E mais uma vez o poder das suas palavras me atingiram como o recente gosto de nicotina tragado pela primeira vez em anos, me deixando desorientada e com um sentimento misto de loucura e satisfação.
Eu me sinto plena quando leio sua histórias. Elas me fazem quere voltar a um tempo a qual não pertenci e desejar cada palavra proferida por Jim à jovem Lis, uma garota sentindo na pele a rebeldia intensa de sua época.
Encontrei nessa fanfic duas coisas que me chamaram atenção. Em uma, sou completamente diferente e na outra me vejo totalmente em Lis.
"Meus pais não são muito ligados em musica"
Esse definitivamente não é o meu caso. E se existir alguma força maior, agradeço-a em segredo. Eu vim de uma família de Roqueiros. A linhagem da minha avó dava aos Beatles e aos Stones os títulos de Deuses. Sempre a frente do seu tempo, sem se importar com as barreiras impostas pela época fria da ditadura.
A linhagem da minha mãe era o retrato da metamorfose. Com uma mistura peculiar variando entre Gótica e Hippie minha mãe escutava tanto Led Zeppelin que comparava Plant e seus cabelos dourados a manifestação do Sol poente.
Com um tio Punk Rock, com espirito anarquista e o outro totalmente ligado ao psicodélico, os dois disputavam a atenção em meio ao caos dos vinis ensurdecedores.
E uma Tia Louca, que se deixava consumir pelos livros de poesia suja e empoeirada nos guardados da minha avó, devota do Heavy Metal e ao mesmo tempo apaixonada por The Doors e o tom de voz firme e sexy de Jim...
E finalmente a minha geração. Tão perturbada quanto a anterior, eclética quanto o assunto é rock e seguindo os princípios impostos por Janis Joplin "Viva uma vida efervescente". Vivendo como típicos Rockstars do anos 80 levamos a vida como um sopro... Um sopro de nicotina...
E a outra coisa? Ah,sim: A dificuldade de ser aceita na sociedade. Não importa o quanto o tempo passe, nunca vou me encaixar. Eu sinto isso. As pessoas não gostam de quem é original. Elas querem cópias perfeitas e manipuláveis. Mas eu não sou de me levar pelos caprichos do mundo. Eu tenho os meus. E eles já são bastante difíceis de lidar.
Jim Morrison, Mr. Mojo, Rei Lagarto, o Dionísio de uma geração. A atração por esse homem é compartilhada pelas mulheres da família. E assim será por muitos anos, enquanto eu viver.
Da sua leitora devota, que se deixou levar pelos sentimentos hoje, e não pela loucura habitual, Isadora.
See you again, My Queen.