História Parte I: Encontro - Parte I: Primeiro Momento

Primeira Parte

O dia não estava favorável para ninguém, a chuva castigava a cidade desde o começo da manhã, afugentando os residentes de aproveitarem o sábado de verão. Lee Taeyong trabalhava em seu turno da tarde, na cafeteria próxima ao campus onde estuda Dança. Não era o melhor emprego, mas pagava o aluguel do pequeno apartamento que dividia com mais dois amigos, e as suas despesas, já que era um bolsista. Normalmente seu turno era a noite, mas como seu colega ficou doente por passar muito tempo a base de cafeína para estudar nas semanas de provas, ele ficou para cobrir seu expediente a pedido de seu gerente, mesmo que, ele não queria ter aceito, pois se sentia também esgotado de ter passado a semana acordado até tarde estudando. Porém, ele aceitou sem reclamações. Não teria coragem de deixar, o seu hyung sem ninguém para ficar ali.

Como todos que nascem nesse mundo, Taeyong tem um nome escrito em seu pulso. Sua alma gêmea, e como qualquer outra pessoa, apareceu no seu aniversário de 14 anos, em destaque sobre sua pele pálida. A cada dia, ele ansiava conhecer a pessoa que o completaria de todas as maneiras. O rapaz sonhava com a mesma vida que seus pais tinham, juntos há mais de 20 anos, mas se comportavam como se ainda fosse os primeiros anos de namoro. E todo ano que passava, ele sentia mais a pressão de conhecer essa pessoa, a maioria de seus amigos já conheciam ou tiveram a sorte de praticamente ter crescido junto com sua alma gêmea, apenas ele se sentia isolado e solitário por não ter ninguém em sua vida.

Jung Yoonoh

Estampava em seu fino pulso para qualquer um ver naquele dia, já que o barista usava a camiseta preta do estabelecimento e seu avental da mesma cor de sempre. Todos que atendia, poderia ver o nome da pessoa que é o amor da vida do rapaz. Mas essa era a sua intenção, já que ele trabalhava com o público, poderia ter a sorte de um dia atender quem lhe era predestinado, e enfim, acabar com a sua busca.

Entretanto, o maior medo que sentia dentro de si, que corroía nos dias que se sentia triste e sem esperança, era de que, sua alma gêmea estivesse morta. Assim como o caso de seu gerente hyung Hansol, que conhecera a sua, mas logo a perdera por uma doença. Havia centenas, talvez, milhares de casos onde nunca chegariam a conhecer, pois a pessoa teria partido antes do encontro. Essa possibilidade o deixava aflito, pois o mesmo não saberia como reagir se descobrisse que seu destino teria um final tão triste como de vários outros.

Taeyong gostava de imaginar que tudo era apenas neurose de sua mente, que era muito improvável que sua outra metade estivesse morta. Por isso, preferia pensar que logo o encontraria e, em seguida, eles viveriam suas vidas juntos.

Jaehyun escondia sua marca de todos, a única pessoa que sabia o nome que estava em seu pulso é seu melhor amigo; Dongyong. O rapaz não acreditava nessa coisa de alma gêmea, não entendia como uma pessoa que ele nunca tinha conhecido seria a pessoa que amaria para sempre. Por essa razão, ele sempre foi o tipo que ficava com várias pessoas diferentes, porque sua ideia era que deveria conhecer antes de achar que seria o "especial" em sua vida.  

Mas em um sábado de verão chuvoso, ele acabara de sair da casa de seu grande amigo Dongyoung, porque havia passado a noite lá depois de ter ido em uma festa, e ficado bêbado o suficiente para não se lembrar onde morava. O rapaz estava odiando o fato que de não possuía um guarda-chuva, e se sentia sujo por ainda usar as mesmas roupas da noite anterior, que ainda cheiravam, a álcool e suor. O único lugar que ele poderia entrar sem parecer um estranho era na cafeteria da esquina, e foi isso que ele fez. Entrou sendo agraciado com o ar condicionado, que gelava em sua pele e as roupas molhadas, mas como a temperatura estava quente ele não se importava. O local estava vazio, apenas um grupo de amigos sentado ao fundo e um casal dividindo alguma bebida aos sorrisos. Caminhou até o balcão e sorriu assim que viu o barista o cumprimentar igualmente com um sorriso brilhante. Não era todo mundo que chamava a atenção de Jaehyun, mas a olhar para o funcionário com uma mandíbula afiada, grandes olhos que brilhavam com a luz artificial do estabelecimento, nariz e boca perfeitos, ele se perguntou porque o rapaz não era um modelo e também como ele parecia Jack Frost com um cabelo branco bem incomum.

Ele fez seu pedido e em seguida olhou para a plaquinha com o nome do funcionário; Taeyong. Sorriu imaginando qual cantada jogaria para ganhar mais um número telefônico em sua agenda do celular, mas seu sorriso desfez na mesma hora que viu o pulso do mesmo. Seu nome estava lá, claramente, zombando de sua cara. Não seria coincidência que em seu próprio pulso tem o mesmo nome que o funcionário. Lee Taeyong estava embaixo das várias pulseiras em seu pulso esquerdo, escondidas para que ninguém pudesse suspeitar ou cogitar a ideia de que saberia quem era o dono desse nome. Mas parecia, que ele descobrira isso antes.

- Senhor, qual é o seu nome? – perguntou o barista, chamando a atenção. Os olhos de Jaehyun cresceram, com a súbita pergunta.

- Por que você quer saber? - perguntou na defensiva.

Taeyong olhou confuso com a mudança de atitude do cliente, que parecia muito educado até agora.

- Para assinar seu copo? O procedimento padrão. – respondeu apontado para o copo plástico com a caneta preta em suas mãos.

Yoonoh deu um sorriso envergonhado pelo mal entendido. Sentindo que poderia sair dali correndo para evitar todos esses acontecimentos.  

- Jaehyun.

O funcionário escreveu no copo de plástico e começou a fazer seu pedido. Yoonoh olhou para cada movimento do rapaz que o atenderá pensando se ele deveria falar que eles eram alma gêmeas, mas ao mesmo tempo que pensava que poderia contar esse fato, outra parte de si argumentava, sobre o que apenas nomes escritos em um pulso dita quem é ou não é, a pessoa que amaria. Ele não se sentia diferente, sabendo que o total estranho à sua frente é a pessoa que ele deveria amar até a morte, o que ele sentia era ansiedade, nervosismo de não saber como agir nessa situação.

- Aqui está sua bebida, obrigado e volte sempre.

Jung olhou para o copo venti macchiato e, depois para o rosto de sua alma gêmea que sorria educadamente e, voltou seu olhar para sua bebida a pegou sentindo sua mão congelar por conta do suor que se acumulava pelo nervosismo. Mas no fim, apenas deu as costas e saiu da cafeteria.

E assim como na vida real, nada é perfeito. Os dois nasceram comprometidos a se encontrar e completar em todos os sentidos. Mas todo ser humano tem seu livre arbítrio. Taeyong cresceu sonhando e acreditando que sua outra metade seria alguém perfeito. Yoonoh teve sua infância quebrada em pedaços com a separação de seus pais e, por fim, levou à sua má fé sobre o assunto.

Jaehyun preferiu ignorar e fingir que não aconteceu de encontrar o rapaz. Ele já tinha alguém em sua vida no momento; Sicheng. Mesmo que eles apenas tenham amizade colorida, era o suficiente para ele se sentir completo com alguém que o compreendia, alguém que também não acreditava em alma gêmea.

Taeyong não sabia que a pessoa que ele havia atendido era quem ele estava esperando desde de criança. E prosseguiu seu expediente, apesar de ter em mente o sorriso do cliente que entrará todo molhado pedindo um venti macchiato.

O caminho já havia sido escolhido, talvez essa poderia ser a última vez que as duas almas se encontrariam. Agora, estava na mão do destino unir ou separar