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História Paranoid - Não posso esquecer meu passado sombrio.


Escrita por: sympathize

Notas do Autor


Notas finais paranoicas, enjoy...

Capítulo 13 - Não posso esquecer meu passado sombrio.


Fanfic / Fanfiction Paranoid - Não posso esquecer meu passado sombrio.

— Você tem hora para chegar em casa? — Indagou enquanto caminhávamos para baixo das árvores em que ficamos próximos quando havíamos chegado e eu fiz sinal negativo com a cabeça. — Seus pais não se importam?

— Eu não moro com meus pais. — Rebati, somente. 

Ele me olhou incrédulo e em seguida fitou a árvore em nossa frente que ficava cada vez mais perto, nos aproximamos e ele sentou-se, me sentei ao lado dele – um pouco distante para não me sentir estúpida novamente – mantendo minhas pernas esticadas e cruzando uma sobre a outra, prendendo o vestido entre as mesmas.

— Qual é a sua idade? — Questionou e eu sorri de lado, pois se ele estava me fazendo perguntas, eu também poderia fazer perguntas para ele, certo? Exato!

— Dezoito.

Ele me analisou duvidoso.

— Qual é? Achou que eu tivesse mais?

— Na verdade, achei que tivesse menos. — Admitiu e eu sorri abertamente, ele deu uma breve analisada em meu sorriso e eu o desfiz rapidamente.

Passei a língua em meus dentes na expectativa de limpá-los já que havia comido cupcake de chocolate e eles deviam estar sujos. Que vergonha!

— Não estão sujos. — Riu divertido.

— Ah — ri nasalmente. —, tudo bem, valeu. — Balbuciei sorrindo de lado e ele fitou o chão momentaneamente. 

— Independente aos dezoito anos? — Perguntou enquanto brincava com um pedaço de madeira que havia encontrado. — São poucos os casos de garotas que saem de casa com essa idade.

— Na verdade, não saí por vontade própria.

Ele me olhou confuso, abaixei meu olhar e quando o ergui novamente me deparei com um olhar complacente notando que ele havia entendido o que eu havia dito.

— Oh, eu sinto muito. — Foi tudo o que ele disse e eu ri nasalmente. 

— Não se desculpe. — Pedi e ele olhou-me minuciosamente, forcei ao máximo a indiferença e por sorte ele conseguiu enxergá-la.

Pensei que ele fosse perguntar o motivo por eu ter sido expulsa de casa, no entanto ele permaneceu calado por um instante. 

— Qual é a sua idade, Justin? — Indaguei desviando meus olhos para o chão, encontrei um pedaço de madeira e peguei-o, comecei a desenhar sobre a terra.

— Vinte e um. — Respondeu após um tempo hesitante, olhei-o de soslaio e ele repetiu meu gesto ao mesmo tempo.

Sorrimos de lado e depois virei meu rosto voltando minha atenção para o desenho desconexo que eu fazia na terra.

— Achou que eu tivesse mais?

— Sim. — Contrapus rapidamente e olhei-o a tempo de ver seu semblante ultrajado, sorri de lado e ele franziu a testa peculiarmente. — Ei, estou brincando!

— Pareço tão velho assim? — Interrogou e eu não pude conter uma gargalhada. 

— Você é lindo, Justin. — Falei inconscientemente e ele me olhou surpreso, estreitou as sobrancelhas e eu engoli em seco.

 Pensei em uma maneira de inverter aquilo, no entanto não havia como. Espanquei-me mentalmente por estar agindo como uma estúpida impulsiva novamente.

— Ahn, erm... Você ainda é jovem, não parece velho, na verdade eu pensei que você tivesse a mesma idade que eu. 

Ele sorriu de lado e por mais que eu houvesse desconversado, sabia que ele havia ficado impressionado e aborrecido com o fato de eu ter dito que o mesmo era lindo de uma hora para outra, pois era evidente que o mesmo não era acostumado com elogios e lá estava eu novamente sendo estúpida, aliás, eu era a pessoa mais empenhada a tolices do universo e quando eu estava próxima dele minha impulsividade ultrapassava os limites da imbecilidade fazendo-me passar por situações ridículas e desnecessárias. Voltei a desenhar somente para me manter longe de olhá-lo e começar a adorá-lo como eu costumava fazer instantaneamente, além do mais, aquela situação já estava se tornando completamente grotesca, visto que eu estava ajudando-o a conquistar outra garota enquanto em alguns momentos me pegava imaginando coisas inaceitáveis com o mesmo e eu simplesmente iria ajudá-lo com aquilo. Então seríamos bons amigos, somente isso, pois eu já andava com problemas demais para procurar um problema ainda mais intenso e por mais que a beleza gritante do Justin despertasse um desejo desconhecido dentro de mim, eu teria que aprender a lidar com aquilo e simplesmente aceitar uma futura amizade – que com o tempo me levaria para caminhos mais reservados da vida dele – com o mesmo.

— Então você mora sozinha? — Questionou após um tempo quebrando o silencioso que havia se instalado entre nós.

— Não, moro com a minha melhor amiga.

Sorri abertamente, mirando-o brevemente e ele me olhou surpreso, em seguida sorriu de lado. Logo voltei a analisar o desenho que fazia.

— Deve ser legal. — Comentou e eu concordei com a cabeça sem ao menos olhá-lo, estava me sentindo estranha e por mais que quisesse ficar perto dele, boa parte de mim queria se distanciar. — Ela tem a sua idade?

— Não, é um ano mais velha.

— Como ela se chama? 

Estreitei levemente minhas sobrancelhas, notando o quanto ele estava tagarela nos últimos tempos enquanto eu adotava o silêncio que anteriormente costumava pertencer a ele.

— Lauren. — Respondi e senti o olhar dele em minha direção, permaneci alheia e ele ficou em silêncio por um tempo. — Sabe, acho que ela gostaria de conhecer você.

— Não gosto muito de conhecer pessoas. — Contestou rapidamente e eu olhei-o indigesta, pois se ele não gostava de conhecer pessoas, por que diabos queria conhecer a Melanie e tentar alguma coisa com a mesma?

 “Melanie, Melanie, Melanie! Pára de pensar nessa garota, Savannah!”, refleti mentalmente, sentindo-me momentaneamente inquieta e eu queria ir embora. Queria dormir, acordar e me esquecer de tudo o que andava acontecendo nos últimos tempos. Estava me odiando, odiando aquela situação toda e aqueles pensamentos e sensações irrelevantes. Eu queria me levantar e caminhar batendo os pés como uma criança birrenta, porque eu realmente me sentia como tal. Estava me sentindo contrariada, irritada e nem ao menos sabia a razão por aquilo e, de fato, não saber o porquê me tirava ainda mais do sério.

— A Lauren é uma pessoa boa, bem melhor do que eu. — Soprei encolhendo os ombros e em seguida soltei um riso nasal, senti-o me analisando pelo canto dos olhos.

— Quem sabe um dia eu possa conhecê-la. — Sussurrou e eu olhei-o momentaneamente. — Mas não agora. — Advertiu desviando o olhar. — Talvez quando eu estiver pronto para aumentar a socialização, porque é... — pausou umedecendo os lábios e olhou-me cabisbaixo. — Ainda é muito complicado me aproximar das pessoas.

Podia imaginar o quão complexo deveria ser ter que lidar com os habitantes da cidade onde a grande maioria das pessoas me odiassem e me recriminassem e, por mais que o que eu sofria fosse insignificante perto do que ele já havia passado – e ainda passava – na vida, eu sabia o quanto era complicado ter que viver com o olhar recriminatório das pessoas faiscando em sua direção como se elas esperassem que a qualquer momento você desse algum motivo para que eles te recriminassem mais e, metaforicamente falando, atacassem pedras em você. Além do mais, não existe compaixão quando as pessoas te julgam desonesto e desmerecedor de qualquer tipo de misericórdia, não existe compaixão quando não existe amor ao próximo e o pouco de amor que o Justin pudesse sentir não seria o suficiente para que ele superasse aquilo tudo, já que boa parte da vida o mesmo passou sentindo apenas o ódio e não somente o ódio que as pessoas sentiam dele, mas também o ódio que ele sentia de si mesmo. Ajudá-lo custaria muito mais do que eu imaginava e seria mais complicado do que eu idealizei, pois não há como ajudar quem não quer ser ajudado e enquanto ele não aceitasse a si mesmo, jamais sentiria vontade de mudar o rumo de sua vida. Ele parecia aceitar as circunstâncias, parecia aceitar o fato de que ele era desmerecedor do respeito alheio e acreditava que as pessoas estavam certas por criticá-lo e repudiá-lo, contudo era notável que existia um grande conflito devastando-o internamente, já que ele não sabia ao certo se concordava ou não com o que diziam que o mesmo havia feito e se de fato as pessoas estavam certas por recriminá-lo tanto. Ajudá-lo se tornaria uma tarefa maior do que eu esperava, entretanto eu não iria desistir facilmente, iria dar o meu melhor para saudar o débito que eu tinha com a vida e, quem sabe depois de ajudá-lo eu finalmente conseguisse viver bem comigo mesma e tomasse o rumo para minha tão esperada restaurada vida.

— Tudo bem. — Foi tudo o que eu disse após abandonar meus devaneios.

— Sabe, Savannah... — Ouvi-o dizer após um tempo e olhei-o intensamente. — Eu queria que a minha vida fosse diferente, queria poder ser só um cara normal como todos os outros. — Contou desviando seu olhar do meu momentaneamente e quando seus olhos voltaram a fitar os meus haviam vestígios de lágrimas umedecendo seus perfeitos glóbulos cor de mel.

Senti meus olhos queimarem e engoli em seco sentindo um nó se alojar em minha garganta, já que eu sentia muito por ele e sentia mais ainda, pois eu sempre havia tido uma boa vida e nunca tive consciência de usá-la com sabedoria e gratidão.

— Sempre quis saber como é a felicidade, porque eu nunca soube o real significado disso, mas as coisas nunca acontecem da forma que queremos e às vezes eu me pergunto, como eu tenho tanta vontade de sentir algo que eu nem sei o que é? — Sorriu miserável e eu me contive fortemente para não começar a chorar feito uma criancinha naquele exato momento e, sequer sabia o porquê eu sentia tanta vontade de chorar, contudo aquilo se tornava cada vez mais forte e incontrolável. — Por que será que eu estou aqui? Qual será o significado da minha existência e por que eu sou o que sou? Eu sinto nojo de mim mesmo e sinceramente não sei como você também não sente.

— Por que eu deveria sentir nojo de você? — Questionei incisiva sentindo-me indignada com as últimas coisas que ele havia dito. — Justin, eu sei o quanto deve ser difícil, o quanto isso tudo dói e o quanto é horrível sentir nojo de si mesmo, mas você não deve acreditar no que as pessoas dizem.

Ele olhou-me e eu preferia que ele não houvesse feito, pois a dor que havia em seus olhos fez com um aperto forte massacrasse o meu peito.

— Você precisa acreditar em algo, acreditar em si mesmo, porque... — uma lágrima escorreu por meus olhos e eu enxuguei-a rapidamente. — Porque tudo na vida tem uma razão, tem um sentido, então não odeie a si mesmo, porque se você parar para pensar você é tudo o que tem e se não tiver a si mesmo, jamais terá ninguém, pois para amar alguém é necessário amar a si próprio e se você não se amar, nunca será capaz de realmente amar ao próximo. 

Desviei meus olhos mantendo-os focado em um ponto invisível sobre o chão e senti-o olhando-me atentamente, rezei mentalmente para que ele não me perguntasse por que eu estava quase chorando e por sorte ele permaneceu em silêncio. Respirei fundo discretamente e coloquei uma mexa solta do meu cabelo atrás da orelha, sentia o nó se tornando cada vez mais intenso em minha garganta e a vontade de chorar era insuportável, pois estar perto dele havia feito com que eu me lembrasse de fantasmas do passado que há tempos não me atormentavam e aquilo me torturava morbidamente e doía muito, doía mais do que o imaginável pensar em minha covardia e no quanto eu já fui uma pessoa imunda e desmerecedora de qualquer clemência. No quanto eu já poluí a mim mesma, somente por fraqueza e por não ter coragem o suficiente para enfrentar os meus problemas sem descer até o nível mais baixo e hipócrita que um ser humano pode chegar.

Me levantei após um tempo e o Justin ligeiramente fez o mesmo ao meu lado, fitei-o e ele me olhava questionador, contudo eu precisava ir embora, precisava de um tempo para esquecer aquelas coisas e colocar minhas ideias no lugar, até porque não conseguiria ajudá-lo com toda aquela nebulosidade do meu passado me cercando mais forte do que nunca.

— Eu... — pronunciei após um tempo mantendo meus olhos distantes dele. — Eu preciso ir agora.

Antes que ele dissesse qualquer coisa comecei a caminhar cautelosamente em direção à porta de vidro que me levaria para dentro da casa dele e senti-a o olhar dele fulminando minhas costas, no entanto permaneci caminhando decidida e em passos firmes.

— Vou esperar você aqui amanhã às 19h00. — Gritou quando eu alcancei a porta e  já estava girando a maçaneta, olhei-o por sobre os meus ombros e não disse nada abrindo a porta e em seguida caminhando apressadamente até a porta de saída da casa.

Atravessei a trilha velozmente e quando cheguei até meu carro destravei as portas do mesmo e adentrei-o dando partida sem hesitação. Eu me sentia péssima, como se milhares de elefantes houvessem pisado em cima de mim e aquilo era a vergonha sob minha carne corroendo-me dolorosamente, raiva e ódio de mim mesma, revolta por estar me sentindo daquela maneira e eu odiava tudo o que eu havia feito tanto quanto odiava aquele sentimento. Senti as lágrimas molhando meus olhos e me contive, forçando para manter-me focada na estrada, entretanto assim que estacionei na garagem da casa de Lauren as lágrimas escorreram por meus olhos involuntariamente. Os soluços vieram em seguida e eu me peguei chorando como não fazia há tempos, como não havia feito nem depois de observar o quanto o que eu havia feito era desnecessariamente ridículo. Esbravejei-me mentalmente e percebi o quanto o Justin estava certo, pois quanto mais o passado fosse obscuro ele realmente continuaria nos perseguindo e era isso o que também acontecia comigo. Eu jamais seria capaz de esquecer meu passado sombrio. Eu jamais conseguiria deixar o meu passado, porque ele nunca me deixaria e por mais que eu quisesse me livrar daquilo, eu jamais conseguiria, pois ele havia se tornado uma mancha preta em minha vida, como uma tatuagem eterna que jamais me permitiria esquecer o que eu havia feito.

Enxuguei as lágrimas em meu rosto e olhei-me no retrovisor reparando em minha cara de choro, torci meus lábios e respirei profundamente decidida a sair daquela fossa e voltar à vida. Saí do carro e ativei o alarme enquanto caminhava em direção a entrada da casa, as luzes ainda estavam apagadas denunciando que Lauren ainda não havia chegado e eu olhei para o relógio observando que eu ainda tinha mais de uma hora para me recompor antes que a Lauren finalmente chegasse. Adentrei a casa ligando a luz da sala e me joguei no sofá como de praxe, fitei o teto e a vontade de chorar retornou, porém segurei-a firmemente, pois não ficaria me martirizando a vida inteira e uma hora ou outra teria que aprender a lidar com a dor ao invés de sempre fugir dela. Eu precisava aprender a viver com o meu passado ao invés de tentar escondê-lo e da mesma forma que queria ajudar o Justin a aceitar a si mesmo, eu também precisava aceitar a mim mesma e talvez o ajudando eu, ao menos, conseguisse me ajudar um pouco. Alcancei o controle sobre a mesinha de centro e liguei a televisão zapeando pelos canais a procura de algo que me distraísse ou me fizesse pegar no sono, deixei na Nickelodeon, já que estava passando Bob Esponja e nada melhor do que as palhaçadas dele e do Patrick para me fazerem parar de torturar a mim mesma. O desenho conseguiu me tirar alguns sorrisos e eu já me sentia menos tensa, a vontade de chorar havia me abandonado, entretanto em alguns momentos me pegava em minhas abstrações pensando em coisas que eu estava lutando ao máximo para conseguir esquecer.

Quando Lauren chegou fazia pouco tempo que eu havia cochilado e a mesma me acordou para que eu fosse para minha cama, sonolenta e cambaleante caminhei na direção do meu quarto com a ajuda da minha amiga e tive sorte por ela não ter percebido que eu havia chorado. Deitei-me em minha cama e ouvi ela dizer algumas coisas que eu sequer entendi, me virei para o lado oposto onde ela se encontrava e retornei para meu sono profundo, pois estava me sentindo extremamente cansada, tanto fisicamente quanto mentalmente.

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Acordei com barulho de panelas e abri meus olhos com dificuldade passeando-os pelos arredores para que eles se acostumassem com a luz ambiente, bocejei e espreguicei-me ainda deitada tomando coragem para levantar e ver quem fazia aquele barulho todo já que naquele momento Lauren provavelmente estaria trabalhando. Meus olhos se arregalaram quando tomei consciência daquilo e levantei-me em um pulo, abri a porta do meu quarto cautelosamente e analisei os corredores antes de sair e começar a caminhar na direção da sala que me levaria até a cozinha.  Quando cheguei até a sala peguei a vassoura que estava encostada na parede e fui caminhando lentamente para dentro da cozinha me deparando com uma cena um tanto cômica. Lauren estava com fones de ouvido enormes escutando – em um volume extremamente exagerado –, dançando e cantando Crazy in Love da Beyoncé sentindo-se a própria cantora em questão. Não pude evitar uma risada com escárnio enquanto analisava-a rebolando exageradamente cantando desafinadamente causando certo incomodo aos meus ouvidos e a vontade de gravá-la e pôr no Youtube me dominou novamente, contudo me contive em ficar assistindo de camarote a cena ridícula da minha amiga se achando a profissional no que estava fazendo. Entretanto, a cena se tornou ainda mais impagável quando a mesma virou-se de lado para fazer mais algum movimento sexy e olhou para trás se deparando com a minha figura divertida analisando-a debochadamente.

— Ai meu Deus! Há quanto tempo você está aí e o que está fazendo com essa vassoura? — Ela disparou visivelmente envergonhada, tirando os fones de ouvido e eu contive uma risada.

— Estou aqui há tempo suficiente para ver sua performance impecável, Mrs. Carter. — Zombei e as bochechas da Lauren coraram violentamente deixando-a mais vermelha do que um pimentão e não pude evitar uma gargalhada descontrolada, ela estreitou as sobrancelhas censurando-me. — E estou com isso – voltei a dizer após conter minha crise de riso apontando para a vassoura em minha mão. —, porque pensei que você estivesse trabalhando e tivesse um intruso roubando suas panelas.

Foi à vez de Lauren gargalhar escandalosamente após o que eu havia dito e eu sorri discretamente controlando-me para não caçoar mais dela por ter pegado-a em um momento tão vergonhoso, reparei na cozinha e vi que a Laurie estava cozinhando.

— O Justin te deu uma canseira ontem hein, porque você mal conseguiu andar até sua cama. — Lauren comentou voltando a atenção para o que fazia, ela lavava algumas louças que havia sujado.

— Foi tranquilo com o Justin. — Menti e ela olhou-me pelos ombros momentaneamente. — Acho que isso é resultado das noites mal dormidas.

— Também acho! — Ressaltou soltando um riso nasal e apontou para o relógio na parede da cozinha fazendo-me notar que faltavam vinte minutos para dar meio dia.

— Oh meu Deus! — Articulei surpresa, tapando minha boca e ela deu uma breve gargalhada.

— Tem sorte que hoje estou de folga, então vá tomar um banho e depois venha almoçar, porque você precisa estar o mais tardar 13h00 na Library of Grayson para conversar com a Nancy.

— Ah, claro! — Dei um tapa em minha testa após ponderar as palavras de Lauren, aliás, havia até mesmo esquecido da proposta de emprego que o James havia me arrumado e se não fosse por minha amiga eu, sem dúvida, perderia aquela chance.

 Estar com a cabeça no mundo da Lua não era algo bom para mim, até porque eu sempre tive uma boa memória e se começasse a esquecer das coisas de uma hora para outra Lauren perceberia que havia algo errado comigo e começaria me encher de perguntas que eu não estaria nem um pouco a fim de responder. Deixei a vassoura perto da porta e saí da cozinha rapidamente, marchei até meu quarto e adentrei o mesmo já me livrando das minhas roupas, corri para o banheiro e me livrei das peças íntimas enquanto a água caía para que se encontrasse na temperatura exata quando eu adentrasse sob a mesma. Tomei banho, cuidei cautelosamente da minha higiene matinal e depois saí caminhando velozmente até meu closet separando a primeira roupa que vi em minha frente. Arrumei-me sem demora e passei uma maquiagem para esconder a cara de bunda que eu havia acordado naquela manhã e nem sequer sabia por que Lauren não havia comentado sobre o meu olho inchado, entretanto estava feliz por ela não ter o feito.

— Coloquei comida pra você. — Lauren avisou quando eu adentrava a cozinha e já se encontrava sentada, apenas esperando-me para almoçarmos.

— Obrigado, Laurie. — Agradeci, sentando-me e ela sorriu de lado.

Comemos em silêncio e quando terminamos eu fui até o banheiro para escovar os dentes, depois retornei para a cozinha e Lauren estava acabando de terminar de lavar o que havíamos sujado para almoçar.

— Como o Nolan está? — Questionou enquanto secava as mãos em um pano de prato, umedeci meus lábios e deliberei que ainda não contaria para ela que eu estava ajudando ao Justin na casa dele e não na casa do Nolan.

— Está bem. — Respondi, forçando um sorriso e ela sorriu de lado. — Você precisa vê-lo, está todo tatuado.

— Sério? — Indagou chocada e eu concordei com um aceno de cabeça. — Vou arrancar o couro dele quando eu o ver, faz tempo que ele não vai até a lanchonete.

— Você sabe que ele e o Jimmy não vão com a cara um do outro. — Lembrei e ela revirou os olhos.

— E não sei o porquê disso.

— Fala sério, Lauren! É claro que você sabe.

— Ainda é por causa daquele incidente?

— Ah, qual é? — Revirei os olhos bufando aborrecida em seguida. — Você sabe que o Nolan é a fim de você e o Jimmy o enxotou de lá, porque segundo ele, o Nolan ficava indo lá só para flertar você e isso não é permitido com as funcionaras da lanchonete.

— Não sei por que o Jimmy fez isso, era fofo o Nolan me flertando.

— Não sabe por que o James fez isso?

Sorri sarcástica e ela lançou-me um olhar repreensível.

— É tão óbvio que isso foi pura dor-de-cotovelo.

— Claro que não Sav, o Jimmy só é um babaca com umas regras trabalhistas idiotas do tipo: se o cliente cantar você, eu o proíbo de entrar aqui. Coisa de James, coisa de idiota!

Não pude evitar uma risada audível e ela me acompanhou, balancei minha cabeça negativamente tentando parar de rir, contudo era mais forte do que eu. Quando finalmente consegui, respirei fundo controlando-me.

— Eu ainda acho que foi ciúme, porque tinha aquele cara velho que ficava dando em cima da Hannah e ele nunca fez nada a respeito, ela sofreu durante meses e precisou pedir ao Jimmy para que ele tomasse uma providência.

— Será mesmo que foi ciúme? — Ela questionou com um sorriso de ponta a ponta e eu sorri pelo nariz.

— Não quero iludir você, mas ao que tudo indica: sim, foi ciúme!

O sorriso dela se alastrou ainda mais e ela suspirou abobalhada, não pude conter uma breve risada e ela pouco se importou com o fato de eu estar zombando-a, aliás, estava perdida no mundo com arco-íris e nuvens de algodão doce dentro de si mesma, mais conhecido como o mundo dos apaixonados que idolatraram o amor e a pessoa amada.

— Vou indo nessa. — Avisei fitando o relógio e observando que eu tinha pouco tempo para ir até a biblioteca, teria que dirigir rápido, no entanto não excessivamente.

— Boa sorte, Sav. — Cantarolou depositando um beijo em minha bochecha e eu estreitei minha sobrancelha dando um tapa na testa dela, a mesma me olhou com falsa indignação e eu soltei uma breve gargalhada.

Caminhei até a sala e peguei as chaves do carro.

— Tchau, Laurie. — Gritei enquanto abria a porta.

— Quando você voltar e antes de ir dar uma de cupido, vamos assistir alguns episódios de Sobrenatural!

— Tudo bem, Mrs. Carter. — Rebati em meio à gargalhada e ouvi-a gargalhar também.

Marchei até meu carro e não demorei para adentrar o mesmo, da mesma forma que não hesitei em dar partida já que teria que chegar logo até a biblioteca antes que desse uma hora e eu – de primeira – passasse uma imagem errada para a Nancy. Quando cheguei na frente da biblioteca, estacionei e antes de adentrar a mesma olhei para o parque do outro lado e me lembrei da noite anterior, lembrei-me do Justin, dos atuais acontecimentos e balancei minha cabeça veemente tirando as ideias que percorriam a mesma.  Caminhei em passos firmes até a biblioteca e quando adentrei me deparei com o balcão de atendimento vazio, ouvi um barulho vindo de um dos corredores e dei alguns passos procurando de onde vinha o barulho – pois talvez fosse lá que a Nancy estaria – e encontrei-a arrumando as prateleiras dos livros de ficção.

 — Nancy? — Chamei e ela olhou-me sorridente.

— Oi, Savannah. — Saudou-me, caminhando ligeiramente em minha direção e me abraçou apertado, sorri abertamente e quando ela me soltou continha um sorriso tão maior quanto o meu. — Fiquei tão feliz quando o James me sugeriu você, porque você sempre frequentou a biblioteca e ama livros como ninguém.

— Fico honrada por isso e eu fiquei um bocado contente quando ele me disse você queria conversar comigo sobre isso.

— Na verdade, o emprego já é seu! É só você me dizer se quer ou não, porque já falei com meu pai e ele concordou na hora.

Um sorriso imenso se alastrou por meus lábios e ela sorriu de lado, sentia-me aliviada e não conseguia parar de sorrir feito uma tola.

— Mas é claro que eu aceito. — Disse por fim e ela sorriu abertamente.

— Isso é ótimo, vai ser bom ter você trabalhando aqui Sav, fico mais tranquila sabendo que a biblioteca estará em boas mãos, pois não sei se você sabe, mas meu pai está bastante doente e eu não tenho muito tempo para ficar aqui.

— O que houve com o seu pai? — Questionei preocupada e ela suspirou, sorriu de lado, contudo seus olhos demonstravam sua dor.

— Câncer. — Respondeu, cabisbaixa.

— Eu sinto muito.

Ela concordou com um aceno de cabeça e sorriu de lado novamente, estreitei minhas sobrancelhas e torci meus lábios.

— Mas e então, você já pode começar amanhã! — Desconversou e eu sorri sem mostrar os dentes, concordando veemente com a cabeça. — O horário é das nove da manhã até às cinco da tarde, oito horas de trabalho e quando chegar livros novos eu venho te ajudar a arrumá-los, tudo bem?

— Claro, parece ótimo! — Falei dando palminhas e ela liberou uma risada audível, sorri abertamente.

— Que bom que está animada, vou terminar de arrumar esses livros e... Até amanhã então. Vou estar aqui para receber você e por mais que você já conheça essa biblioteca melhor do que eu — deu outra gargalhada e eu acompanhei-a. — quero te mostrar umas coisas novas que chegaram.

— Posso ajudar a arrumar agora se você quiser. — Sugeri dando de ombros.

— Sério? — Perguntou sorridente e eu concordei com a cabeça. — Tudo bem então!

Caminhamos na direção dos livros e ela me explicou como arrumaria tudo, eles seguiriam os mesmos padrões: ordem alfabética, o que facilitava muito no caso de ir procurar um livro indicado. Enquanto arrumávamos ficamos conversando paralelamente e ela me mostrava os novos livros que havia chegado, comentava sobre situações engraçadas que haviam acontecido com ela e eu nunca havia conversado tanto com a mesma. A Nancy tinha vinte e seis anos e apesar de parecer bastante centrada, no final das contas ela era uma mulher completamente divertida.

— Agora o Aaron e eu estamos tentando arrumar um namorado para ela. — Nancy disse em meio à risada enquanto me contava que ela e o irmão de uma prima dela estavam tentando ajudar a tal garota, prima dela e irmã do Aaron, a “desencalhar”.

— Ai meu Deus! — Caí em uma gargalhada terrível diante da situação e ela gargalhava mais do que eu. — E o que a sua prima acha disso?

— Ah, a Melanie nos odeia. — Ela disse divertida e o sorriso em meu rosto se desfez lentamente, minhas sobrancelhas se juntaram e por sorte ela não estava me olhando.

“Melanie?” Questionei-me mentalmente e esbravejei aquele nome, pois era impressão minha ou o mesmo andava me seguindo? Ou talvez... Talvez...

— Você é prima da Melanie? — Indaguei involuntariamente e Nancy me olhou brevemente.

— Então você a conhece? — Contrapôs e minhas sobrancelhas se estreitaram.

— Na verdade, conheço a melhor amiga dela, a Bridgit. — Joguei um verde para colher madura, somente para ter certeza se realmente era a Melanie ou se era outra garota com o mesmo nome, aliás, diversas pessoas tem o mesmo nome nesse mundo.

— A Bridgit também está nos ajudando a arrumarmos um namorado para a Mel, aliás, ela é a que mais tenta arrumar um namorado para ela.

Senti minha boca seca e umedeci meus lábios forçando um sorriso para Nancy que sorriu abertamente e depois voltou a arrumar os livros, então a Melanie era prima da Nancy? Fala sério! Aquela garota iria me perseguir em qualquer lugar que eu fosse? Já não bastava o Justin completamente apaixonado por ela, eu o ajudando a conquistá-la e aquela garota ainda tinha que ser prima da minha mais nova patroa? Pelo amor de Deus! Qual era o problema comigo, afinal? Até porque, tudo de ruim caía sobre mim e quando eu pensava que algo me livraria de certos pensamentos, tudo o que acontecia era me aparecer alguma coisa envolvida que não me permitisse esquecer, como se fosse proposital para que eu não me esquecesse mesmo e a tortura sobre mim era tão intensa que, em alguns momentos, eu chegava a cogitar que O Cara lá de cima havia esquecido-se da minha existência ou estava me colocando em uma provação enorme.

— E por que a Melanie não tem um namorado? Ela parece ser o tipo de qualquer cara. — Soprei com descontentamento e por sorte Nancy não notou, chutei-me mentalmente.

— Ela disse que ainda não encontrou o cara certo. — Disse, dando de ombros. — E eu não sei se ela faz bem o tipo de qualquer cara.

“Ah ela faz sim, aliás, até mesmo um esquizofrênico com distúrbio de personalidade extremamente lindo e que eu ando tendo uns pensamentos pecaminosos está completamente a fim dela!” Pensei e me espanquei mentalmente por conta daquele pensamento, qual era meu problema, afinal? Já estava mais do que na hora de eu parar de agir como uma estúpida, até porque era só a Melanie estar envolvida em meus assuntos que eu me tornava a maior imbecil ambulante.

— Ela parece ser legal. — Articulei forçando outro sorriso e sentia o desgosto amargando a minha boca.

— E ela é. — Rebateu, meramente. — É uma garota simples que gosta de música clássica, adora romance e está fazendo faculdade de literatura.

— Que interessante.

— Sim, ela é o orgulho da família.

— Posso imaginar. — Chiei arqueando as sobrancelhas, em seguida suavizei minha expressão e umedeci os lábios. — E que tipo de namorado vocês estão procurando para ela?

— Um que a aguente e que saiba tocar piano. — Respondeu e em seguida uma gargalhada escandalosa explodiu do meu lado, juntei minhas sobrancelhas. — Ela é politicamente correta com diversas cafonices, perdeu a virgindade antes de casar e se crucifica todos os dias por isso, no entanto ela ainda tem grandes semelhanças com a Virgem Maria.

Soltei um riso nasal e ela deu outra breve gargalhada, sorri de lado observando que havia conseguido algumas informações sobre a garota e mal podia esperar para compartilhá-las com o Justin. Terminamos de organizar os livros enquanto a mesma ficou me contando sobre as coisas que havia aprontado em sua época escolar, me tirando diversas gargalhadas e depois organizamos as caixas de papelão em um canto próximo ao balcão.

— Obrigado por ter ajudado, Sav. — Agradeceu quando finalmente terminamos de organizar tudo e eu sorri de lado.

— Disponha. — Falei e ela soltou um riso nasal. — Agora eu vou indo. — Disse olhando para o relógio e observando que já era 17h00, a hora havia passado tão rápida e eu sequer havia percebido.

— Tudo bem, até amanhã então.

— Até amanhã. — Repliquei sorridente e ela sorriu sem mostrar os dentes. — Tchau, Nancy.

Depositei um beijo na bochecha da mesma e depois fui em direção à saída da biblioteca, caminhei apressada até meu carro e adentrei dando partida sem demora, aliás, ainda teria que assistir alguns episódios de Sobrenatural com a Lauren antes de finalmente poder ir até a casa do Justin e partilhar com ele as minhas mais novas descobertas sobre a Melanie.

Assim que cheguei a casa – que ficava a dez minutos da biblioteca –, estacionei rapidamente e saí do carro na mesma velocidade. Mal entrei em casa e a voz estridente da Lauren adentrou meus ouvidos enquanto ela cantarolava – gritava – Perfume da Britney Spears que passava na MTV. Estreitei minhas sobrancelhas e me aproximei do sofá analisando a mesma que estava com os olhos fechados cantando profundamente a música de maneira mais desafinada do que quando eu havia pegado-a cantando a música da Beyoncé. Fiz barulho com a garganta e ela abriu os olhos fitando-me assustada, em seguida abriu um sorriso e voltou a cantar novamente.

— Vai fazer a pipoca. — Ordenou parando de cantar e eu revirei os olhos.

Fui até a cozinha e coloquei um pacote de pipoca amanteigada no micro-ondas, encostei-me no balcão esperando que a mesma terminasse de estourar e quando o micro-ondas finalmente apitou, peguei um pote despejando-a dentro e peguei duas latinhas de coca-cola me virando nos trinta para conseguir levar tudo até a sala sem derrubar nada. Por sorte consegui e a Lauren já havia colocado o DVD com os episódios de Sobrenatural, íamos continuar de onde havíamos parado e nos deitamos no mesmo sofá para dividir a pipoca igualmente. Em alguns momentos me peguei distante, pois me sentia ansiosa para ir até a casa do Justin, no entanto ainda estava esquematizando o que eu faria no meu segundo dia como conselheira amorosa e dependendo das brechas que o Justin abrisse, eu já tinha grandes planos elaborados. 


Notas Finais


Look da Sav: http://www.polyvore.com/look_savannah/set?id=107081942
Nancy: http://i.dailymail.co.uk/i/pix/2014/03/16/article-0-16F4CD62000005DC-549_634x876.jpg
E para quem não sabe, a Melanie é a Amanda Seyfried e quem não sabe quem é Amanda, (o que eu duvido sdasfdf) é essa aqui: http://media.zenfs.com/en_us/Movies/PhotoG/toronto-film-festival-portraits-2009-amanda-seyfried-34968.jpg
Para quem também não sabe, Mrs. Carter é a Beyoncé (Carter é o sobrenome do Jay-Z que já que é casado com a Bey, é o sobrenome dela também, ó-b-v-i-o)

Oi, oi, oi! Primeiramente quero agradecer pelos comentários e pelos favoritos <3 Amanhã respondo os comentários, porque estou postando na madrugada e estou quase caindo de sono aqui! huehue enfim, não tive tempo para postar antes, porque eu passei o final de semana na casa de uma amiga minha aqui em Sorocaba, pois fomos assistir o Believe Movie :') É o filme mais divonico, perfeito e emocionante que eu já vi (não vou detalhar, porque deve ter gente que ainda não viu), só posso dizer que é perfeito, amo nsn, porém o bm SUPEROU lindo e chorei rios na parte que falou da Ava, pqp! Quem aí assistiu? Quem não assistiu, vá assistir, porque é extremamente emocionante ver no cinema ;) HAHAHA enfim, aí está mais um cap de Paranoid e olha a Melanie perseguindo a pobre Savannah! huehue se vocês estão odiando a Mel, imaginem a Sav? LAKJSKJA brinks, não odeiem a garota, aquietem-se u.u já vou avisando que eu tenho GRANDES surpresas para o próximo cap e vocês vão saber o que foi que a Sav fez no passado que ela considera tão obscuro ;) e meus amores acalmam-se, porque eu mal posso esperar para postar o primeiro momento Javannah, mas vamos ser pacientes, porque desse jeito vocês me deixam maluca também HUEHUE Obrigado por todo carinho, por todo incentivo e vocês são muito fodas, sério, os comentários são demais e eu fico besta com cada um deles, fico feliz que estejam gostando, mas enfim, amanhã vou responder os comentários, porque eu AMO interagir com vocês alsjaljsal é isso aí, falei demais já '-' até a próxima postagem paranoicas, cuidado com a curiosidade e eu amo vocês <3 xoxo'


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