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História Paranoid - Ajudando um ao outro.


Escrita por: sympathize

Notas do Autor


Hey, boa leitura! ;) (sempre notas finais!)

Capítulo 17 - Ajudando um ao outro.


Fanfic / Fanfiction Paranoid - Ajudando um ao outro.

A proposta dele ainda se passava em minha cabeça, meu nervosismo cada vez mais evidente e um inexplicável nó se formou em minha garganta, impedindo-me de acabar com aquilo de uma vez por todas. Eu não tinha escolha algum, não havia mais ninguém com que eu pudesse contar e voltar para casa dos meus pais estava totalmente fora de cogitação. Tudo o que o Mason queria era ver-me voltando para sua casa, me arrastando e me humilhando por seu abrigo, e se dependesse de mim, jamais daria aquele gostinho para ele. A vida inteira, tudo o que ele sempre quis fora me ver destruída, me ver pedindo por misericórdia e eu não o daria mais o prazer da vitória. Podia imaginá-lo em sua casa, sentado em seu escritório com as pernas em cima da mesa, tomando uma dose de whisky esperando ansiosamente pelo momento que mamãe entraria pela porta avisando-o que eu estava ali. Mas eu não iria. E ele morreria esperando! Porque eu deliberadamente preferia viver na rua a ter que voltar para aquela casa e me sujeitar a seguir a ditadura hipócrita de ambos.

Analisei o Justin novamente e avistei os algodões ainda tampando os buracos de seu nariz.

— Você ainda não tirou. – sussurrei sinalizando o meu nariz para que ele entendesse do que eu estava falando, vi-o franzir a testa antes de retirar os algodões e jogá-los para trás sem desviar os olhos dos meus.

— Não desconverse. – pediu num murmuro quase inaudível e involuntariamente umedeci meus lábios.

— Justin, eu... Er – balbuciei sem saber o que dizer e ele me olhava com certa... Esperança.

“Ok, Savannah! Não há esperança alguma, não seja tão carente ao ponto de começar a se auto-iludir.” Pensei chutando-me mentalmente.

— Não, eu não posso... Obrigado, mas... – voltei a dizer denunciando ainda mais meu nervosismo e ele franziu a testa.

— Eu não vou deixar você na rua, Savannah. – replicou incisivo e eu respirei intensamente, abaixei meu olhar momentaneamente, voltando a fitá-lo nos olhos posteriormente. 

— Você... – pausei procurando por um bom argumento e por uma firmeza inexistente. – Você não precisa se preocupar com isso.

— Não vou me preocupar desde que você aceite meu convite para ficar em minha casa. – murmurou olhando intensamente em meus olhos. – É um pedido sincero, então pense bem antes de recusar, além do mais, você pode ficar lá o tempo que quiser, eu não me importo.

— Mas o meu pai... – tentei opinar, mas ele me interrompeu abanando negativamente com a cabeça.

— Não se preocupe, ele não pode me fazer nada. – pronunciou com convicção e eu estreitei minhas sobrancelhas.

— Mas e se...

— Sim ou não, Savannah? – cortou-me novamente e eu respirei profundamente. 

Querendo ou não, naquele momento, aquela era minha única saída, até porque dormir no carro seria algo horrível e no dia seguinte teria meu primeiro dia de emprego na biblioteca e não seria nada agradável me dar mal em mais um emprego que naquele momento era mais que essencial para mim. Observei que já deveria se passar da meia noite e a chuva se encontrava fraca, porém ainda caíam alguns pingos grossos. Permaneci relutante durante um tempo e o Justin me analisava atentamente, esperando por minha resposta e eu estava me sentindo uma idiota diante daquela tensão toda. Já que aquela era minha única oportunidade e eu não tinha muito que pensar, até porque não havia outra opção. Torci meus lábios e em seguida respirei densamente, umedecendo meus lábios antes de proferir a resposta, que na verdade já estava há muito tempo rondando minha cabeça.

— Sim. – aceitei e vi o vestígio de um sorriso no canto dos lábios dele, franzi minha testa e ele fitou o céu momentaneamente.

— Tudo bem. – sussurrou ainda analisando o céu. – Acho melhor irmos embora logo, porque parece que vai chover forte novamente.

Seus olhos desceram em minha direção e me analisaram indiscretos, concordei com um aceno de cabeça após um tempo e ele passou a caminhar rapidamente, deixando-me um pouco para trás. Analisei o céu brevemente enquanto caminhava há poucos passos de distância de Justin, notando os relâmpagos que o iluminavam vez ou outra, e ainda me encontrava um tanto quanto distraída. Quando olhei para frente, avistei meu carro e ao lado se encontrava o carro de Justin, peguei a chave que estava em meu bolso e girei-a em meus dedos, enquanto minha mente perambulava em devaneios ininteligíveis.

— Está em condições para dirigir? – examinou quando nos aproximamos dos carros, ouvi-o perfeitamente, mas minha boca parecia não querer obedecer aos meus comandos, mantendo-se fechada.

— Hein? – indaguei inconscientemente e balancei minha cabeça negativamente, xingando-me por aquela atitude imbecil. – Ah, claro que estou! Claro!

Vi-o liberar um riso nasalado e analisei-o, observando que seus dentes brancos e perfeitamente enfileirados estavam expostos em um belo sorriso em seus lábios que ainda se encontravam arroxeados.

— Você definitivamente não está. – contestou divertido encurtando os passos, passando a caminhar ao meu lado e eu não pude evitar sorrir.

Quando atravessamos a rua, caminhei na direção do meu carro e ele fez o mesmo, mirei-o confusa e ele me avaliou.

— Se não se importa. – falou apontando para a chave em minhas mãos e eu hesitei no primeiro momento, em seguida entreguei-a para ele.

— E o seu carro? – interroguei confusa.

— Não é a primeira vez que vou deixá-lo aqui, depois venho buscar. 

O Justin sentou-se no banco do motorista e eu me sentei no banco do passageiro ao seu lado, ele olhou-me brevemente enquanto colocávamos o cinto de segurança, em seguida colocou a chave na ignição e ligou o motor.  Sorriu de lado e eu repeti seu gesto, a seguir deu partida enquanto permanecíamos em silêncio. Admito que era esquisito ver que outra pessoa iria dirigir meu carro e que estar no banco do carona era totalmente estranho, mas eu realmente não tinha condições para dirigir e sofrer um acidente era a última coisa que eu precisava naquele estágio catastrófico da minha vida. A partida fora tranquila, Justin mantinha-se focado na estrada, enquanto eu mirava os borrões que se passavam pela janela. O aquecedor ligado dentro do carro ajudou para que o frio que antes estava me incomodando cessasse e eu me senti mais à vontade. Estava completamente exausta, meu corpo necessitava de um banho quente e eu precisava urgentemente dormir. O dia seguinte seria longo e minha mente estava totalmente fatigada, o desânimo contaminando cada fibra do meu carpo, no entanto sabia que precisava ser forte. O que eu achei que havia se tornado minha nova vida, naquele momento não existia mais e eu precisava recomeçar novamente. Talvez fosse por isso que estivesse me sentindo tão cansada, tão abatida e desanimada, aliás, com apenas dezoito anos e eu já precisava tomar decisões que sequer imaginei que precisaria tomar tão cedo. Sempre esperei pelo momento que papai e mamãe me entenderiam e me deixariam escolher meu próprio futuro, pelo o momento que eles sentariam e conversariam comigo sem que fosse para me obrigar a fazer alguma coisa ou para chamar minha atenção por minha falta de interesse nos planos que eles tinham para mim. A minha vida inteira desejei arduamente que tudo melhorasse, que nada daquilo fosse necessário acontecer para que eu finalmente entendesse que coisa nenhuma em minha vida mudaria, que aquela era – simplesmente – a triste e derradeira realidade dos fatos e que nada, jamais, mudaria. Sempre procurei acreditar em um dia melhor, em um dia após o outro, contudo estabilidade era algo que eu realmente não conhecia, até porque sempre que conseguia me restabelecer, algo ou alguém aparecia para destruir tudo o que eu conseguia construir com o esforço. Sentia-me cada vez mais cansada física e mentalmente, queria continuar acreditando que em algum momento os dias bons finalmente chegariam, que em algum momento eu finalmente esbarraria com a felicidade, mas papai jamais permitiria que aquilo acontecesse e eu não poderia fugir eternamente dele. Não queria ser covarde ao ponto de deixar tudo para trás somente para suprir aos caprichos dele, e tudo o que eu mais queria era colocá-lo em seu devido lugar e fazê-lo entender que ele não teria mais autoridade alguma sobre mim. Precisava fazê-lo enxergar de uma vez por todas que nada do que ele fizesse iria me afetar e me impedir de continuar tentando, no entanto eu não queria sair destruindo vidas alheias para enfim conseguir dar um basta no carma que fazia questão de sempre destruir a minha, eu não tinha o direito de usar e causar problemas aos outros somente para conseguir me livrar do meu sofrimento. Eu precisava destruí-lo sozinha e para conseguir fazer aquilo, eu precisaria batalhar muito e não sabia se aguentaria mais pressão, porque na verdade tudo o que eu queria era redenção. Eu precisava da bandeirinha branca estendida e sabia que por papai isso jamais aconteceria, por aquela razão nunca poderia baixar à guarda e sempre me sentiria sobrecarregada, e aquela guerra estúpida sempre me destruiria antes mesmo que ele precisasse me atacar diretamente.

— Como você está se sentindo? – ouvi a peculiar voz rouca que me causava estranhos arrepios soando dentro do carro e apertei meus punhos disfarçadamente. Só queria saber como iria lidar com as estranhas sensações que a presença dele me causava enquanto estivesse morando na mesma casa que ele, seria uma batalha constante.

— Acho que poderia estar pior. – sussurrei forçando um sorriso e olhei-o de soslaio, observando-o respirando densamente.

— Espero que fique bem logo. – soprou e eu virei meu rosto encarando-o descaradamente, sorri de lado e ele olhou-me brevemente.

— Valeu pela ajuda, Justin. – agradeci finalmente e vi um sorriso discreto no canto de seus lábios.

— Não precisa agradecer, você está me ajudando e agora é minha vez de retribuir. – disse sereno e eu acabei sorrindo abertamente. – Estamos ajudando um ao outro e essa está sendo a minha forma de agradecer, então não quero que fique me agradecendo o tempo todo, certo?

— Tudo bem, mas não vou incomodar você por muito tempo. – pronunciei voltando a analisar os borrões da estrada que passavam rápidos pela janela.

— Não será incômodo algum, Savannah. – murmurou visivelmente aborrecido. – Foi ideia minha e eu não teria dado essa sugestão se isso fosse algo incômodo para mim.

— Você só está querendo retribuir a ajuda, Justin. – lembrei-o e ele respirou profundamente, parecia querer protestar, no entanto permaneceu calado. – Não é certo eu me aproveitar disso e quando menos você esperar, eu já vou estar saindo da sua casa.

— Não fique achando que eu penso que é algo ruim ter você morando em minha casa. – suspirou um pouco ríspido, intensificando o aperto no volante. – Pode ficar o tempo que for necessário, eu já disse que não me importo.

Estreitei minhas sobrancelhas e ponderei a situação notando que eu era uma das pessoas mais insana e empenhada a tolices no universo. Aliás, eu estava indo para a casa do Justin. Estava indo passar um tempo na casa do cara que todos consideravam um grande perigo e o quão irracional eu estava sendo tomando aquela decisão? Até porque, para qualquer pessoa que estivesse em meu lugar, aquilo seria algo completamente fora de cogitação e dormir dentro de um carro – correndo o perigo de adquirir um sério problema na coluna – seria muito mais seguro do que aceitar o convite de ir morar junto de um esquizofrênico com distúrbio de personalidade.  Contudo existia aquele meu lado que confiava morbidamente nele, que fazia com que eu me sentisse segura e eu reconhecia o quanto deveria fugir após o surto que eu presenciei em sua casa há horas atrás, no entanto eu inexplicavelmente não sentia medo. Não havia mentido para ele quando disse que não me importava, porque eu realmente não me importava. Havia ficado assustada no primeiro momento, mas a confiança que existia dentro de mim havia se tornado maior do que qualquer outro sentimento contrário que eu por sobre ele.

— Sei que o convite foi sincero, Justin. – soprei após um tempo pensativa e desviei meu olhar fitando a estrada em nossa frente. – Mas eu já tenho alguns planos, só preciso de um tempo para elaborá-los e fico feliz que não seja um incômodo você ter que me aturar durante um tempo.

Ele sorriu nasalado e eu respirei profundamente sentindo a tensão ficando de lado, aliás, eu não tinha que surtar naquele momento. Não mesmo. Eu havia tomado uma decisão e não havia mais como voltar atrás, virar para ele e dizer que não queria mais ficar em sua casa, seria algo completamente estúpido. Sem contar que ele iria querer uma explicação e eu não tinha ideia do que poderia dizer, até porque não tinha outra opção e ele possivelmente suspeitaria se eu mudasse de ideia de uma hora para outra.

— Posso saber quais são seus planos? – interrogou após um tempo em silêncio e eu já me encontrava em minha analise aos borrões que passavam pela janela, concentrada demais e senti o olhar dele em minha direção momentaneamente.

— Eu arrumei um emprego na Library of Grayson e se der tudo certo, vou procurar uma casa de aluguel e finalmente começar a ser responsável por mim mesma.

Sorri de lado e ouvi-o soltar o riso pelo nariz.

— Não acha que seu pai vai estragar seus planos novamente? – questionou cauteloso e eu olhei-o brevemente, sabia que correria aquele risco, contudo eu precisava tentar.

— Tenho quase certeza. – respondi sorrindo miserável e olhei para o retrovisor ao mesmo tempo em que ele olhou, analisei seus glóbulos cor de mel em minha direção e abaixei meu olhar posteriormente. – Mas vou ter que pagar para ver.

— Por que ele não deixa você em paz? Ele colocou você para fora de casa, acho que isso significa não querer mais responsabilidade alguma e não consigo entender por que ele simplesmente não deixa você viver a sua vida.

— É algo que eu também não entendo, ele é só um idiota. – rebati friamente, não prologando o assunto, porque não queria falar sobre papai e começar a relembrar todas as coisas ruins que ele já havia me feito e que eu já havia feito por causa dele.

Ele pareceu notar que eu não queria falar sobre aquilo e permaneceu em silêncio, dirigindo serenamente, e eu voltei minha analise a tudo o que se passava do lado de fora daquele carro. Refletia sobre as coisas que já me aconteceram e fora então que percebi o quanto eu vim sendo forte durante todo esse tempo, além do mais, eu já havia passado por tantas dificuldades e era impressionante como eu sempre tentava me levantar de alguma maneira. Passei muito tempo odiando a mim mesma, sentindo nojo das coisas absurdas que eu já havia feito, mas na verdade, durante todo esse tempo eu andei sendo mais determinada do que costumava ser antes de todas aquelas ruins começarem a me acontecer e talvez fosse necessário eu ter passado por tudo aquilo, para que finalmente aprendesse a lidar com a vida e com as dificuldades. E quem sabe no final disso tudo eu finalmente encontrasse a felicidade, aliás, a felicidade está em superar as dificuldades e eu me sentia orgulhosa por sempre conseguir solucionar meus problemas com dignidade. Pela primeira vez em muito tempo estava sentindo-me bem comigo mesma e iria recomeçar quantas vezes fosse preciso, desde que aquela determinação permanecesse dentro de mim. Papai não teria o gosto de me destruir, não sentira o prazer de me derrubar e me ver caída e indefesa por muito tempo, porque tudo o que eu mais almejava era vê-lo furioso por eu sempre conseguir me reerguer sem precisar manipular as pessoas. Sentia-me orgulhosa por ter um caráter e por sempre conhecer pessoas boas que acabavam me ajudando de alguma maneira e aquela era a vantagem de ser gentil com o próximo, pois gentileza se paga com gentileza e era daquela forma que eu sempre conseguia me reestabelecer. Admito que jamais imaginei que seria o Justin quem me ajudaria naquele momento, porém uma certa felicidade me preenchia em saber que ele tinha gratidão pelas coisas que eu andava tentando fazer por ele, que – de certa forma – ele se importava comigo.

Nem ao menos percebi quando havíamos nos aproximado do Forest Park e quando acordei dos meus devaneios, ele já havia atravessado a trilha e estava estacionando o carro em frente a sua casa. Um trovão forte ecoou e logo os pingos se tornaram mais grossos e foram se intensificando rapidamente em uma chuva forte com trovoadas que disparavam arrepios por meu corpo. Tiramos o cinto de segurança e ele foi o primeiro a sair, esperando-me enquanto eu saía rapidamente e sentia a chuva novamente chicoteando minha pele. Observei-o ligando o alarme do carro e em seguida fomos correndo na direção da varanda, finalmente nos livrando da água gelada que caía em nossa pele.

— Mas que frio. – Justin resmungou infantilmente, chacoalhando seus cabelos e eu sorri debilmente com aquilo. Balancei minha cabeça posteriormente.

Permaneci calada e observei-o abrindo a porta da casa, adentrando logo após e deixando-a aberta para mim. Dei uma chacoalhada em meu corpo numa tentativa vã de tirar um pouco o excesso da água.

— Pode entrar, não tem problema. – ele disse analisando-me enquanto eu ainda tentava inutilmente me secar para não entrar molhando sua casa inteira.

Sorri forçado e entrei sentindo-me incomodada com aquela roupa encharcada e meu tênis molhado, parei próxima ao sofá, estática como um pinguim e ele ainda me analisava com a testa franzida.

— Quer tomar banho? – questionou-me passando ao meu lado e fechando a porta da sala, trancou-a e deixou a chave na fechadura.

— Eu não trouxe roupas. – sussurrei tremendo-me involuntariamente sentindo o frio, que antes havia me abandonado, retornando com força total.

Ele torceu os lábios e permaneceu pensativo durante um tempo.

— Vem comigo. – soprou caminhando apressadamente na direção das escadas.

Caminhei lentamente atrás dele, subindo as escadas com certa dificuldade e até daria boas risadas da minha situação se não estivesse tão envergonhada. Quando alcancei o corredor onde se encontrava os quartos, analisei-o e vi a porta do quarto do Justin aberta, no entanto a porta de um quarto ao lado do dele também se encontrava aberta e estranhei, recordando-me de que antes todas as outras se encontravam fechadas. Fiquei parada analisando as duas portas abertas, me perguntando em qual dos dois quartos ele estava e quando o mesmo saiu pela porta do quarto próximo ao seu, eu quase saí correndo com o susto que sua presença apressada me causou. Ele fez sinal com a cabeça na direção do quarto e adentrou-o novamente, balancei minha cabeça negativamente e passei a caminhar ligeiramente, ingressando pela porta posteriormente e me deparando com um belo quarto. Era o quarto mais bonito que eu já havia visto. Tudo tão bem organizado e bonito, e acabei sorrindo chegando a total conclusão de que toda a residência de Justin era impecavelmente constituída.

— Esse é um dos quartos mais organizados e você pode ficar nele. – ele sussurrou saindo de uma porta branco ao lado esquerdo. – Steve o arrumou para a filha dele, mas ela nunca veio aqui e eu o mantive organizado durante todo esse tempo.

— Fez um bom trabalho, o quarto é lindo. – elogiei sorrindo de lado e ele repetiu meu gesto. – E... Quem é Steve?

— Ele era meu tio. – respondeu cabisbaixo e eu estreitei minhas sobrancelhas, comprimindo meus lábios posteriormente.  Steve deveria ser seu tio que havia falecido no ano anterior, me senti péssima por ter perguntado e me calei.

— Eu sinto muito. – sussurrei após um tempo e ele respirou profundamente, notando que eu sabia o que havia acontecido com o mesmo.

Ele ficou em silêncio durante um tempo indeterminado fitando o chão meditativo e eu olhava-o de soslaio em alguns momentos, enquanto me socava mentalmente por ter feito-o se lembrar de seu tio falecido de forma tão invasiva e eu deliberadamente precisava começar a controlar minha curiosidade.

— Aquele é o banheiro. – ele finalmente disse apontando para a porta branca que há algum tempo atrás eu o vi saindo. – Eu já deixei uma toalha lá e vou procurar alguma coisa que você possa vestir, vou deixar em cima da cama.

Concordei com um aceno de cabeça e ele me analisou momentaneamente antes de finalmente sair pela porta, deixando-a aberta, virando na direção de seu quarto. Respirei profundamente analisando aos arredores e depois caminhei lentamente na direção do banheiro, adentrando-o e ele também era simples e impecável. As paredes ostentavam tinta emborrachada cor de creme, havia alguns detalhes de madeira envernizada e um box fume onde se encontrava uma ducha moderna. A toalha enrolada no aro para toalha e toda aquela organização era realmente surpreendente. Após incontáveis minutos avaliando a perfeição do ambiente, tranquei a porta, liguei o chuveiro e não demorei a começar a me livrar de minhas roupas molhadas, jogando todas as peças no canto do banheiro. Assim que terminei de me despedir, entrei em baixo da água quente sentindo um alívio enorme me dominar e cuidei de toda a minha higiene, me atrevendo a usar o shampoo, condicionador e sabonete que havia ali, e que estranhamente pareciam novos. Peguei minhas peças íntimas e minhas meias lavando-as e após sentir-me devidamente limpa e aquecida, desliguei o chuveiro e alcancei a toalha enrolando-a em meu corpo. Sequei-me antes de sair do banheiro e peguei minhas peças íntimas, deixando somente as roupas ainda jogadas ao chão. Assim que abri a porta do banheiro me deparei com um ar quente vindo do quarto e respirei profundamente sentindo-me ainda melhor. Observei que a porta do quarto se encontrava fechada e caminhei na direção da cama onde havia duas peças de roupas, mas antes de pegá-las, analisei o quarto e notei o aquecedor próximo ao divã florido e ao imenso closet espelhado, agradecendo mentalmente por Justin tê-lo ligado antes de sair do quarto. Apanhei as roupas sobre a cama analisando que se tratava de uma calça de moletom cinza e uma camiseta do L.A Lakers – que por sorte também era meu time de basquete favorito – que a julgar pelo tamanho viraria um vestido – um tanto quanto curto – para mim. Avaliei minhas peças molhadas em minhas mãos e torci meus lábios, pois não havia como eu usar minhas roupas íntimas novamente no estado em que se encontravam. Peguei-as caminhando na direção do aquecedor e dei um jeito de colar a calcinha, o sutiã e as meias sobre ele para que secassem – costumava fazer isso quando morava com meus pais –, voltei para perto da cama e me livrei da toalha, pegando a camiseta e vestindo-a sem me importar com o fato de que ficaria sem roupas íntimas. Deixei a calça para vestir depois, aliás, dentro daquele quarto estava bem aquecido e eu não precisava de tantas roupas, até porque não tinha planos de sair de lá. Enrolei a toalha em meus cabelos e estava cantarolando algumas músicas dos Beatles enquanto secava-o com a mesma quando ouvi três batidas na porta e fui até lá, não hesitando em abri-la. Deparei-me com um Justin usando uma calça de moletom preta e uma camiseta regata branca da Hollister, seus cabelos estavam molhados e o cheiro de sabonete que emanava de seu corpo denunciava que o mesmo já havia tomado banho. Ele analisou-me invasivamente e inconscientemente prendi minha respiração, sentindo a tensão triplicar e um nervosismo imenso passou a me assolar internamente.

— Eu liguei para o Nolan, avisei que encontrei você e que você vai ficar aqui em casa. – ele murmurou intercalando seu olhar do meu rosto para o meu corpo de forma equívoca. Analisei-me com medo de que o fato de que eu estivesse sem sutiã fosse à razão por ele estar me analisando tanto, contudo meus olhos quase saltaram das órbitas quando eu observei que estava usando somente a camiseta que ficava há uns dois palmos acima do meu joelho, e por sorte a mesma era larga e não denunciava a ausência de sutiã da mesma forma que deixava boa parte das minhas coxas despedidas. – Er... E ele mandou avisar que a Lauren mandou avisar para você que... – ele voltou a olhar para minhas pernas novamente e eu disfarçadamente puxei a camiseta mais para baixo, ele sorriu nervoso e eu forcei um sorriso. – Ela arrumou suas coisas e estão na lanchonete, você pode passar lá para buscar quando sair da biblioteca. – completou ligeiramente e eu estreitei minhas sobrancelhas, em seguida concordei com um aceno de cabeça.

— Tudo bem, obrigado. – sorri de lado e ele repetiu meu gesto, apertando seus punhos e respirou profundamente.

— Você está com fome? – questionou um pouco vacilante e eu umedeci meus lábios involuntariamente.

— Não, eu ‘tô legal. – sussurrei e ele rapidamente confirmou com a cabeça. – Acho que já vou dormir, por que... Já está tarde e amanhã eu acordo cedo.

— ‘Tá bom. – murmurou. – Boa noite, Savannah.

— Boa noite, Justin.

Ele permaneceu um tempo hesitante na porta, visivelmente nervoso e minha respiração já se encontrava completamente descompassada. Seus olhos encaravam meus olhos intensamente, fitando-me intrigado e eu estava começando a me sentir invadida, observando rapidamente que morar sob o mesmo teto que ele seria muito mais difícil do que eu havia imaginado. Mas talvez tudo fosse somente coisa da minha mente mirabolante e ele estivesse apenas retribuindo meu olhar invasivo, aliás, eu era a atraída da história, era eu quem andava tendo os pensamentos pecaminosos que se tornavam cada vez mais difíceis de serem controlados. Ele sorriu de lado antes de balançar a cabeça vagamente e se afastar caminhando apressado na direção de seu quarto e eu ouvi a porta sendo fechada de forma um tanto quanto rude. Comprimi meus lábios e permaneci parada ali durante um tempo, tentando compreender o que havia acontecido e em seguida adentrei o quarto, fechando a porta e trancando-a com chave. Respirei profundamente e fitei a calça sobre a cama xingando-a e xingando-me por não tê-la vestido antes de ir abrir a porta, aliás, eu deveria ter imaginado que se tratava do Justin, até porque a casa era dele e éramos os únicos ali. Abanei negativamente com a cabeça e bufei frustrada analisando a janela, vendo a chuva forte que ainda caía lá fora e fiquei imersa em enleios durante incontáveis minutos. Respirei profundamente pela vigésima vez e mirei a cama decidida a ir dormir, olhei o relógio em meu pulso e faltava pouco para dar duas horas da manhã e para quem teria que acordar às 7h00, já havia passado mais que da hora de eu ir para cama. Massageei minhas têmporas e umedeci meus lábios, liguei o abajur e desliguei a luz do quarto, vestindo a calça e deitando-me em seguida. Fiquei fitando o teto concentradamente esperando ansiosamente que o sono me dominasse, porém não havia nenhum resquício do mesmo. Em meio aos meus pensamentos, lembrei-me que havia uma mochila no porta malas do meu carro com algumas roupas que eu havia esquecido e talvez encontrasse por lá algo que eu pudesse usar para ir trabalhar. Suspirei aliviada e me virei deitando-me de bruços e fechando meus olhos, os acontecimentos daquele dia sendo revividos em meus pensamentos. O barulho da chuva e minha respiração calma era tudo o que eu podia ouvir. Após alguns instantes senti minha mente ficando cada vez mais distante, até que tudo finalmente silenciou.

Abri meus olhos lentamente e a luz do abajur ainda acesa incomodou-os irritantemente. Esfreguei-os e em seguida consegui abri-los completamente, observando que ainda estava na casa do Justin e que aquelas coisas não haviam sido somente um sonho. Respirei profundamente e me sentei na cama, sentindo minha boca secar logo a seguir quando me deparei com a figura estática do Justin parado ao lado da cama me analisando de uma forma um tanto quanto... Sedutora. Questionei-me o que ele estava fazendo ali e ele não disse absolutamente nada, apenas permaneceu parado analisando-me daquela forma que ao mesmo tempo em que era perturbadora também me parecia um pouco excitante.

— O que está fazendo aqui? – questionei ainda sonolenta e ele permaneceu calado olhando-me daquela maneira.

Vi-o aproximando-se mais alguns passos e meu corpo paralisou morbidamente, meus olhos cravados aos olhos dele que continham uma intensidade tão imensa, que estar olhando-os tão fixamente era como se eu estivesse caindo de um penhasco em uma velocidade absurda. Contudo aquilo insanamente parecia bom e mesmo com todo o desespero que me causava, eu estranhamente estava gostando daquilo, inexplicavelmente estava me sentindo seduzida por todo aquele mistério. Não demorou para que ele estivesse bem ao meu lado, sua mão tocando o colchão enquanto seus olhos permaneciam fixos aos meus e eu mordi meus lábios instintivamente, os peculiares pensamentos pecaminosos que a presença dele me infligia dominando-me rapidamente e meu estômago girou em trezentos e sessenta graus, descompassando minha respiração e disparando os meus batimentos cardíacos. Ele se sentou ao meu lado e eu observei sua mão aproximando-se de minha perna que estranhamente estava despedida e acabei estreitando minhas sobrancelhas, aliás, achei que houvesse vestido a calça antes de me deitar. Quando sua mão tocou minha pele, a mesma arrepiou-se completamente e eu mordi meus lábios novamente, contendo um estúpido gemido que quase escapou. Permaneci analisando seus dedos passeando atrevidamente em minha pele exposta, percorrendo toda a extensão descoberta das minhas coxas e naquele momento seus olhos acompanhavam os movimentos de suas mãos, enquanto meus olhos analisavam seu rosto angelical contemplativamente. Assistia extasiada a cena em minha frente, enquanto me deleitava com as carícias dele, sentindo-me cada vez mais acesa de desejo e fitei seus olhos com uma luxúria irremediável, tentando estupidamente imaginar o sabor de seu beijo e naquele momento eu desejava beijá-lo mais do que já havia desejado qualquer outra coisa em minha vida. Suas mãos escorregaram para baixo e em seguida para cima de minha coxa fazendo-me morder meus lábios novamente, e logo foram subindo e encostando perigosamente na barra da camiseta, levantando-a sorrateiramente.

— Justin... – seu nome saiu como um gemido e suas mãos pararam momentaneamente, seus glóbulos cor de mel subiram em direção aos meus deixando seu rosto perigosamente próximo ao meu e instantaneamente fitei seus lábios avermelhados sentindo-me cada vez mais perdida, cada vez mais atraída. – O... O q-que você está fazendo?

Avistei um sorriso sacana brotar no canto de seus lábios e seus olhos analisaram meus lábios momentaneamente, minha respiração descompassada e meu coração parecia que iria saltar por minha boca a qualquer momento, batendo freneticamente, enquanto um nó se alojava em meu baixo ventre.

— Shhh, Sav... – sussurrou utilizando meu apelido e eu franzi minha testa. – Eu vou cuidar de você. – voltou a dizer fazendo em minha coxa círculos com o polegar e sorriu malicioso, senti meu interior queimar.

Suas mãos voltaram a subir a camiseta e eu senti seus lábios roçando em minha bochecha, logo após depositando um beijo quente e altamente provocador próximo aos meus lábios. Fechei meus olhos instintivamente e me deixei ser levada por seus caprichos, sentindo suas mãos me aliciando e quando seus lábios tocaram os meus quase que imperceptivelmente, meu coração bateu ainda mais forte contra o meu peito e meus punhos se apertaram involuntariamente. Meus braços eram como chumbos pendidos estaticamente ao lado do meu corpo e eu queria poder tocá-lo também, queria poder acabar de uma vez por todas com aquilo, no entanto antes que eu finalmente pudesse provar de seus lábios e me deliciar ainda mais de seus toques, um barulho ensurdecedor penetrou em minha mente arrastando-me brutalmente e injustamente para longe dele.

Levantei-me completamente soada e minha respiração estava totalmente descompassada, meus batimentos tão intensos e rápidos, e uma sensação massacrante se alojava em meu estômago. Meus olhos passeavam freneticamente pelos cantos do quarto e eu percebi que – realmente – ainda me encontrava na casa do Justin, contudo não havia nem sinal dele ali e a luz do dia invadia as cortinas, iluminando o quarto completamente. Respirei profundamente e esfreguei meus olhos estranhando tudo aquilo, estranho aquele sonho e aquela fora a primeira vez que tal coisa me aconteceu. Sentia-me estupidamente frustrada e acima de tudo irritada comigo mesma por estar me saindo uma completa imbecil pervertida nos últimos tempos. Aquelas coisas nunca me aconteceram antes e eu estava começando a me sentir cada vez mais perturbada, contudo eu sabia que não seria nada fácil conviver tão perto do Justin e sinceramente queria que as coisas não piorassem com o tempo – mesmo sabendo que a tendência seria somente piorar. Ainda me sentia exausta e quando analisei o relógio em meu pulso, observei que era 6h15, e eu sequer havia dormido direito, entretanto após aquele sonho – ou pesadelo, eu sinceramente não sabia como deveria denominá-lo – todo e qualquer sono que eu havia sentido tinha sumido completamente. Avaliei-me e eu estava usando a calça de moletom que o Justin havia me emprestado, tudo estava devidamente em ordem e eu sentia-me cada vez mais decepcionada, percebendo que eu havia tido um sonho um tanto quanto erótico que só não tivera continuidade, porque por alguma razão eu acordei visivelmente assustada. Ouvi um barulho parecido com o que havia escutado em meu sonho e estreitei minhas sobrancelhas, me levantei sorrateiramente e amarrei meus cabelos em um coque alto completamente desgrenhado. Abri a porta do quarto e analisei os corredores antes de passar a caminhar pelo mesmo na direção da escada e antes que pudesse alcançá-la, ouvi outro barulho que parecia vir do quintal nos fundos da casa. Desci as escadas cautelosamente e caminhei na direção da cozinha, adentrando-a e sentindo um cheiro incrível de café fresco, waffles e panquecas. Aproximei-me da porta de vidro que dava para o quintal e me deparei com a figura sem camisa do Justin virado de costas enquanto envernizava um móvel de madeira escura e os barulhos que eu havia escuto, foram das madeiras empilhadas ao lado que ele provavelmente havia jogado uma sobre a outra com pouca gentileza – aliás, o barulho havia sido imenso. Analisei suas costas largas com os músculos contraídos e me lembrei do sonho. 

“Mas que droga.”  Pensei.

Me senti ainda mais frustrada ao perceber que o protagonista do meu sonho havia sido a razão para eu ter acordado e não ter conseguido saber a continuação, e me soquei mentalmente logo após perceber o quão inapropriada e estúpida aquela percepção era. Questionando-me continuamente o que havia de errado comigo, pois ao que tudo indicava eu havia gostado daquele maldito – provocante, excitante e perturbadoramente sedutor – sonho.

“Estou virando uma carente-frustrada de primeira.” Refleti sentindo-me envergonhada e irritada com toda aquela situação e me afastei da porta.

Avistei minha chave sobre a mesa de centro da sala e peguei-a, atravessando a porta da frente – que se encontrava aberta – e caminhando fortemente na direção do meu carro. Destravei o porta-malas e abri o mesmo, apanhando a bolsa que havia lá e travando-o novamente antes de me afastar, marchando apressadamente na direção da casa. Ouvi outro barulho vindo dos fundos e revirei meus olhos, bufando inexplicavelmente esbravecida e subi as escadas de forma desesperada. Entrei no quarto e tranquei a porta, joguei as roupas que havia na mochila sobre a cama e escolhi uma decente para usar. Deixei-a sobre a cama e caminhei até o banheiro, ligando o chuveiro – como de praxe – e livrando-me das roupas antes de entrar debaixo de uma água extremamente fria para ver se meus hormônios desesperados aquietavam-se ao menos um pouco. Estava me sentindo uma garotinha de doze anos atraída por um cara mais velho, bestificada com qualquer coisa e aquilo já estava extrapolando todo e qualquer limite. Cuidei de toda a minha higiene matinal, utilizando uma escova de dente que por sorte eu havia encontrado naquela mochila abençoada e depois saí enrolada na toalha cantarolando para me esquecer daquele sonho idiota e das sensações que o mesmo haviam me causado. Peguei minhas peças íntimas e minhas meias que já estavam secas e vesti a calcinha e o sutiã, colocando a roupa posteriormente. Coloquei as meias e calcei o tênis que ainda se encontrava um pouco úmido, desfiz o coque em meus cabelos e penteei-os com os dedos, logo após amarrando-o em um coque mais contido. Voltei ao banheiro e olhei-me no espelho, torcendo os lábios ao lembrar-me que não tinha ao menos um corretivo para me ajudar a esconder as olheiras um pouco sutis, mas visíveis abaixo dos meus olhos. Por sorte naquele dia – em especial –, não estava me sentindo tão desagradável por ter que sair por aí sem esconder os resultados que as noites mal dormidas me causavam, até porque estava me sentindo inexplicavelmente bonita do jeitinho que eu era. Sem precisar esconder minhas sardas – que eu normalmente pouco gostava –, simplesmente me mantendo completamente natural. Sorri de lado e em seguida abanei negativamente com a cabeça, desdenhando do quanto eu andava clichê e pensativa nos últimos tempos e lembrando-me que em algum momento teria que sair e encarar o Justin depois do sonho estranho que eu havia tido com o mesmo. Seria completamente vergonhoso encará-lo depois daquilo e eu me senti nervosa antes mesmo que aquela situação ocorresse, e sabia que seria ainda pior quando eu finalmente o visse. Voltei para o quarto e recolhi minhas roupas que ainda estavam no chão do banheiro – que não estavam mais tão molhadas –, as roupas que o Justin havia me emprestado e dei uma ajeitada no quarto antes de descer com as peças em minhas mãos me deparando com o Justin jogado no sofá – ainda tentadoramente sem camisa – com o braço tatuado tampando seu rosto. Tentei passar sem fazer barulho, contudo meu tênis acabou fazendo barulho na escada e ele velozmente olhou-me e em seguida me analisou dos pés a cabeça um tanto quanto confuso.

— Bom dia. – eu disse sorrindo forçada e ele arqueou as sobrancelhas.

— Bom dia. – disse finalmente e sua voz soou mais rouca do que normalmente, quase suspirei em adoração e precisei me conter fortemente.

Seus olhos cor de mel faiscavam na direção dos meus e eu me lembrei do sonho.

“Droga de sonho!” Pensei esbravejando tudo o que era tipo de palavrão existente e inexistente.

— Você dormiu bem? – ele questionou quebrando o silêncio e eu torci meus lábios involuntariamente.

— Ahn, sim. – menti descaradamente. – Er, obrigado por ter ligado o aquecedor.

Ele simplesmente sorriu sem mostrar os dentes e eu fiz o mesmo.

— Eu fiz o café da manhã. – ele disse levantando-se e caminhou lentamente em minha direção, seus olhos analisavam os meus e eu prendi minha respiração instantaneamente. – Está tudo em cima da mesa, deixe que eu cuido destas roupas.

Ele pegou as peças de roupas de minhas mãos, pois eu sequer tive coerência de esticar as roupas em sua direção e eu senti uma de suas mãos tocando sorrateiramente em meu braço, e então meus poros estupidamente enrijeceram. Ele sorriu gentilmente e eu tentei repetir seu gesto, entretanto sabia que não havia alcançado o objetivo. Ele se afastou após um tempo caminhando na direção da cozinha e eu avistei-o abrindo uma porta – que antes eu ao menos havia notado a existência – que deveria levar até a lavanderia ou qualquer coisa parecida. Encostei-me ao corrimão e respirei profundamente voltando a minha sessão espancamento mental diante de minhas atitudes estúpidas e o circo parecia estar se fechando cada vez mais. Tudo parecia se tornar ainda pior e eu sentia que as coisas só iriam se agravarem mais e mais enquanto eu estivesse perto dele, e eu temia que em algum momento aquilo tudo acabasse me enlouquecendo ou que o Justin acabasse percebendo.


Notas Finais


look da Sav: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=117608029&.locale=pt-br
quarto que Sav está: http://casadaidea.files.wordpress.com/2010/06/quarto-madeira-romantico-dd.jpg

Eaaaaaaaaaaaai! lol tudo bem com vocês? Gurias, eita vida corrida hein! Mas enfim, cá estou eu com mais um cap de Paranoid com várias surpresas e o sonho - quase - erótico da Sav (Justin estraga prazeres u.u) heuhuehu eeeeita que a atração está solta! Mas enfim, onde será que isso tudo vai dar hein? Savannah que se cuida! Próximo cap, mais emoções ;) ohoho espero que gostem paranoicas, quero agradecer pelos favoritos e pelos comentários (depois respondo), vocês são incríveis <3 amo vocês família e até a próxima postagem! xoxo ;*


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