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História Paredes Finas - Etudes no.1 (Roderich)


Escrita por: xNessan

Notas do Autor


Olá para quem estiver acompanhando!
Gostaria de fazer uma breve explicação, este capítulo se trata de um Flashback. Não gosto de usar letras em itálico para textos muito grandes, então separei este capítulo inteiro para mostrar uma parte da adolescência do Rod.
Espero que gostem!

Capítulo 4 - Etudes no.1 (Roderich)


Fanfic / Fanfiction Paredes Finas - Etudes no.1 (Roderich)

Eu detestava aulas de educação física. Detestava com toda a intensidade da minha alma. Eu simplesmente não conseguia compreender a necessidade desse tipo de aula em uma instituição de ensino. Não iria acrescentar em nada intelectualmente e muito menos no nosso currículo escolar. Eu poderia simplesmente estar fazendo coisas muito mais produtivas. O que eu ganharia correndo por aí? Boa forma? Bem, isso talvez eu conseguisse com um pouco de dieta. Fazer atividades físicas só me deixava ofegante todo suado, o que não era nada agradável.

Nem todas as vezes eu conseguia enganar o professor – um brutamontes com sotaque turco – que eu estava passando mal para poder matar aula na sala de música. Aliás, eu não sou nenhum santo. Apesar de sim eu manter um manter um certo apresso por bons modos e educação, para mim nada valia se o caso era ficar correndo atrás de uma bola como um retardado – ou no caso, correr da bola para não ter o risco de ser acertado ou pisoteado pelos garotos mais fortes. Então quando eu não tinha nenhuma desculpa coerente ou alguém para me encobertar eu acabava tendo que cumprir as aulas de educação física, infelizmente...

Ao terminar as aulas eu normalmente era o ultimo a sair do banheiro por dois motivos; 1: eu sempre esperava que todos terminassem o banho para enfim eu poder entrar (e eu tinha vários motivos para não querer tomar banho com os outros rapazes da escola por perto); e 2: sim, eu demorava muito no banho. Sim, eu me ensaboava por inteiro e lavava o cabelo duas vezes, além de outras coisas que me ocupavam tempo como fazer qualquer resquício de barba e repartir o cabelo do jeito que eu gostava.

Ao sair do banho procurei pelas minhas roupas que eu deixava num banco perto do chuveiro para eu ter que andar o mínimo possível pelo vestiário sem roupas. Mas ao chegar no banco e me deparar com minhas roupas arrumadas e dobradas eu levei um susto. Eu me lembrava muito bem de ter deixado as minhas roupas largadas em cima do banco (não que eu não dobrasse as minhas roupas, eu só não tinha muito essa preocupação), já comecei a desconfiar. Procurei pela minha roupa de baixo para começar a me vestir mas... Mas... eu não estava encontrando!

Pânico. A minha cueca não estava ali, o que era bem estranho pois eu me lembrava perfeitamente de tê-la pego hoje. Talvez eu tivesse deixado cair pelo vestiário. Me apressei em vestir a camisa social do uniforme para não sair completamente nu pelo vestiário a procura da cueca. Saí olhando para o chão, procurando por ela que eu me lembrava muito bem ser...

- Está procurando por isso, jovem mestre?

...uma boxer da cor azul e remendada na parte de trás, exatamente aquela que estava na mão de Gilbert Beilschmidt.

Eu quis morrer.

- BEILSCHMIDT! – gritei – O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

- Kesesesese! Deveria tomar mais cuidado com as suas coisas, jovem mestre!

- Me devolva isso agora! – exigi, quase completamente tomado pela raiva.

- Ora, é vir aqui pegar.

E eu estava indo, mesmo, determinado a pegar a peça de sua mão e, quem sabe talvez, lhe dar um murro pela ousadia. Mas parei no meio do caminho quando eu me dei conta de que estava vestido nada por baixo.

Eu puxei a camisa do uniforme para baixo no intuito de cobrir ainda mais a minha cintura e senti o meu rosto ficar inteiramente vermelho de vergonha.

- KESESESE! Não vai vir, jovem mestre?

- Seu... seu estúpido! – eu resmunguei na indecisão de continuar andando e tomar a cueca da mão dele ou continuar parado no mesmo lugar para me cobrir propriamente e esperar que ele tivesse a bondade de devolver a minha roupa.

Eu estava com os olhos voltados para o chão pois simplesmente não conseguia encará-lo tamanho era o meu constrangimento por estar semi-nu na frente de Gilbert, mesmo que a culpa fosse inteiramente dele! Mas apesar do sentimento de vergonha por estar praticamente pelado, eu comecei a sentir uma sensação mais forte, como se perfurasse o meu corpo. Era a mesma sensação que eu tinha quando as atenções estavam voltadas para mim em uma apresentação mesmo que eu não estivesse voltado para as pessoas. Sim, era um sentimento de exposição mas tão intenso que eu não sabia dizer exatamente o que era.

Assim que eu voltei o meu olhar para os olhos vermelhos de Gilbert e percebi que era ele que tinha a sua atenção toda voltada para mim. Os seus olhos me analisavam com um sentimento que eu não conseguia compreender. A sua boca estava até aberta por um motivo desconhecido. Meu coração acelerou e eu senti um calafrio. Eu estreitei os olhos ao mesmo tempo que corava por ter Gilbert olhando para o meu corpo – mais especificamente para as minhas pernas – e tentei novamente me mexer para sair daquela posição comprometedora.

- M-me devolva a roupa de baixo, fazendo o favor.

Ele voltou a me encarar nos olhos. E ao ser despertado do seu estado paralisado eu vi algo se formar muito raramente em seu rosto: Gilbert corou, o que não devia ser muito para outras pessoas mas devido à sua pele anormalmente branca ficava bem mais aparente do que ele desejaria.

Por que raios Gilbert estava corando?

Antes que eu repetisse novamente a minha exigência ele voltou a sorrir com escárnio.

- Eu pensei que um aristocrata metido como você usasse só coisas de grife! – ele disse de uma forma meio estranha, como se estivesse desconfortável.

Mas aquilo pra mim foi a gota d’água e eu parti pra cima dele.

- Beilschmidt, me devolva isso já!

Eu tentei tomar a peça das mãos dele mas ele desviou, me fazendo de bobo. Fiquei tão furioso que tentei pegar em seu braço mas o cretino desviou novamente e a pôs no alto, me desafiando a pegar, o que não estava acontecendo pelo fato dele ser mais alto do que eu.

- Kesese, jovem mestre, assim não vai conseguir a sua cueca nunca! – ele zombou, balançando ela no alto.

- Devolva isso agora! Estúpido! – xinguei, ainda não me dando por vencido.

Eu até havia me esquecido completamente que eu estava vestindo só uma camisa e estava sem a roupa de baixo, pois eu estava perigosamente perto de Gilbert e meu corpo praticamente se roçava no dele no ato de tentar recuperar a peça de suas mãos. Mesmo ainda estando segurando com firmeza a peça à cima de sua cabeça, eu senti o corpo dele ficar tenso contra o meu. Interpretei como um sinal de cansaço e logo ele desistiria e finalmente me devolveria a minha preciosa cueca.

-J-Jovem mestre... – eu o ouvi gaguejar mas pouco me importei.

- Maldito! Imbecil! Pervertido!

Ele me parou, segurando o meu pulso com a sua mão livre. Olhou para mim com uma expressão indecifrável nos seus olhos carmesim e eu me senti parar de respirar por um momento. Estávamos muito próximos. Pior que isso, os nossos corpos – mais precisamente as minhas pernas desnudas – estavam próximos demais para o que a situação exigia agora. Mas quando ainda estava me dando conta disso, eu vi o rosto de Gilbert ficar vermelho, mas tão vermelho que fazia par com os seus olhos. Eu fiquei paralisado tentando entender o motivo de seu constrangimento, mas antes que me desse conta eu também corava e tudo pareceu ficar ainda pior. Eu não entendi direito o que se passou, do porquê Gilbert parecia ficar cada vez mais e mais vermelho do porquê não parava de piscar, embora não desviasse dos meus olhos. Então ele...

Arremessou a minha cueca.

Que eu por pouco não consegui seguir com os olhos e vê-la parar em cima de um armário. Alto de mais para eu pegar.

Mais um vez eu me enfureci em ódio.

- O QUE VOCÊ FEZ, SEU IMBECIL? – perguntei gritando o mais alto que o meu tom permitia.

- Kesesese. – ele riu visivelmente nervoso – Boa sorte em tentar pegá-la, aristocrata! Eu tenho que ir agora então... – ele soltou o meu pulso, ainda parecendo nervoso – Até outra hora!

E então Gilbert deixou o recinto na maior velocidade que eu já o vira.

Eu quis gritar, espernear ou ir atrás dele para dar um tapa muito bem dado naquela cara prepotente. Mas por hora eu tive que arranjar um banco para tirar a minha cueca dali, rezando para ninguém entrar no vestiário nessa hora. Eu me atrasei bem mais do que eu deveria para a aula de biologia até enfim está completamente vestido.

Nem preciso dizer que não prestei atenção em absolutamente nada da aula. Estava com raiva demais de Gilbert, que olhava para a janela distraidamente como se nada tivesse acontecido, para me concentrar em qualquer coisa. Mas principalmente não me saia da mente o por quê de Gilbert parecer tão constrangido com uma peça que ele mesmo armara.


Notas Finais


Perdão pelo capítulo mais curto, era realmente uma cena mais curtinha :)

Eu não sei se vocês sacaram mas o ~bullying~ do Gilbert não era algo muito pesado. Era realmente uma implicância que ele usava para chamar a atenção do Rod, embora de forma um pouco errada, eu admito.

Eu espero que vocês continuem acompanhando esses dois idiotas! Eu gosto bastante do próximo capítulo então sigam acompanhando :bb

Beijinhos!


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