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História Paraisópolis (Romance Gay) - Um sentimento


Escrita por: EdBeraldo

Capítulo 21 - Um sentimento


Mas que porra foi aquela de Alex me contrariando? Quando eu digo algo as pessoas só ouvem e concordam, mas Alex é incrível, ele insiste em me desafiar, não abaixa a cabeça para mim e eu odeio isso! Ainda tem o JP que quer cobrir ele com sua asa, mas que raiva eu senti daquilo!

Pera, que porcaria é essa? Foda-se o que JP faz ou deixa de fazer com Alex. Não, foda-se nada. Alex é meu e somente meu! Não quero cara nenhum dando uma de espertinho pra cima dele.

Não quero ele na festa. Nem vou fazer essa porra aqui já pra não misturar as coisas e evitar que ele faça alguma merda e acabe fodendo com meus planos. Eu iria falar com o Cobra e pôr um ponto final nessa história toda.

-Olha, não vai ser dando uma de cachorro que não larga o osso que tu vai ganhar o Alex. –Tiago aparece e me tira dos meus pensamentos.

-Do que tu tá falando?

-Alex gosta de você. Tratar ele dessa maneira só vai te fazer cair no conceito dele.

-É bom mesmo que ele goste de mim porque só é comigo que ele pode ficar. –fui seco ao falar.

-E vê se deixa dessa possessão por ele também, se você só faz questão de ter ele ao seu lado para te satisfazer na cama, então deixa ele. –ele diz e vai para a porta –Se eu descobrir que você magoou ele, corto suas bolas! –ele sai.

Agora tem mais essa. O amiguinho dele me dando conselhos de como agir? Porra, eu tô mesmo numa situação brava se esses dois ficarem no meu pé o tempo todo. Eu só quero foder! Será tão complicado entender que eu não tenho nada com ninguém e que não me tornei o namoradinho do Alex?

-Dá licença? –ouço Tiago falar de forma rude do lado de fora.

-Ai garoto, não me empurra! –a voz de Alice ecoa.

-Que é isso? –Alex aparece na porta da cozinha. –Ah, é você. –ele vê Alice entrando e vai para o sofá com cara de cu.

-Oi, Caio. –ela sorri para mim.

-Bom dia, Alice. –digo –Já tá indo trampar?

-Sim. –ela dá uma risadinha –Tô subindo pro postinho agora, mas antes vim te trazer isso. –ela me entrega uma pomada –Caso os pontos cocem. –ela aponta para o meu queixo.

-Ah, valeu.

-Que gentileza. Vai beijar ele agora? –Alex pergunta.

-Alex, fica quieto. –digo.

-Você não é o filho do dr. Antônio? –Alice pergunta.

-Por que quer saber? –ele pergunta.

-Eu me lembro de você. –ela diz.

-Agora você lembra de mim, né? –Alex parece não gostar de Alice – Porque quando eu fui lá você não se lembrava. Acho que depois que apareci com Caio naquele dia você me guardou na mente.

-Ô, tá bom já. –dou uma cortada –Valeu mesmo, Alice. Vou me lembrar de passar. –digo para Alice.

-Não esquece, hein?! –ela dá um beijo na minha bochecha –Tchau.

-Tchau.

Fecho a porta e me viro para Alex que faz pouco caso assistindo a TV. A desligo.

-Que ceninha foi essa? - pergunto com tom de voz sério. Ele não responde, apenas fica me encarando –Bora, Alex, responda!

-Eu não fiz ceninha nenhuma. –ele diz.

-Mas é claro que fez! Que invenção foi essa de dar uma de namorado cheio de ciúmes pra cima da garota?

-Eu não fiz isso. Tô pouco me lixando pra aquela vaca.

-Isso daí é ciúme, sim. E eu acho que já deixei claro que nós não temos nada pra você ficar com essas suas crises pra cima de mim. Eu tô já perdendo a mina!

-Você não vai perder ela, não se preocupe, ela tá doida pra dar pra você. Por que não vai lá e tira a vontade dela? –ele me desafia. Porra de garoto chato!

-Quem sabe eu não faça isso mesmo. Sábado, na festa que você não vai!

Alex se cala e fica me observando. Posso ver que seus olhos estão ficando vermelhos. Esse garoto tá bem ferrado de pensar que pode se apaixonar por mim.

-Faça o que você quiser da sua vida, Caio. –ele se levanta e vai para a porta –Ah, e sobre a festa –ele para embaixo da porta –eu vou.

Seguro o seu braço para que ele fique no lugar. Que foi isso de me desafiar?

-Me solta! –ele puxa o braço mas eu ainda o seguro.

-Quando eu lhe digo algo você só concorda, entendeu?

-Você acha que pode mandar em mim?

-Eu não acho, eu sei que posso! Você está na minha casa e acho que você precisa refrescar um pouco a mente: você é meu!

-Eu não sou seu brinquedinho, Caio, é melhor você começar a me tratar direito! –ele cospe as palavras na minha cara.

-Eu é quem lhe digo isso!

-Não me enche! Você não tem o direito de me manter aqui e dizer o que posso ou não fazer!

-Quando se trata dos meus assuntos eu posso sim! Eu não vou lá pra farrar, vou resolver algo.

-Que coisa importante é essa que você precisa dar uma festa? –pergunto.

-Não é da sua conta. Eu já disse para não se meter nas minhas coisas, caralho.

-Que droga, Caio, me solta de uma vez. –ele tenta puxar mais uma vez o braço.

-Eu não vou ficar ouvindo desaforo seu. –ele diz olhando em meus olhos –Eu dou as regras aqui e você só as segue. Eu não respondo por meus atos se você me contrariar. Te dou um corretivo.

-Vai dar uma de violento pra cima de mim agora? –esse moleque gosta de bater de cara comigo –Vai me bater?

-Continue me desafiando. Você vai muito longe com esse comportamento. –o solto e ele entra na cozinha. Ouço a porta do meu quarto batendo com força.

Eu juro que se eu não desejasse tanto Alex eu o mataria. Ele é chato pra caralho e está sempre arrumando algo para me irritar.

Me sento de qualquer jeito no sofá e suspiro com raiva. Ainda tenho que marcar com o Cobra. Pego o celular e disco seu número.

-Caio, rapaz. Você tá sumido! –a voz nojenta de Cobra me deixa irritado pelo celular.

-Eu não tenho todo tempo do mundo pra falar com você, Cobra, então vou ser rápido. –eu não tinha muita coisa para fazer naquele dia, mas eu odiava aquele cara –Vamos marcar de se encontrar pra resolver nossas pendências, ok?

-Isso é bom.

-Sábado. Próximo ao antigo bar do Sílvio, conhece?

-O finado seu Sílvio. Conheço sim.

-Ótimo. Esteja lá ás 23:00PM.

-Pode deixar que estarei lá sim.

-Bom. –digo e desligo o celular.

Alex passa rapidamente pelo sofá e vejo que ele está com a mochila nas costas.

-Vai fazer mais um show? –pergunto.

-Vê se me erra, Caio. –ele diz –Eu tô indo embora.

-Não você não vai. –digo me pondo de pé.

-Sim, eu vou. Não vou ficar aqui me submetendo às suas grosserias. Eu não sou sua marionete, você não pode simplesmente ditar o que eu posso ou não fazer.

-Alex vai guardar essa mochila agora, eu já disse que você não vai a lugar nenhum.

-Você não pode me manter aqui! –ele continua a me desafiar –A pior coisa que eu fiz foi me envolver com você e continuar com você mesmo depois da sua loucura de achar que tem algum tipo de autoridade sobre mim. Leia meus lábios: eu tô dando o fora!

Não, você não vai me deixar!

-Você é meu sim, droga!

-Você é louco! –ele gritou –Eu não sou seu!

-Coopera comigo, caralho! –me irrito e acabo subindo a voz também.

-Então coloca um pouco de juízo na sua cabeça!

-Você me deixa louco!

-Então admite que eu mexo com você! Está tão afim de mim quanto eu de você. –ele diz com fé.

Eu não soube o que dizer ao ouvir aquilo, tive que pensar por alguns instantes.

-Não se ilude. –é o que sai da minha boca.

-Então por que simplesmente não me deixa ir? –ele pergunta e vejo que está se segurando para não chorar.

-Porque sim, porra! Eu quero você aqui onde eu possa te ver e saber que você não tá fazendo nada com outro cara! Eu não sei o porquê mas é assim que as coisas estão na minha cabeça!

-Me deixa. –ele começa a chorar e eu me sinto mal por isso. O que está acontecendo comigo?

-Eu não consigo. –abaixo a cabeça e admito. Eu estava mesmo sendo um idiota com ele. Alex me irritava mas a ideia de não tê-lo só pra mim me deixava irritado. –Eu não consigo mesmo.

Alex então se livra da mochila e a joga no chão. Afago seus cabelos no momento em que ele me abraça e enterra seu rosto em meu pescoço. Sinto suas lágrimas molharem minha camisa. Droga, eu nunca passei por isso, eu não sei lidar com uma coisa dessas. Nunca tive ninguém chorando em meu ombro e nem nunca me senti na necessidade de melhorar a situação para alguém quanto estou sentindo agora com Alex. Eu só queria que ele parasse de chorar.

-Alex, por favor, para de chorar. –digo calmamente.

-Não me trata como trapo, por favor. –ele diz entre os soluços –Isso dói demais. –ele apoia a cabeça no meu ombro.

-Eu sei. –digo ainda com a mão nos seus cabelos e sentindo seu cheiro –Só me dá um tempo. É o meu jeito, Alex, e eu tô tentando melhorar por você, mas eu sou um idiota, você sabe disso. –coloco seu rosto em minhas mãos e enxugo suas lágrimas.

***

Olho para Caio com os olhos ainda embaçados por causa das lágrimas. Bastou aquele gesto de Caio para que eu esquecesse de tudo. Suas idiotices, xingamentos, tudo. Eu não me importava mais. Caio era um idiota, e eu amava aquele idiota. Sim, eu o amava e precisava que ele correspondesse aquele sentimento.

Entrelacei meus braços em seu pescoço e lhe dei um beijo cheio de ternura. Eu só queria apreciar aquele momento que me estava sendo perfeito. Ele me puxou para mais perto dele e deixei escapar um sorriso no meio do nosso beijo. Eu estava nas nuvens e me senti seguro naquele momento. Eu preciso que Caio seja meu, porque dele eu sou desde aquele dia na festa. Eu lutaria por ele se fosse preciso.

 



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