História Park Chanyeol e Outros Desprazeres - WikiHow

Ao contrário da sua lista gigantesca de coisas que não gostava na própria vida e, caso tivesse o poder, mudaria em seu presente, passado ou futuro, Baekhyun também possuía vários itens mentais que mereciam toda a apreciação do mundo. 

Aulas vagas, ser liberado mais cedo na escola, a bunda de Oh Sehun, feriados que emendavam com o final de semana... Ah, aquelas eram coisas que faziam a vida valer a pena ser vivida.

Ser convidado para ir uma festa na casa de Sehun, pelo próprio senpai, também se parecia com um desses ótimos motivos. E talvez também fosse a razão pela qual um sorrisinho de lado meio idiota se formasse em seus lábios sempre que se pegava distraído pensando na fatídica sexta-feira da semana seguinte. 

Contudo, diferente de seu sorriso bobo, seus pensamentos e planos mentais não possuíam nada de cândidos e poderiam ser considerados quase malignos. Pois Baekhyun possuía um objetivo determinado naquela festa. 

Ele iria beijar Oh Sehun. Ele apenas ainda não sabia como faria isso. 

– Você sabe que para esse beijo acontecer você precisa do consentimento dele primeiro, né? – Kyungsoo argumentou ao dividir com ele seus planos. 

Kyungsoo e seu pessimismo. Pfff.

Para que ainda insistia em dividir suas ideias com ele mesmo? 

– É claro que sei disso – Baekhyun pontuou, revirando os olhos.– E acredite, ele vai consentir.

Eles estavam reunidos em sua casa para resolver uma lista de exercícios em grupo, mas desde que haviam chegado Baekhyun não tinha olhado na direção das folhas de cálculo em nenhum momento. Seus planos para sexta-feira pareciam-se muito mais urgentes. 

– Embebedar alguém não conta como consentimento. E também é crime,– Krystal afirmou, tirando a atenção do próprio exercício para dirigir os olhos castanhos afiados na direção do menor. 

Ok. Definitivamente a garota estava passando tempo demais ao lado de Kyungsoo. Ela estava até mesmo sendo influenciada por seus pensamentos sempre pairando para o lado negativo. Precisava lembrar-se de se amaldiçoar mais tarde por ter apresentado sido o responsável por apresentar um ao outro no passado. O que passava em sua cabeça quando juntara aqueles dois ranzinzas? 

Definitivamente era um péssimo cupido. 

E droga, ele tinha muita coisa a perder será que não conseguiam compreender isso? 

Primeiro, Oh Senpai não era simplesmente um crush descartável e ele possuía, definitivamente, uma das bocas mais cobiçadas que já vira. Ele devia beijar bem pra caralho. E que pecado era querer tirar uma prova disso? 

E em segundo lugar, havia a praga de sua vida, aquele garoto insolente e debochado que respondia pelo nome de Park Chanyeol. Quais eram mesmo os pecados que estava pagando mesmo para ter de aturá-lo todo os dias?

Ugh. 

– Claro que eu não vou fazer nada disso,– se defendeu. Eles não confiavam no seu taco? – E eu não vou obrigar ele a fazer nada.

E o seu tom de voz confiante e o sorriso malicioso em seus lábios foi o suficiente para os dois amigos darem atenção ao seu falatório sem sentido. 

Os dois sabiam o que significava aquele tipo de olhar sonhador que ele possuía nos olhos castanhos.

– Ok, eu já estou ficando curioso – Kyungsoo rendeu-se.– O que é que você está planejando dessa vez? 

Os planos mirabolantes de Baekhyun eram sempre uma piada a parte que eles não poderiam deixar de ouvir. E é claro que, vindo de Baekhyun, boa coisa não poderia vir. 

Às vezes Kyungsoo achava que deus o havia mandado para a Terra apenas para colocar um pouco de juízo naquela cabeça oca dele. Na verdade, teve certeza disso quando ouviu sua resposta. 

– Sete minutos no céu. 

Ele falou isso, assim, com um sorriso enorme e retangular no rosto, como se tivesse acabado de descobrir a cura do câncer. Pelas expressões desacreditadas nos rosto dos dois amigos, no entanto, eles não pareciam tão animados com a ideia quanto a si. 

– O que? – Soojung quis se certificar que não havia ouvido errado. 

– Você sabe, a brincadeira – Baekhyun explicou em tom de enfado. 

Custava aqueles dois que mais se assemelhavam a um casal de idosos serem um pouco mais complacentes com suas ideias? Não era como se estivesse falando algo tão absurdo assim. Era apenas uma brincadeira inocente que, se tudo corresse como o esperado, terminaria de forma não tão inocente assim. 

Eles não tinha graça nenhuma e, definitivamente, não sabiam como se divertir. Nesses momentos Baekhyun se via sentindo falta de Jongin entre o casal, o amigo de Chanyeol poderia ser tão infantil quanto o altão, mas pelo menos ele dava uma balanceada na seriedade exacerbada daqueles dois juntos. 

– Você não tá realmente falando sério, né? – Kyungsoo perguntou com os olhos sérios julgando Baekhyun silenciosamente.– Quem faz esse tipo de brincadeira na vida real?

Baekhyun já estava acostumado a aquele olhar afiado do par de amigos, porém, odiou a forma como eles se opuseram à seu plano sem sequer pensar direito a respeito, no que ficou claro no bico descontente e completamente infantil formado em seus lábios. 

– Nós faremos – o respondeu com a teimosa dando as caras.– Sempre dá certo nas fanfics, então não tem como dar errado, – deu de ombros, simplista. 

Kyungsoo apenas riu fraco das palavras do outro. Tudo era tão fácil no mundo dentro da cabeça dele. Definitivamente não concordava com sua visão distorcida da realidade, porém, não era como se pudesse tirar algo de sua mente quando ele já se parecia tão bem resolvido. E até que o plano dele não era tão terrível assim ou maligno como apenas vilões de filmes adolescentes poderiam conceber. Baekhyun não era uma Regina George, afinal. Era apenas um adolescente assanhado cheio de hormônios e criatividade de sobra.

– Você pelo menos sabe como jogar isso direito? – Kyungsoo quis saber, sabendo que não tinha como fugir daquela ideia. 

Baekhyun havia dito "nós faremos", e Krystal e Kyungsoo sabiam bem até demais que o maldito adolescente contava com eles para a ação daquela brincadeira tosca e do resultado esperado. Negá-lo ajuda não era simplesmente uma opção. 

Os dois preferiam não entrar na lista de coisas odiáveis que ele mantinha sob a mesa de cabeceira da cama e possuía o nome de Park Chanyeol destacada em primeiro lugar. Sim. Ele possuía uma lista física. 

– Hmmmm... – Baekhyun ponderou.– Não. Mas é para isso que existe o Google, né? 

E nesse momento o casal apenas se entreolhou, conversando silenciosamente pelos olhares de que sabiam que haviam acabado de entrar em uma fria. Constatando também que Baekhyun era um caso perdido. 

– Ele tá realmente falando sério, não está? – Krystal perguntou, ainda desacreditada com a quantidade de besteiras que poderiam existir na cabeça do mais velho. 

– Eu acho que está, – Kyungsoo afirmou com o mesmo tom pesaroso. 

***

– Achei! 

Pelos próximos minutos, Baekhyun se havia se entretido com seu celular continuando a ignorar completamente os exercícios que deveria resolver assim como o casal de amigos fazia. O adolescente sabia que não conseguiria resolver cálculo nenhum de forma correta para começo de conversa e deixava aquilo para eles, sabendo que no final poderia copiar a resposta, de qualquer maneira. Era para isso que serviam os amigos, certo? 

Mas enquanto os dois resolviam a lista de exercícios, o adolescente procurava uma forma de colocar o seu plano maluco em prática da melhor maneira possível. Sabia que a ideia soava meio tola, porém, sabia também que se feita do jeito certo poderia sair convincente. 

E era aquilo que havia acabado de encontrar.

– Achou o que? – Kyungsoo perguntou com a voz denunciando a sua paciência curta. 

Aquele folgado maldito não havia sequer aberto o próprio estojo desde que haviam chegado em sua casa e além de não ajudar em nada ainda os atrapalhava o tempo inteiro? Deveria se lembrar na próxima vez de não aceitar fazer grupo algum com ele. 

– Achei um guia perfeito de como fazer essa brincadeira – anunciou triunfante, com o sorriso triangular escancarado mostrando as fileiras dos dentes perfeitos e branquinhos. 

Kyungsoo queria poder socar aquele sorriso pelo menos uma dezena de vezes diariamente. 

– No Google? – debochou.

Não que Baekhyun se abalasse com suas ironias. 

– Veja – Baekhyun o entregou o celular em mãos com a página no browser da internet aberta no artigo que o chamara a atenção em primeiro lugar. 

– Como brincar de 7 minutos no céu... – Krystal leu o título na tela do celular nas mãos do namorado, rindo logo em seguida. Graças aos céus que nunca precisara de nenhuma atitude drástica do tipo para conquistar ninguém. Só de ter dois namorados para administrar já parecia trabalho o suficiente. 

Porém, não podia negar que se divertia com as estripulias de Baekhyun. Ele era sempre auto confiante e muito positivo. Claro que ele acabava pagando muito mico por achar que a sorte sempre estava do seu lado, no entanto, não era como se não colecionassem boas histórias por esse motivo. 

Ser amiga de Baekhyun era pedir para acompanhá-lo em seus micos. E a morena tinha muitos em sua conta. 

– É sério, está tudo aí, – Baekhyun apontou, vendo que os dois não o levavam a sério. 

– Número um, prepare o local da brincadeira – Kyungsoo leu em voz alta.– Onde diabos nós vamos arranjar um lugar pequeno, apertado e escuro? – perguntou, odiando-se ao mesmo tempo por realmente estar ponderando sobre tal assunto. 

Eles iam mesmo fazer aquilo?

– Isso é o de menos, – Baekhyun ignorou.– Continue lendo. 

E mesmo contrariado e com uma vergonha alheia o assaltando antecipadamente, Kyungsoo o obedeceu. 

– Reuna os participantes, explique as regras, faça um sorteio, faça a brincadeira... – leu com os olhos escaneando rapidamente a tela do smartphone.– Não é tão difícil assim,– concluiu, devolvendo o celular a Baekhyun.– Mas quem é que vai sugerir essa brincadeira para começo de conversa? – perguntou inocentemente.

Pela falta de resposta que recebeu e os olhares fixos de Baekhyun e da morena em sua direção, sua mente captou a terrível insinuação no ar. 

Eles não estavam pensando...

– Por favor, Soo... – Baekhyun pediu com aquela expressão forçada de aegyo que ele sabia que odiava. Aquela suposta expressão de cachorro caído da mudança, na verdade, lhe dava o súbito desejo de socar o outro até criar vergonha na cara.

E sim, eles estavam pensando nisso.

– Porra, por que logo eu? – irritou-se.– Eu não tenho nada a ganhar com isso. Eu tô fora.

– É exatamente por isso! – Baekhyun rebateu.– Vai dar muito na cara se eu chegar no Sehun de repente sugerindo a brincadeira. 

Ok, até que ele tinha razão. Mas essa não era mesmo sua intenção no final das contas? Para que continuar fingindo que não estava a fim do garoto quando ele bolava todo um plano maluco apenas para se ver junto dele? 

– Vamos, Soo – Krystal insistiu também, risonha.– Vai ser divertido. 

– Divertido para quem? – inquiriu, arqueando a sobrancelha. Com certeza não para si. 

– Vai, Kyungsoo, deixa de ser chato – Baekhyun falou amuado. 

– E como você sabe que a tal da garrafa vai parar entre você e o Sehun? – Kyungsoo disse cético, cruzando os braços contra o peito. 

O sorriso diabólico que formou-se no rosto de Baekhyun mostrou que ele já tinha pensado naquilo também. E o mais novo tinha uma teoria de que, na verdade, o cérebro do outro só tivesse a capacidade de pensar futilidades já que as notas dele mostravam que pelo menos naquele campo sua inteligência não era aplicada. Aquela era uma verdade irrefutável.

Céus, aonde havia se metido? 

– Você só precisa fazer a sua parte, Soo. O resto você deixa comigo – Baekhyun o respondeu maligno. 

Porque quando Byun Baekhyun planejava algo, ele o fazia até os mínimos detalhes. Preferia utilizar sua genialidade no âmbito do que Kyungsoo considerava como inútil, mas que em sua ótica era simplesmente conveniente. E naquele instante já estava tudo certo em seus planos mentais, agora só restava aos outros cooperarem consigo. 

Naquela sexta feira nada poderia dar errado e, se dependesse de si, nada daria. 

Oh Sehun mal perdia por esperar.