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História Paranoid - Venha para casa comigo.


Escrita por: sympathize

Notas do Autor


Hey paranoicas, boa leitura e como sempre: notas finais!

Capítulo 16 - Venha para casa comigo.


Fanfic / Fanfiction Paranoid - Venha para casa comigo.

— Você está distante, o que aconteceu? — Nolan perguntou, tirando-me dos meus enleios e mirei-o brevemente.

— Não aconteceu nada. — Respondi, simplesmente.

Voltamos à atenção para a TV, mas eu nem ao menos estava assistindo o jogo. Estava novamente perdido em minhas abstrações, sentindo a peculiar confusão que andava me dominando e tudo parecia se tornar cada vez mais assustador. Pensar em Melanie fazia com que eu involuntariamente pensasse em Savannah e pensar em ambas fazia com que eu me sentisse mais perdido do que já acostumava me sentir. Eu sabia exatamente o que queria, mas havia algo errado comigo, com a minha convicção que estava um pouco afetada por algo que na verdade eu não sabia o que era. Talvez fosse minha atração por Savannah, no entanto eu não tinha certeza daquilo, não tinha certeza de nada, por esse motivo não sabia distinguir nenhuma das razões por andar tão indeciso. Eu tinha total consciência do que queria fazer, porém não sabia se era o certo, não sabia se minhas decisões eram as corretas a serem tomadas e tudo parecia piorar cada vez mais.

— Quando você vai falar com a Melanie? — Nolan questionou, tirando-me novamente de meus devaneios e eu forcei um sorriso de lado. Na verdade, ainda não me sentia pronto e estava me sentindo um completo covarde.

— Ainda não sei. — Admiti e ele assentiu.

— Vai confiante cara, sei lá, acho que você não tem nada a perder.

— Obrigado pelo incentivo. — Agradeci e ele sorriu de lado, assentindo veemente com a cabeça.

— Mas e se ela te der um fora, J.Drew? — Interrogou após um tempo pensativo e eu estreitei minhas sobrancelhas.

Honestamente, não sabia se estava preparado para aquilo e sequer podia imaginar qual seria minha reação caso ela me rejeitasse e era evidente que eu ficaria profundamente decepcionado. Mas sabia que se acontecesse, no final, mais cedo ou mais tarde, eu acabaria superando, até porque minha vida inteira convivi com a decepção e o fracasso cravados em minha carne e se não desse certo com a Melanie, seria só mais uma desilusão em minha vida que eu teria que lutar muito para conseguir superar. Passei esse tempo todo fantasiando momentos ao lado dela e eu esperava fortemente que ela não me rejeitasse, estava disposto a deixar as coisas fluírem, contudo não estava preparado para vê-la me repudiando. Mas reconhecia o quanto as coisas não dependiam apenas de mim.

— Para ser verdadeiro, eu não sei. — Repliquei sincero e ele torceu os lábios.

— Vai ter que conviver com isso, cara. — Comunicou com certo pesar e eu concordei com um aceno de cabeça.

— Sei disso. — Soprei, forçando um sorriso e ele voltou a fitar a TV novamente.

 Respirei profundamente e abaixei minha cabeça levando minhas mãos até meus cabelos, baguncei-os ainda mais e aqueles algodões em meu nariz já estavam incomodando-me. Massageei minhas têmporas e bebi o resto de cerveja que ainda restava em minha latinha, em seguida deixei-a sobre a mesa de centro. Ouvi uma música estridente dominar o ambiente e fitei Nolan, notando-o revirando seus bolsos à procura de seu celular que tocava cada vez mais alto Thrift shop da dupla Macklemore & Ryan Lewis. Conhecia a música porque já havia a escutado antes no estúdio de Nolan e ele era um grande apreciador daquele estilo musical, fazendo-me viciar em algumas músicas daquele estilo também.

  — Lauren? — Ele atendeu rapidamente após analisar a tela do celular e deu uma pausa.

Engoli seco, lembrando-me que Lauren era a amiga da Savannah e talvez fosse alguma coisa sobre ela e sobre o que o pai dela havia feito para prejudicá-las.

— Ah não, não, não. — Nolan suspirou e deu outra pausa. — Você sabe onde ela está? — Continuou e outra pausa.

Umedeci meus lábios sentindo um certo nervosismo me dominando, tentando inutilmente imaginar o que será que havia acontecido com a Savannah, pois ao que tudo indicava eles estavam falando dela.

— Mas que droga, Laurie!

— O que aconteceu? — Perguntei impulsivamente e ele gesticulou com a mão para que eu esperasse, concordei com um aceno de cabeça e ele permanecia focado no que a garota estava falando.

— Calma Lauren. — Pediu apreensivo e uma de minhas pernas começou a se mover freneticamente. — Sim, pode deixar. Fica calma. — Pausou por um momento e eu via a preocupação exposta em seu rosto. — Tudo bem, eu ligo para avisar quando encontrá-la. Relaxa, Laurie. — Outra pausa. — Não precisa agradecer, eu entro em contato. Tchau.

Após finalizar a chamada ele permaneceu momentaneamente alheio fitando algum ponto invisível sobre o chão e eu estreitei minhas sobrancelhas, sentindo-me incomodado por alguma razão desconhecida. A pergunta beirando minha língua e antes que eu pudesse controlar ouvi minha própria voz soando um tanto quanto desesperada:

— O que aconteceu com a Savannah?

— Você não vai acreditar no que o pai dela fez. — Falou, despertando de suas abstrações e coçou a nuca.

Ele me contou o que havia acontecido e a preocupação dentro de mim triplicou. Uma estranha revolta pelo o que o pai dela havia feito me dominou e eu pude imaginar o quanto ela devia estar se sentindo péssima naquele momento. Lembrei-me das coisas que ela havia me dito e podia imaginar o quanto era terrível ter um pai cruel, que não media esforços para acabar com a vida da própria filha e com tanta pressão era óbvio que ela acabaria cedendo a algo que a fizesse esquecer um pouco a dor e que ao mesmo tempo causasse revolta em seu pai. Tudo o que a Savannah queria era atenção e amor dos pais, contudo era notável que ela não recebia nada parecido deles. Que independente de qualquer atitude dela, eles sempre estariam maltratando-a e a pior parte daquilo tudo, era o fato de que eles pareciam acreditar que o que faziam era certo. Que atormentando e perseguindo daquela maneira a própria filha, faria com que ela desistisse de lutar por seus ideais e começasse a sucumbir às vontades deles. Observei que ela não estava errada em pintar o pai como um monstro, porque ao que tudo indicava era exatamente isso o que ele era. Senti-me na obrigação de fazer alguma coisa, até porque a Savannah estava me ajudando e naquele momento ela estava precisando de ajuda e, por mais que o Nolan estivesse disposto a ajudá-la, eu também estava, ainda mais, disposta a fazer aquilo.

Após um tempo pensativo, ele se levantou e eu fiz o mesmo.

— Você vai procurá-la? — Questionei e ele assentiu. — Eu vou com você.

Ele permaneceu hesitante no primeiro momento e eu me demonstrei irredutível. 

— Tudo bem, vamos nessa então. — Disse caminhando até a porta, vesti um chinelo e fui atrás dele sem nem me preocupar em trocar de roupa. — Você vai assim?

— As ruas essa hora estão desertas, então não tem problema algum eu ir assim. — Falei dando de ombros e ele concordou com um aceno de cabeça. — Você tem alguma ideia de onde ela possa estar?

— Tenho um palpite. — Respondeu erguendo as sobrancelhas. — Lauren disse que pediu para que ela fosse até minha casa e ela saiu sem avisar, então pode ser que ela já esteja lá.

— Eu tenho outro palpite. — Murmurei após um tempo pensativo e ele arqueou as sobrancelhas. — Então vamos fazer assim, cada um vai ao lugar que acha que ela provavelmente possa estar e, quem achá-la, liga para avisar, combinado?

Após um tempo meditativo, ele assentiu e eu repeti seu gesto. Saímos e eu somente fechei a porta, sem precisar me preocupar em trancá-la, até porque ninguém invadiria minha casa, pois na verdade poucos acreditavam que eu realmente morava ali e os que acreditavam não tinham coragem de ir até lá. Caminhei na direção da minha caminhonete, adentrei a mesma e chamei o Nolan para que atravessássemos a trilha, depois ele seguiria partida com seu carro. Estacionei quando nos aproximamos do carro dele.

— Se você encontrá-la me ligue avisando, preciso avisar a Lauren o quanto antes, porque ela está surtando de preocupação. — Avisou e anuí. — E se ela estiver lá em casa, eu ligo para te avisar.

— Beleza. — Concordei e ele desceu do carro, adentrando o seu e esperei ele dar partida em minha frente.

Respirei profundamente algumas vezes, tomando a coragem que me faltava e preparando-me psicologicamente para dar o melhor de mim para, ao menos tentar, ajudá-la de alguma. Tinha quase certeza de que ela estava onde eu imaginava e não demorei a dar partida assim que me senti confiante o suficiente.

Savannah’s Point of View

Ainda estava saindo do Forest Park quando Lauren me mandou uma mensagem, avisando-me que era para eu ir direto para sua casa e minha cabeça estava dominada por turbilhões de suposições, o sangue borbulhando em minhas veias. Tentei focar ao máximo na estrada, contudo, em alguns momentos me pegava distante, mas, para minha sorte, o movimento de carros estava tranquilo naquele horário. Assim que cheguei em frente à casa de Lauren senti meu corpo inteiro congelar ao avistar o Audi A4 estacionado, a revolta que eu havia contido durante todo o caminho aumentou numa proporção assustadora, se tornando incontrolável, e, assim que estacionei desci batendo a porta do carro, com uma força desnecessária, digna da fúria que eu sentia. Vi um caminhão de mudança estacionado do outro lado da rua e estreitei minhas sobrancelhas, olhando para a casa de Lauren e havia barulhos de móveis sendo arrastados lá dentro. Marchei até a porta e girei a maçaneta, respirando profundamente e procurando meu autocontrole, contudo não havia nenhum vestígio dele. Assim que ultrapassei a porta de entrada, me deparei com a sala completamente vazia, as paredes cor de creme e o piso branco da mesma dando um tom sem vida para o cômodo que antes era enfeitada pelos móveis e decorações de Lauren.

— Isso é completamente baixo, Mason. — Ouvi a voz de James vindo da cozinha e congelei ao ouvi-lo falar o nome de meu pai. — É impossível que não se sinta nem um pouco chocado com o que você está fazendo.

— É por um bem maior, McGregor. — Ele contrapôs e seu tom de voz era cruelmente calmo e indiferente. — Quando você tiver uma filha e ela se tornar um grande empecilho em sua vida, vai entender as minhas atitudes.

— Se ela é um empecilho em sua vida, por que não a deixa viver em paz? — Fora Lauren quem questionou, completamente revoltada e furiosa. — Você não tinha razão alguma para estar fazendo isso, Mason.

   — Sr. Curtis. — Corrigiu mordaz e eu travei meu maxilar, respirando densamente. — E tudo o que eu quero é você longe dela e essa foi à única maneira que eu encontrei para matar dois coelhos com uma cajadada só.

— Infernizando minha vida novamente, papai.

Finalmente rompi na cozinha e ele rapidamente olhou para mim, mantendo sua expressão fechada e eu sorri sarcástica enquanto ele travava o maxilar. Que as provocações comecem.

— É uma pena que não seja bom te ver, querida. — Disse arqueando as sobrancelhas e eu soltei uma gargalhada um tanto quanto sombria, parei de sorrir abruptamente e fitei Lauren que tinha os olhos vermelhos denunciando que a mesma havia chorado.

— Acredite, é muito pior para mim. — Soprei e ele engoliu a seco, travando ainda mais o maxilar. Arqueei minhas sobrancelhas. — O que foi que você fez agora? Qual é a crueldade da vez? Não consegue seguir a sua vidinha e me deixar em paz?

Ele me olhava friamente e eu mantinha um sorriso debochado em meus lábios, James e Lauren pareciam incomodados e eu confesso que estava me sentindo igualmente. Estar diante de papai depois de tudo o que havia acontecido e após minhas recentes lembranças, parecia algo muito mais que perturbador para mim. Era algo insano, importuno e acima de tudo hediondo. Eu não tinha planos de encontrá-lo tão cedo, não queria vê-lo por um bom tempo, mas ele simplesmente não sabia o momento de cessar-fogo. Havia somente esperado eu baixar-a-guarda para me atacar novamente e, mesmo que eu mal havia superado seu último ataque, lá estava ele me atacando novamente e tudo isso por quê? Perguntava-me constantemente. Será que era só para me mostrar que o fato de ele ser meu pai não mudava em nada? Que não era só por que eu era sua filha que teria a moleza de prejudicá-lo e sair impune? Sinceramente, eu nunca soube o que papai queria fazendo aquelas coisas, não sabia o que ele queria destruindo vidas alheias quando ele não precisava fazer aquilo para ficar por cima de ninguém, quando ele mesmo tinha consciência de que o caráter era a maior qualidade e arma humana, que não havia necessidade alguma de trucidar os fracos e oprimidos somente para se sentir mais do que os outros. Contudo, ele descia cada vez mais baixo para conseguir moral, pisava até mesmo nos sentimentos de mamãe para mostrar aos outros sua impiedade e seu domínio, e as pessoas não o respeitavam por ele ser um bom homem e digno do respeito alheio. Longe disso, pois na verdade, todo o respeito que ele tinha não passava de medo. Todos que se curvavam na presença dele, faziam aquilo por puro medo de suas vinganças bárbaras e infalíveis, porque ele sabia muito bem como derrubar uma pessoa e eu era uma das grandes vítimas, e testemunha, de suas atrocidades. Mason nunca fora uma boa pessoa, nunca soube lidar realmente com as pessoas e eu vivia me perguntando como ele conseguia ser considerado um dos melhores psiquiatras de Portland sendo que sequer sabia lidar com a própria filha e seus problemas pessoais, contudo admito que era bom saber que ele servia ao menos para algo. Que conseguia engolir a fera que normalmente era e trabalhar com eficiência, cuidando de seus pacientes com os cuidados necessários. Mas eu não entendia como ele não conseguia lidar com o mundo fora de seu trabalho, até porque tudo para papai era resolvido à base de prejudicar as pessoas que tentassem peitá-lo e ir contra seus princípios. Era por aquela razão que ele me atacava tanto, visto que eu era a maior inimiga que ele possuía, pois eu o conhecia melhor do que ninguém e sabia como irritá-lo, como contrariá-lo, sabia como derrubá-lo e a pior parte era que ele também sabia exatamente como me derrubar. Desde os meus quatorze anos entramos naquela batalha estúpida e a tendência de nossas brigas fora somente piorar. Mamãe havia diversas vezes tentando nos parar, mas Mason era incontrolável e não havia como eu parar se ele também não o fizesse. Eu queria que as brigas acabassem, no entanto aquilo não dependia apenas de mim e tinha consciência de que da parte dele jamais haveria redenção.

— Vai diminuir esse ego quando souber da novidade que temos para você. — Replicou ácido e eu engoli seco, porém mantive meu olhar impassível em sua direção e fora a vez do mesmo sorrir com escárnio. Procurei por algum argumento, contudo a raiva me trucidava internamente e eu permaneci calada.  — O que foi? O gato comeu sua língua? 

— Vai pro inferno. — Ordenei entredentes e ele gargalhou sarcástico.

 — Isso não é coisa que se diga para o seu pai, Savannah. — Objetou com escárnio e eu lhe fuzilei com o olhar. Ele simplesmente abafou o riso pelo nariz. — Você ainda tem muito o que aprender. — Balançou a cabeça negativamente.

— Você também, Mason. — Rebati prontamente e ele estreitou as sobrancelhas. — Começando a aprender a ser mais humano e a deixar as pessoas em paz, respeitar os limites, ter escrúpulos... — ri nasalmente. — Ah, há tantas coisas que você precisa aprender, querido papai.

— Conte para ela a novidade, Lauren. — Ele desconversou e eu mirei minha melhor a amiga, vendo-a travar o maxilar, engolindo fortemente a fúria que sem dúvida deveria estar sentindo.

— Fomos despejadas — estreitei minhas sobrancelhas com aquela declaração —, o Anthony ordenou que deixássemos a casa hoje e já tentamos recorrer, mas ele foi subordinado para fazer isso. — Prosseguiu e em seguida sorriu miserável. — Óbvio que o subordinador é o Mason e sem essa de Sr. Curtis — interveio pronunciando-se a ele que já havia aberto a boca para repreendê-la. —, eu poderia chamá-lo de animal, mas seria uma grande ofensa, uma comparação tão desonesta quanto você.

— É por isso que está pagando por sua audácia, Lauren. — Ele murmurou impassível e ela franziu a testa. — Como se denomina uma boa amiga se tudo o que você faz é incentivar a Savannah a ficar contra os próprios pais?

— Ela não me incentiva a nada! — Protestei rudemente e ele ergueu uma sobrancelha, seu semblante insensível e eu senti o sangue correr ardente em minhas veias. — Não fale assim dela, porque você deveria ser o último a tentar criticar alguém por aqui, seu imundo.

— Falando em imundice, Savannah... — Começou dando alguns passos, aproximando-se de mim. — Como anda sustentando os seus vícios?

Não pude evitar um sorriso sarcástico e ele arqueou as sobrancelhas.

— Eu estou limpa, Mason. — Repeti o que eu havia lhe dito em nossa briga antes dele me expulsar de casa e vi-o sorrir de lado.

— Eu duvido. — Murmurou provocante e eu desviei meu olhar brevemente, fitando os arredores da cozinha e fitei James e Lauren que estavam próximos um do outro, assistindo tudo calados.

  — Eu não me importo. — Contestei, dando alguns passos na direção dele e o mesmo franziu a testa. — Eu não dou à mínima, quero que você se dane! Para o inferno você e suas opiniões! — Disparei e pude ver a faísca da ira percorrer seu olhar. — Eu poderia dizer para fazer exames e tudo mais, poderia desafiá-lo a acreditar em mim, mas eu não posso fazer nada se é um descrente desgraçado.

— Como está limpa se você era uma completa viciada hipócrita? — Questionou desafiante e eu sorri abertamente, provocando-o ainda mais, pois a indiferença era algo que ele costumava usar sempre, mas que odiava quando era usada contra si mesmo.

— Eu não fazia porque era uma viciada, Mason. — Dei de ombros, olhando-o profundamente nos olhos. — Fazia para contrariar você e muitas vezes sequer sentia vontade, mas usava para ver você destruído, para ver até onde você empinava esse seu nariz enquanto todos ficavam sabendo que sua filha andava fazendo tudo o que você adorava criticar nos filhos dos outros.

— Desvirtuada. — Rosnou visivelmente furioso e eu sorri sem mostrar os dentes, mordendo meus lábios posteriormente.

— Eu sou sua filha Mason, sou apenas uma perfeita cópia do meu querido pai. — Sussurrei e vi-o erguendo a mão para me dar um tapa, contudo consegui segurá-la antes que acertasse meu rosto. — Oh não, não, não querido papai! Essa não é sua casa, aqui não funcionam suas regras e você não tem mais autoridade sobre mim.

Ele me fitava irritado e eu mantinha meu semblante indiferente, mostrando diversão com tudo o que estava acontecendo, mas na verdade eu estava me sentindo destruída. Papai era como um ceifeiro, precisava destruir a felicidade e se alimentar do sofrimento alheio para se sentir mais forte e mais imbatível, e aquela era a razão por eu odiá-lo tanto. Ele havia me derrubado novamente e eu nem ao menos tinha ideia de como iria me levantar, mas não iria deixá-lo sair de lá sem afetar seu ego e fazê-lo se revirar em sua cama durante diversas noites, lembrando-se de tudo o que eu havia lhe dito.

— Pode fazer da minha vida inteira um inferno, mas vai ter sempre minha retribuição. — Cuspi friamente e ele travou o maxilar apertando os punhos. — O que te irrita Mason, é que você me derruba, mas eu sempre consigo me levantar de forma digna e ao contrário de mim, quando você cai, precisa montar em cima dos outros para conseguir se levantar novamente.

Sem dizer mais nada – puxando seu braço bruscamente de minha mão – e me lançando um último olhar recheado de ira, ele passou ao meu lado rapidamente e não demorou para que ouvíssemos o barulho da porta da sala sendo batida com uma força assustadora. Respirei intensamente e sentia um peso enorme sobre mim novamente, a calma que eu havia sentido, quando estava junto com o Justin, se esvaindo e uma imensa vontade de chorar me dominou.

— Vou voltar para a casa da minha mãe, Sav. — Lauren sussurrou após um tempo aproximando-se de mim e eu olhei-a me deparando com seu olhar cabisbaixo. — Quer ir para lá comigo?

— Você sabe que ela não vai concordar com isso, Laurie. — Resmunguei desviando meu olhar e depois voltei a olhá-la novamente. — Ela e mamãe são amigas, vai ser fácil meu pai manipulá-la pra ela me mandar embora também ou até ficar indo infernizar minha vida o tempo todo.

— E agora? O que vamos fazer? — Perguntou chorosa e eu senti as lágrimas brotando em meus olhos. — O pior é que ele também ameaçou o James, porque o Jimmy disse que levaria você para o apartamento dele e o Mason disse que se ele fizer isso vai falar com o pai do Andrew para desfazer o contrato da venda que está sendo feito e passar o estabelecimento para outra pessoa.

— Não, nada disso. — Neguei com a cabeça e ela suspirou deixando as lágrimas escorrerem por seu rosto. — Não quero mais causar problemas para ninguém.

— O que você vai fazer, Sav? — Indagou, desabando em lágrimas e em seguida me abraçou fervorosamente.

— Vai ficar tudo bem, Laurie. — Murmurei, fechando meus olhos e ela me apertou ainda mais em seus braços.

— Sabe — voltou a dizer após um tempo. —, você pode tentar falar com o Nolan, porque o velho Gavin adora você, eles podem te ajudar.

— Você conseguiu o emprego na biblioteca, certo? — James perguntei e eu concordei com a cabeça quando Lauren desfez o abraço e afastou-se de mim. — Então fica menos complicado, é só você passar um tempo na casa dos Green’s até conseguir alugar uma casa para você.

Até que a ideia não era má, mas eu sabia que não poderia fazer aquilo.

— Vai pra casa da sua mãe, eu vou dar um jeito nisso. — Assegurei, tocando no ombro dela e a mesma assentiu.

— Você vai pra casa do Nolan? — Averiguou e eu olhei-a momentaneamente.

— Vai ficar tudo bem, Lauren.

Depositei um beijo na testa dela e me despedi de James com um beijo na bochecha antes de caminhar apressadamente na direção da sala. Ouvi Lauren me chamando e ignorei-a, mantendo meus passos apressados saindo da casa e marchando até meu carro. Ouvi relâmpagos e fitei o céu brevemente enquanto adentrava meu carro, observando que iria chover e, posteriormente, avistei Lauren parada na porta de sua antiga casa com o semblante preocupado exposto em seu rosto. Dei partida e nem ao menos sabia para onde estava indo, estava simplesmente sendo guiada inconscientemente enquanto minha mente era retalhada por pensamentos conturbadores.

Estacionei assim que cheguei ao meu destino e desci do carro, atravessando a rua e me aproximando do conhecido banco que havia ali. Me sentei e não demorou para que os pingos grossos de chuva começassem a cair, lavando-me e eu pouco me importei. Sentia um peso enorme sobre mim e mais uma vez eu estava perdida, mais uma vez papai havia conseguido me destruir e mesmo com toda minha indiferença, a dor que me assolava internamente, era enorme.

Flashback ON

— Vamos lá, Sav. — Emmy disse, apontando para duas carreiras de cocaína que tinham sobre a bancada e eu olhei-a vacilante. — Você vai gostar.

Continuei olhando-a e ela me incentivava com seus olhos acinzentados que explodiam em expectativa em minha direção, confirmei com um aceno de cabeça e peguei o canudo de papel que ela estava usando. Posicionei-o no buraco direito do meu nariz e tapei o outro, inalando a droga numa velocidade alucinante. Fechei meus olhos com força e notei os efeitos começando a domar meu corpo, aquelas sensações prazerosas e a euforia fez com que todos os poros de meu corpo enrijecessem, uma excitação imensa começou a se alastrar, fazendo-me alargar um grande sorriso involuntário. Uma agitação que fez com que meu corpo começasse a mover-se involuntariamente e eu sentia o olhar de Emmy cravado em mim, sorri de lado e ouvi-a gargalhar em minha frente, abri meus olhos um tempo depois e a garota ergueu a sobrancelha adotando um semblante questionador.

— E aí? — Sorrindo de lado ela questionou e eu ainda sentia o efeito da droga contaminando-me lentamente.

— Isso é irado! — Exclamei, submergida e ela sorriu abertamente.

— E isso é só o começo. — Ressaltou com um sorriso sacana nos lábios e eu respirei profundamente, fitando-a enquanto a mesma inalava ligeiramente a droga que havia restado.

Flashback OFF

Esfreguei meus olhos após aquela lembrança e senti um nó sufocador se formar em minha garganta. Mas não era vontade de chorar. Na verdade, estava longe de ser uma simples vontade de chorar. O fato era que eu estava me sentindo tão sobrecarregada, me tornando uma bomba-relógio que explodiria a qualquer momento e destruiria muita coisa antes de me autodestruir. Àquelas lembranças me perturbando, o peso do passado sobre meus ombros, fazendo questão de não me deixar esquecer tudo o que eu havia feito ou ao menos aprender a lidar com aquilo e tudo se tornava cada vez mais autodestruidor, mais perturbador e exaustivo. Cada vez que eu me lembrava de um dos episódios mais hipócritas e bárbaros da minha vida, me sentia mais frustrada e furiosa comigo mesma. Aliás, fora para decepcionar Mason e Maryann que eu havia feito tudo aquilo e eles não mereciam nada daquilo, não mereciam minha vida sendo destruída e nem nada que viesse de mim.

“Como está limpa se você era uma viciada hipócrita?” Refleti a pergunta que não saía da minha cabeça, que se repetia incessantemente e minha respostava havia sido tão vaga e falsa que eu sentia um forte incômodo me corroendo.

Eu não era de fato uma viciada, pois já havia ficado muitas vezes sem usar droga e convivi bem com isso, inexplicavelmente sem abstinência. Contudo, a maconha era algo que eu estava um bocado acostumada a usar. Usava quando me sentia irritada, depressiva, sozinha e até mesmo apenas por usar. Eu não a usava só para contrariá-lo, até porque após um tempo ela acabou se tornando minha principal válvula de escape e as outras coisas – vandalismos, uso de drogas mais pesadas e o alcoolismo –, admito, eram feitos simplesmente com o intuito de provocá-lo. Entretanto, o que estava me perturbando era o fato de que eu não havia mais sentido necessidade de fazer nenhuma daquelas coisas imundas – até porque na opinião de algumas pessoas a tendência seria unicamente piorar após eu ter sido expulsa de casa – depois que fui morar com a Lauren e eu não entendia como havia conseguido superar tão rapidamente sendo que Laurie passava tão pouco tempo comigo. E, para haver aquela superação eu precisaria me ocupar com outra coisa, precisaria encontrar algo que me fizesse esquecer a absurda vontade que eu muitas vezes sentia de fumar cigarros de maconha e fora então que um click reverberou em minha cabeça, fazendo com que tudo se encaixasse e eu encontrasse a verdadeira resposta para a pergunta que papai havia me feito.

“O Justin havia me ajudado a esquecer à necessidade que eu sentia de usar drogas.” Pensei e uma euforia se alastrou dentro de mim, minhas sobrancelhas se estreitaram involuntariamente e os batimentos do meu coração ficaram mais intensos.

Recordei-me que alguns dias após minha expulsão eu havia o conhecido e sua estranheza acendeu uma curiosidade tão intensa em mim, que eu nem ao menos me lembrei das drogas, sequer me lembrei das coisas que eu havia feito e tudo o que eu soube fazer fora procurar maneiras de matar a curiosidade que o mesmo havia infligido sobre mim com todo o mistério de sua identidade. Todo enigma ao redor do Justin havia sido a luz no fim do túnel para mim, ele havia me ajudado antes mesmo que eu descobrisse que queria ajudá-lo e toda aquela percepção era tão desconexa para mim, porém não havia mais dúvidas de que aquela fora a razão por eu não ter ido correndo atrás de Jonah e voltado a fazer aquelas coisas erradas, até mesmo contra a vontade dele. O Justin era a razão por eu não ter me enterrado em uma profunda depressão e por não ter dado continuidade ao extermínio da minha própria vida – óbvio que Lauren também havia contribuído um bocado –, pois apesar de eu ter deliberado que não faria mais nenhuma daquelas coisas, mesmo antes de conhecê-lo, no fundo, eu sabia que não tinha força o suficiente para lutar contra, e encontrá-lo havia me feito esquecer tudo aquilo. A curiosidade fora minha chave para a liberdade, os anseios dela fora a solução para o meu problema e tê-la seguido fora minha melhor escolha, pois daquela forma eu fui superando e destruindo aquele meu lado sem nem ao menos perceber enquanto o Justin também fora me ajudando, sem ao menos ter consciência disso.

Um sorriso involuntário se alastrou em meus lábios, denunciando que toda aquela descoberta havia me agradado e eu mordi meu lábio inferior, sentindo uma estranha felicidade me domando internamente. Pouco me importei com o meu lado que não aceitava aquelas sensações estranhas que começavam a me dominar e eu sequer sabia o que estava acontecendo, e por alguns segundos, após todo o caos que me aconteceu, eu me senti melhor. A chuva ainda caía incessante e eu me sentia cada vez mais revigorada, deixando todo e qualquer pensamento negativo de lado e aproveitando a mórbida sensação boa que me cercava.

— Savannah? — Ouvi meu nome ser chamado por aquela típica e conhecida voz-rouca-extasiante que era adorada por meus ouvidos e permaneci temporariamente hesitante.

Umedeci meus lábios e fechei meus olhos, sentindo todas as sensações devastadoras que a presença dele me causava dominando-me rapidamente e as recentes descobertas igualmente me fizeram ficar ainda mais nervosa.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntei vagamente e minha voz saiu fraca, sem grosseria e eu ao menos olhei para trás.

Após um momento ouvi passos vindos em minha direção, respirei profundamente e era como se meus pulmões não recebessem o oxigênio necessário, pois minha respiração se tornava cada vez mais descompassada, como se eu precisasse respirar naquele ritmo alucinante para permanecer viva.

— Eu já sei de tudo. — Sussurrou e eu o sentia cada vez mais próximo, senti o nó se intensificando em minha garganta e a vontade que eu não havia sentido de chorar antes, naquele momento começava a me dominar.

Respirei intensamente, engolindo minha estupidez, pois definitivamente não choraria na frente dele novamente. Aliás, por que na presença dele eu havia sentido vontade de chorar outra vez? Quanta idiotice! No entanto, não podia negar o quanto ele me atribuía efeitos contraditórios, deixava meu emocional extremamente conflitante e perto do mesmo eu não tinha receio algum em demonstrar minha fragilidade, uma vez que – por mais incoerente que isso possa parecer – quando ele estava por perto, meu lado estupidamente vulnerável era facilmente, e involuntariamente, exposto. Sem receio algum.

— Como sabia que eu estava aqui? — Indaguei, ignorando a última declaração dele e não obtive a resposta imediatamente. 

Senti-o sentando-se ao meu lado, em uma proximidade incômoda e me afastei disfarçadamente. Ouvi-o suspirando profundamente e fitei o carrossel em nossa frente, o balanço que ficava ao lado enquanto as grossas gotas d’água chicoteavam em minha pele e em alguns momentos relâmpagos iluminavam o céu, fazendo-me fitá-lo absorta.

— Quando marquei com você aqui para pegar a foto — começou e eu mantive meus olhos distantes dele. —, vi a maneira como você estava olhando para esse parque e imaginei que talvez fosse um lugar importante para você, um lugar onde você consegue esquecer as coisas ruins e se lembrar de alguma época boa da sua vida.

Soltei um riso nasal após avaliar aquela resposta e ele surpreendentemente estava certo, pois aquele realmente era um lugar que me fazia relembrar as coisas boas que já haviam me acontecido, contudo, igualmente fazia com que eu me lembrasse das coisas ruins que seguiram adiante das boas lembranças que aquele parque – onde eu havia passado boa parte da minha infância – me recordava. Toda a lembrança agradável que eu tivesse faria com que eu me lembrasse das coisas desagradáveis, uma vez que, uma coisa sempre acabava levando a outra e, mesmo eu tentando controlar isso, e separar cada uma de acordo com sua importância e com as sensações que me causavam, eu simplesmente não tinha controle contra nada daquilo. Porque não há como controlar essas coisas, não existe uma maneira de controlar sua mente e suas lembranças, já que – normalmente – nós temos o que merecemos e, principalmente, o que achamos que merecemos. E desde as coisas que eu havia feito, tudo o que eu achava, era que eu merecia aquelas lembranças me perseguindo eternamente e enquanto eu não me perdoasse, e tivesse força o suficiente para lutar contra aquilo, eu jamais abandonaria o fantasma do meu passado e dessa forma ele também jamais me abandonaria.

— As coisas nunca vão melhorar para mim. — Murmurei desdenhosa e ouvi-o suspirar ao meu lado.

— Não seja pessimista. — Ele repetiu o que eu havia lhe dito e eu acabei sorriso, murchando o sorriso repentinamente.

— Me dê uma razão para não ser pessimista? — Protestei mantendo minha voz calma, meu olhar vago e senti-o me olhando de soslaio. — Eu não sei se você reparou, mas o céu está desabando em cima de mim. — Sorri com escárnio, ponderando a minha estupida metáfora e olhei rapidamente para cima, reparando na chuva forte que ainda caía. — Literalmente. — Sussurrei e ouvi-o rir nasalmente.

— Tem que haver algo positivo no meio disso tudo.

Sorri de lado percebendo que ele estava tentando me incentivar de alguma maneira e era engraçado ver aquilo, aliás, desde que nos conhecemos, era sempre eu quem tentava incentivá-lo e nos últimos tempos, era como se estivéssemos invertendo os papéis.

— O que pode haver de positivo em ser uma ex-drogada, alcoólatra e vândala que foi expulsa de casa, precisou morar com a amiga que perdeu a casa que tinha por causa do pai hipócrita de sua amiga imbecil e azarada, que agora está sem rumo novamente? — Indaguei, expondo completamente minha descrença e ele permaneceu calado ao meu lado. — Pode até existir passados e vidas piores do que a minha, mas sou eu quem está desabrigada aqui! Sou eu que não tenho a quem recorrer!

— Lauren disse ao Nolan que você ficaria na casa dele. — Comentou sereno e eu olhei-o indignada, vi seu semblante um pouco atormentado e percebi o quanto ele estava forçando-se para conseguir ajudar de alguma maneira.

Respirei profundamente. Permitindo-me analisá-lo – peculiarmente – e observei seus cabelos molhados que adotavam um tom escuro e ele ainda usava a mesma roupa de quando eu estava em sua casa há poucas horas atrás, porém naquele momento também encontrava-se completamente encharcado. Seus lábios, que costumavam serem avermelhados, estavam um pouco roxeados e eu estreitei minhas sobrancelhas, perguntando-me o porquê dele ainda estar sentado ao meu lado em baixo daquela terrível chuva, quebrando-a-cabeça com uma garota problemática como eu, aliás, ele já tinha milhares de problemas em sua vida e tudo o que eu andava fazendo desde que decidi entrar – forçadamente – no caminho dele fora trazê-lo ainda mais problemas. Eu realmente era um empecilho na vida de todos.

— Eu não posso ir para lá. — Murmurei, finalmente e mantive meus olhos focados em sua imagem, contemplando-o.

“Por que ele tinha que ser tão lindo em qualquer ocasião?” Pensei e em seguida neguei aquele pensamento.

— Por que não?

Seus perfeitos glóbulos cor de mel vieram em direção aos meus e fora a primeira vez que nos encaramos desde que ele havia chegado ali. Após um tempo desviei o olhar e umedeci meus lábios.

— Porque não importa aonde eu vá, papai sempre vai dar um jeito de estragar tudo. — Sussurrei, derrotada. — Se eu for para casa do Nolan, ele vai ferrar com ele e o avô dele, ele vai ferrar com todos que tentarem me ajudar e eu não tenho o direito de sair destruindo a vida de todos dessa maneira! — Crispei meus lábios. — Lauren me ajudou e olha o que aconteceu com ela... É exatamente isso que vai acontecer com qualquer um que tentar fazer o mesmo.

Mexi em meus cabelos ensopados e já começava a sentir meus lábios tremerem involuntariamente, o frio começava a me dominar e eu me levantei inconscientemente, procurando por algo que me fizesse esquecê-lo e que me ajudasse a aquecer meu corpo. Pensei em caminhar na direção do balanço, contudo, antes que eu pudesse dar ao menos um passo, senti uma mão gélida e úmida segurar a meu braço, puxando-me suavemente para trás e em seguida a mesma escorreu até segurar a minha. Ainda em pé, olhei para baixo e vi os olhos do Justin encarando-me intrigantes, mordi meu lábio inferior e vi-o suspirando intensamente antes de se levantar e parar diante de mim. Seus olhos faiscavam em direção aos meus e eu não entendia o que ele estava fazendo, pois sua mão ainda segurava a minha – quase imperceptivelmente – e aquele simples contato disparou sensações ainda mais intensas por meu corpo, fazendo com que um choque térmico me dominasse e um calor estranho começasse a me dominar.

— Vai ficar tudo bem desde que — pausou desviando o olhar do meu momentaneamente, aparentemente em um conflito interno e eu estreitei minhas sobrancelhas instantaneamente, me perguntando onde ele queria chegar com aquilo. — você venha para casa comigo.

Meu coração disparou em fração de segundos e eu senti-o batendo em cada parte do meu corpo. Uma euforia dominante me preencheu e a proposta dele se passava em minha cabeça continuamente. Senti minhas pernas ficando trêmulas e respirar pareceu à tarefa mais difícil naquele momento e, por mais que todas aquelas sensações parecessem um bocado visíveis para mim, era como se ele não estivesse percebendo o quanto aquela sua sugestão havia disparado turbilhões de reações intensas sobre mim. Lançava um olhar confuso e hesitante em direção a ele enquanto internamente sofria uma enorme combustão que se tornava cada vez mais profunda. Sua mão ainda segurava a minha e, embora uma possível resposta para aquilo já se encontrasse tatuada em meu cérebro, eu estranhamente não conseguia pronunciá-la.   


Notas Finais


Carro do pai da Sav: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/71/Audi_A4_TFSI_Ambition_S-line_%28B8%29_%E2%80%93_Frontansicht%2C_15._Oktober_2011%2C_Velbert.jpg/800px-Audi_A4_TFSI_Ambition_S-line_%28B8%29_%E2%80%93_Frontansicht%2C_15._Oktober_2011%2C_Velbert.jpg

Ei, primeiramente quero me desculpar pela demora para postar, mas é que eu fiquei sem internet! Exatamente, uma puta sacanagem, mas foi isso mesmo que me aconteceu! Vieram arrumar o telefone da minha vizinha e eu não sei o que aconteceu, mas deixaram o meu sem linha (e consequentemente sem internet), daí precisei esperar a boa vontade de mandarem um técnico para resolver meu problema e o filho da p... mãe só veio hoje de manhã. Mas enfim, me desculpem por não ter respondido os comentários do capítulo 14, estou me sentindo horrível por isso, mas irei responder a todos os do 15 sem falta (aliás, agora já tenho internet, uhul) e os do cap 14 eu vou destacar! Olha, fico imensamente feliz que alguma de vocês tenham comentado falando que acham boa a ideia de eu não querer as coisas previsíveis e manter a história do jeito que ela se encontra em minha cabeça, isso significou bastante e eu sempre darei o meu melhor para fazer algo que irá agradar vocês, paranoicas. Então, aí está mais um capítulo e o Mason é um pai excelente, olha só ele amando a Savannah novamente (sintam a irônia haha). E vocês acham que a Sav vai aceitar a proposta do Justin? Se vocês estivessem no lugar dela aceitariam? HUEHUHE isso é uma coisa de louco, respondo por mim que sou uma tremenda medrosa: eu não sei se aceitaria morar na casa de um esquizofrênico, ainda mais depois do susto na cozinha que aconteceu no cap 15! HAHAHA mas enfim, eu espero que vocês gostem minhas tchutchucas e deixem seus comentários divos, motivadores e perfeitos! Amo cada uma de vocês, pois já nos tornamos uma família e eu tenho muito orgulho disso tudo, muito orgulho de ter vocês lendo minha fic e sendo minhas paranoicas (e do Creed-Justin também), isso tudo é uma grande honra. Obrigado pelos comentários e muuuuuuuuuuuito obrigado pelos favoritos, vocês são demais, demais e demais! Mil beijos minhas princesas, cuidado com a curiosidade, rebeldia, passado obscuro e caras estranhos! HAHAH até o próximo cap ;) xoxo'


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