História Parchments and Death Eaters- Dramione - A busca

Harry abriu a porta devagar, por um segundo que pareceu eterno seu coração parou de bater. O quarto estava completamente vazio, embora estivesse desordenado.
O lençol da cama que Hermione dormia estava no chão e sua mochila esquecida ao lado das roupas de Draco; assim como a bolsa de Gina que estava apoiada no sofá ao lado do casaco e do cachecol dela.

_Harry, eles..._ Era  Dante, mas Harry não queria falar com ninguém agora, sentia um nó na garganta;  Dante que o conhecia bem, e não insistiu. _Sean esta percorrendo os corredores agora, se eles estiverem aqui vamos encontra-los. Se apressou em explicar Dante.

_Mas eles não estão. _Harry respondeu, e seu tom de voz soou ríspido.  _Va com o Dino; não vamos mais precisar da chave de portal, quando encontra-lo; procure no ministério; na casa do Zabini e na mansão Malfoy; se encontrar envie um patrono. Eu vou procurar o Sean e vamos a`Toca e a casa dos Lovegood e Hermione.

_Entendido._ Dante respondeu rapidamente e começou a fechar a porta. 

_E, Dante... _ Harry virou para olhar o amigo de cabelos claros e olhos expressivos.

_ Sim, Harry!

_As duas pessoas que mais amo podem estar em perigo, seja rápido, por favor! _Dante assentiu e Harry ouviu os passos rápidos se afastando pelo corredor.

Ele pensava no pior, lhe vinha a lembrança as imagens da memoria de Draco, o resgate de Luna, a maldade daqueles bruxos tão misteriosos e enigmáticos. Um movimento repentino chamou a atenção de Harry, o cachecol de Gina balançava com a suave briza que entrava pela janela aberta. A janela aberta...

Harry sentiu como se tivesse um basilisco se retorcendo no estomago, não sabia se era euforia ou medo, mas começou a correr pelo corredor a procura de Sean. Cruzou alguns corredores e subiu algumas escadas, não sabia exatamente onde estava indo, só seguia o possível caminho que Sean deveria estar. Virou uma esquina e sentiu seu corpo impactar com alguém mais alto que ele, ambos caíram ao chão com um baque surdo.

_Ai, por Merlim, Harry, você esta bem?

_Neville? _Harry tateava o chão a procura do óculos e sentiu Neville coloca-lo em suas mão. _Obrigado!

_Você esta bem?_ Neville arrumou o pesado casado que vestia, e depois recolheu uma bolsa de couro que estava no chão.

_Desculpe Neville, estou com pressa.

_Tudo bem. Foi bom te ver; aparece no caldeirão qualquer dia._Neville lhe tocou o ombro amavelmente quando passou por ele. _Vou indo também, vou ver a Hermione e a Luna antes de voltar pra Hogwarts.

_Elas não estão. _Vendo a confusão no rosto do amigo, Harry completou _É por isso que estou com pressa, algo aconteceu e elas sumiram, todos eles , e a Gina.

_Então vamos procura-los. _ Neville pegou a varinha decidido e Harry se apressou em dispensa-lo, não queria mais nenhum amigo envolvido nisso.

_Vou com o Sean e quando encontrar te aviso. Não se preocupe.

_Do que você esta falando Harry, claro que me preocupo. O que estamos esperando? _Harry conhecia bem Neville para saber quando ele estava irremediavelmente empenhado em fazer algo, então escolheu não perder tempo argumentando.

_O Sean... precisamos encontra-lo. _Harry respondeu, resignado.

_Já estou aqui, qual é o plano?

_Enfim. Sean, esse é o Neville! _ Sean assentiu e estirou a mão para Neville, que apenas olhava para cima, por ser quase tão alto quanto ele.

_Neville, ele é companheiro de Hermione no departamento de ministérios. _Neville assentiu e Harry continuou. _ Dante já saiu a deis minutos, ele já deve estar com o Dino, ambos vão ao apartamento do Zabini, a mansão Malfoy e o ministério. Nos três vamos a`Toca, a casa dos Lovegood e a casa da Hermione... _Harry respirou, estava falando rápido demais e lhe faltava o ar. _ O que encontrar primeiro manda um patrono.

_E se ninguém encontrar? _Sean, perguntou andando atras de Harry, que parou ao ouvir a pergunta.

_Improvisamos, mas o plano A tem que funcionar.

Harry não esperou reposta, e os três logo saíram do Hospital e aparataram na casa dos Lovegood. O jardim estava bem cortado e cuido. A casa estava fechada a anos, mais ele sabia que Luna e Blásio vinham regularmente cuidar das plantas, que anos atras, foram especiais para o Sr. Lovegood.

_Neville, enquanto eu e Sean buscamos aqui, você pode ir ate a Toca? _Neville assentiu  _Não quero que a Molly desconfie e fique nervosa.

_Serei discreto. _ Neville disse firmemente, eles trocaram um olhar de compreensão e Neville aparatou.

Harry subiu os irregular degrau e entrou na casa. Sean estava fora procurando alguma pista que alguém pudesse ter estado ali nos últimos minutos. A casa estava organizada, mas o chão empoeirado não tinha marcas de pisadas. Harry respirou profundamente e desejou que os outros estivessem com sorte.

_Nada? _Sean perguntou e Harry negou olhando na direção que estava a Toca. Esperava que Neville fosse discreto o suficiente, a senhora Weasley já tinha demais com o que aconteceu com Fred, e nos últimos dias estava especialmente nervosa, chorando pelos cantos da casa quando pensava que ninguém podia ver. Felizmente os anos de guerra fizeram de Neville alguém totalmente diferente, Harry desejou não estar errado em confiar que ele manejaria bem qualquer situação que aparecer.

Neville aparatou na Toca e andou a curta distancia do pequeno portão ate a entrada da casa, ouvia o radio ligado e a voz estrondosa da Senhora Weasley lhe recebeu antes mesmo que ele batesse na porta.

_Ola querido, entre rápido, esta muito frio ai fora. _Disse Molly

_Ola senhora Weasley, hum... Obrigado! _Neville sorriu e abraçou a mulher baixinha e sorridente a sua frente, a esperança que estivessem na casa o alentaram.

_Mas que surpresa Neville, já faz alguns meses que não vem aqui! _ Neville observou as panelas que se lavavam sozinhas na pia, e algumas batatas que estavam sendo magicamente cortadas, tentou formular algo inteligente, mas a Senhora Weasley assim como sua avó, lhe intimidava um pouco. _Venha, sente-se, acabei de fazer uma torta, quer um chá para acompanhar?

_Ah, obrigado Senhora Weasley, mas eu acabei de comer.

_ Eu insisto, é torta de caramelo, modestia a parte, é minha especialidade. _Disse Molly sorrindo

_Eu não duvido; mas a minha namorada vai me matar se eu engordar mais um kilo. _Neville deu um sorriso amarelo e olhou nervoso pela janela, depois do prado e da montanha estava a casa dos Lovegood, Harry estaria esperando-o, e ele não podia falhar.

_Qual é mesmo o nome da sua namorada Neville?_ Molly fez uma expressão de desagrado, e por um momento pensou que não deveria esquecer nunca que essa jovem impedia que o namorado comesse.

_Hanna. Hanna Abbott! _Neville viu como Molly fazia uma expressao decepcionada._Ela é a nova dona do...

_Caldeirão furado! _ Completou Molly sem sorrir. _Ela não te deixa comer?

_Ah, não... quer dizer, sim... só que eu como muito, demais, muito açúcar; sabe como é, os banquetes de Hogwarts... _Molly sorriu, enquanto colocava a torta novamente sobre o balção; Neville sentiu uma pontada de culpa quando viu a decepção no rosto dela. _Mas se a Senhora não contar a ela, eu aceitarei uma fatia.

O rosto de Molly se iluminou instantaneamente, ela moveu a varinha murmurando um feitiço, e um prato; talheres e uma xícara voaram do armário mais próximo e pousaram graciosamente a sua frente. Molly cortou a fatia de bolo e  colocou caprichosamente no prato, Neville viu por trás da mulher a chaleira começar a ferver e apitar, ele não viu em que momento ela colocou a chaleira no fogo, respirou profundamente o cheiro de chá; que ela tivesse acrescentado as folhas, foi um detalhe que também lhe passou despercebido. Com duas xícaras cheias de chá, Molly Weasley sentou-se a sua frete lhe entregando uma delas. Neville olhou a torta tentadora a sua frente, um delicado frio de caramelo serpenteava decorando a torta como se fosse uma decoração final; dois segundos depois sumiu e ele pode dar a primeira garfada, a torta ainda estava quente, mas ele se deliciou com o sabor daquele manjar. Tentando lembrar do plano, ele bebericou o chá e olhou as escadas.

_Senhora Weasley, essa torta esta magnifica._ Neville disse amavelmente

_Eu lhe disse, quer mais um pedaço?_Molly respondeu sorrindo

_Oh, não, estarei satisfeito com essa.  _Limpou a boca com o guardanapo e se preparou para fazer a pergunta chave. _Pensei que encontraria o Rony ou a Gina aqui.

_Não querido, a Gina esta no hospital, apenas faz meia hora que cheguei de lá; e o Rony deve estar com o Jorge ou Merlin sabe onde...ele... Rony não vem aqui a alguns dias. _Ela baixou os olhos por um momento, mas moveu a mão como se afastasse um pensamento ruim e bebeu o chá.

_Eu preciso falar com eles, a Hanna pensou em fazer uma reunião da A.D lá no caldeirão furado.

_A Gina tem esse aparelho trouxa, celular... Você sabe o que é? _ Neville confirmou, ansioso, esperando que ela não ligasse para Gina. _O Rony não tem, mas voce pode dizer ao Jorge que quer falar com ele.

_Ótima ideia, obrigado! _Neville terminou o chá e levantou, precisava ser rápido.  _ Bem, eu vou indo, preciso voltar para Hogwarts e como tenho que comprar algumas coisas antes vou aproveitar para falar com Jorge.

_Não vai terminar a torta? _Molly levantou recolhendo a xicara dele.

_Desculpe, eu preciso mesmo ir embora.

_Então leve e termine quando poder. _Com um aceno da varinha, a torta que estava por comer, e outro pedaço que ele poderia dividir com outras três pessoas estavam embaladas e Molly entregou cuidadosamente o embrulho.

_Muito obrigado, Senhora Weasley!

_Me chame de Molly querido, e se apresse, não é bom ficar no frio depois que come.

_Ate outro dia! _ Depois que ela acenou ele desaparatou com a bolsa mais pesada, porem, sem nenhuma boa noticia.

***************

Harry se sobressaltou quando viu Neville chegar, andando pesadamente sobre a neve espeça que tinha começado a cair. Não precisou perguntar nada para saber que na toca, eles não estavam. Sean por outro lado, que ate então estava encostado na parede em silencio, se endireitou e caminhou ate Neville.

_E então?

_Ela esteve no hospital a aproximadamente quarenta minutos atras; e fez torta de caramelo. _Acrescentou mostrando o grande embrulho. _Para casa da Mione?

_Sim.

Harry esperou que Neville e Sean se segurassem a ele e aparatou, sentindo a característica sensação de ser sugado para dentro do umbigo. Se na casa dos Lovegood, ou ate mesmo a Toca estava frio, nada se comparava ao que os esperava. A casa de Hermione era uma imponente casa de pedra construída numa montanha; com suas grandes janelas de vidro e dois andarem exageradamente grandes e luminosos; a casa também tinha o exterior incrivelmente bonito e absurdamente gelado. Uma corrente de vento frio e neve dificultava a visibilidade; eles fecharam mais os casacos enquanto subiam as escadas ate porta da frente. Era impossível saber se estavam ali, a neve que caia já teria apagado qualquer pegada. Harry sentiu vontade de sorrir quando chegou a entrada da casa e se sentiu quase aquecido; ali, a neve não caia e parecia que tinham entrado numa bolha, estavam protegidos do mal tempo que fazia a apenas uns centímetros; Harry pensou que mais uma vez sua amiga demonstrou ser genial.

Enquanto Sean e Neville estavam com as varinhas levantadas em alerta, Harry retirou a dele do casaco e tentou abrir a porta, mas era impossível já que Hermione tinha a casa muito protegida. Desde o ponto onde estavam podiam ver toda a montanha e as arvores, que agora, estavam sem folhas; no verão aquelas arvores formavam uma floresta, mas agora ninguém conseguiria se esconder ali. Sean analisava cuidadosamente os arredores da casa enquanto ele tentava abrir a porta novamente; já tinha tocado a campainha, mas não tinha ninguém dentro da casa.

_Harry, acho que eles não vieram aqui. _Harry assentiu e Neville baixou as escadas com Harry acompanhando-o _Qual é o plano agora?

_Vamos ao ministério, talvez os outros tenham alguma informação.

_Já tentaram ligar para os teli... tela...Já sabe, para o aparelho trouxa que vocês usam?

_Telefone. E não ligamos, as bolsas ficaram no St. Mungus, assim como todas as coisas deles. _Se aproximavam de Sean que estava abaixado, analisando a neve. _Sean! _Chamou Harry para não assusta-lo, embora fosse improvável isso acontecer.

_Terminamos aqui... Podemos ir quando quiser. _Sean que tinha se levantado, apressou-se em dizer.

_encontrou algo ai? _Harry perguntou intrigado

_Não, só estava pensando. _Sean respondeu rapidamente se posicionando ao lado dos outros

_Bem, vamos para o ministério. Prontos? _Todos concordaram

Os três sumiram com o típico ruido da aparatação, e nenhum dos três perceberam os grandes olhos espreitando entre as cortinas do segundo andar. O pequeno elfo que teve a ordem expressa de ir ate aquela casa e só obedecer ordem do seu amo e da jovem Granger, esperava ansioso e tremendo que algum dos dois aparecessem. Já faziam dias e até aquele momento, com os pequenos olhos marejados, o elfo esperava, preocupado, que o seu querido amo voltasse a casa.