História Parchments and Death Eaters- Dramione - Sobre um inominável e uma promessa

Pov. Hermione

   Acordei antes de amanhecer; fiquei na cama inalando o perfume que estava impregnado na almofada; estava preocupada, não sabia onde ele tinha passado a noite; nem sequer tínhamos nos dirigido uma palavra depois do beijo. Levantei sonolenta e fui ate a cozinha tomar o café da manha. Não tinha jantado, e sentia o estomago roncar; preparei uma xícara de café e uma tigela de cereal com leite e comi enquanto lia o jornal. Um tempo depois quando sai do banheiro fiquei enrolada na toalha olhando as roupas dele, outra vez... Fechei a porta do armário irritada com aceno de varinha. Peguei uma calça preta, uma blusa de gola alta com um blazer da mesma cor, depois de calçar botas curtas e confortáveis fiz uma maquiagem leve e ondulei o cabelo. Olhei o porta com ansiedade, ainda eram as 6:30h da manha. Li alguns pergaminhos enquanto olhava o relógio com impaciência. Faltava cinco minutos para as sete da manha, quando coloquei as luvas; peguei a bolsa; a varinha e desapartei.
 
Quando cheguei ao Ministério poucas pessoas estavam andando pelo saguão principal, eu tinha a ordem de esperar meu companheiro; ele iria me apresentar nossa sala no departamento de mistérios. Mas eu queria estar aqui esperando quando Harry e o Malfoy chegassem.
Quase vinte minutos depois vi o Malfoy sair da lareira, vestia as mesmas roupas do dia anterior e tinha olheiras escuras. Estava feito um desastre; ele me olhou enquanto andava e apenas se limitou a acenar com a cabeça antes de entrar no elevador e desaparecer; me ignorando com elegância invejável. Soltei o ar que nem percebi estar prendendo; ele estava bem, estava um desastre... mais era um desastre muito vivo e sexy.

_Senhorita Granger? _Senti um arrepio quando ouvi a voz rouca tão perto. Uma voz que eu já tinha ouvido antes; precisamente ontem, nesse mesmo lugar.

_Sim... você é? _ Meu estomago mover quando ele sorriu de lado como Malfoy fazia; estendendo a mão com tranquilidade

_Sean Fawcett; é um prazer conhece-la!_ Ele me olhava com os olhos azuis profundos, e quando aceitei o cumprimento, a mão dele estava quente, é tinha um toque agradável; vendo meu olhar curioso ele completou. _Seu novo companheiro de trabalho!

_É um prazer conhece-lo Senhor Fawcett!_ Apesar de ter minha idade ou um pouco mais, ele parecia muito maduro e experiente

_O prazer é todo meu Senhorita Granger... Pode me chamar de Fawcett, ou de Sean se preferir._Sorri envergonhada quando ele apoiou a mão nas minhas costas e me guiou ate o elevador vazio.

 Dentro do elevador o ar parecia escasso; ele é muito alto, mesmo para mim que estou de salto. Apenas chego ao ombro dele, e preciso olhar para cima sempre que ele fala comigo. Parávamos de conversar sempre que alguém entrava no elevador. Percebi que algumas pessoas se sentiam intimidadas pela presença dele e mantinha uma distancia razoável. Sabia que os inomináveis sempre foram prudentemente evitados; tinha sido informada disso ontem, Dhavy me avisou que isso também aconteceria comigo nos próximos dias. Mas tenho a leve sensação, que a simples presença do meu companheiro de trabalho, impõe mas respeito do que o cargo que ele exerce.

_Você já esteve aqui antes? _Pensei na batalha que tivemos no ministério anos atras, mas neguei; porque não lembrava como ter acesso a sala, e não queria dar explicações.

_É bem simples, sempre que chegarmos nessa sala redonda a parede  vai girar para confundir quem esta aqui, a nossa sala esta atras desta porta antiga; nunca vai estar no mesmo lugar, mas será sempre essa porta. Observe a madeira envelhecida, parece não ser usada a muito tempo.

_Como faremos para abrir?

_Toda as portas atendem a um pedido verbal, direcionado a saída correta. Mas tem algo especial nessa sala; toque a porta...só nós dois teremos acesso a sala, seu toque vai abri-la apenas se você desejar. _ Aproximei a mão e quando meus dedos tocaram a madeira gasta ouvi as engrenagens antigas funcionando. _ Perfeito!_Por um momento ele pareceu um professor

A sala estava escura quando entramos e  ficou magicamente iluminada quando a porta foi fechada.

_Teremos acesso as outras salas? _Perguntei incomoda; já que essa parte do ministério me lembrava a morte de Sirius.

_Não! Teremos acesso apenas a essa sala... Se estamos juntos aqui, acredito que você também pesquise sobre a Magia Branca... estou certo?

_Sim! levo uns anos estudando...Magia branca!_

_Mas conhecido como Amor... não e mesmo? _Senti o corpo estremecer quando ele se aproximou me entregando um pergaminho, tinha retirado o casaco e os braços fortes ficavam ainda mais visíveis com a camisa de seda negra.

_Esse arco, para que serve? _ Perguntei tentando mudar de assunto enquanto abria o pergaminho, as letras eram curvadas e caprichosamente escritas com tinta negra.

_Pelo que estive observando ontem ele nos mostra imagens que queremos ver; não todas é claro. Apenas imagens de duelos, ou momentos em que o amor combateu um feitiço das trevas, imagens que sejam uteis para o que queremos fazer.

_Essa pesquisa é sua? _ Ele tinha conseguido prender minha atenção com a pesquisa do pergaminho; parecia saber muito.

_ Sim; estive estudando sobre as maldiçoes imperdoáveis... Descobri com alguns estudos por exemplo, que o Avada Kedavra não tem nenhum contrafeitiço, alem sacrifício por amor... se alguém se sacrificou por você, você terá a proteção mais forte de todas. Como aconteceu com Harry Potter. Porem, toda Magia negra...

_Deixa marcas... _Completei empolgada, ao que ele assentiu sorrindo

   Ele parecia compartir minha animação sobre o assunto; sentou ao meu lado na mesa com tranquilidade; depois se inclinou um pouco sobre mim e ficou apontando alguns pontos do pergaminho dele; me explicando tudo com paciência. Em pouco tempo tínhamos uma mesa repleta de livros; pergaminhos dos meus estudos; dos estudos dele e alguns limpos que logo usaríamos. Ele escrevia algumas observações do que falávamos, enquanto eu lia e recapitulava a informação. Estávamos confortáveis juntos; como se fossemos velhos amigos, não era um companheiro de trabalho ruim, todo o contrario. Nunca tinha me identificado tanto com ninguém tao rápido.

 Eu já tinha tirado o blazer quando ele afrouxou a gravata para ficar mais comodo; já tinha passado um par de horas quando um memorando entrou na sala. Ele pegou o bilhete que caiu em cima da mesa e leu o destinatário.

_Granger e Fawcett. _ Ele abriu e leu por alguns segundos. _Potter esta solicitando nossa presença na sala de reuniões dos aurores em quinze minutos; é uma emergência. Precisamos sair agora,  acho que chegaremos um pouco atrasados...

O segui deixando para trás os pergaminhos e fechando a porta, ouvimos as paredes girar mas não paramos de andar em nenhum momento.
Em algumas partes dos corredores ele se colocou na minha frente para abrir caminho; mas entre os corredores cheios e os elevadores lotados , foi necessário correr um pouco...  Assim que chegamos na ondar indicado, ele segurou minhas mãos involuntariamente para me ajudar a ir mais rápido. Quando enfim chegamos a sala; a porta estava sendo fechada,ele colocou o pé para impedir que fechasse totalmente e todos que estavam dentro pararam de falar quando irrompemos o lugar ofegantes e...de mãos dadas.
 
Só então percebi o que todos estavam pensando; eu estava despenteada e corada, os dois sem o blazer, ele com a gravata afrouxada. Ofegantes e atrasados... a cara de odio que Draco fez, e os risos baixos  foram apenas uma comprovação.

_Desculpem o atraso. _ Ele falou depois de soltar minha mão, arrumava a gravata com calma; como se nada estivesse acontecendo. Eu invejei a serenidade dele nesse momento.

_Os elevadores estavam cheios... _Completei sentindo que iria explodir de vergonha, Harry se limitou a fazer uma cara interrogativa e
clarear a garganta para desviar a atenção de nos dois.

_ Vocês poderiam continuar o que estavam fazendo,em vez de se molestar em vir.  Parece que estavam muito... ocupados... _O tom de voz de Draco não escondia o desprezo, ele estava sarcástico, frio e venenoso.

_Estamos realmente ocupados! _A voz de Sean estava tranquila e divertida _ Mas não se preocupe, já terminaremos o que estávamos fazendo.

_Algo que provavelmente vocês não podem contar, não é? _Fechei os olhos esperando feitiços começarem a ser lançados a qualquer momento.

Draco que estava na ponta oposta da sala tinha se colocado de pé.

_Exatamente! Muito perspicaz sua observação, Malfoy. _Sean olhou para mim com cumplicidade e voltou a encarar Draco _Por algo somos Inomináveis; não e mesmo?

Quando Draco segurou a varinha e Sean colocou as mãos no bolso da calça com tédio Harry decidiu intervir.

_Senhores, por favor... A reunião de hoje será o único ponto de discursão aqui. _Ele olhava para Draco que parecia um basilisco preparadopara luta. _Malfoy; Granger e Fawcett , por favor tomem acento... _Agradeci com o olhar e ele retribuiu.

_Bom, como todos já devem ter percebido temos três novos aurores... Fawcett e Granger são Inomináveis e só estarão aqui para dar
suporte e ajudar na parte estratégica ou emergências. Malfoy será auror em tempo integral. _Recebendo alguns acenos positivos e sorrisos;Harry prosseguiu, me entregando o relatório _Todos vocês já receberam? _Ele observava os aurores que abriam os documentos que já tinham lido.

_ Pagina dezoito, o que aconteceu antes dessa pagina você já sabe. _Assenti passando os olhos pelas paginas rapidamente, eu lia o mais rápido que podia enquanto desviava o olhar para Draco, ele também olhava para mim. Eu não conseguia  dar credito ao que estava descrito; todos os detalhes revelados pelo Malfoy... Ele continuava me encarando e eu retribui; senti a garganta secar quando lembrei de todos os cortes e ferimentos que eu tive que curar; quando lembrei de como ele se esforçava para falar comigo; o sono perturbado; a febre; os momentos de inconsciência em que ele fala e gemia. Quando meus olhos começaram a marejar Draco desviou o olhar; ele sabia o que eu estava pensando, percebi isso quando ele ficou serio e olhou para a parede da sala com interesse .

Todos falavam ao mesmo tempo quando Harry se pronunciou; perguntando aos aurores presentes se tinha algo suspeito, em vários pontos do mundo magico e trouxa que estava sendo vigiado. Em todos os casos a resposta foi negativa. Os prováveis suspeitos resultaram ser bruxos que estavam contrabandeando algum objeto proibido ou descumprindo alguma lei.

_Precisamos preparar um plano para o resgate da Luna, essas pessoas são sádicas e cada minuto perdido e valioso. Alguma ideia?_ Todos começaram a falar ao mesmo tempo, eu analisava os documentos tentando encontrar alguma pista que ajudasse.

_Eu tenho uma ideia! _ Draco tinha levantado e estava encostado na parede mexendo o pé sem parar, demostrava nervosismo apesar de ter a voz tranquila. Harry assentiu e ele se afastou da parede com elegância.

Pov. Draco

 _Se levar em consideração, que o ataque a minha mãe; ao Zabini e a Luna foram feito depois que eu fugi; fica claro que eles querem me encontrar. Acredito que eles estejam vigiando a mansão Malfoy esperando que eu apareça... _Senti a perna tremer e apoiei os punhos na mesa para tentar manter a calma. Hermione me olhava seria e com olhar assustado, ela era inteligente e já sabia onde eu queria chegar.

_Malfoy, não... _Ignorei totalmente o fato dela ter levantado nervosa e continuei

_Eu vou a Mansão como isca; quando alguém aparecer vocês fecham o cerco._Falei rapidamente antes de me arrepender

_ Harry... Isso e suicídio! _ Algumas pessoas assentiram concordando com ela, eu sentia o estomago revirar só em pensar no que estava propondo; mas não pensava voltar atras.

_Se vocês conseguirem colocar as mãos em alguém; poderão interrogar e descobrir alguma pista que nos leve a Luna. _Completei
interrompendo as conversas

_É se não conseguirmos e você for levado? E um plano arriscado Malfoy... _ Dessa vez era o Fawcett que falava. Olhei para ele por alguns segundos; todos sabiam que eu morreria se o plano falhasse; ele não precisava de resposta.

_E realmente um plano arriscado, você tem certeza? _ Harry estava serio e centrado apenas em mim, concordei colocando as mãos no bolso e ouvindo o burburinho recomeçar.

_Seria como dar sua vida pela da Luna; isso e loucura cara. _ Dessa vez era Dino que concordava com Hermíone _Porque você faria isso?

_Eles me torturaram quase ate a morte; minha mãe esta no hospital inconsciente e meu melhor amigo esta enlouquecido de preocupação...Provavelmente parte disso seja pela quantidade de maldição cruciatus que recebeu para revelar meu paradeiro; Luna estará sofrendo Merlin sabe o que. Eles estão por ai me procurando para me matar. Eu sequer sei o que eles querem comigo. Acho que esses motivos são suficientes.

Draco fez uma pausa e olhou todos que estavam na sala. Todos o observavam com a atenção, alguns pareciam relutantes; outros realmente interessados. Hermione olhava para Draco de forma tao penetrante e ansiosa que ele se sentiu como se recebesse uma pancada no estomago. Ela estava muito preocupada e assustada por ele, ele sabia. Mas ele estava ainda mais assustado que ela; embora a decisão fosse definitiva. Ele sabia que podia se esconder um tempo; tentar manter Hermione segura, mais isso não duraria eternamente. Draco não poderia viver sabendo que no momento que ela cometer um descuido ou colocar o pé na rua sozinha- coisa que ele tinha certeza que ela faria- Possivelmente ela seria morta. 

_Poderíamos usar  Veritaserum em quem conseguirmos pegar!_ Dessa vez quem falava era um auror que Draco não conhecia_ Ou talvez...

_Você não pode fazer isso. _O auror parou no meu da frase quando a voz de Hermione soou firme, acima de todas as demais.

Automaticamente todos ficaram em silencio, e entenderam que deviam ficar a margem da conversa.

Draco levantou os olhos da mesa arranhada e olhou Hermione com olhar duro e suplicante, mas ao mesmo tempo assustado. Ele sentia o coração se retorcer e palpitar acelerado no peito . Se o que ele tinha ainda fosse um coração...Se ele ainda estivesse vivo quando terminasse a missão, ele sabia que ela o odiaria. Eles se olhavam numa conversa muda que so os dois entendiam.

_Não... _Draco murmurou para Hermione, foi apenas uma palavra que parecia ter encerrado a conversa. Ela sentou como se estivesse em choque;  ele mudou a expressão e se dirigiu a Harry

_Eu tenho apenas duas condições Potter..._ Ele continuou desviando o olhar de Hermione

_Pode falar _ Harry recolocou os óculos sem olhar em nenhum momento nos olhos da amiga, sabia o que veria nele.

_A primeira e que vocês estejam preparados quando eu der o sinal, sem desviar do plano em nenhum momento.

_Bastante razoável_ Harry concordou rapidamente_ E a outra?

_Que Hermione Granger não esteja lá, ela deve estar em segurança. _ Draco pronunciou decidido. Importava uma merda o que todos
pensariam

_O que? _Hermione levantou com os punhos fechados, as lagrimas que antes estavam brilhando nos olhos castanhos foram esquecidas _Se você vai, eu também vou. Não penso ficar sentada esperando vocês voltarem!

_Você fica; e muito arriscado...

_Acredito que já tenho idade suficiente para decidir sozinha. Não penso ficar em casa esperando, e ninguém pode me impedir...

_O Potter, pode!_Hermione olhou para Harry que tinha ficado mais serio e olhava para Draco com cumplicidade. Todos os que estavam na sala olhavam para Harry esperando a resposta.

_Hermione fica. _eles sempre foram amigos; mas naquele momento quem falava era o chefe.

_Harry... _Ela terminou de falar quando viu o olhar de Harry, ele dizia claramente - Não me questione-.

_Quando? _Ela perguntou por fim, temendo a resposta.

_Amanhã a noite?_ Era mais uma pergunta que uma afirmação; quando Draco concordou, Harry dispensou todos, pedindo que se
preparassem para uma reunião estratégica naquela mesma tarde.

Todos saíram para suas responsabilidades diárias e aos poucos a sala ficou vazia, exceto por quatro pessoas  que permaneceram sentadas.

_Fawcett, preciso que você faça a segurança da Hermione, levando e indo busca-la em casa todos os dias. _Harry fez uma pausa e acrescentou _ Sempre e quando ela esteja sozinha, é claro!

_Não se preocupe, ela estará segura comigo. _ Depois de olhar  para Malfoy sem expressão alguma ele olhou a companheira de trabalho que continuava imersa em pensamentos. _Te espero fora?

_Sim, por favor! _ Ela observou ele se afastar depois de ter tocado a mão dela amavelmente, e quando a porta foi fechada ela olhou para o amigo com raiva.

Draco tinha ficado em pé derrubando a cadeira, e se dirigia a porta com raiva; sentia vontade de matar alguém; e essa pessoa estava fora da sala, esperando a mulher dele...

_Você fica Malfoy. _A voz era autoritária e Draco parou de costas pra ela _Harry; preciso falar com o Malfoy... sozinha. _Ela acrescentou sem deixar margem a discursao; e o menino que sobreviveu saiu sem olhar para trás, depois de responder um baixo- falaremos depois-.

_O que você quer Granger?

_Respostas... talvez um pouco de gratidão também!_Draco levantou uma sobrancelha com desdém

_Porque você acha que pode exigir algo de mim? Acho que esta me confundindo com o seu amante Granger... _Draco se aproximou como um predador; a odiava, odiava o fato dela ter entrado de mãos dadas com um desconhecido um dia depois de terem feito amor loucamente.Ele odiava o fato de querer faze-lo outra vez. _ Draco observou com satisfação o efeito que as palavras dele tinha causado nela.
_Veja bem Granger, não tenho nada em comum com ele... Talvez seja isso que torne tudo tao interessante para você, não é? Jogar com os dois; ele passou a noite na sua cama, ou vocês treparam aqui mesmo? _ O sorriso sarcástico se apagou quando a mão pequena acertou o rosto dele com uma força que ele já conhecia. Ele afastou o cabelo do rosto e permaneceu
parado, não ia fugir como tinha feito anos atras. _Ele ia perde-la, ele sabia disso; estava escrito no rosto dela. curiosamente isso doeu mais nele do que ela imaginava

_Você é um nojento Malfoy. _Ela se afastou com os olhos cheios de lagrimas; e sentiu vontade de bater nele outra vez, quando ele a segurou pelo braço. Não queria escutar mais insultos, não merecia e não iria aceita-los. 

_Fica..._A voz dele estava baixa, quase temerosa

_Foi você que me deixou primeiro. _Ela se odiou quando uma lagrima escorregou pelo rosto,mas manteve a voz firme, cedendo apenas quando ele a olhou com aqueles olhos desconcertantes

_Você não me impediu..._Draco a olhou tentando mostrar tudo que sentia

_Eu tentei!_ Outra lagrima escorregou e Draco secou suavemente com o polegar

_Você não me pediu para ficar Hermione

_Ficaria se eu pedisse?

Draco não respondeu, apenas olhou aqueles olhos castanhos e suplicantes; ele prendeu o ar quando uma lagrima escorregou pelos cílios grossos dela. Ela continuava esperando a resposta; ele sabia...  Responder que sim era assumir o que sentia; isso a comprometia emocionalmente e a faria sofrer se tudo desse errado no dia seguinte. Responder que não; seria mentir, e ele não faria isso com ela. Ele apoiou a mão na cintura dela e a aproximou da parede mais próxima. Ela estremeceu quando ele afastou o cabelo do pescoço dela e depositou um beijo; inspirando o perfume dela em seguida. Queria memorizar esse aroma que o tinha perturbado por anos... Ela esqueceu toda a raiva e o medo quando ele a beijou com calma; um beijo longo e delicado. Soltou um gemido e envolveu as pernas na cintura dele, quando Draco a levantou e apoiou o as costas dela na parece, aprofundando o beijo.

Cada vez que a beijava, pensava que podia ser a ultima vez... Ele queria que a ultima vez  fosse especial.

Minutos depois; quando ele a colocou de volta no chão sem deixar de beija-la; ela temeu a sensação de vazio que sentiria quando ele a soltasse, e o segurou com força pela camisa.

_Hermione...

Ela não respondeu,  queria voltar a beija-lo, mas quando ela abriu os olhos ele estava com uma expressão determinada

_Hermione... Me espera as sete horas. _E quando Draco viu a confusão nos olhos dela ele deu um beijo casto na testa dela e acrescentou_ Hoje eu te levo pra casa...

Ele não esperou ela responder; mas não precisava, ele sabia que ela esperaria... porque os olhos dela nunca mentiram pra ele.

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Quando Draco abriu a porta da sala de reuniões a primeira pessoa que viu foi o Fawcett; encostado na parede como se esperasse um premio. Draco sorriu com superioridade quando passou por ele; se sentia superior demais para perder tempo com idiotas, Hermione escolhia ele, isso estava claro! Sem dirigir nenhuma palavra de provocação, entrou na sala do chefe dos aurores.
Hermione saiu um pouco depois com o rosto corado e os lábios vermelhos.

_Você fica bem com essa cor Hermione! _ Foi o único comentário que o companheiro fez depois de olhar pra ela com naturalidade.

_Que cor? _Ela perguntou olhando pra ele com curiosidade

_Paixão... _ Hermione sentiu o rosto ficar vermelho quando Sean sorriu olhando pra ela desinteressado.
E assim eles seguiram pelos corredores do ministério, sem falar nada. Mas estavam bem com a presença do outro.

Horas depois quando eles tinham terminado de fazer todos os relatórios e algumas pesquisas extras; Hermione sentou ao lado dele no sofá e ofereceu uma chichara de chá enquanto bebia o dela, ambos em silencio.

_Sean; hoje não precisa me levar pra casa. _Ela esperou ele responder mas ele apenas acrescentou açúcar e provou o liquido quente antes de pegar um pedaço de pergaminho que tinha no bolso e entregar pra ela.

_O que e isso?

_Meu numero; se ele não ficar pra dormir, você me liga pela manha e eu vou te buscar.

Ela guardou o numero na bolsa enquanto terminavam o chá em silencio; subiram juntos quando o turno acabou e Sean se despediu dela quando viu Draco se aproximando.

Quando Draco chegou ao lado dela a segurou pela mão com gesto possessivo e seguiram juntos para saída do ministério; sem falar nada, porque os dois sabiam para onde estavam indo. Mesmo quando eles aparataram na casa dela eles permaneceram de mãos dadas.