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História Park Chanyeol Knock on the Door - Fourteen


Escrita por: Byun_Re

Notas do Autor


eu tô chorando....
boa leitura

Capítulo 14 - Fourteen


Era aniversário de Baekhyun. 

A primavera florescia ao redor e na opinião do escritor, era uma boa metáfora. Não só sobre a estação, mas em todo o contexto de sua vida. Estava desabrochando, como as flores nas árvores, como a vontade de viver dentro de si, como o despertar depois de meses de frio e solidão. 

Jongin deu a ideia de jantarem em uma churrascaria, e lá estavam os quatro. Rindo, se divertindo no aniversário do escritor. Algo que o deixou extremamente emocionado, ainda mais com os presentes que recebeu. 

Kyungsoo lhe deu um box com livros de um autor que gostava muito. Jongin lhe deu roupas, dizendo que estava na hora de mudar o estilo por algo mais moderno, e apesar de achar um pouco extravagante, eram bonitas e precisaria de algo adequado para o lançamento do seu livro. Chanyeol lhe uma mini-máquina de escrever, que era uma caixinha de música, algo delicado e belo.

— Ah, tem mais uma coisa. — Kyungsoo falou para o Byun, que o olhou confuso.  — Aquele pedido que me fez foi aceito pelo departamento de criação, então pode comemorar.

— Sério? — o escritor sorriu.

— Sim, se Chanyeol quiser, é claro.

 — Eu? — o Park quis saber, sem entender. Estava com a boca cheia de carne e os lábios sujos de molho. Adorável na concepção do menor, que riu um pouco ao pegar um pano e limpar a boca dele. 

— Sim! Seus desenhos me ajudaram e inspiraram muito no desenvolvimento do meu novo romance, por isso eu dei alguns deles para Kyungsoo perguntar se poderiam ser usados como ilustração no meu livro.

— Ilustração?

— Exato, Chanyeol. — Kyungsoo sorriu de lado. — Estou te perguntando se quer trabalhar como freelancer na editora, estamos sempre fazendo isso com ilustradores. Claro, não tem como usar os desenhos que fez no guardanapo, e se quiser pode ilustrar a capa também além das imagens dentro do livro de Baekhyun.

— Eu? — o maior quis confirmar novamente, ainda sem entender.

— Você! Não está procurando trabalho de ilustrador? É uma boa forma de começar seu portfólio, o contrato é apenas para este livro, mas se gostarem do seu trabalho podem te chamar mais vezes.

Chanyeol arregalou os olhos na direção do Byun, que sorriu e jogou a cabeça de lado, adorando aquela carinha surpresa do Park. Ele mordiscou os lábios, sentia-se maravilhado com a oportunidade, contudo não conseguiu deixar de se perguntar: havia conseguido aquilo apenas por ser Kyungsoo e Baekhyun apoiando-o?

Vendo a careta confusa do maior, o Do revirou os olhos.

— Olha aqui, Park, se não quiser, não tem problema! Mas não recuse a oferta por achar que estamos te fazendo um favor. Eu não decido sobre a diagramação do livro, é a parte de criação que faz isso, por isso pedi a permissão deles antes de falar contigo. Eles gostaram do seu trabalho, eu não interferi em nada.

Seu tom rude fez com que os demais na mesa começassem a rir, Kyungsoo era mesmo uma pessoa bondosa que não sabia muito bem se expressar.

— Eu adoraria que as imagens que me deram tanta vida fossem vistas por todos os meus leitores, por isso fiz esse pedido ao Kyung. — justificou o Byun.

— Sem falar que logo você vai precisar sair do emprego de motoboy, certo? O resultado do Escola de Artes sai em algumas semanas e trabalhar como freelancer é uma ótima ideia, te dá mais tempo para estudar. — foi a vez de Jongin dar seu apoio, apesar de ainda não saber o resultado do exame de admissão, todos tinham muita convicção no potencial do Park.

Dessa vez, foi Chanyeol quem sentiu os olhos marejados. Havia se apaixonado por Baekhyun, mas além disso, com Kyungsoo e Jongin, também encontrou amigos e apoio para seus sonhos. Não estava mais sozinho na cidade grande atrás de algo inalcançável, sentia que tudo era possível naquele momento porque eles acreditavam em si, que conseguiria o que foi buscar. 

— Estão certos! É claro que eu quero, ilustrar um livro de Baekhyun é uma honra para mim, afinal, ele é meu escritor preferido. — dito isso ele beijou o rosto do menor, que corou e sorriu, apertando a mão do namorado de leve

— Sem melação na mesa, por favor, se não fico enjoado. — Kyungsoo implicou, bebendo um gole de sua cerveja. 

Naquela noite os quatro conversaram até perderem a hora, sentiram a barriga doer de tanto rir e Baekhyun não conseguiu deixar de pensar que havia sido o melhor aniversário de sua vida. 

A melhor parte foi ver que o editor, sempre tão certinho e sério, havia exagerado na bebida e trocava as pernas na porta da churrascaria na hora de ir embora. 

— Eu vou de táxi! 

— Não acho que seja bom ir sozinho. — Baekhyun se preocupou.

— Eu o levo. — Jongin se voluntariou. — Baek, vá para casa com Chanyeol, é seu aniversário, aproveitem o restante da noite em casal. — o sorriso malicioso do Kim os deixou corados. 

— Eu não preciso de ajuda! — Kyungsoo disse irritado, soluçando logo depois. 

— Claro, claro, agora vamos. — Jongin revirou os olhos, segurando a cintura do Do para que ele não tropeçasse nos próprios pés e seguiu até o seu carro, acenando em despedida para Baekhyun e Chanyeol. 

O casal se encarou, ainda constrangidos com a insinuação do Kim, mas logo sorriram e foram até a moto do Park. Baekhyun adorava andar com o namorado, abraçá-lo pela cintura e sentir seu cheiro enquanto o vento gelado os envolvia. Passear de moto com o maior havia se tornado sinônimo de felicidade.

 

Já com Jongin as coisas não foram tão fáceis, Kyungsoo era um grandessíssimo cabeça-dura que reclamou desde o momento em que foi colocado no banco passageiro do carro até a porta de seu prédio.

— Você é um pé no saco, senhor editor, sabia disso? — Jongin disse rindo. 

— Claro que eu sei, é minha maior virtude. — as palavras saíram emboladas. — Não vai subir comigo! — o editor se irritou ao ver Jongin estacionando e saindo do carro.

— Kyungsoo, eu estou com medo de você se perder dentro do próprio prédio, não se preocupe, vou deixá-lo na porta e depois procuro algum lugar para passar a noite.

O Do bufou, não estava em condição de rebater. Olhou o Kim de lado e balançou a cabeça enquanto era ajudado a entrar no prédio. A mente estava confusa devido ao álcool, mas em todos aqueles meses foi percebendo que teve uma primeira impressão totalmente equivocada do maior. Jongin tinha uma fachada, ele vestia uma máscara em todas as capas de revista, talvez devido a rigidez do próprio pai, afinal, ainda trabalhava na empresa da família. Contudo, a forma como ele tratava Baekhyun e, naquele mesmo momento, ao cuidar de si, mostravam o quanto era atencioso.

— Você é realmente gentil. — o Do soltou do nada, olhando o Kim ao pararem em frente a sua porta. Ele pegou a chave, abrindo o apartamento. 

— Como? — o outro não entendeu o elogio vindo do menor. 

— Está sempre pensando no melhor para o Baekhyun, por isso não vai voltar para casa, né? Tsc, que idiota.

— Hey! — Jongin revirou os olhos. — Eles merecem um tempo sozinhos, e é aniversário do Baekkie.

Kyungsoo olhou bem para o Kim, que o encarou de volta sem entender. Não desgostava de Jongin, não mais. Ele tinha certa delicadeza que deixava o Do confuso. E não era o único cheio de dúvidas rondando a mente, afinal, Jongin nunca foi cabeça fechada. O contrário, ele acreditava em todas as formas de amor, apesar de apenas ter se relacionado com mulheres, sentia uma atração inexplicável pelo editor desde a primeira vez que o viu. 

Kyungsoo pigarreou, de repente sentindo-se desperto e consciente daquele olhar pesando sobre o seu. Olhou para lado, sem conseguir manter o contato logo entrando no apartamento. 

Contudo, deixou a porta aberta. 

— Pode dormir no sofá, e nada de ficar olhando minhas coisas! — disse com sua típica forma grosseira.

Jongin arregalou os olhos, por um momento tentando entender o convite do menor. Logo depois sorriu e entrou, fechando a porta e sentindo que, finalmente, estava dando um passo para mais perto do editor irritadinho. 

 

(...)



 

Park Chanyeol precisava, mais uma vez, ajudar a encaixotar os pertences de um apartamento. Dessa vez não era de Baekhyun, nem o seu. Era de Sehun. 

O amigo disse que — depois de uma briga séria sobre o futuro — Luhan fez o pedido para que morassem juntos.

“Meu pai nunca vai me aceitar, o que significa que vou ter que abdicar de tudo que eu tenho. Você vai me querer mesmo assim? Mesmo sem as festas loucas, as roupas extravagantes? Eu serei só um ator medíocre tentando ganhar a vida.”

— Acredita que ele teve a audácia de me falar uma merda desse tamanho? — Sehun bufou. — Desde quando eu me importei com o dinheiro de Luhan?  

— E o que você disse? — Chanyeol quis saber.

— Eu disse que estar com ele é o que eu quero, o resto daremos um jeito. — o Oh respondeu todo orgulhoso. — Por isso vamos nos mudar pra um apartamento mais perto da companhia a qual Luhan faz parte, também vou tomar vergonha na cara e procurar um emprego de verdade dessa vez, talvez levar a dança mais a sério.  

Aquilo deu ao Park um pouco de esperança. Sehun era novo e desleixado com a própria vida, ele vivia o que precisava viver hoje sem pensar no depois, trabalhando em bicos para ganhar os suficiente pro seu alimento e o aluguel. 

Porém, aquelas brigas com o namorado nos últimos tempos fez com que ele se perguntasse sobre o futuro pela primeira vez. A mudança — não só de apartamento — seria bom para os dois, ver que Luhan estava fazendo a escolha certa, estava tentando ser feliz e, a sua própria maneira, também deixando para trás as garras autoritárias de uma família preconceituosa, era um alívio para o Park. 

— Eu espero que sejam muito felizes.

— Obrigado, Chan. — Sehun olhou o lugar, já quase todo vazio. — Não só por me ajudar ou ser meu amigo, mas também por ouvir Luhan, acho que ele precisava disso, de alguma forma de tentar se redimir com o passado. 

Há alguns dias o ator havia deixa com Chanyeol uma carta, contudo, ainda não tinha entregado ao namorado. Estava esperando o momento certo de tocar no assunto. 

— Eu não fiz nada, nem posso dizer o que Baekhyun vai fazer… Essa foi uma ferida que os dois carregaram por muitos anos e talvez esteja começando a cicatrizar. Tudo é muito recente mesmo tendo se passado tanto tempo, só fico feliz em ter ajudado de alguma forma. 

— Você é mesmo um bobão sensível. 

— Hey! — o Park se ofendeu.

— Quero que continue em contato comigo. — Sehun falou, de repente parecendo sério. — Eu sei que é uma situação complicada, mas isso não muda nossa amizade, certo?

— Nada vai mudar isso, Hunnie! Você foi a primeira pessoa que me apoiou quando cheguei aqui. — Chanyeol afirmou, sorrindo para o mais novo que assentiu, sentindo-se aliviado. 

Logo os dois voltaram a fechar as últimas caixas, aquela seria uma nova etapa na vida de Luhan e Sehun. Cheia de aventuras e descobertas na qual finalmente poderiam se pertencer sem medo. 

 

(...)

 

Era o dia! Chanyeol estava a manhã toda sentado em frente ao notebook, atualizando o site para ver a lista com a resposta dos candidatos admitidos na Escola de Artes. A ansiedade tomou conta do Park, que não conseguiu fazer mais nada no decorrer das horas, a única coisa que tirou sua atenção foi o toque na porta. 

— Olá! — Baekhyun sorriu para o namorado, selando seus lábios.

— Oi, Bae! Que surpresa.

— Vim fazer companhia e trouxe o almoço! — o menor respondeu, levantando uma bolsa com a comida comprada em um restaurante que gostava. — Imagino que não tenha feito nada.

— Eu estou nervoso demais para cozinhar, obrigado por pensar em mim. — Chanyeol sorriu, sentindo-se feliz com o gesto. — Vem, entra.

Baekhyun assentiu uma vez, porém antes de entrar a porta do apartamento ao lado abriu. Por um momento o coração do Byun parou, imaginando ver Luhan, contudo de lá saiu uma garota apressada, que sequer olhou para o casal.

— Conhece? — Baekhyun perguntou, estranhando não ver Sehun. 

Chanyeol não tinha tocado naquele assunto ainda, por isso o escritor não sabia da mudança. 

— Não, é a nova inquilina. Sehun e Luhan foram morar juntos em outro lugar há algumas semanas, parece que estão se acertando.

Eles seguiram para a cozinha, o Park pegou talheres e um suco na geladeira enquanto Baekhyun pensava sobre a nova informação. Não esbarraria mais com Luhan, ao menos, não ali. 

Não soube se o sentimento foi de alívio ou um pouco de decepção, talvez uma confusão dos dois. Não por querer contato com o ex-namorado, mas por não ter mais a oportunidade de… O quê? Nem o próprio Byun soube dizer o que queria. Um ponto final em seu passado era o que precisava, apenas. Não tinha motivo para falar com Luhan.

— Baekkie? — Chanyeol chamou, já sentado na sala. 

Havia levado a comida e os copos para lá, deixou o notebook perto para continuar olhando de tempos em tempos. 

— Desculpe, vamos almoçar. 

— Está pensando neles? — o Park começou com cuidado, sabia que falar do passado ainda era delicado. 

— Mais ou menos, só não imaginada que eles fossem dar um passo tão grande.

— Eu tenho algo para te contar. 

— Sim? — Baekhyun olhou o namorado, que parecia nervoso. 

— Quando você estava afastado, eu fui conversar com Luhan sobre o passado. Ele me contou algumas coisas sobre vocês dois, da época que namoraram.

Baekhyun corou, imaginando ter sido difícil para Chanyeol também. Afinal, era seu passado ao lado de outra pessoa. 

— Você está bem com isso?  

— Eu só queria ter uma forma de te ajudar, pensei que entenderia mais sobre você se soubesse o que aconteceu. — Chanyeol encolheu os ombros. — Ajudou um pouco, mas acho que foi ainda mais angustiante para Luhan do que para mim.

— Como assim? 

— Ele tem consciência dos seus defeitos. — o pintor começou a falar. — Não estou o defendendo, longe disso, até porque ele estava prestes a cometer o mesmo erro com Sehun. Existia certa culpa e angústia em Luhan ao contar sobre o passado, eu sei que de alguma forma ele queria te pedir perdão.

— Perdão?

— Sim. Por isso, antes de partir com Sehun, ele deixou comigo uma carta para te entregar, quando quiser ler eu te darei. 

— Luhan escreveu uma carta para mim? — o escritor quis saber, ainda confuso.

— Sim. 

Baekhyun pensou sobre aquilo enquanto almoçavam. Se Luhan havia decidido morar com Sehun, era porque havia saído de casa, havia assumido a si mesmo. Durante a tarde, Chanyeol continuou de olho no site, tinha até o fim do dia para lançar a lista de aprovados e, dessa vez, o Byun ficou ao seu lado, dando o suporte que não conseguiu no dia da prova. 

Eles decidiram ver um filme, mas nenhum dos dois conseguiu prestar atenção no longa-metragem. Chanyeol, claramente, ansioso com o resultado. O escritor também, mas em outra parte de sua cabeça a curiosidade crescia cada vez mais em saber quais palavras Luhan havia escrito para si.

— Chan? Você pode me dar a carta? — Baekhyun pediu de repente, fazendo o Park tirar os olhos da tela do computador e encará-lo assustado.

— Tem certeza? 

— Não, mas eu preciso disso também. — o menor sorriu.

Chanyeol entendeu o que ele quis dizer, então se levantou, pegando o envelope que estava guardado em uma de suas gavetas no quarto. Ao abrir, Baekhyun viu duas páginas de letras desajeitadas e papel amassado, perguntou a si mesmo quantas vezes Luhan refez aquela carta. Muitas, pelo jeito. 

— Se importa se eu ler agora? — perguntou ao namorado.

— Claro que não, Baekkie. — ele sorriu. — Vem cá. 

Baekhyun foi até o Park, sentando-se entre as pernas dele, estavam no chão então o escritor relaxou, descansando a cabeça no ombro do maior e esticando as pernas por debaixo da mesinha. Chanyeol continuou olhando para o computador enquanto o menor começava sua leitura. 

 

“Eu não acho que vale a pena começar essa carta pedindo desculpa, contudo, não vejo nenhum outro jeito de falar contigo sem primeiro implorar o seu perdão.” 

 

Baekhyun respirou fundo, sentindo que estava preparado. Havia pensando bastante sobre o passado. Apesar de ter mágoas pela covardia de Luhan, sabia como certas situações poderiam nos deixar impotentes. Eram apenas crianças, afinal. Não poderia culpá-lo por todas as outras coisas que aconteceram em sua vida. 

O escritor continuou lendo a carta, vendo o ponto de vista de Luhan. Boa parte do que ele falou já imaginava, as ameaças dos pais, o medo do futuro. Durante a narrativa, havia diversos pedidos de desculpa por nunca ter tentado falar com ele novamente. Luhan dizia ter certeza de que sua vida seria melhor se estivesse longe dele. Isso fez o coração do Byun doer um pouco ao lembrar do garoto de sorriso fácil que ficava o seguindo pela biblioteca da escola, que sempre parecia saber a melhor forma de fazê-lo rir e que falava de seus sonhos de ser ator com tanta ênfase, que dava ao próprio Baekhyun forças de não desistir de seus livros de romance. 

Ter se apaixonado por Luhan foi bom, muito bom na época. Por isso o fim da carta tocou tanto Baekhyun, naquele momento percebeu que mesmo depois de anos, em alguns pontos eles ainda pensavam da mesma forma

 

“Você sempre será meu primeiro amor, a pessoa que eu vou lembrar com carinho quando pensar na minha adolescência. Eu me arrependo de muitas coisas, mas nenhuma delas foi ter te conhecido, ter me apaixonado por você foi incrível. Por muito tempo, pensar em você me deu forças para seguir meus sonhos, mesmo sendo apenas um covarde. 

Baekhyun, eu fugi por — entre muitos motivos — achar que seu futuro seria melhor sem que eu estivesse nele, talvez tenha feito isso da forma errada, mas não posso me arrepender completamente. Você conquistou seu sonho de ser escritor e eu sou seu fã. Eu estou conquistando o meu sonho de ser ator. Encontramos amores também. Amo Sehun, e nosso passado me deu a coragem necessária para lutar da forma certa dessa vez. Por ele, pelo futuro que eu quero ao lado dele. 

Você tem Chanyeol, mesmo o conhecendo pouco, sei que é alguém que estará ao seu lado em todos os momentos. Tive muita raiva de mim mesmo e do destino, mas vê-lo novamente e ter a oportunidade de escrever essa carta para você, alivia meu coração. Espero que em algum momento me perdoe e que seja tão feliz quanto merece ser.”

 

Com os olhos marejados, Baekhyun apertou a carta. Sorriu. Ainda havia em Luhan um pouco daquele garoto sonhador que conheceu, e percebeu que dentro de si também ainda havia aquele garoto cheio de fantasias. Esteve perdido por muito tempo entre seus medos, mas aparecia aos poucos, se revelando, se moldando ao Baekhyun que estava surgindo. 

Decidiu que o responderia em algum momento, não ainda, porém não havia mais aquela raiva presa em seu coração. Suspirou aliviado ao olhar para o namorado.

Luhan estava certo, mesmo com tantas coisas que precisou enfrentar naqueles anos, como poderia se arrepender daquele destino que havia o levado até Chanyeol? Até aquele momento? 

— Eu te amo. — Baekhyun disse do nada, fazendo o Park tirar os olhos do computador.

— Eu te amo. — respondeu, mesmo sem entender, ele olhou bem para o menor, vendo o rosto pacífico, e percebeu que estava tudo bem. — Terminou de ler? 

— Sim… Acho que daqui para frente vai ser mais fácil pensar com otimismo sobre o futuro.

— Isso é muito bom, Bae. — Chanyeol beijou o topo da cabeça do escritor e olhou o site, sentindo o coração parar por um momento. — Saiu! — exclamou ao ver a atualização com a lista de aprovados. 

Baekhyun apertou sua mão, deixando a carta de lado e tentando passar um pouco de confiança ao perceber como Chanyeol parecia com medo. 

— Chan? 

— Não sei se consigo abrir. 

— Vai dar tudo certo, Chan, eu estou aqui com você, lembra? — Baekhyun disse. — Independente do resultado vamos dar um jeito nas coisas. Juntos. 

O Park assentiu nervosamente. Ele abriu a lista, o coração estava acelerado. O escritor estava nervoso também, mas acima disso, queria ser um apoio para o maior naquele momento. Chanyeol desceu a lista até o fim, procurando seu nome, sentindo que desmaiaria a qualquer momento. 

Não sabia descrever o que estava sentindo, apenas se virou para Baekhyun abraçando-o apertado. O menor assustou-se com o gesto, mas retribuiu, sem saber o que falar ao ver os olhos marejados do namorado. Contudo, seu sorriso grande e cheio de vida era contagiante, fazendo o escritor sorrir de volta depois que ele disse:

— Amor, eu consegui. 

 

(...)

 

Poucos meses depois

 

Chanyeol olhou para o relógio xingando a si mesmo, estava atrasado. Apressou o passo, o trânsito estava horrível, a moto tinha quebrado e ficou no mecânico, por isso precisou pegar um táxi, enfrentando horas parado em sinais. 

Segurou firmemente a pasta em sua mão que estava lotada com seus projetos, tanto da academia de Artes, quanto do novo trabalho de freelancer. Inclusive, foi devido a uma aula interminável que havia se atrasado. 

Parou em frente a livraria ofegante e morrendo de sede, era verão, afinal. Havia descido do carro três quarteirões antes, pois seria mais rápido ir andando do que ficar esperando o trânsito. Kyungsoo estava na porta e olhou-o na hora que chegou, o editor estava claramente irritado. Não com o Park em si, mas queria que tudo desse certo para Baekhyun naquele dia especial, por isso estava uma pilha de nervos. 

— Isso são horas?

— Eu não tive culpa! — disse o maior, meio engasgado. — O professor... 

— Depois você explica! As pessoas estão esperando. 

O ilustrador assentiu, só então percebendo uma pequena fila na entrada do local. Deveria ter entre vinte e trinta pessoas. As ganhadoras do concurso que a editora havia feito — a qual consistia em escrever uma carta justificando o motivo para estar no lançamento do livro.Baekhyun adorou aquilo, participou ativamente do concurso e leu todas as cartas, selecionando as que mais o emocionou. 

Adentraram a livraria vazia, pois havia fechado para os demais clientes naquela hora devido ao lançamento. Chanyeol estava tão orgulhoso do namorado. Jongin já estava lá, assim como algumas outras pessoas da editora. 

Baekhyun estava sentado atrás de uma mesa, pronto para começar a autografar, contudo, os dedos nervosos batiam sobre o tampão de vidro, demonstrando sua ansiedade.

— Chan! — ele suspirou aliviado ao ver o maior, que seguiu até estar ao seu lado. — Fiquei preocupado.

— Me perdoe, Baek! Depois me explico.

— Tudo bem, está apenas dez minutos atrasado. — o escritor sorriu. Entregou a ele uma garrafinha de água ao ver seu rosto vermelho, o maior parecia ter enfrentado uma maratona.

Enquanto Chanyeol se recompunha, o menor pegou um exemplar de seu livro. Mal podia acreditar que realmente estava ali, em uma tarde de autógrafo só sua, com um livro que foi ilustrado por seu namorado e que havia batido um recorde de vendas nas primeiras horas depois que foi lançado online. Baekhyun sentiu o coração cheio de esperança. Os últimos meses estavam sendo incríveis, claro, tinha momentos difíceis, os quais enfrentava um de cada vez e sempre ao lado do Park.

— Eu espero que não se importe, estava treinando meu autógrafo e decidi fazer uma dedicatória para você. 

— Mas eu quero comprar seu livro! — Chanyeol disse.

— Nada disso, aceite meu presente. 

Ao ver o olhar cheio de expectativa do menor, acabou cedendo ao namorado. O que Baekhyun pedia sorrindo que o Park não fazia com um sorriso maior ainda?

— De qualquer forma, eu vou comprar um exemplar levar quando for visitar Sehun, você vai autografar? — o maior quis saber. 

Há alguns dias o Oh havia o convidado para em jantar em seu novo apartamento, ele queria comemorar seu primeiro contrato como dançarino profissional. Baekhyun pediu que levasse uma carta para Luhan, escreveu poucas palavras, apenas o seu mais profundo desejo de que ele fosse feliz no futuro e ambos pudessem, finalmente, deixar o passado para trás.

— Com prazer. — respondeu, sorrindo de leve. Chanyeol beijou seu rosto, orgulhoso do homem que estava ao seu lad. Depois se afastou para pegar o exemplar que levaria para Luhan. — Jongin? — o escritor chamou o irmão, vendo-o conversar com Kyungsoo sobre alguns detalhes da fila de espera e as pessoas que logo entrariam. — Aqui, esse é o seu exemplar com dedicatória. 

— Obrigado, Baek, — o Kim sorriu, escondendo do irmão o fato que havia comprado pelo menos uns dez exemplares para presentear os amigos do trabalho. Contudo, ao pegar a sacola percebeu algo estranho..  — Aqui tem dois livros. 

— Eu sei, queria que levasse um para minha mãe quando for lá, por favor. 

Jongin abriu a boca para questionar o motivo, porém decidiu sorrir e deixar para lá. A mãe de Baekhyun era uma pessoa que não faria mais parte de sua vida, ao mesmo tempo, em um passado distante foi alguém que o Byun realmente amou. E de certa forma, Jongin sabia que a mulher ficaria feliz com o gesto.

— Claro que eu levo.

— Baekhyun… — Kyungsoo chamou, apertando com carinho o próprio exemplar com sua dedicatória, algo que quase o fez chorar naquela manhã. — Podemos começar?

O escritor respirou fundo. Olhou ao redor e viu Chanyeol andando em sua direção com o novo livro comprado, Jongin estava apoiado na lateral da mesa com um sorriso tranquilo e Kyungsoo a sua frente, guiando-o como sempre. 

Percebeu então que, apesar da ansiedade, naquele momento poderia dizer que estava em paz, que finalmente havia encontrado seu devido lugar.

— Sim, quero conhecer meus leitores! Vamos lá. — respondeu com entusiasmo, recebendo sorrisos de aprovação dos demais ao redor.

Um ano antes, jamais pensaria ser possível um momento como aquele. Havia passado por tanta coisa, e estava orgulhoso do caminho o qual decidiu seguir. 

Por ter escolhido se abrir quando Park Chanyeol decidiu bater em sua porta.

 


Notas Finais


GENTE, DEPOIS DE QUASE DOIS ANOS ESPERANDO ATUALIZAÇÃO EU FINALMENTE CONSEGUI CONCLUIR MEU BEBÊ! Eu tô feliz e orgulhosa de mim mesma, e ainda mais feliz em saber que tem pessoas lindas que continuaram acompanhando a história ;-;-; muito obrigada pelo carinho!!
Escrever essa fic foi uma terapia para mim, as dificuldades dos personagens muitas vezes eram as minhas, por isso em certo momento ela se tornou difícil de escrever, mas eu consegui concluir e estou feliz com o resultado <3

EU TÔ COM UMA NOVA SHORTFIC! É uma fic curtinha, deve ter só uns 5 capítulos e já tem alguns prontos, então não vou abandonar haha não se preocupem, quem quiser acompanhar, vai me deixar muito feliz!
https://www.spiritfanfiction.com/historia/um-sonho-nao-tao-distante-19258813

Outra coisa, KaiSoo! Eu provavelmente vou escrever um EXTRA falando mais de Kaisoo, não achei que seria fácil colocar na fic, pois o Jongin n tinha relacionamentos com homens e me pareceu meio forçado só colocar os dois juntos, sem falar que tem a família do Jongin, então quero fazer algo dedicado aos dois apenas, só não sei quando vou conseguir!

É basicamente isso, obrigada aos que chegaram até aqui <3333333333333 falem comigo no twt é jr__becca ><
Beijos e espero vê-los em uma próxima fic, fiquem bem.


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