O som do alarme da saída ecoou pelos corredores do colégio onde Yi Jeong estudava.
Ele esperou o professor terminar e rapidamente pegou seus pertences e saiu apressado.
Si Hyoung o observou confuso.
-Ei, o que há com ele? – Perguntou sobre Yi Jeong para Jae Ho.
-Sei lá. Ele anda meio estranho. Hoje mesmo ele me fez uma pergunta sobre paixão...
-Woh! – Si Hyoung estava realmente surpreso, não esperava que o amigo fosse realmente interessado nessas coisas.
Yi Jeong esperou impacientemente seu motorista, e quando ele chegou entrou rapidamente no veículo. Por que eu estou tão apressado pra ver aquela pessoa?
Ele não conseguia compreender seus sentimentos. Ele estava confuso, com raiva, e principalmente ansioso para vê-lo.
.........
Logo que avistou a figura de Kyung-ll descendo do veículo à frente do carro em que estava, sentiu borboletas na sua barriga e seus batimentos cardíacos aceleraram um pouco.
Yi Jeong desceu do carro.
Suas pernas cambalearam um pouco.
Seu coração? Ah, esse acelerou mais que as asas de um beija-flor.
Kyung-ll, este que avistou Yi Jeong, o cumprimentou com um “bom dia”, mas o mais novo caminhou a passos largos até dentro da mansão. Yi Jeong pensou com si mesmo; Yi Jeong, não tente tapar o céu com a palma da mão[1]
Nem o próprio entendia o porquê de estar fugindo. Não era ele que estava ansioso para ver o professor?
Kyungil uniu as sobrancelhas mostrando confusão, logo em seguida também entrou na mansão encontrando o mais novo no salão de entrada subindo as escadas.
-Ei! – Exclamou para ele, que parou seus passos apressados.
-O-o que foi? – Yi Jeong ainda estava de costas para Kyung-ll, escondendo seu rosto que para ele, certamente estaria corado.
Nem Kyung-ll sabia o porquê de ter perseguido Yi Jeong até ali. Julgando pelo temperamento e atitudes anteriores do menor, não responde-lo e sair já era uma coisa de se esperar de Yi Jeong.
Ele fez uma breve pausa. Afagou sua própria nuca e abaixou um pouco a cabeça.
-Nada...
Quando Yi Jeong levantou o pé direito para sair, Kyung-ll mais uma vez começou a falar.
-E se... A gente substituísse essa aula monótona por um dia no parque? – Kyung-ll disse aquilo num impulso incontrolável, só se deu conta do que disse depois da frase sair de seus lábios.
Yi Jeong apertou o punho.
Kyung-ll enrijeceu todos os músculos de seu corpo.
Os dois demoraram um pouco para compreender a situação. Kyung-ll realmente estava chamando Yi Jeong para sair?
O professor suspirou.
-Eu acho que... Precisamos conversar e arrumar as coisas entre nós. Quer dizer: Entre nós como professor e aluno, não como... Hum... Ah... – O maior realmente se enrolou na hora de formular a frase. - O que eu quero dizer é que eu preciso falar sobre o que aconteceu na sala de música, no dia em que a minha irmã veio aqui.
O aluno engoliu seco. Ele queria que Kyung-ll se esquecesse daquele episódio que aconteceu, só para diminuir a vergonha que sentia.
O aluno apenas assentiu com a cabeça.
..........
A brisa fria batia contra os corpos de Kyungil e Yijeong, fazendo com que as mãos descobertas do mais velho ficassem dormentes, e as bochechas claras e ponta do nariz de seu aluno assimilassem um tom avermelhado.
Ficaram em silencio por uns instantes observando o tempo, ambos estavam desconfortáveis, não sabiam o que fazer.
Já haviam saído juntos uma vez, mas desta vez era diferente, de certa forma, desta vez havia uma certa conotação romântica, impossível de deixá-los confortáveis para lidar com isso naturalmente.
Aquele episódio que passaram juntos também deixou aquele clima assim.
Para Kyung-ll, era uma sensação que em toda sua experiência de vida, nunca havia experimentado, não conseguia entender porque estava sentindo aquilo, que nem mesmo saberia explicar o que era.
O professor acendeu um maço de cigarro, levando aos seus pulmões a nicotina que o deixava mais calmo diante daquela situação.
Ele tinha um propósito para ter chamado Yi Jeong até ali, então o mesmo deixou as costas retas e finamente criou coragem para olhar nos olhos do menor.
-Ei – Chamou a atenção do outro mostrando não estar muito interessado, mas na verdade ele estava bastante inseguro.
Yi Jeong respondeu com um fraco murmúrio e Kyung-ll suspirou em seguida.
- Você poderia... Esquecer o que aconteceu da última vez que nos vemos?
Aquela frase abalou um pouco o pobre coração confuso do mais novo.
- Você é o meu sobrinho, mesmo que não sejamos de sangue. Daqui alguns dias minha irmã vai se casar com o seu pai, não quero que tenha uma ideia errada sobre mim – Kyung-ll dizia isso enquanto segurava com a ponta de dois dedos o cigarro, o qual a fumaça desaparecia entre a neblina do frio.
Assim que o professor levou a ponta do cigarro até os lábios, Yi Jeong abriu a boca para finalmente falar.
-Se você não queria que eu pensasse errado, porquê fez aquilo pra início de conversa? Você realmente se diverte em brincar com os meus sentimentos?
Sentimentos? Que tipo de sentimentos?
-Eu...
-Esquece! – Yi Jeong cortou a fala de Kyung-ll, impedindo que ele falasse, ele estava tão aturdido com aquilo. Em seu coração havia uma rachadura profunda e irreparável.
Yi Jeong não conseguia aceitar que estava amando alguém a qual não nutria nenhum sentimento recíproco.
-Somente... me leve para casa.
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[1] ”Não tente tapar o céu com a palma da mão”: é um provérbio coreano que significa algo como “Você está negando o obvio, mas um dia terá que enfrenta-lo.”
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