrado.

-Desliguei o celular.

-Você viu o Alex lá?

Paro e me viro para ver a cara de Wesley.

-Talvez. –digo –Por quê?

-Eu esbarrei com ele no postinho. Ele tava até normalzinho mas depois ficou todo nervoso depois que apontei pra um chupão no pescoço dele.

-Quem pode ter deixado um chupão no pescoço do cara? –pergunto voltando a andar.

-Eu que te faço essa pergunta.

-Por que eu saberia?

-Sei lá...ele é mais próximo a você, pode ter te contado algo.

-É...pode até ter sido eu quem tenha deixado um chupão no pescoço dele de tão próximos que somos.

-Eu não duvido que tenha sido você.

-Que bom que você não duvida. –digo subindo as escadas que levam a porta do sobrado e a abro.

-JP? –Wesley chama.

-Tô aqui. –JP sai da cozinha com uma maçã na mão.

-O que é que você quer me mostrar? –pergunto.

-Um dos caras do Cobra deixou lá na entrada pra tu. –ele aponta para uma caixa de sapato no sofá.

-Você abriu? –pergunto pegando a caixa e a colocando encima do birô.

-Não. 

Abro a caixa e dentro dela está cheio de pacotinhos de plástico com um pó branco dentro.

-Que porra? –exclamo pegando um dos pacotes.

-Isso é cocaína! –Wesley diz pegando outro pacote.

-Por que o Cobra tá te mandando isso Caio? –JP pergunta sério –Você não planeja vender isso, não é?

-Não, pô. Tá me estranhando é? –pergunto pegando um papel que tinha dentro da caixa –Mas é isso que o Cobra quer. ‘’ 20 reais em cada meia grama’’ leio o papel. Ele me disse que iria arranjar um jeito deu pagar a dívida do Vítor.

-Ele quer que você venda a droga e entregue o lucro a ele. –Wesley diz.

-E vai continuar querendo. –digo juntando os pacotes e colocando de volta na caixa. A levo até meu quarto e a jogo dentro do guarda-roupas. –Pronto, uma hora ele vem buscar essa merda.

-Tem certeza que vai querer isso ai? –JP pergunta.

-Que porra, JP, eu já disse que não vou usar! –digo com raiva.

-Eu espero. Tu tem um monte de distração, não vai se viciar em drogas.

-Droga, eu preciso beber alguma coisa. Parece que gosta de encher o saco da pessoa. –digo indo para a cozinha.

-Será que pode beber quando se toma ponto? –JP pergunta.

-Sei lá.

-Ele tem uma nova distração. –Wesley diz.

-Que distração, Wesley? –pergunto abrindo a geladeira. Pego uma cerveja.

-Tá de rolo com o Alex.

-Não sabia que você era dessas, Caio. –JP diz.

-Não fode. –digo tomando um gole da cerveja –Não tô de rolo com o Alex, de onde vocês tiraram essa?

-Você praticamente afirmou pra mim que foi você quem deu um chupão no pescoço dele. –Wesley diz.

-Um chupão não é um anel de compromisso. –digo.

-Então você não nega que tá com o cara?

-Eu não tô com ele, porra. Vocês já me viram com algo sério com alguém?

-Não precisa ter vergonha, cara. –Wesley diz –A gente não tem cocô na cabeça e nem tamo aqui pra te julgar.

-Vocês vão continuar batendo nessa tecla? –pergunto já com raiva. Aquele assunto já estava me deixando irritado. Não devo satisfação a ninguém –Eu posso até ter dados uns pegas no Alex mas é só isso. Agora saiam antes que eu quebre a garrafa na cabeça de algum de vocês. E essa porra tá coçando. –digo me referindo aos pontos.

-Você quem manda, irritadinho. –JP diz dando de ombros e sai.

Wesley ainda fica me observando por mais alguns segundos.

-Que foi? –pergunto.

-Você não acha isso nada de mais, e o Alex? –ele diz.

-Do quê tu tá falando?

-Bem, eu já sei que você tem um coração de pedra e só quer diversão. Só que você não sabe o que passa na cabeça do Alex.

-Eu já deixei claro pra ele que não temos nada demais.

-Só espero que ele não saia magoado. O Alex é um cara legal. –ele diz e sai.

Aquilo era algo que eu devia pensar. Devia, mas não tenho paciência para isso. Já quebrei corações antes, e se caso acontecesse com Alex o dele só seria mais um. É o preço que se paga quando se apaixona por mim.

Alguns minutos depois alguém bate na porta.



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