História Partituras - Você é tão arrogante!

Depois de Yi Jeong se ver obrigado a ter que dividir o mesmo carro com Kyung-ll, o mais velho o levou para um Café ali próximo.

Yi Jeong olhava para Kyung-ll como se quisesse o estrangular. Na verdade, o mais novo poderia fazer isso se não fossem as testemunhas.

O rapaz estava de braços cruzados e franzindo o cenho discretamente, enquanto Kyung-ll levava um dos macaroms da tigela até a boca.

– Cara feia pra mim é fome. Quer um pouco? – Perguntou o mais velho oferecendo os macaroms para o menor que bateu sua mão na tigela derrubando tudo no chão.

Kyung-ll o olhou com uma feição tão amedrontadora que por alguns instantes pode se dizer que Yi Jeong ficou com um pouco de medo.

– Por que você é tão mesquinho!?

Kyung-ll gritou chamando a atenção das outras pessoas que estavam ali. Respirou fundo e voltou a falar num tom normal.

– Desde que me conheceu você só sabe ser arrogante. Mas saiba que eu não sou como seus outros empregados, eu não vou deixar que você me trate como um lixo.

Yi Jeong estava disposto a transformar a vida de Kyung-ll num inferno, mas era a vida do próprio Yi Jeong que estava se tornando num inferno.

Yi Jeong não iria deixar as coisas assim, isso não era de seu âmago.

O menor riu irônico.

– Você é só um empregado. Seu papel é apenas fazer seu trabalho calado, é pra isso que te pagamos.

Kyung-ll ficou perplexo com tamanha arrogância.

Na verdade não era isso que Yi Jeong pensava, ele só estava com raiva do professor simplesmente porque era a primeira vez que foi tratado como o próprio tratava os outros. Yi Jeong não gostou de experimentar do próprio veneno.

– É verdade que você se acha superior só por ser um pouco rico? Sabia que quando você morrer não vai levar nem um tostão do que te faz tão nariz empinado?

Yi Jeong franziu o cenho.

O moreno se levantou da cadeira, pondo as mãos sobre a mesa e indo embora de supetão, mas o professor também se levantou e segurou o braço do menor o impedindo de ir.

– Nós ainda não terminamos de conver...

Kyung-ll o puxou com força e antes que pudesse completar a frase que iria falar, os dois perderam os equilíbrio e caíram, levando ao chão junto com eles metade das coisas que haviam na mesa atrás do professor.

Yi Jeong caiu em cima do maior, com as mãos de mau jeito em seu peito.

As bochechas do mais novo assimilaram um rubor assim que o mesmo percebeu estar com o rosto tão próximo do rosto do professor.

Kyung-ll percebeu isso, e claro, não iria perder a oportunidade de tirar sarro depois. Às vezes Kyung-ll poderia soar como alguém malvado.

O mais irônico era que Kyung-ll sentiu uma sensação estranha ao ver os olhos do rapaz tão de perto e sentir o corpo dele contra o seu.

– O que é isso corando de repente? Por um acaso vai me dar um beijinho? – Ironizou o mais velho.

Yi Jeong voltou a franzir o cenho e estapeou o ombro do professor antes de se levantar e sair correndo.

– Yi Jeong!

Kyung-ll teve que correr atrás dele, afinal estava responsável pelo do-ryeon-nim.

O professor correu até a saída do estabelecimento e viu Yi Jeong longe quase no horizonte, ele realmente corria rápido.

O mais velho entrou no carro para poder chegar mais rápido, mas até ligar o veículo, Kyung-ll perdeu o menor de vista.

Estava quase entardecendo.

Kyung-ll não conseguia encontrar Yi Jeong e já estava ficando preocupado, com que cara iria se apresentar para seu patrão e dizer que seu filho sumiu?

Aliás, algo de ruim poderia acontecer com o mais novo e Kyung-ll não queria isso.

E se Kyung-ll o achasse, como faria para conseguir fazer Yi Jeong entrar no carro de novo? Aquele tampinha... Aquilo foi só uma piada, ele levou aquilo a sério?

Yi Jeong correu até se perder. Sua mente estava perdida em meio a pensamentos e indagações a si mesmo.

O menor correu sem pensar, com medo daquele sentimento que o flechou, até Yi Jeong se encontrar em um bairro desconhecido para ele.

Yi Jeong se sentou no meio-fio esperando algo que nem ele sabia o quê, e pra piorar, a chuva desabou com intensidade sobre ele e a rua.

Agora Yi Jeong era um colegial, confuso, perdido e de calças molhadas.

Depois de alguns instantes o moreno pode ouvir alguém gritando, e olhou ao redor.

Yi Jeong viu sua salvação.

Kyung-ll estava de frente a seu carro segurando um guarda-chuva e correu em direção a seu do-ryeon-nim.

– Aigo! Porque correu assim até se perder? Por acaso você é algum tipo de idiota?

Yi Jeong havia ficado bravo por ter sido chamado de idiota, mas deixaria passar apenas desta vez, não poderia negar que estava aliviado por ver Kyung-ll.

O professor deu seu guarda-chuva para o menor, e tirou seu próprio casaco para aquecer o menor que estava encharcado.

Yi Jeong não falava nada.

Estava envergonhado por mesmo depois de ter tratado Kyung-ll arrogantemente o mesmo ainda o ajudava, mesmo se isso fosse apenas para não levar uma bronca de seu patrão.

Kyung-ll o acompanhou até o carro e entrou, digitando algo no celular assim que fechou a porta do veículo.

– O que está fazendo? – Yi Jeong perguntou em curiosidade.

– Enviando uma mensagem para seu... Appa – Ironizou. Ele não iria perder essa oportunidade – Não podemos ir para a sua casa agora, as pistas estão molhadas e pode acontecer algum acidente. Nós vamos para a minha casa.

–Quê!? Acha mesmo que vou querer trocar minha cama grande e macia por algum futon na sua casa?

– E você acha que eu quero aturar um nanico mesquinho a noite toda? – Retrucou o maior fazendo o outro se calar.

– Aish... – Yi Jeong resmungou.

Naquela noite, Yi Jeong dormiria na casa da pessoa que mais o irritava.