1. Spirit Fanfics >
  2. Paranoid >
  3. Desastre Social (Part. 2)

História Paranoid - Desastre Social (Part. 2)


Escrita por: sympathize

Notas do Autor


Escrevi o capítulo ouvindo Give me love do rei Ed Sheeran, então se vocês quiserem podem ouvir também para dar emoção e tal rs. Enjoy ;*

Capítulo 33 - Desastre Social (Part. 2)


Fanfic / Fanfiction Paranoid - Desastre Social (Part. 2)

À estrada até o Forest Park pareceu mais longa que o normal, mas ao menos aquilo colaborou para que eu me acalmasse um pouco, pois eu precisava estar sob controle caso quisesse resolver alguma coisa ou do contrário só acabaria piorando tudo.  

Quando, enfim, chegamos, Nolan questionou-me três vezes se eu queria que ele fosse comigo e eu neguei todas de imediato. A culpa era minha, eu havia levado o Justin para a presença de diversas pessoas, havia o envolvido na imundice da minha vida e das pessoas que fizeram parte dela, e deu no que deu. Então era meu dever dar um jeito de consertar aquilo, sozinha.  

— Não se preocupe, eu vou estar em segurança — avisei, abrindo a porta do carro, mas ele segurou meu braço antes que eu saísse por completo.  

— Fique com o celular em mãos, ligue pra mim ou para Lauren caso algo fuja do seu controle.   

Eu assenti maquinalmente e só enquanto caminhava pela trilha foi que notei que não estava com a minha carteira em mãos, e meu celular estava lá dentro. Pelo que conseguia me lembrar no momento, havia a deixado em cima da mesa onde estávamos e, sinceramente, pouco me importava se alguém a pegasse. Diante de todo aquele caos, nada importava, nada além de quem estava no interior da casa diante de mim naquele momento. 

As luzes estavam todas apagadas, mas o carro do Justin estava estacionado no lugar de sempre. Suspirei em mínimo alívio por ele ter conseguido chegar em casa. Hesitei alguns segundos antes de caminhar à passos decididos até a porta, que estava entreaberta. Na sala havia diversas coisas em desordem e o blazer que Justin utilizava estava jogado nas escadas, junto com seus sapatos. Retirei minhas sandálias e a tiara de  pérolas de meu cabelo, que estava uma completa bagunça. Segui os passos na direção das escadas e as subi cautelosamente, estava tudo em silêncio e escuro. 

Já no corredor, avistei somente a porta do quarto do Justin aberta. Caminhei em passos lentos até lá e, assim que a alcancei, o vi de costas para mim, em frente à grande janela. O abajur ao lado de sua cama, em conjunto com a luz da Lua, era a única fonte de luz no quarto e apesar de ser uma iluminação precária, mesmo assim, dava para enxergá-lo com nitidez.  

— Me questionar o porquê de tantas coisas ruins me acontecerem parece algo bem inadequado, você não acha? — Justin começou, assustando-me um pouco, e respirou fundo. Eu não podia vê-lo, mas, por alguma razão, sabia que estava de olhos fechados. — Julgando todos os demônios que me assombram e todas as coisas que já fiz, isso ainda parece pouco, não é? Será que em algum momento vou ser perdoado? Será que haverá algum momento em que algo vai dar verdadeiramente certo para mim?  

— Justin — titubeei, lágrimas quentes e grossas surgindo em meus olhos. — Eu sinto muito — sacudi minha cabeça freneticamente —, a culpa é toda minha.  

— A culpa não é sua — ele contestou de imediato, olhando-me por sobre os ombros e depois virando o rosto para frente novamente. Aproximei-me sorrateiramente. — Eu escolhi ir até aquela porcaria de festa, eu que insisti e... — expirou, erguendo os ombros e em seguida deixando-os despencar novamente. — Você estava certa em não querer me convidar, então não se culpe.   

Ainda que eu pudesse sentir a sinceridade por trás das palavras dele, elas não foram capazes de mudar a maneira como eu me sentia, possivelmente nada seria capaz de fazer com que a culpabilidade me abandonasse.  

— Eu era o desastre social em uma social desastrosa — Justin declarou, distraído e, em seguida, liberou um longo suspiro. — Todos estão certos — abaixou o rosto durante um tempo —, estão certos sobre o que dizem ao meu respeito.  

— Mas o quê — balbuciei, atrapalhada. — Não — neguei energicamente com a cabeça —, eles não estão — afirmei convicta. — Eles não fazem ideia das coisas que dizem.  

Ele negou, rindo sem entusiasmo. Virou-se em minha direção, os cabelos desgrenhados e o rosto retorcido. Estávamos tão próximos, mas era como se estivéssemos à milhas um do outro. 

— Sou um assassino — sussurrou e distante eu vi seus olhos reluzirem, denunciando o acúmulo de lágrimas que surgiram velozmente.  

— Não diga isso, Justin — me exaltei, caminhando para mais perto dele e parei há poucos passos de distância. Eu queria tocá-lo, mas algo em sua expressão me impedia. — Quantas vezes terei que dizer que aquelas pessoas — apontei na direção da janela — são apenas más. Elas vivem tentando derrubar umas as outras, só se importam com elas mesmas.   

— É diferente, Savannah. É diferente comigo. Ninguém me ataca somente por qualquer birra idiota, existem motivos — enfatizou — para eles me condenarem.  

— De uma história que eles nem conhecem! — gesticulei nervosamente com as mãos e o silêncio se estendeu por um tempo, respirei fundo e esfreguei a região entre minhas sobrancelhas, antes de prosseguir com mais calma: — Você não pode ser condenado por algo que nem há aprovas de que realmente foi você quem fez.  

— Eu sou um perigo. 

Sacudi a cabeça em sinal negativo.  

— Justin...  

Ignorando-me, ele prosseguiu:  

— Eu sou um perigo para você.  

Neguei veemente, sentindo minha garganta e meus olhos arderem.  

— Você não faz ideia do que está dizendo — murmurei, jogando meus cabelos para trás.  

— Você é meu remédio e eu sou sua doença.  

— Justin — pedi baixinho —, não me diga essas coisas, eu me recuso a ouvir você dizendo isso.  

Apontei o indicador na direção dele e ele riu, consternado.  

— Se recusa a me ouvir dizendo a verdade? — indagou, com desdém.  

— Você está tão enganado...  

— Talvez seja você quem está se enganando por não ouvir o que lhe dizem — disparou, com seriedade —, por acreditar mais em alguém como eu do que em pessoas que conhece a sua vida inteira!  

— Exatamente por isso que não acredito nelas — bradei, me descontrolando completamente —, porque eu sei do que elas são capazes.   

Ele passou um tempo me encarando e eu podia ver o quanto ele queria ceder, mas não conseguia. Depois do que havia acontecido, Justin havia reerguido uma nova barreira entre nós e eu podia enxergá-la, assim como já detestava firmemente a existência dela. Droga, pensei, revoltada. Aqueles não eram meus planos, estarmos daquela maneira nem em mil anos chegaria a ser uma das coisas que se passou em minha cabeça em quaisquer idealizações que criei sobre àquela noite. Estávamos tão felizes, estávamos tão envolvidos e ansiosos para retornarmos para casa, e naquele momento nos encontrávamos ali, diante um do outro, mas não porque o desejo havia nos consumido e nos feito deixar de lado qualquer receio, mas porque todas as nossas expectativas haviam sido arruinadas. Porque havíamos retornado novamente para a estaca zero.  

— Não existem motivos para você acreditar em mim também — ele decretou, em um fio de voz, e eu vi o queixo dele estremecendo.  

— Por que você faz isso? — choraminguei, sentindo meu peito doer.  

Esfreguei meus olhos turvos e encarei-o, era visível o quanto ele desejava se aproximar de mim, mas continuava lá. Perto, mas distância. Mais uma vez diante de mim, porém dolorosamente inalcançável.  

— Por que uma hora diz que me quer e depois fica dizendo que eu deveria escolher ficar longe de você?  

Ele passou as mãos nervosamente pelos cabelos e expirou.  

— Porque eu sou a porcaria de um maluco-psicótico! — exasperou-se tempo depois, aproximando-se e eu me mantive parada no mesmo lugar. — E provavelmente todos estejam certos, eu matei meus pais, sou uma pessoa horrível e que não merece nada além de desprezo e solidão.  

As palavras dele atingiram-me como adagas afiadas perfurando diversas partes do meu corpo, expandindo uma dor onipresente, e aumentaram a vontade de chorar todas as lágrimas presentes em meu corpo.  

— Não posso acreditar que você está mesmo dizendo essas coisas.  

Passei a mão por meu cabelo, segurando-os por um tempo sobre o topo e ri sem nenhum pingo de humor. Me virei de lado, eu estava desesperada e o Justin permanecia lá, em sua pose imponente, mas eu sabia o quanto, por dentro, ele estava tão perdido quanto eu. 

— Não estou dizendo nenhuma mentira, Savannah.   

— Se quer me afastar de você — comecei, enxugando meu rosto —, você só precisa ser mais claro e falar de uma vez ao invés de sempre ficar usando seu passado como desculpa!  

— Esse é o problema, porra — ele gritou e em um piscar de olhos estava diante de mim. — Eu quero você, como nunca quis nada em toda a minha maldita vida, mas eu não mereço! Eu não mereço você e era você quem deveria enxergar isso! Eu quero que você fique perto, mas é você quem deveria escolher ficar longe  

— E se eu quiser você mais do que tudo também? — perguntei, em um murmuro, vencendo a distância entre nós.  — Justin — umedeci os lábios —, e se eu quiser ficar perto de você?  

Com certo receio, ele me tocou e seu rosto se contorceu como se ele tivesse com a mão pressionada contra algo que o machucava, seus olhos estavam vermelhos e eu avistei o acúmulo de lágrimas surgindo lentamente.  

— Savannah, é para o seu próprio bem...  

— Mas é você quem me faz bem — ressaltei, segurando-o pela camiseta. — Pode não reconhecer isso por se deixar abalar pelas calúnias que aquelas pessoas hipócritas dizem, mas não, Justin, você não é a minha doença. E você também não é apenas o meu remédio, você é a minha cura.  

Ele me fitou perplexo e hesitante por um tempo. Suas feições relaxando gradativamente e eu contemplei seu rosto tornando-se sereno, as lágrimas escorrendo por seu rosto. E então a resistência construída ao redor dele se rompeu e ele simplesmente se entregou. Eu o abracei forte enquanto os ombros dele sacudiam, a cabeça pendida em meus ombros, onde as lágrimas escorreriam feito uma torrente. Justin chorava feito uma criança assustada e perdida, renegada por razões incompreensíveis, solitária. Ele chorava como a criança de 10 anos que acabará de perder os pais e se encontrava perdida, a criança de 10 que ainda estava presa dentro do corpo de adulto que ele possuía agora. E a cada soluço dele era como se um pedaço do meu coração estivesse sendo arrancado.  

— Você é mais do que eu mereço — ele sussurrou, afastando-se para segurar ambos os lados do meu rosto e eu franzi as sobrancelhas, prestes a protestar, mas calei-me completamente ao ver os olhos dele descendo para os meus lábios, avaliando-os com um desejo explícito.   

Enxuguei o rosto dele com as mangas do meu vestido e ficamos em silêncio por um longo tempo, encarando um ao outro, até que ele pareceu notar algo diferente em mim e arqueou as sobrancelhas.  

— O que é... — iniciou o questionamento, virando meu rosto de lado e eu o empurrei instintivamente. O rosto dele rapidamente adotou uma tonificação vermelha, os olhos faiscando com o súbito ódio. — Ele bateu em você? — permaneci em silêncio e ele não demorou a tirar as próprias conclusões. — Filho da puta! Ele bateu em você! Você devia ter me deixado acabar com ele, devia ter me deixado fazê-lo parar! Argh! — rosnou, afastando-se de mim, os punhos cerrados. Secou o rosto com força. — Eu vou matar aquele desgraçado!  

— Não diga isso, Justin — me aproximei dele, alarmado. — Andrew não vale à pena, esqueça-o!  

— Por que você fica o defendendo? — ele berrou, ficando em minha frente outra vez, sacudindo-me pelos braços. — Ele bateu em você!   

— E eu não estou nem aí — gritei de volta e ele parou de me balançar, me encarou, furioso. — Não é com ele que me importo, Justin. Droga! Por acaso você acha que eu ainda sinto alguma coisa por aquele idiota a não ser ódio? Fala sério! — me esquivei e afastei-me alguns passos. — Não permiti que você partisse para cima dele, porque estava pensando em você e não nele. Você só reforçaria as lendas sobre você se perdesse o controle lá e era exatamente isso o que Andrew queria, queria ver você perder o controle para que depois todos confirmassem o perigo que eles acreditam que você representa! — esclareci e ele suspirou, a expressão em seu rosto demonstrando-me que, no fundo, ele concordava com aquilo. — Não adiantaria de nada, ele daria um jeito de estragar tudo, porque ele é simplesmente incapaz de parar de ser cretino e na cabeça dele, ele é só uma vítima das circunstâncias. Vai por mim, ele não vale esforço algum — neguei com a cabeça e em seguida umedeci meus lábios. — E aquele maldito acabaria dando um jeito de falar sobre você à qualquer momento. 

Ficamos em silêncio por um tempo e as feições no rosto do Justin relaxaram um pouco, mas a fúria ainda permanecia visível em seu olhar. 

— Eu vou dar a ele o que ele merece, Savannah — murmurou, parando diante de mim, seus olhos fixos nos meus. — Não importa o que me diga, vou fazê-lo pagar por isso — apontou meu rosto.  

Encolhi meus ombros e respirei fundo, pois sabia que não era um aviso, mas sim uma promessa.  

— Nolan já deu uma lição nele — contei, em uma tentativa de fazê-lo mudar de ideia — Acredite, ele nunca mais vai tocar em mim.  

Ele se aproximou ainda mais de mim e tocou minha bochecha, um leve dor se fez presente quando ele a apertou sutilmente e eu oscilei, ele suspirou.   

— Eu não devia ter fugido — lamentou-se —, fui até lá para proteger você, para não deixá-lo tocar em você e falhei nisso.  

— Não, Justin, não...  

Ele me interrompeu, colocando o indicador contra os meus lábios. Beijou minha testa e depois a ponta do meu nariz, roçou seus lábios nos meus, mas não os beijou. Umedeceu os lábios antes de beijar minha bochecha ferida e passou um tempo os pressionando no local, meus olhos se fecharam. Em seguida, ele me abraçou apertado e eu o retribuí. Por mais que ele não houvesse insistido em nossa discussão, eu ainda podia sentir a tensão endurecendo seu corpo e temia que qualquer ideia de vingança ainda percorresse a cabeça dele.  

Deus sabe o quanto eu temia que Justin fizesse alguma coisa que trouxesse a ira dos Owen para dentro de sua vida, assim como eu havia feito.  

— Como vou poder andar pelas ruas agora? — ele perguntou inesperadamente e o tom negligente em sua voz me fez rapidamente constatar que estava questionando a si mesmo. — Todos vão saber, não vai demorar muito — me apertou ainda mais. — Me desculpe, Savannah.  

O desespero em suas palavras era tão grande que eu podia sentir em cada fibra do meu corpo a tensão que emanava do corpo dele. Ele se sentia tão incapaz, tão inferior às outras pessoas e por mais que eu quisesse ajudá-lo, muitas vezes eu simplesmente não conseguia. Não conseguia porque os julgamentos alheios tinham mais influência sobre ele do que qualquer outra coisa e era assustador ter conhecimento daquilo, assim como era assustador presenciar as diversas mudanças de humor dele. E por mais que àquelas crises me causassem pânico, eu insanamente sentia que não deveria deixá-lo. Desde o primeiro momento, assim que o conheci, eu senti que precisava ajudá-lo e havia prometido a mim mesma que não desistiria facilmente.   

— Pode ser bem diferente do que você está imaginando, Justin — arrisquei, cautelosamente. Ele se afastou e me encarou. — Quem sabe eles vão parar de te julgar tanto agora que sabem quem você é e que você não é como eles imaginavam.   

— Por acaso você viu a maneira como aquelas pessoas me olharam? Você não entende, Savannah! Você não faz ideia! Isso vai ser muito pior do que podemos imaginar — ele disparou impaciente e eu me encolhi assustada, vi-o respirando profundamente e em seguida o mesmo me lançou um olhar arrependido. — Eu sinto muito, é só que... Eles nunca vão entender — suspirou, gesticulando incessantemente com as mãos. — Como seriam capazes? Ninguém consegue.  

— Eu entendo! — exclamei, fitando seus olhos cor de mel, que novamente se encontravam marejados.   

A dor exposta em sua face fez as lágrimas voltarem sorrateiramente para os meus olhos também, pois me doía insuportavelmente vê-lo sofrendo daquela maneira. E eu sabia que, no fundo, ele acreditava em mim, mas a maldita paranoia não permitia que ele possuísse total confiança em ninguém, muito menos em si mesmo.  

— Você tenta, mas não consegue. Ninguém consegue, nem eu mesmo consigo.   

Me aproximei devagar e ele permaneceu estático em sua posição, seus olhos cravados em mim, mas sua mente estava completamente distante. Ele estava descontrolado outra vez, soltei uma respiração pesada e pensei na melhor maneira de fazê-lo baixar à guarda, ainda caminhando em passos calmos em sua direção.  

— Não chega muito perto, Sav — sussurrou, assim que notou minha proximidade. — Estou completamente fora de mim e... Por favor, eu não quero machucar você.  

Ignorei-o dando continuidade aos meus passos em sua direção, até que parei em sua frente, há poucos centímetros de distância de seu corpo, e, ainda que ele estivesse tão transtornado, eu não tinha medo de estar tão próxima dele. Havia uma confiança infundada dentro de mim que não me permitia temê-lo, afinal de contas, por mais que meu lado coerente rejeitasse àquelas minhas atitudes absurdas, o lado insano, que sempre me dominava se tratando dele, me fazia acreditar firmemente que ele não me faria mal algum. Na verdade, eu tinha um sentimento mais convicto do que qualquer outro em relação àquilo. 

— Sav — Justin murmurou vacilante, e eu olhei profundamente em seus olhos.  

— Eu entendo, Jay. Entendo você, mas você não me entende.  

Ele sorriu miserável e uma lágrima solitária desceu por seu rosto, sendo enxugada rapidamente por sua mão frenética. Senti um aperto forte no peito e segurei-me fortemente para não avançar na direção dele, puxá-lo contra o meu corpo ainda que ele oferecesse qualquer resistência.  

— Eu não consigo entender a mim mesmo — soprou, agourento —, como acha que vou conseguir entender você?   

Aquela pergunta me atingiu profundamente e de repente me senti péssima por, mais uma vez, estar exigindo tanto dele sendo que o mesmo se encontrava completamente perdido em relação a tudo. E ainda que visivelmente eu só quisesse ajudá-lo, forçá-lo a acreditar, da noite para o dia, que as coisas em sua vida mudariam, era algo completamente desumano da minha parte.   

O aperto em meu peito triplicou e eu não soube o que dizer, respirei fundo e fitei o chão procurando um bom argumento, mas tudo o que eu conseguia pensar naquele instante era no quanto eu estava sendo cruel com ele. No quanto eu estava tentando ajudá-lo trilhando o caminho errado. Justin nunca confiaria em mim se eu o pressionasse tanto, nunca confiaria em si mesmo se eu o ensinasse a seguir somente à base de pressão.  

— Eu só estou querendo ajudar — murmurei, de modo quase inaudível, mas por sorte ele conseguiu me ouvir.  

— Eu sei que só está querendo ajudar — ressaltou e eu ergui meus olhos na direção de seus perfeitos glóbulos cor de mel, que sustentavam o meu olhar com intensidade semelhante —, mas preciso que você entenda que a minha vida inteira eu fui inseguro, Savannah. Você é a primeira pessoa que está constantemente tão perto de mim e apesar de gostar disso, eu tenho medo de quem sou. Tenho medo das vozes em minha cabeça me deixarem maluco a ponto de fazer mal a você.  

— Confio em você, Jay — afirmei, minha certeza sendo algo surpreendente até mesmo para mim. — Sei que não irá me fazer mal algum.  

— Entendo que confie em mim pelo o que acredita, mas não pode confiar nelas — apontou na direção da própria cabeça.  

Senti meu coração batendo mais pesado, minha respiração tornando-se vertiginosa.  

— O que elas dizem? — questionei, após alguns segundos, pensativa, e ele me olhou confuso. — As vozes, o elas dizem quando estou por perto?  

Os olhos dele desviaram-se rapidamente dos meus e fitaram um ponto invisível no chão. Continue analisando-o e observei seu peito subindo e descendo de forma lenta, demonstrando seu nervosismo eminente. Diante daquela reação um tanto quanto perturbadora, tentei imaginar as possíveis respostas que ele daria para a minha pergunta e um calafrio percorreu minha espinha fazendo meu corpo estremecer involuntariamente. No entanto, quando seus olhos voltaram a fitar os meus, a confusão que havia em seu olhar se transformou em surpresa, e eu lhe lancei um olhar repleto de inquisição.  

— Elas — Justin parou, umedecendo os lábios e cerrou o cenho, em confusão. Em seguida prosseguiu, como um sopro: — Elas não dizem nada.  

— Na-nada? — repeti atônita.  

Sem responder a minha pergunta, Justin inesperadamente me alcançou e selou seus lábios aos meus. Ainda que eu tivesse sido pega pela surpresa, meus olhos se fecharam imediatamente. O beijo começou calmo, apenas nossos lábios se explorando e fora se tornando mais ávido na medida em que a necessidade de contato aumentava. Enlacei o pescoço dele com os meus braços e as mãos dele se espalmaram em minha cintura, apertando-me, aniquilando qualquer pequeno espaço que pudesse existir entre nós.   

Qualquer preocupação e receio se esvaindo na medida em que os toques de Justin me incandesciam, devastando-me por um desejo irreprimível e, no momento, eu estava apenas me permitindo levar.   

Ele guiou-me alguns passos para trás, prensando-me contra a parede ao lado da porta, e me ergui na ponta dos pés, embrenhando os dedos nos fios de cabelo dele, acariciando-os e puxando. Nossos lábios, famintos, se moviam com urgência e a pressão das mãos de Justin contra o meu corpo me fazia arfar constantemente e, em resposta, apertar sua nuca com as unhas. Tirando-lhe gemidos abafados. Nossas línguas descontroladas travavam uma disputa excitante. As mãos dele escorregando livres por meu corpo, encontrando certos pontos aos quais eu nem mesmo tinha conhecimento da existência.   

— Por favor — ele implorou, encerrando o beijo, mas nossos lábios ainda se tocavam —, me faça esquecer — continuou, em tom doloroso e eu segurei ambos os lados do rosto dele, enxugando as lágrimas recém derramadas. — Me faça esquecer todos eles.  

E então eu o beijei outra vez. Justin escorregou suas mãos pela lateral do meu corpo, subindo da minha cintura até meu pescoço, segurando-o e dando mais intensidade ao beijo, instintivamente pressionando nossos corpos ainda mais – minhas costas doendo um pouco por conta da superfície sólida na qual estava apoiada.  

Estávamos tão próximos que eu podia sentir o coração dele bater forte, no mesmo ritmo irrefreável que o meu. Sentia sua pele queimar sob meus toques; em sua nuca, seus ombros e seus braços. E reação dele, sempre que eu cravava minhas unhas em sua pele, me ensandecia. A dor parecia lhe causar prazer e estranhamente aquilo me excitava também, me fazia querer ouvir seus grunhidos deleitosos toda vez que eu o apertava, sem piedade.  

Havíamos tido uma noite difícil e pouco tempo atrás estávamos rodeados por uma nuvem negra de tensão, todavia, no momento em que nos beijamos tudo havia ficado para trás.

Quem sabe fosse devido a todo o jogo de sedução que eu havia iniciado, e que por um momento acreditei ter ido por água a baixo, no entanto, era nítido o quanto eu havia me equivocado. E eu não podia estar mais contente, pois para mim nada mais importava. Mesmo que minha parte coerente ressaltasse minha insanidade e ainda que o Justin, que todos julgavam ser um perigo, houvesse me dito coisas mais lógicas do que a nova eu, totalmente insensata, pudesse suportar. Porque eu o queria. Eu o queria tanto. O queria desde o primeiro momento que o havia visto sem todos aqueles trajes estúpidos que cruelmente o cobriam. Um desejo cru e dominante, uma vontade irrefreável e inconsequente.   

Andrew havia tentando estragar à nossa noite, no entanto, apenas havia colaborado para que nos libertássemos.

Apertei-lhe a nuca no momento em que o Justin sugou minha língua e quando a falta de ar tornou-se completamente insuportável, os lábios dele se afastaram dos meus e desceram por meu queixo, depositando beijos cálidos antes que ele passasse sua língua de forma provocativa, trilhando um caminho até a minha clavícula, onde ele passou a intercalar entre beijos, mordidas e leves chupões. Sua mão desceu por meu corpo novamente, sorrateiramente percorrendo o mesmo caminho. Passou delicadamente pela lateral de meus seios, seu polegar roçando meus mamilos, e apertou minha cintura com força assim que a alcançou. Em seguida, grudou-me completamente contra a parede, esfregando nossos corpos e deslizou uma de suas mãos até segurar o dorso do meu joelho e erguê-lo, em um pedido gestual para que eu o enlaçasse o quadril. Quando o obedeci, ele escondeu seu rosto na curva do meu pescoço e me sobressaltei ao sentir a ereção dele friccionando em minha vagina. O que me rendeu um gemido audível.   

Senti-o expirando contra minha pele e mordi meus lábios fortemente, sentindo cada poro do meu corpo dar sinal de vida de uma só vez, sendo totalmente devastada pela libido. E não tardou para que, outra vez, ele passasse sua língua de forma preguiçosamente deliciosa em toda a extensão do meu pescoço.   

Gemi e ele arfou.   

Naquela posição eu podia sentir o pênis dele pressionando meu ponto mais necessitado e, movida pela excitação, me movi causando um atrito que me fez fechar os olhos com força e pender minha cabeça para trás; dando a ele mais acesso ao meu pescoço, onde o mesmo descontou seu descontrole por meu ato em uma sugada que me fez gemer entre dentes e mexer meus quadris, causando o atrito de nossas intimidades novamente. A mão dele segurava minha coxa, impedindo que a fraqueza me fizesse deixá-la desabar. E eu sentia meu coração batendo em cada parte do meu corpo e com a proximidade sabia que ele o sentia também, os hormônios explodindo de uma só vez dentro de mim, gritando por redenção, e eu desejava levar àquilo até o fim mesmo que, anteriormente, o momento já não parecesse ser o mais apropriado.   

Que se foda o que é ou não apropriado!, pensei.    

Àquela altura eu não estava mais nem aí para nada, porque tudo o que eu mais queria era aproveitar cada segundo. Era me perder naquele momento tão esperado, que havia atormentado meus sonhos e que fazia parte do meu plano inicial para o término daquela noite. Queria fazê-lo esquecer qualquer preocupação e queria poder esquecê-las também. Pois tudo o que eu mais desejava estava diante de mim, beijando-me e tocando-me de maneiras enlouquecedoras, murmurando enaltecimentos em meus ouvidos que nos guiavam para um só caminho, que despertava apenas uma certeza em mim.   

Os lábios de Justin voltaram para os meus de forma devoradora, afastando toda e qualquer distração, e minhas mãos escorregaram instantaneamente para a sua nuca, pressionando seus lábios aos meus, dando mais ardor ao beijo. A fricção dos nossos sexos se tornando instintiva e ritmada, nos fazendo gemer entre o beijo. Nossos lábios se tocavam com mais violência do que os beijos anteriores que havíamos compartilhado e eu podia sentir, em cada toque, que ele já não possuía o receio que o impedia de me tocar como quisesse, e como eu tanto desejava.   

Quando o ar faltou em meus pulmões, arrastei meus lábios até o pescoço dele, depositando um beijo suave ali antes de fazer círculos com a ponta da minha língua, o que resultou em uma reação selvagem partindo dele. Suguei a pele de seu pescoço e em seguida passei a beijar, mordiscar e depositar leves chupões em toda aquela área, fazendo-o movimentar nossos quadris em movimentos lentos e intensos. Logo o senti segurando meus cabelos, entrelaçando seus dedos por entre os fios, e, utilizando uma força necessária, e que fez meu interior entrar em ebulição, puxou-me até que nossos rostos estivessem frente a frente novamente. Soltei o ar pesadamente contra o seu rosto e abri meus olhos.   

A imagem à minha frente era o afrodisíaco mais forte e irresistível que eu já havia visto na vida. Era a total visão do paraíso. Justin ainda mantinha os olhos fechados e a boca entreaberta, sua respiração descompassada expelindo lufadas contra o meu rosto. Os cabelos desgrenhados, as bochechas rosadas e os lábios irresistivelmente avermelhados, só aumentavam a vontade que e sentia de fundir nossos corpos e me deleitar incansavelmente.   

Meu coração pulsava cada vez mais forte e rápido, e ele permaneceu daquela maneira, completamente alheio, durante um incalculável tempo em que realmente me mantive o desejando mais do que tudo na vida. E assim que seus orbes avelã se conectaram profundamente em mim, a sensação da minha queda mental foi tão forte que eu podia jurar que de fato houvesse despencado no chão e minha mente pareceu rodopiar, mas tudo ainda permanecia nítido diante dos meus olhos.   

Foi difícil não corresponder à altura, fitando-o de uma maneira que eu julgava ser o suficiente para lhe demonstrar mais desejo do que ele expunha em seu olhar. Pensei em beijá-lo, porém me sentia incapaz de mover sequer um músculo e, nem mesmo, aniquilar o contato visual. Meu peito subindo e descendo rapidamente acabou o distraindo e fez com que o mesmo fitasse meu decote cavado de uma maneira extremamente luxuriosa, e em seguida seus olhos se conectaram aos meus outra vez, mirando-os de modo tão desinibido que era como se estivesse despindo minha alma.  

Com a mão livre, Justin acariciou minha bochecha com uma ternura inebriante, o que inconscientemente me fez sorrir abertamente, e então subitamente pareceu ter encontrado o que quer que estivesse procurando.   

Estremeci em expectativa assim que os dedos dele tocaram meus lábios, obrigando-me a desfazer o sorriso, e um suspiro escapou por minha boca. O sorriso sugestivo, no canto dos lábios dele, foi à última sentença antes que ele deslizasse sua mão suavemente por meu rosto, seu indicador delineando meu maxilar e meu queixo, causando a típica sensação de formigamento em minha pele. E então parou em meu pescoço, devastando-me por demasiados arrepios, e puxou meu rosto para mais perto. Não tardou para seus lábios roçarem os meus lentamente, fazendo-me fechar os olhos de forma pesada e soltar o ar pelo nariz.   

O beijo começou vagaroso e eu me deixei levar, sendo guiada por ele, que movimentava seus lábios sobre os meus com uma maestria invejável. Não correspondi no primeiro momento, pois tudo o que eu queria era aproveitar as sensações que suas carícias eram capazes de exercerem sob mim, e era impressionante como tudo o que vinha dele era extremamente excitante.   

Pretendia poder aproveitar mais, manter minha submissão aos anseios dele por mais tempo, no entanto, tornou-se completamente fora de questão resistir ao sentir a língua quente e levemente aveludada dele lambendo meu lábio inferior e depois o superior, fazendo lentamente o contorno de ambos, e eu o puxei pela nuca, dando início a um beijo urgente e recheado de desespero da minha parte. Deleitando-me ao sentir o alívio semelhante partindo dele, assim que nossas línguas entraram em contato, e minhas mãos passaram a pressionar todas as partes de seu corpo que nossa posição me permitia alcançar.  

— Você não está mesmo facilitando para mim — ouvi-o resmungar, após afastar nossas bocas. Sua voz baixa e rouca fez meus poros se erguerem e um gemido bastardo escapou por meus lábios de forma audível. Justin abafou o riso, passando a língua do meu pescoço até o lóbulo da minha orelha, e pressionou nossos quadris, fazendo-me sussurrar diversos palavrões de maneira incoerente.   

Porcaria! Era ele quem não estava facilitando para mim!   

Como uma resposta para o meu pensamento, Justin moveu-se contra mim novamente. E sugou minha pele de maneira que, sem dúvida alguma, deixaria uma boa marca. Não pude conter outro gemido, denunciando o quanto meu apreciava suas provocações, porém parte de mim também detestava, e ele sorriu satisfeito.  

— Você é tão cruel  — resmunguei, em um fio de voz e ele abafou a risada novamente. Beijou meu pescoço e infiltrou sua mão em meu vestido, dedilhando a região interna da minha coxa.  

—  E você é tão gostosa  — respondeu, próximo ao meu ouvido e eu arfei.  

Em seguida, Justin beijou minha boca, com cautela, mas não de modo menos intenso. Nossas cabeças girando em sincronia, nossos lábios se encaixando como se, de maneira extremamente clichê, fossem feitos exclusivamente para beijarem um ao outro.   

Acariciei a nuca dele e empurrei minha cintura para frente. Justin soltou um gemido prolongado e eu fechei os olhos com força, me deleitando com o som, aproveitando-me do nosso momento sem inibições. A necessidade de oxigênio era imensa, entretanto, eu pouco me importava. Não queria que ele se afastasse. Definitivamente, não queria aquilo.    

A língua dele devastava cada centímetro da minha boca e, quando esbarrava na minha, uma explosão de sensações dominava meu corpo. Minhas mãos escorregaram pela lateral de sua nuca até alcançar seus ombros, descendo para o seu peitoral e então retornaram a trilha, em seguida refazendo-a novamente. Capturei-lhe o lábio inferior lentamente, arrancando um gemido contido do mesmo enquanto minhas mãos brincavam na barra de sua camiseta, tocando imperceptivelmente sua pele.   

Desenlaçando a perna do quadril dele, o empurrei sem partir o beijo e em seguida deixei de beijá-lo para rapidamente me livrar do tecido que me impedia de senti-lo na pele. Depois de atirar o indesejado pedaço de pano em um canto qualquer, puxei-o para perto novamente, chocando minhas costas contra a parede e seu tronco deliciosamente despido, e o beijei com uma ânsia mais ardente. Sentindo as másculas mãos dele apertando-me os seios, meus mamilos rígidos e sensíveis, e quando ele apertou ambos entre o polegar e o indicador, um gemido abafado escapou por meus lábios.  

Ao afastar nossas bocas à procura de oxigênio, empurrei-o lentamente para trás e inverti nossas posições, encurralando-o contra a parede.  

Toquei delicadamente seu rosto, contornando-o minuciosamente e ele fechou os olhos. Desci com as pontas dos meus dedos pela lateral, deslizando por seu pescoço e espalmando minhas mãos em seus ombros, descendo pelas ondulações rígidas dos braços dele, a pele espessa por conta das diversas tatuagens. Acariciando, de maneira um tanto inibida, o abdômen dele, que se contraiu instantaneamente, permitindo que a palma de minha mão oscilasse por seus músculos até chegar a seu peitoral e subir para seu pescoço novamente. Meu olhar deslumbrado acompanhava cada movimento, captando nitidamente as reações de seu corpo ao meu toque, pois eu queria aproveitar cada instante da maneira mais intensa possível, pretendia memorar cada detalhe dele e prolongar minha estadia no inferno que era toda aquela tortura antes de finalmente me entregar ao paraíso dos prazeres que eu tinha plena certeza que o Justin seria capaz de me exercer.  

Quando minha atenção retornou para o rosto dele, minha mente foi abarrotada pela veneração peculiar.  

Prossegui com as carícias, percorrendo cada detalhe de seu rosto repetidamente – seu nariz arrebitado, as sobrancelhas e os cílios espessos –, até que me aproximei de seus lábios, demorando-me mais com as carícias sobre os mesmo. Tocando-os com as pontas dos dedos, cautelosamente e de forma contemplativa. Avaliando com luxúria sua boca bem delineada e seus belos traços, as pintinhas estrategicamente espalhadas por seu rosto. 

E então ele sorriu e instantaneamente eu sorri também. A vontade de beijá-lo outra vez tornando-se insuportável e cedendo ao desejo deixei que nossos lábios se encontrassem, dando início a um beijo lento, porém, assim que minha língua o tocou, não tardou para que estivéssemos nos devorando novamente.  

Justin segurou minha cintura com mais firmeza, colando meu corpo ao seu sem deixar resquício algum de espaço entre nós dois. O calor que exalava de sua pele exposta transpassava minha roupa, fazendo-me detestar fortemente o fato de ainda não poder senti-lo pele na pele. Embrenhei meus dedos em seus cabelos curtos, acariciando-os, puxando-o implacavelmente para mais perto, dando uma intensidade extrema ao beijo. Minhas mãos lhe tocando espontaneamente.  

Quando partimos o beijo outra vez, distribui uma trilha de beijos pelo torso dele e raspei meus dentes em sua pele, sorrindo satisfeita ao vê-lo oscilando e ao senti-lo apertando violentamente minha cintura.  

Justin expirou alto e ansiosamente quando minhas mãos novamente desceram pelo corpo dele, contornando os entalhes de sua barriga delineada e os pelos abaixo de seu umbigo, as entradas próximas de sua cintura, passeando o indicador sutilmente nas tatuagens que ele possuía naquela região. Mordi meus lábios instintivamente ao ver o volume evidente de sua ereção contra a calça e, meio trêmula, segurei-o por cima do pano, acariciando-o cautelosamente e sobressaltando-me ao ouvi-lo grunhir algo ininteligível. Fitei-o e ele tinha a cabeça pendida para trás, a boca entreaberta e os olhos fortemente fechados.  

— Santo Deus — ele rugiu quando o toquei com mais pressão e em seguida, movida por um anseio absurdo, abri o botão da jeans dele e deslizei o zíper, infiltrando minha mão dentro de sua vestimenta.  

Eu ainda o encarava atentamente, para me certificar de que estava indo pelo caminho certo, e, provavelmente sentindo meu olhar fixo em si, ele entreabriu os olhos, fitando-me e automaticamente meu olhar desceu na direção de seu membro, onde minha mão lhe envolvia hesitantemente.   

— Sav...  

O olhei-o momentaneamente e seus olhos encaravam-me suplicantes. Aquela magnífica galáxia douradora brilhando em minha direção e mantivemos o contato visual quando comecei a mover minha mão contra seu pênis, em ritmo de vai-e-vem, fazendo-o fechar os olhos novamente e pender a cabeça para trás.   

Minha mão passeava investigativa por toda a extensão dele, percorrendo-o até chegar à glande onde meu polegar causava uma pressão cautelosa e, em resposta, Justin urrava, demonstrando o quanto eu estava no caminho certo.   

Não tinha muita experiência com preliminares – minhas experiências sexuais haviam sido monótonas demais –, no entanto, me sentia satisfeita por parecer estar me saindo bem e esperava que ele também estivesse. Porque eu queria quebrar minhas barreiras com ele antes de vê-lo fazendo o mesmo. Queria que ele me enxergasse por detrás da minha armadura e esperava que ele também me permitisse tamanho deleite. E na medida em que minha mão o percorria, eu me sentia em chamas. Os quadris de Justin erguiam-se, ávidos, para ir ao encontro do toque de minha mão.   

Céus, aquilo era insanamente erótico.   

Constatando a espessura e a suavidade do mastro dele, e o quanto ele possuía um tamanho satisfatório, eu me sentia cada segundo mais sedenta. Minha vulva pulsando ao imaginá-lo completamente nu e, acima de tudo, ao imaginá-lo dentro de mim. Grunhi com meus pensamentos e minha reação involuntariamente tornou-se mais voraz, meu punho movendo-se ritmicamente ao redor dele, intercalando os olhares entre minha mão se movimentando no interior de sua calça e as feições de prazer em seu rosto.  

A julgar por seu estado, e o suor que começava a se acumular em sua testa, Justin parecia se encontrar muito próximo do limite e quando um gemido rouco escapou-lhe pelos lábios, eu percebi que não obtinha mais forças para conter a necessidade berrante de senti-lo corpo a corpo. No entanto, permaneci o tocando.  

— Você vai... me fazer gozar se... continuar — rosnou, ofegante. Um pouco nervosa e completamente impulsiva, ri e o estimulei com mais velocidade.  

— E isso é ruim?  

Ergui meus olhos para fitá-lo, seus olhos faiscando em minha direção, um sorriso provocante no canto dos meus lábios, e ele umedeceu rudemente os dele antes de segurar meu rosto e me puxar até sua boca se unir à minha, quente e faminta.  

— Prefiro estar dentro de você quando isso acontecer — proferiu sensualmente, no pé do meu ouvido e minha garganta secou.   

Sem me conceder espaço para revidar, ele beijou-me outra vez. Desfazendo cautelosamente o contato de minha mão contra sua masculinidade e afastou-me levemente, encerrando o beijo para me virar de costas e meus olhos se fecharam quando senti sua respiração quente chicoteando em meu pescoço. Justin desceu o zíper do meu vestido lentamente e o retirou até minha cintura, me livrei das mangas e ele o empurrou até que escorregasse por completo. Eu não podia vê-lo, mas sabia que seus olhos estavam passeando por meu corpo e então me recordei na minúscula calcinha que estava utilizando e senti meu rosto esquentando.  

— O que tem em baixo é mesmo mais maravilhoso do que seu vestido — ele murmurou em meu ouvido, munido de provação e divertimento e eu me senti ainda mais envergonha.   

Ele segurou em minha cintura e virou-me de frente para ele, seus olhos fitaram meus seios desnudos, inteiramente luxuriosos, e eu me senti surpreendente e dolorosamente mais excitada. Notei que suas mãos estavam um pouco trêmulas quando ele as espalmou em meus seios, tocando-os minuciosamente e em seguida, firmemente, os apalpou deixando-me inebriada. Depois, deslizou-as até minha barriga e ligeiramente meus músculos se contraíram.   

Justin mantinha os olhos fixos em cada parte nua do meu corpo, provocando-me com as pontas de seus dedos e suas carícias se demoraram mais na tatuagem que eu possuía na parte esquerda da minha cintura – uma trilha de pássaros que seguiam do osso de meu quadril do lado direito e terminava um pouco antes de minha virilha. Ele era o primeiro cara a vê-la de perto, porque as roupas normalmente a cobriam, então não dava para vê-la ao menos que eu estivesse com poucas roupas. E eu só havia a feito porque achava algo atraente e interessante, e também porque queria irritar meus pais, mas aquilo não incluía fazer qualquer tipo de desenho permanente em meu rosto.  

O olhar do Justin encontrou o meu momentaneamente, seus toques trazendo-me de volta para a realidade, e eu sorri timidamente, oscilando quando ele voltou a se aproximar e segurar meu rosto, um sorriso capaz de iluminar o mundo se abrindo em seus lábios vermelhos.   

— Não sabia que tinha tatuagem — brincou e eu reprimi o riso. — Você é tão linda — murmurou e eu abaixei o olhar, mordendo meu lábio numa tentativa de camuflar o sorriso tolo.  

Justin ergueu meu rosto e ficamos nos encarando por um tempo, trocando sorrisos, e eu revirei os olhos fingindo pouco-caso. Ele me deixava completamente excitada e então começava a tentar me envergonhar. Em um segundo estava completamente selvagem e no outro ficava me olhando daquela maneira encantadoramente inocente. E era como se ele nunca fosse parar de me surpreender, porque mesmo quando me provocava ao extremo ele ainda possuía certa ingenuidade. Aquilo mexia profundamente comigo.   

Quando Justin estava prestes a rir, eu abafei sua risada grudando nossos lábios. E, agarrando-se fortemente em minha cintura, ele impulsionou-me para que eu subisse em seu colo e rapidamente o obedeci, entrelaçando as pernas em sua cintura e tempo depois ele me encostou-me novamente contra a parede, sondando-me a boca com sua língua faminta.  

Guiou-nos calmamente até a cama e nos deitou, ficando com uma das pernas entre as minhas e meus seios roçaram contra o torso dele, fazendo-me arfar. Ele beijou meu tórax, acariciando minha barriga, que se contraía repetidas vezes, e eu oscilei ao senti-lo abocanhando meu seio direito, lambendo-o e sugando vagarosamente, apalpando o esquerdo no mesmo ritmo enquanto eu me retorcida de prazer sob seu corpo, segurando-o pela nuca e lhe acariciando desesperadamente os fios de cabelos.   

Tempo depois, após saborear meu outro seio, os lábios dele foram descendo atenciosamente por meu corpo e eu mantive os olhos fixos em sua figura, beijando-me à barriga, contemplando-o enquanto ele lambia meu umbigo. Suspirei fortemente e automaticamente meus olhos se fecharam. Quando os beijos alcançaram meu baixo ventre, estremeci e ele me encarou, e com a intensidade de seu olhar que parecia laser contra a minha pele, minha intimidade, que já se encontrava mais do que pronta para recebê-lo, latejou.   

Como se me adivinhasse a ânsia, Justin acariciou-me por cima do pano finíssimo de minha calcinha, e em resposta arquejei minhas costas, expirando violentamente. Na sequência, senti-o beijando minhas coxas enquanto suas mãos acariciavam toda a extensão de minhas pernas, em seguida a respiração quente dele chicoteava em meu sexo e eu senti meu corpo todo vibrando, entreabrindo os olhos somente para me deparar com o olhar dele rapidamente se conectando ao meu, o sorriso sugestivo desenhando seus lábios. E então ele beijou o último pássaro de minha tatuagem, que terminava um pouco antes da fina tira lateral de minha calcinha, e, logo depois, abaixo do meu umbigo, e eu arfei. Justin riu contra a minha pele ao mesmo tempo em que seus dedos brincavam com o elástico de minha calcinha. Minha mente foi ao limite quando o mero pensamento de senti-lo me tocando com a língua atingiu-me inesperadamente. E eu teria o permitido continuar com toda aquela deliciosa tortura se não tivesse me perdido em seu olhar e enxergado com nitidez o quanto ele estava quase em seu extremo, e, admito, eu também mal podia esperar para senti-lo dentro de mim.   

Portanto, juntando o resto de autocontrole que ainda me restava, puxei-o até que seu rosto estivesse diante do meu e o beijei antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. Abruptamente, senti-o infiltrando sua mão dentro de minha micro-peça íntima e deslizando os dedos por minha intimidade. Me surpreendi com seu movimento inesperado e o gemido ficou preso em minha garganta, meus dentes capturando meus lábios com força e o Justin escorou sua testa na minha, e embora meus olhos estivessem fechados, eu podia senti-lo olhando-me fixamente.   

Os dedos dele escorregaram por toda minha extensão, em busca do meu clitóris, e quando ele o encontrou com o polegar, grunhiu em notável satisfação. Ambos gememos com o contato. O indicador de Justin deslizou para baixo e escorregou facilmente por minha umidade. Ele mordiscou meu ombro e respirou contra a minha pele. A ponta do dedo dele circundou provocativamente a minha entrada, fazendo com que eu sussurrasse. Os movimentos fluidos dos meus quadris, juntamente com os ruídos roucos que compartilhávamos, tornavam tudo ainda mais excitante.   

Quando eu já não podia esperar mais, Justin penetrou-me com o dedo, e em seguida com outro. O gemido escapou livremente quando ambos começaram a se mover lentamente para dentro e para fora de minha cavidade, até o fim.  

Justin abaixou a cabeça e circundou meu mamilo com a ponta da língua. Gemi, agarrando-o pelos ombros.  

— Por favor  — implorei, baixo. —  Mais...  

Imediatamente Justin aumentou a velocidade. Urrei e minhas mãos apertaram os ombros dele com força. O polegar dele encontrou meu clitóris novamente e mais um dedo começou a me penetrar. Mordi meus lábios vigorosamente, sentindo certo desconforto nas primeiras investidas, entretanto, logo a sensação altamente prazerosa voltou a prevalecer. A todo instante eu podia sentir o olhar do Justin ainda fixo em minhas reações enquanto bombeava. Gentilmente. Cuidadosamente. E minhas costas se arquearam e um gemido longo e gutural saiu de minha boca, no momento em que o ele começou a mover os dedos mais depressa.   

Céus, aquilo era magnífico. E conforme ele investia mais rápido e mais veloz, eu me agitava desesperadamente.   

Mais, eu pensei, ensandecida. O bíceps de Justin se contraiu e ele foi mais forte. Mais rápido.   

Uma sensação crescente fluía do meu mais profundo, sufocando meu estômago que se contraía cada vez mais à medida que a necessidade de contato tornava-se maior. À medida que os dedos dele me golpeavam mais fundo.  

— Justin — sobressaltada por conta do turbilhão de sensações, tentei afastá-lo. — Eu vou...  

— Savannah —  ele ofegou, lambendo meu pescoço e eu gemi. — Você é tão gostosa nos meus dedos — mordiscou o lóbulo de minha orelha e lambeu meu maxilar. Suas palavras deixando-me ainda mais desordenada. — Você vai me matar quando eu estiver dentro de você — chupou meu mamilo com força.  

A sensação que já se apoderava do meu corpo, tornou-se mais forte e desesperadora. E como se também estivesse desesperado, Justin passou a inserir seus dedos com mais força, esfregando e fazendo círculos, causando pressão em meu clitóris. Cravei minhas unhas na pele dele e gemi quando o clímax me atingiu com força, pulsando e me contorcendo debaixo dele.   

Justin ofegou quando minhas pernas fecharam-se, apertando os dedos dele. E, em seguida, esmaguei os lábios dele contra os meus, minhas pernas relaxando gradativamente. Ele ainda deixou que sua mão deslizasse e me provocasse enquanto eu ofegava e sussurrava em seu ouvido. Minhas palavras eram baixas e emaranhadas, mas o tremor do meu corpo evidenciava tudo o que ele precisava saber: Justin Bieber havia acabado de me proporcionado o orgasmo mais magnífico.   

Ele diminuiu a velocidade de sua mão e encheu meu tórax de beijos, subindo até meu maxilar e minha pulsação se acelerou. Expirei e abri um olho para vê-lo em cima de mim. Justin sorriu e eu acariciei o rosto dele e depois depositei um beijo delicado na ponta de seu nariz, e em seguida em seus lábios. Ele retirou a mão de dentro da minha calcinha e passou seus dedos úmidos por entre os meus seios, até próximo do meu umbigo e então me fitou profundamente antes de seguir a mesma trilha com a sua língua, tirando-me um gemido surpreso e excitado. Logo depois, se moveu para me beijar, segurando meu rosto entre suas mãos viris, e eu pude sentir meu próprio gosto em sua língua.   

Ao encerrar o beijo, Justin se afastou completamente e caminhou apressado na direção do banheiro, voltando antes mesmo que eu pudesse me incomodar com sua ausência. Um pacote de camisinha preso entre os dentes, os cabelos desgrenhados e a calça desalinhada.   

A imagem mais perturbadora e excitante que eu já havia visto.   

As mãos dele estavam no cós de sua jeans e meus dedos rapidamente seguraram minha calcinha. Sem pronunciar nenhuma palavra, tiramos as últimas peças que nos cobriam e eu deixei de olhá-lo por um tempo enquanto me despia completamente, e assim que o olhei, os olhos dele desceram vagarosamente por meu corpo e eu fiz o mesmo com ele. Sentindo minha excitação se resplandecendo na medida em que meus olhos absorviam cada detalhe delirante de sua nudez.   

Justin era uma obra de arte. Completamente feito para o delírio de qualquer ser sensato ou insensato do sexo feminino.   

Quando o olhar dele alcançou o meu, eu sorri, provocante. Mantendo os olhos nos meus, ele rasgou a embalagem do preservativo.  

— Você é muito sexy — sussurrei, forçando o tom erótico em minha voz e ele riu, amenizando a tensão nervosa, antes de se ajoelhar na cama entre minhas pernas.  

Seus olhos abandonaram os meus quando ele ocupou-se em colocar o preservativo e os meus assistiram cada um de seus movimentos, atentamente. Minha garganta secando e minhas pernas se esfregando instintivamente ao vê-lo se masturbando. Ao me fitar, e provavelmente notar meu desespero, foi à vez dele de sorrir, provocando-me. E eu teria rido se já não estivesse novamente tão faminta.  

Deitando-se novamente contra o meu corpo, ele me beijou calmamente. Ergui minhas pernas até a cintura e repousei os calcanhares na lombar dele. Gememos em uníssono e o Justin enterrou o rosto entre meus cabelos quando a cabeça de seu pênis roçou em minha umidade. Suas mãos seguraram o meu rosto e ele passou os lábios nos meus, lenta e veneravelmente. Movi-me minuciosamente e arfei ao senti-lo encaixando-se em minha entrada, contudo ele recuou.  

— Justin — retruquei, aflita.  

As mãos dele acariciaram os meus seios e depois o meu rosto.   

— Me dê só um instante.  

Em resposta pressionei meus lábios contra os dele e quando me afastei, mantendo nossos olhos fixos, ele assentiu algumas vezes com a cabeça e eu segurei seu membro, guiando-o na direção de minha entrada. Quando o soltei e sorri, Justin empurrou lentamente e sua glande deslizou para dentro de mim.  

Ambos ofegamos com a sensação e eu me ergui. Justin segurou meus ombros com força, abriu sua boca na minha, respirando e ofegando. Eu arfei e fechei os olhos. Ele penetrou um pouco mais e grunhiu em meu rosto, me curvei em baixo dele quando o mesmo investiu com mais força, deslizando mais fundo, até que nossos quadris estivessem alinhados e ele me encobrisse plenamente. Gemi, apertando as coxas na cintura dele e coloquei meus braços em torno de seu pescoço.  

— Justin — choraminguei, beijando sua pele quando ele inclinou a cabeça para trás.  

— Você é... Isto é... — ele balbuciou, em êxtase.    

Abafei um riso nervoso, abrindo meus olhos e ele encostou sua testa na minha, observando meu rosto.  

— Se mexa dentro de mim  — pedi e ele expirou.  

Justin recuou aos pouquinhos antes de investir mais uma vez. Um gemido trêmulo ribombou pelo corpo dele com o esforço e em resposta minhas pernas o apertaram mais. Ele recuou novamente, nossos corpos se envolvendo e se acariciando.   

Aquilo era magnífico.   

Deslizando a mão do meu ombro ao meu quadril, Justin continuou com as investidas longas, deliberadas e pacientes enquanto sua boca começava a devorar a minha. Eu estava igualmente faminta pela boca dele, chupando seus lábios enquanto ele se movia dentro de mim. Lamuriei, empurrando meus seios para cima, roçando meus mamilos contra o peito dele, apertando-os. Minhas sobrancelhas se enrugaram e eu comprimi meus lábios. Sentia as gotas de suor brotando em meu rosto, deslizando por minha barriga e minhas costas.  

Justin ofegou, lambeu meu pescoço até minha orelha e deu outra investida. Mordi os lábios antes de erguer os quadris, fazendo-o gemer. Minha cabeça despencou para trás e minhas mãos puxaram a cintura dele, com urgência.  

— Ah, minha nossa! Você é tão gostoso — gemi. — Você é tão gostoso dentro de mim — as palavras escapavam involuntariamente por meus lábios e ele emitiu um som que pareceu um rosnado.   

— Santo Deus — cobriu minha boca com a sua. — Não  — murmurou, balançando a cabeça desesperadamente.  

— Você é tão gostoso, Justin...  

Ele respondeu com uma investida rápida que me fez ficar sem ar e erguer meu corpo. Um gemido prolongado escapando por minha garganta. Entreabri meus olhos e avistei-o olhando para baixo, para nossos corpos, observando-se me penetrando e segui o seu olhar. Meu corpo se contraiu com a visão. Ele gemeu algo que não consegui entender, tirou a mão de meu quadril e agarrou minha coxa, empurrando minha perna mais para cima, de modo que meu joelho estava perto de seu ombro. O ângulo atingiu um ponto tão preciso que eu oscilei sob o corpo dele como se estivesse tentando me afastar, meu gemido exasperado ecoando no ambiente. Meus olhos fechando pesadamente.  

— Aqui? — Justin perguntou entre ofegos altos e profundos. — É bem aqui que você me quer?  

Ele penetrou-me com tanta intensidade que me pegou de surpresa. Deslizando cada vez mais fundo. Nossos corpos começando a se moverem mais rápido. Urrei um palavrão e a boca dele grudou em meu pescoço, onde ele começou a chupar e lamber.  Gemi e ele deu duas investidas, precisas e fortes, fazendo minhas costas se erguerem da cama. Eu o abracei forte, minhas unhas cravando grandes arranhões na pele das costas dele. Os quadris dele começando a bater na parte posterior das minhas coxas, com força. Comecei a sentir meu corpo se aquecendo de dentro para fora, à medida que suas investidas se tornaram firmes e precisas. Meus olhos se fecharam por conta própria. Meu corpo não era mais meu, pertencia a ele. Eu estava sugando o ar por entre os dentes, cada músculo meu berrando pelo clímax. E o Justin igualmente parecia estar trilhando o mesmo caminho, pois os lençóis pareciam prestes a se rasgar, tamanha à força com a qual ele os estava agarrando, e a cabeceira da cama começou a bater contra a parede.  

— Por favor — segurei o rosto dele e trouxe a orelha dele até os meus lábios. — Me foda.  

Justin ajoelhou-se de imediato, puxando-me consigo e esmagando meu corpo contra o seu, espremendo meus seios entre nós, segurando-me pelo quadril e pelo ombro, ele começou a me penetrar profunda e firmemente, fazendo-me uivar. Aquela posição tornando o ponto específico o único alvo dele.   

Eu o agarrei com as unhas enquanto a boca dele mordia o quanto conseguia de mim, enquanto nossos gemidos e o barulho de nossos corpos se chocando ecoavam por todos os lados. Eu não queria parar, queria aquilo para sempre. Queria o Justin para sempre. Eu queria aquele momento se repetindo sem parar pelo resto da minha vida.   

O gosto dele.  

O cheiro dele.  

Os ruídos de prazer que alcançavam meus ouvidos.   

Ofeguei quando nossas bocas se encontraram de novo e no fundo do meu estômago, na medida em que o Justin me atingia mais fundo e mais firme, a sensação do ápice ressurgiu. E eu o abracei, indo ao encontro de cada investida.   

Justin enterrou o rosto em meus cabelos e grunhiu em sincronia com o som delicioso dos nossos corpos batendo um no outro. Logo, repentinamente, meu corpo foi mudando. Eu fiquei mais rígida nos braços dele. E, possivelmente, percebendo que ainda estava no alvo certo, ele demonstrou-se mais sedento. Joguei a cabeça para trás e girei os quadris, buscando qualquer tipo de atrito. O polegar de Justin desceu imediatamente em meu clitóris, dando batidinhas, beliscando e esfregando. Ele ofegou meu nome.  

—  Por favor  — implorou, mordendo meu ombro. — Eu estou quase no meu limite, o que posso fazer?  

As investidas dele começavam a ficar desleixadas e fora de ritmo. Minha mão deslizou por minha barriga e tomou o lugar da dele na estimulação em meu sexo, meus dedos se movendo urgentes e a excitação explodindo quando eu o olhei e me deparei com seu olhar voluptuoso vidrado em meus movimentos.  

— Droga, Sav  — ofegou em desespero — Me diga o que fazer.  

Com a mão livre, ergui uma das mãos dele até o meu seio e ele o apertou.  

— Só me beije.  

E foi o que ele fez. Com o nariz espremido em meu rosto, Justin esmagou minha boca, deslizando sua língua para dentro e para fora, possuindo-me de todas as maneiras possíveis. E eu o correspondi quase instantaneamente. Meus dedos automaticamente abandonando as carícias que faziam em meu clitóris e meus braços apertaram o pescoço dele com mais avidez, minhas pernas tremeram, na mesma proporção que minhas coxas apertavam sua cintura com uma força absurda. Minha cabeça pendeu para trás e eu ouvi o Justin rosnar meu nome quando o orgasmo o devastou, e no instante seguinte um gemido prolongado escapava por minha boca. Ondas de um alívio eufórico se espalhando por meu corpo, deixando-me sem ar, enquanto eu murmurava palavras ininteligíveis contra o pescoço e ombro dele, cobertos de suor.   

Santo Deus! Nunca algo havia sido tão bom. Nada jamais se aproximaria daquilo. E com uma sensação estranha de contentamento, ao mesmo tempo em que experimentava o segundo melhor clímax de minha vida em uma só noite, eu cheguei à conclusão de que estava arruinada. Justin havia me arruinado. E eu não poderia estar mais insanamente feliz.   

Quando me movi, ele começou a sair de cima de mim com braços e joelhos trêmulos, mas eu o segurei apertado, espremendo-o contra mim.  

— Fique só mais um pouquinho.  

Ele parecia sem energia para argumentar e um “Tudo bem” em tom extremamente baixo foi o que ele conseguiu dizer, com a cara enfiada no travesseiro ao lado de minha cabeça, e eu ri em som alto. Minhas mãos dançando felizes pelas costas dele.   

Lutei contra a vontade de cair no sono e com um suspiro, e um beijo rápido em meu ombro, Justin afastou seu corpo, que começava a amolecer, do meu. Não pude conter uma careta quando ele retirou seu pênis do meu interior e ele levantou a cabeça, fitou-me com ternura e meus olhos desceram de sua testa úmida até o queixo, assimilando cada linha e cada contorno delicado.  

— Está tudo bem? — questionou, afastando alguns fios de cabelos que estavam grudados em meu rosto.  

Eu simplesmente anuí. Embora, na verdade, eu sentisse como se estivesse entrelaçada a um espaço desconhecido do universo, cercada pela luz dourada de um sol diverso e mais resplandecente. E aquilo era muito mais do que apenas me sentir bem e era muito mais do que qualquer coisa que eu já havia sentido antes, sendo assim, não havia palavras que pudessem precisamente descrever.  

Justin me beijou até sugar todo o meu ar e, ao se afastar, sorriu lindamente e eu lhe acariciei o rosto, agradecida. Meus olhos pesavam vez ou outra, e eu ainda mantinha minhas pernas enlaçadas na cintura dele, impedindo-o de se afastar completamente.  Algum tempo depois, ele virou-se com cuidado junto comigo, e me aninhei em seu peito. À medida que as carícias circulares que ele depositava em minhas costas, em conjunto com os batimentos harmônicos de seu coração, me distraíam, acabei sendo entorpecida pelo sono antes mesmo que pudesse impedi-lo. 


Notas Finais


Como prometido, cá estou eu atualizando novamente. Devido ao frio, e a minha preguiça de levantar da cama HAHA, acabei vindo postar mais tarde do que planejava, mas, ao menos, cumpri com o prometido, certo? E finalmente aconteceu o primeiro smut de Javannah, e eu espero que vocês sejam boazinhas comigo, pois essa é a primeira cena erótica que eu escrevo com tanta dedicação... Digamos que eu não seja muito experiente,,,, heheh. Enfim, eu não vou enrolar muito aqui nas notas, porque estou um pouco envergonhada HAHAH. Então, obrigado pelos comentários no capítulo anterior e não deixem de comentar aqui também, porque vocês sabem, é mega importante para me incentivar e isso e aquilo. Até o próximo capítulo, vou tentar cumprir com o que deixei no aviso do capítulo anterior. É isso aí, espero que gostemmm (me desculpem qualquer errinho). xX ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...