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História Park Chanyeol e Outros Desprazeres - Martini Red, iogurte de morango e Park Chanyeol


Escrita por: HANA_NIM

Notas do Autor


Primeiramente, #ForaTemer

Boa leitura!

Capítulo 6 - Martini Red, iogurte de morango e Park Chanyeol


 

 

 

O ar estava pesado por causa de toda a poeira contida naquele cubículo fechado e o cheiro de mofo fazia seu nariz pinicar. Ali estavam eles no cômodo debaixo da escada, entretanto, a cama de Harry Potter não caberia ali e o ambiente em nada deixava lembrar a casa de seus tios pirados na Rua dos Alfeneiros. Não havia nada de mágico na situação. 

Primeiro, era Chanyeol ali em sua companhia naquele cubículo em uma proximidade que era tudo, menos confortável. Segundo... Caramba, precisava mesmo de mais motivos? 

Era a droga do Park ali consigo, e não Oh Sehun como havia conjecturado mentalmente tantas vezes. Porra, Baekhyun havia passado dias praticando a porcaria do giro da garrafa, o destino devia estar realmente tirando uma com sua cara para fazê-la parar justo na direção daquele garoto. 

Qual era o pecado mortal que havia cometido na outra vida afinal para estar destinado a sempre se envolver com aquele altão no final das contas?

Seriam as toneladas de fanfics de SNSD que havia lido e escrito durante a vida? Seria um castigo pelas centenas de horas passadas vendo yaoi? Tinha que ser algo do tipo para sua vida estar fazendo aquele cosplay ridículo de fanfic sem originalidade escrita por uma garota de 12 anos. Sério? A garrafa parara mesmo em Chanyeol? 

Seria até engraçado, se não fosse trágico.

– Você ficar suspirando não vai fazer o tempo passar mais rápido – Chanyeol comentou daquele seu jeito mal educado de sempre. Até o tom de voz daquele altão o irritava. Argh. 

– Você cala a sua boca, Park, porque eu ainda não sei como concordei me enfiar nessa espelunca com você – rebateu no mesmo tom irritadiço. 

Odiava a forma como aquele espaço era apertado e os obrigava a ficarem tão próximos de maneira que podia sentir com perfeição o perfume de Chanyeol exalando de sua pele e se embrenhando em seu olfato ou a forma como a respiração quente dele batia em seu pescoço. Droga, ser mais baixo era mesmo uma porcaria. 

– Mas não era isso que você queria? – Chanyeol o questionou.– Pensei que você soubesse das possibilidades quando aceitou entrar nessa brincadeira só por causa do Oh.

– C-como...

Como aquele desgraçado sabia? 

Se Jongin tivesse dado com a língua nos dentes Baekhyun faria questão de arrancar um por um quando tivesse a oportunidade.

– Como eu sei?! – Chanyeol falou debochado.– Você é muito previsível, Baekhyun. 

E em uma ocasião única e rara Chanyeol conseguiu deixar Baekhyun sem palavras. Ele sempre tinha uma resposta afiada na ponta da língua, mas naquele momento ele estava apenas estático com a realização de que o Park sabia de seu plano o tempo todo.

– O quê? – Baekhyun revoltou-se.– Se você sabia de tudo por que diabos você tá se colocando no meu caminho? Por que você aceitou participar dessa merda de jogo? 

Estava escuro e Baekhyun não podia ver as feições de Chanyeol, entretanto sua intuição lhe dizia que o maior naquele instante possuía o sorriso torto que tanto odiava estampado nos lábios, zombando internamente de si. E aquele pensamento só fez sua raiva aumentar. 

– Eu não sabia, Baekhyun – confessou Chanyeol,– mas assim que percebi sua intenção eu realmente me animei ainda mais para participar,– continuou em tom de riso. 

Realmente não tinha medo da morte nem da mão pesada do baixinho. Pois se tivesse amor à vida não estaria o provocando em uma situação onde não poderia simplesmente sair correndo e evitar que o menor o socasse da maneira que seus olhares felinos pareciam desejar tão fervorosamente sempre que seu olhar se dirigia a si.

E droga... Só de imaginar Baekhyun o olhando exatamente daquela maneira naquele instante fazia seu estômago gelar em uma antecipação que não fazia sentido. Quer dizer, quem ficaria ansioso por apanhar de alguém? Ou talvez sua ansiedade não tivesse nada a ver com aquilo realmente. 

Eles estavam confinados ali pelos próximos minutos, com os corpos se tocando em mais regiões do que gostaria e estranhamente uma parte de si estava realmente gostando daquela proximidade. Sabia que devia ter bebido menos. Entretanto, não havia e agora seus pensamentos estavam leves e sua boca fora de controle. Pois não conseguia simplesmente controlar as palavras e ironias que escapavam por seus lábios como faíscas sobre gasolina.

Chanyeol era a chama e Baekhyun o combustível inflamável. Eles sempre possuíam aquela tensão quase palpável entre si e não eram poucas as vezes que entravam em combustão e brigas acaloradas, contudo, o perfume cítrico e levemente adocicado de Baekhyun estava o fazendo flertar com o perigo de uma maneira que oferecia poucas opções de desfechos seguros. Chanyeol sabia que ia se queimar. 

Contudo, por que de repente aquilo não parecia assim tão ruim? 

Estava escuro, sua mente estava leve e sua cabeça parecia girar, sua visão pouco captava além da silhueta do mais baixo a sua frente e o perfume dele o atingindo junto do hálito inegável da bebida que ele estava ingerindo até então entrava em suas narinas como um encantamento irresistível. 

Estava louco, era o que Chanyeol pensava, só podia estar realmente muito bêbado. 

– O que você ganha infernizando minha vida, Chanyeol? – Baekhyun quis saber. 

E foi a vez do mais alto se ver sem palavras, porque ele não sabia realmente o porquê de agir daquela maneira. Era apenas natural, inconsciente. Assim como seu instinto de se colocar no caminho de Baekhyun e Sehun. 

Era automático. 

Assim como o arrepio curto que lhe cruzou a espinha com o tom de vez baixo e ameaçador de Baekhyun. 

– Eu realmente não sei, baixinho.

Chanyeol realmente não sabia. 

Não sabia porque não conseguia largar aquela sua mania infantil de provocar o mais velho. Porque não conseguia se manter indiferente a ele. Porque sentia-se na obrigação de falar com ele todos os dias mesmo que fosse apenas para receber um xingamento em resposta. Porque beijava outras bocas quando aquele frio na espinha denunciava outros desejos mais secretos. Porque havia agido de forma tão imatura anos antes. 

Droga, por que o tempo parecia passar tão devagar ali dentro?

Pensamentos que antes não cruzavam sua mente agora lhe confrontavam e porra, Chanyeol não queria dizer que se arrependia. Aquele seu orgulho idiota e tão parecido com o de Baekhyun o impedia de ver aquilo que vinha negando há anos e anos. 

Chanyeol nunca admitira estar errado antes. No entanto... Ele não estava certo a respeito daquilo. Sabia que havia errado com Baekhyun e, merda, como se redimiria agora? Aliás, ele queria mesmo pedir perdão? 

– Eu te odeio – o menor disse entredentes, quebrando o silêncio pesado, mas sem poder ignorar a tensão no ar. 

Chanyeol estava anormalmente quieto, e ele simplesmente nunca perdia a maravilhosa chance de calar aquela boca cheia de dentes em sua companhia quando ele poderia estar lhe enchendo de piadas inflames e provocações tolas. Na verdade, Baekhyun sequer gostava de ficar perto do maior mais tempo do que o necessário ou de conversar com ele muito além da troca de farpas usual. 

Tinha algo a ver com o que tinha acontecido quatro anos atrás? Talvez. Mas o menor gostava de pensar que não, que já havia superado tudo e que simplesmente se abstinha da presença daquele garoto que não o traria nada de bom e pertencia unicamente ao passado. 

Não que aquilo condissesse com a realidade. 

Kyungsoo o alertava dizendo que a forma que Chanyeol o afetava não era algo comum, entretanto, o que ele sabia sobre si para falar com tanta propriedade sobre seus sentimentos? Sentimentos esses que Baekhyun não possuía. Todos eles haviam sido mortos e enterrados há muito tempo. Agora o mais velho se limitava a aquilo, diversão sem compromisso. Coisa que Park Chanyeol estava atrapalhando completamente. 

– Essa droga desse tempo não vai passar nunca? – resmungou. 

Estar ali junto com o maior já era incômodo, agora, estar preso com ele em um cubículo escuro, os dois tão próximos e naquele silêncio sepulcral multiplicava seu desconforto com a situação. O pior era que Oh Sehun nem passava mais por sua cabeça naquele momento. Baekhyun queria apenas sair correndo dali e esquecer de que já tinha bolado qualquer plano que tinha a ver com o garoto mais novo. Esses que tinham dado muito errado até então.

– Você que quis isso, agora não reclama, baixinho – claro que Chanyeol não perdeu a chance de alfinetar. 

– Mas será que você não sabe fazer outra coisa além de ser inconveniente?

– Ah, eu sou bom em muitas coisas, Baekhyun...

Ok. Baekhyun revirou os olhos se arrependendo no momento seguinte de ter perguntado algo aquele babaca. 

– Idiota – deu vazão aos pensamentos.– Já que você é tão bom porque você não faz essa droga de tempo passar mais rápido? Sabe, sei que você está adorando minha companhia, mas eu não vejo a hora de me livrar de você. 

– Sua sinceridade é tocante, Baekhyun – Chanyeol zombou.– E o que você quer que eu faça? Você sabe que eu não tenho superpoderes nem nada do tipo, né? 

Cara. Mano. Como Baekhyun odiava aquele garoto. 

Ele e aquela droga de voz grossa que causava vibrações engraçadas sobre sua pele junto do hálito quente que atingia sua tez que suava naquela proximidade toda. 

Internamente agradecia a falta de iluminação ali, pois ficaria extremamente constrangido se Chanyeol pudesse ver a vermelhidão que sabia se espalhar por suas bochechas por causa daquela proximidade toda inconveniente entre eles. Baekhyun tinha de ficar com o rosto baixo o tempo todo porque sabia que se erguesse os olhos apenas um pouco para mirar o rosto do maior, aquela distância mínima seria perigosa demais para seus nervos já abalados.

Por que havia sugerido aquela brincadeira babaca mesmo? 

Pois, por mais que odiasse sua companhia, a simples consciência da utilidade daquele espaço, situação e tempo no fundo de sua mente não o deixavam ficar confortável ao todo quando sabia que, bem, todos do lado de fora – principalmente Jongin que ficara encarregado de guardar a porta caso algum dos dois tentasse fugir,– achavam que estava rolando ali. 

– Eu posso cantar se você quiser – Chanyeol sugeriu, quebrando mais uma vez aquele silêncio incômodo. Dessa vez não havia nenhum tom de deboche ou ironia em sua voz, ele estava sendo cordial como era poucas vezes com o menor. 

E em qualquer outro momento Baekhyun pagaria para não ter que aguentar Chanyeol em mais uma das demonstrações de seus talentos, coisa que ele reservava apenas para as garotas histéricas do colégio, contudo, ali e agora o menor pagaria apenas para que aquele clima desconfortável se esvaísse e não negou a sugestão dele para acabar com aquele silêncio que já estava o deixando impaciente e ansioso. 

Quando a voz do maior soou novamente, dessa vez melodiosa e suave na harmonia da música em um ritmo mais lento, Baekhyun quase o interrompeu apenas para zombar de sua escolha, contudo, todas as palavras ficaram presas em sua garganta conforme a letra em inglês começou a fazer sentido em sua cabeça. A voz do Park não era ruim como gostava de dizer, na verdade, era grave e rouca na medida certa, e a forma como a música quase sussurrada era entoada lhe causou um frio na boca do estômago que não soube entender direito a causa. 

What do you mean, when you nod your head yes but you wanna say no? What do you mean, when you don't want me to move, but you tell me to go, what do you mean? 

Era apenas uma música. Aquela letra não possuía nada de especial. Mas por que seu coração começara a bater tão frenético em seu peito e o ar parecia ter se rarefeito? 

First you wanna go to the left and you want to turn right, wanna argue all day make love all night. First you up and you’re down and then between. I really want to know, what do you mean? 

Baekhyun não conseguia ver, mas conseguia sentir o olhar de Chanyeol sobre si. Como em todas as outras vezes. Era como se seu corpo possuísse um sensor que o avisava sempre que estava sobre a mira daqueles olhos escuros. E naquele instante, o menor sabia que os mesmos olhos escuros que dizia odiar estavam cravados em si enquanto a voz rouca se desprendia dos lábios a poucos centímetros de distância, atingindo-o como flechas certeiras diretamente nas feridas que demorara tanto tempo a curar e cicatrizar. 

Chanyeol não tinha o direito de mexer em suas feridas, não depois de tanto tempo. 

Said we're running out of time, what do you mean? Better make up your mind. What do you mean? 

E Baekhyun nunca se sentiu tão aliviado na vida quanto quando Jongin abriu repentinamente a porta, anunciando o final dos sete minutos. A luz tomou conta do cubículo e só então o menor se deu conta de que estava certo. Lá estavam aqueles olhos escuros cravados sobre si, firmes e enigmáticos. 

Entretanto, Baekhyun não deu chance daquela troca de olhares perdurar por muito tempo, se limitando a passar por Jongin rapidamente e respirar aliviado o ar puro do lado de fora. A sensação era a de como tivesse prendido a respiração por todos aqueles sete minutos, o que não seria uma total mentira, uma vez que tentara de todas as formas aspirar o mínimo possível daquele perfume almiscarado que exalava da pele do maior. 

Sua cabeça ainda estava rodando pelos acontecimentos dos últimos minutos e mal pôde visualizar outro casal tomando o lugar que ocupara até então no cubículo com Chanyeol. 

– Uau, vocês não se mataram nesse tempo? Acho que temos um novo recorde – Jongin zombou, não se atentando as expressões dos dois amigos. Nenhum dos dois compartilhou de sua risada. 

E quando o moreno voltou a sala onde a brincadeira ainda ocorria, não percebeu o modo como não fora seguido por nenhum dos dois. Baekhyun, na verdade, também não havia se atentado ao fato de que não estava só até sentir uma mão fechando-se contra seu pulso e reencontrar a última pessoa que gostaria de ver naquele instante. Ou em qualquer outro momento. Mas especialmente agora, Baekhyun não queria voltar a encontrar aquele par de olhos escuros. Não enquanto eles continuassem a lhe afetar e o confundir sem sua permissão. 

– O que você quer? Seu tempo acabou, Park – Baekhyun falou ríspido. Os olhos felinos e delineados continham chamas em suas íris castanhas. 

Ele não estava para brincadeiras e Chanyeol percebeu como havia conseguido afetá-lo mesmo quando aquela não havia sido sua intenção inicial. Ou havia? 

Não importava, pois naquele instante sua intenção era apenas uma, e nenhuma voz hipoteticamente moral ou ética o impediria de seguir em frente. 

E Baekhyun nunca poderia ter previsto o próximo ato de Chanyeol, pois se o pudesse teria evitado. Porém, não o fez.

Baekhyun não evitou que Chanyeol colasse os lábios contra os seus, muito menos conseguiu evitar o arrepio que lhe cruzou a espinha ao sentir aquela boca macia se moldando à sua, as mãos dele buscando apoio nos lados de seu rosto. Sua mente não conseguia acompanhar a ordem de acontecimento dos fatos e o menor precisou de alguns segundos para finalmente compreender.

Park Chanyeol o estava beijando. E estava o correspondendo. 

 

 

***

 

 

Baekhyun sabia que era meio bobo e tolo de uma maneira que apenas as garotas poderiam ser, mas no auge dos seus treze anos não havia muito senso crítico em si para conseguir evitar que as borboletas inevitáveis na boca de seu estômago comandassem seus atos como faziam exatamente naquele instante. 

Um sorriso discreto pairava em seus lábios finos enquanto rabiscava despropositadamente a ultima folha de seu caderno, alheio à explicação da professora no quadro negro. Exigir sua concentração e atenção na aula a todo o momento era pedir demais para alguém tão hiperativo como a si. 

E por estar tão distraído perdido nos próprios pensamentos – ainda tão inocentes, tão imaturos, – Baekhyun não percebeu a atenção de Chanyeol logo ao seu lado recaída sobre si. Depois do episódio alguns anos antes em que o menor se aproximara do garotinho isolado, os dois haviam criado uma amizade do tipo inseparável. Eram barulhentos e possuíam o mesmo senso de humor, estavam sempre rindo juntos de alguma piada interna e geralmente eram o motivo da quebra do silêncio sepulcral da sala de aula com alguma gracinha tirando risadas dos outros alunos. 

E ver Baekhyun assim tão alheio e concentrado em algo despertou em Chanyeol aquele mesmo senso brincalhão que compartilhava com o amigo baixinho. O que diabos ele tentava esconder ali, debruçado sobre o próprio caderno? 

E o menor foi pego de surpresa quando sentiu uma mão puxando o caderno de sua mesa, não conseguiu evitar que Chanyeol o tomasse de si com aquele sorriso brincalhão em riste e lesse o que rabiscava até então. Os seus olhos se arregalaram em pânico junto do frio que se instalou de forma permanente na boca de seu estômago. 

– O que você tanto escreve, Baekhyun? – ele perguntou com a voz alta atraindo a atenção de todos ao seu redor.

– Me devolva isso, Chanyeol! 

Baekhyun tentou recuperar o caderno sem se preocupar com a cena que causava, sem sucesso algum uma vez que o outro era mais alto que a si e o deixou fora de seu alcance sem dificuldade. 

– Vamos lá, Baek, deixa eu ver o que você tanto tenta esconder.

E Baekhyun não pôde fazer nada para evitar de que Chanyeol lesse em voz alta tudo aquilo que mais gostaria de manter em segredo. Tudo aquilo que mal havia aprendido a aceitar a respeito de si mesmo. 

O menor viu surgir a ruga entre as sobrancelhas do outro adolescente que mesma naquela idade já era muitos centímetros maiores que si ao ler o conteúdo da página preenchida por sua letra cursiva, para então ter outro sorriso debochado pairando em seus lábios.

– Park Chanyeol coração Byun Baekhyun – ele leu em voz alta, deixando o caderno de lado para só então voltar os olhos para o menor com divertimento.– Você está apaixonado, Byun? Por mim? 

Park Chanyeol riu. E todos os outros alunos o acompanharam. 

Aquele fora o começo de seu inferno. 

 

 

***

 

 

Não fazia sentido algum. Baekhyun sabia disso.

Todos os seus sentidos lhe diziam para quebrar aquele contato e empurrar Chanyeol para longe, mas, na realidade, sentia seu corpo petrificado e incapacitado de mover um centímetro sequer para longe do corpo maior e mais forte que o seu.

As mãos dele estavam aos lados do seu rosto e os lábios dele vieram macios sobre os seus, surpreendentemente calmos, se moldando sobre sua boca com paciência, encaixando-se de leve e de um modo insanamente tentador. Sua primeira reação deveria ser a de afastar-se imediatamente, não deveria? O pior de tudo era que Baekhyun não quis se afastar em momento algum. 

Ainda mais insano que aquele contato em si, foi a forma como Baekhyun recebeu de bom grado a língua úmida e macia entre seus lábios, entrelaçando-a junto com a sua e se entregando àquela bagunça de sensações que a boca do maior sobre a sua o proporcionava. 

E nada então foi mais o mesmo, não havia mais calmaria ou lentidão, as mãos de Chanyeol desceram por sua figura esguia se embrenhando por sua jaqueta, cravando-se contra sua cintura e puxando seu corpo para junto do dele em um ato de possessão que agradou Baekhyun muito mais do que deveria, arrancando de si um som de aprovação entre o beijo que arrancou um grunhido por parte de Chanyeol.

Estava sendo louco para os dois. E estava sendo muito melhor do que eles poderiam sequer imaginar. 

E se Chanyeol procurava sanar alguma dúvida e descobrir-se alheio ao baixinho depois de finalmente provar o quanto aqueles pensamentos que lhe cruzavam a mente não tinham fundamento, ele estava fodidamente enganado. Porque a boca de Baekhyun era muito melhor do que poderia conjecturar. 

As mãos dele buscando apoio em seus ombros, se entrelaçando em sua nuca, os dentes raspando contra seu lábio inferior, a pele quente dele entre seus dedos. Era insano. Insanamente bom. 

Era a boca de outro cara, o corpo de outro cara, as mãos de outro cara. E era fodidamente bom. 

Seu pulmão clamava por fôlego, mas a forma faminta como Baekhyun o correspondia aquele beijo urgente se parecia com a única necessidade que precisava atender por enquanto. Poderia apenas atendê-la para todo o sempre. 

O fato de ser outro homem ali consigo passava longe de sua consciência naquele instante e parecia também não ter importância alguma. Não havia raciocínio algum ali, apenas instinto e desejo o guiando naqueles atos que não tinham nada de diferente do que já estava acostumado a fazer. Não era assim tão diferente de beijar uma garota, e ao mesmo tempo era completamente diferente. 

Não era uma anatomia feminina, muito menos havia a delicadeza a que estava acostumado entre o beijo. E aquilo não era ruim. 

Porra, aquela boca pequena e macia era de longe a melhor que já havia experimentado. A droga das mãos daquele baixinho em seu pescoço, deslizando as unhas por sua pele de leve, se pareciam com a melhor provocação que já havia sido imposto. Se tivesse um pouco mais daquilo sabia que ficaria vergonhosamente duro pelo outro. Mas por que aquilo não parecia importar mesmo? 

Ah. Porque Baekhyun estava gostando

Ele gostava de ser um demônio provocador no dia a dia, sempre com uma resposta malcriada na ponta da língua, entretanto, ali ele não se parecia em nada com o garoto de personalidade forte que conhecia. Aquela era uma parte dele desconhecida a si. Não podia dizer que ele era submisso a si, talvez permissivo fosse uma palavra melhor. Pois ele deixara o controle do beijo, dos toques, tudo em suas mãos, mas sabia que o menor poderia recuperá-lo a qualquer momento. 

Um reboliço se apropriava de seu interior e pela primeira vez em sua vida Chanyeol não odiou a confusão que consistia a sua mente. Seu coração batia frenético e um frio na barriga o assolava, entretanto, o maior aceitava tudo de bom grado. Não havia nada de negativo naquele tipo de sensação. Não.

Aquela euforia que lhe tomava o peito, que corria por suas veias era melhor do que tudo que já havia experimentado até então. E não tinha nada a ver com o efeito do álcool.

Tinha tudo a ver com a boca de lábios finos e com uma pequena pinta acima do lábio inferior que o devorava quase literalmente naquele instante, com a língua atrevida lhe roubando a sanidade e transformando o gosto da mistura de Martini Red e iogurte de morango que ele viera bebendo até então no seu novo sabor predileto. 

E quando o beijo se quebrou abruptamente aquilo se pareceu cedo demais. Sua respiração estava ofegante, o pulmão queimando na necessidade de recuperar o oxigênio neglicenciado, contudo, ainda assim pareceu-se cedo demais. 

E Baekhyun não estava muito diferente. 

Os lábios, agora avermelhados e inchados, estavam partidos e ofegantes, buscando recuperar o ritmo normal da respiração, entretanto, o olhar que Chanyeol encontrou em seus olhos pequenos e delineados foi dolorosamente familiar. 

Tudo havia mudado e nada havia mudado ao mesmo tempo. 

As chamas daquele ódio reprimido ainda brilhavam em suas íris mesmo depois daquele beijo que dissera muito mais dos dois do que ambos jamais se permitiriam admitir. 

E o tapa estalado e dolorido que Baekhyun desferiu em um dos lados de seu rosto nem foi assim tão inesperado. Ele ainda o odiava.

Já Park Chanyeol não possuía mais tanta certeza dos próprios sentimentos quando viu o menor, lindo e furioso, o dando as costas e indo em direção à porta da frente, abandonando o jogo e a festa que ainda acontecia animadamente ao seu redor. 

 

 

 


Notas Finais


Abençoado seja meu chanbaek.

Pra quem não percebeu a música que o Chanyeol canta é What Do You Mean do Justin Bieber que é a razão dessa fic inteira existir. Meses atrás durante o SFY eu pensei nessa cena dos dois no armário ouvindo essa música e olha só onde chegamos <3 (olha a tradução dela, sério)

Até o próximo <3


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