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História Past Lives - Chapter 2


Escrita por: MafeSweet

Notas do Autor


Heey babys!!
Então, essa fanfic não será na típica ordem que eu sigo para as postagens, pois ela é maior, e necessita de mais tempo. Ou seja, levarei mais tempo para postar.

Obs: Quero lembrar que as partes de narração do JungKook serão maiores, porque ele observa tudo ao seu redor. E o Jimin é diferente. Acho que isso melhora a visão do leitor, para distinguir cada um dos personagens :)

Vamos lá...

Capítulo 2 - Chapter 2


Fanfic / Fanfiction Past Lives - Chapter 2

Jeon JungKook:

 

 

Nunca consegui encarar ninguém nos olhos, apenas Yoongi. Mas ele é meu primo, convivo com ele. Ficar tantos segundos em uma encarada é algo raro para mim, e ainda com uma pessoa que nunca vi na vida. Isso é só mais uma das coisas que é estranha em mim, posso fazer uma lista com todas elas. Enquanto eu tentava descobrir o que havia na íris do seu olho, a cor em si era clara, não digo azul ou verde, para mim ambas são apenas cores. Os olhos desse garoto são castanhos claro, só que alguns detalhes brincavam ali dentro, algo que me intrigava. Que não me deixava desviar o olhar de forma alguma. E ele parecia agir da mesma forma que eu.

 

Não posso negar que aquele brilho me era familiar, tantas pessoas no mundo... Por que justo o dele tem que ser familiar para mim? Deve ser coisa dessa minha cabeça perturbada.

 

A cortina da sala balançava, a brisa que vinha balançava os fios do seu cabelo, deixando aquele aspecto bagunçado, mais do que ele já estava. A luz solar que entrava, iluminava seus olhos, mostrando visivelmente a cor dos seus olhos misteriosos. Nunca me deparei com alguém que tinha olhos tão diferentes, como se lessem minha alma, tentassem descobrir meus pecados, ou meus medos mais sombrios. O que esses olhos parecem esconder? Um enorme segredo. Como uma série de terror, que esconde o assassino, mas nesse caso as pessoas morrem uma por uma, até sobrar apenas uma. Será que é isso que em cativou? Ah, realmente não sei.

 

– Olá. – Seus lábios carnudos produzem tal palavra. Seu olhar ainda estava no meu, e não seria eu a desconectar aquilo.

 

– Oi. – A curta palavra sai da minha boca depois de pelo menos dez segundos. A aula continuava, ninguém percebeu aquela nossa pequena conversa sem palavras, era um diálogo com olhares. Nunca fiz isso, mas parece legal ao meu ponto de vista.

 

– Qual o seu nome? – Questiona levantando um pouco uma das sobrancelhas, o canto do seu lábio se ergueu um pouco. Acho que reparar nos detalhes é um hobby meu.

 

Para ser sincero, acho que a vida é baseada nos detalhes que nos cercam. Sem isso, o que essa porcaria de realidade seria? Nada mais que simples cores misturadas por aí. Para mim, cada detalhe tem que ser analisado e respeitado, pois cada um possui um valor diferente. Como quando uma pessoa sorri, tantos tipos de sorrisos diferentes... Podemos citar como exemplo o sorriso de lado, ele é dado quando não estamos tão felizes, mas temos aquela pontada de felicidade súbita dentro de nós. Isso é reproduzido em nossos lábios. Queria sentir algo assim, mas parece que meu coração não aceita sorrisos, nem a felicidade em si.

 

Pode até parecer que eu não me importo com nada, mas minha cabeça está processando tudo a minha volta. Prefiro montar uma nova imagem do mundo na minha mente, assim tudo parece menos trágico do que é. Essa minha forma de ver o mundo começou com a morte dos meus pais, acho que tudo isso começou com o falecimento deles. Não digo que isso é ruim, foi até bom para mim. Me recordo que antes de toda essa tristeza, eu era um adolescente bem impulsivo, porém feliz e divertido. Hoje em dia sou um corpo sem alma, ou uma alma infeliz.

 

– Será que o novato quer nos, falar alguma coisa? – A professora pergunta. Sabia que isso era sua forma de dar uma bronca pela nossa falta de atenção na aula. Todos os alunos presentes levam seus olhos para nós dois.

 

Apenas desvio meu olhar do seu, ajeito minha posição, colocando as mãos sobre a mesa e olhando para a professora. Solto um suspiro baixo pensando nos segundos atrás, foi estranho, inexplicável, e ao mesmo tempo intenso de certa maneira. Minha cabeça tem que parar de criar teorias bestas para tudo que acontece comigo ou com as pessoas a minha volta. As duas aulas antes do recreio passaram lentamente, pois ambos professores falaram sobre a sua matéria, enquanto todos os alunos quase dormiam em suas mesas. Sei que os ensinadores percebiam o desanimo dos jovens, e no fundo entendiam o tédio. Por isso nem brigavam. Só não sei porquê aquela professora resolveu implicar comigo justo no primeiro dia de aula. Meu destino é aparecer mesmo eu querendo me esconder a todo custo.

 

E o sinal bate, avisando que a hora do intervalo chegou. Todos aqueles adolescentes que segundos atrás dormiam em suas mesas, parecem ter acordado bem rápido, todos levantaram e uma bagunça de vozes sobrepostas se fez. Odeio barulho. Um motivo para isso é que no dia que eu estava no hospital, esperando uma notícia dos meus pais, o barulho era enorme. Parentes meus falando ao mesmo tempo, e quando o médico avisou o acontecido... Foi como se tudo ficasse silencioso, dentro da minha cabeça. Pois fora o choro de todos foi ouvido, o meu foi mais baixo. A minha tristeza era a maior, mas o barulho era o de menos. E foi nesse momento que minha alegria foi tirada de mim por completo.

 

Como sempre, sou um dos últimos a sair. Culpo o meu hobby de prestar atenção nos outros. Apenas uma pessoa permanecia na sala, e era o garoto que eu só sabia o sobrenome. Park. Eu estava muito envergonhado para sequer olhar para ele, então levantei-me calmamente – sem barulhos – e segui para a porta aberta.

 

– Ainda não me disse seu nome. – Sua voz era rouca, e ao mesmo tempo tinha um toque suave. Detalhes.

 

Paro de andar e solto outro suspiro, percebo que ele levantara e vinha até mim. Levanto meu rosto, sua expressão era de curiosidade. Dava para ver na sua testa pouco franzida, e na elevação da sobrancelha, sem esquecer a boca entreaberta. Me viro totalmente para ele.

 

– Não acho que isso fará alguma diferença. – Falo normalmente, meu tom de todos os dias, sim, acho completamente chato ter o mesmo tom de voz todas as vezes, mas sou assim. Ele solta uma risada que eu posso denominar sarcástica. Aos poucos vou conseguindo ter uma visão da personalidade de cada um, isso apenas com expressões e ações. Sei que no fundo cada um esconde sua verdadeira forma de ser. Ele volta a me encarar com certa ironia, nunca pensei que tal forma seria possível de ser transmitida em um olhar. Agora lembro que seu olhar é diferente de qualquer outro que já me encarou, e mesmo assim algo dentro de mim tenta avisar que eu já vi seus olhos antes.

 

– Quero saber seu nome, por que não pode simplesmente me dizer ao invés de ficar de marra? Não suporto garotos rebeldes. – Bufa impaciente.

 

– Se você odeia garotos rebeldes, devia parar de se comportar como um. – Digo e ele arregala os olhos, agora os mesmos estavam repletos de raiva. Provavelmente ele estava irritado com a verdade, os seres humanos são assim, falam que gostam de sinceridade. E quando somos sinceros, ficam com raiva.

 

– Você não me conhece. – Rosna dando um passo para frente na tentativa de me intimidar, mas eu apenas tombei um pouco a cabeça para um lado, encarando seus olhos mais uma vez. – Devia saber que mexer comigo é o mesmo que brincar com fogo. Você pode se queimar feio. – Fala ameaçadoramente. Ele deve estar acostumado a botar medo nas pessoas. O provável valentão da escola. Mesmo que ele pareça ser mais que isso, agora só parece alguém que clama por atenção.

 

– Não quero saber quem você é, e o mesmo deve servir para você. Se já acabou com a sua crise por atenção, vou para o intervalo. – Digo normalmente. E o garoto a minha frente só parece ter ficado com mais raiva.

 

– Saberá quem eu sou em breve, pois sou quase o rei desse colégio. E temerá como todos a minha volta. – Diz entre os dentes. Então ele gosta de ser temido, uma pena, pois eu não temo ninguém a muito tempo. Nem a morte. Na verdade, prefiro ela do que a vida.

 

– Você deve ser aqueles jovens ricos que todas as menininhas querem, provavelmente deve ter amigos da mesma classe social, e como tem dinheiro acha que pode humilhar os outros. – Digo. Seu rosto ficava mais vermelho a cada palavra. Mesmo que eu usasse meu tom rotineiro, ele ainda permanecia irritado. – Não sou como todos os outros, não tenho medo de você, e nunca terei. – Finalizo dando as costas para ele, acabando aquela conversa sem rumo.

 

Essa foi uma das conversas mais tensas para mim, primeiro, nunca falei tantas verdades para uma pessoa assim, ainda mais para uma que acabei de conhecer e nem sabia o nome. E isso não faz diferença para mim. Um sobrenome não muda ninguém, nem o dinheiro que a família possui. Isso é apenas status, importante para a maioria. Não para mim.

 

As verdades são ditas por mim quando eu acho necessário, na maioria eu escondo em algum canto da minha mente. Ninguém quer a verdade. Realmente não sei porquê falei tudo aquilo para ele, deve ter soado ruim. E como o mesmo está provavelmente acostumado a ouvir só coisas positivas, que o coloquem no alto, o devo ter irritado demasiadamente. Agora em diante devo ficar mais calado, isso era o que eu devia ter feito. Mas não consegui. Algo dentro de mim gritou loucamente para eu falar, como se algo quisesse que eu falasse com ele. Não foi uma boa ideia do destino essa conversa.

 

– Por que está aí parado com essa cara de lerdo? – Yoongi aparece me puxando pelo pulso, levando-me até fora. Como pensei, aquele jardim era onde os alunos passavam o recreio. Acho melhor assim, sem aquela divisão de mesas que me davam dor de cabeça.

 

Observando agora posso ver alguns típicos grupinhos formados. Os inteligentes – nerds – em um canto, sentados, com livros em mãos enquanto conversavam assuntos que necessitava de concentração de todos. Um pouco para lá, podemos ver os isolados da escola. Como vejo isso? Simples, as pessoas que passam por eles riem e até derrubam sua comida. E mesmo com tudo isso eles se mantem em pé, admiro isso. Não sou uma pessoa de brigas, mas não consigo suportar que mexam comigo quando estou quieto. Então eu falo as verdades que assombram mais as pessoas, pego no ponto fraco delas sem nem mesmo um soco no estômago. Palavras doem mais. Mais inúmeros grupos, até chegarmos no principal deles, o que manda em tudo – ou pensa que manda –, os populares. Nesse podemos ter a visão de patricinhas, algumas líderes de torcidas e outras não. Playboys mesquinhos que tinham em seu colo uma das garotas, enquanto passavam as mãos nas pernas descobertas delas. Não tenho opinião em relação a isso, cada um sabe o que faz.

 

Lá estava ele. O mesmo adolescente de cabelos negros bagunçados, conversando animadamente com seus amigos, no seu colo também havia uma garota. A mesma loira que discutiu comigo. Isso só pode ser ironia do destino, eu ‘’brigar’’ com duas pessoas próximas, eles provavelmente são um casal. Posso perceber pela pose confiante que a loira tem, não parece que ela seria algo menor que uma namorada.

 

– Vamos ficar ali. – Apontou para uma sombra, debaixo de uma árvore enorme. Galhos retorcidos cobertos por folhas cor albahaca, só que um pouco mais vivo. Assinto e vamos caminhando enquanto jogávamos conversa fora. – O que achou da escola? – Pergunta sentando-se ao meu lado no gramado. Solto um suspiro enquanto brincava com a grama abaixo de mim.

 

Claro que eu não falaria sobre as minhas ambas discussões. Do jeito que Yoongi é, bem provável que ia falar com o casal. Não quero mais intrigas, nem conflitos. Já basta os que tínhamos na antiga escola, não irei mentir... Só vou esconder a parte ruim do dia de hoje. Torcendo para que esses dois me esqueçam, a única coisa que eu não conseguirei esquecer é o brilho dos olhos do garoto que me encarou, ainda não acredito que olhos tão misteriosos são de um jovem tão mesquinho.

 

– Igual a todas as outras. – Respondo. – Alunos comuns, barulho alto, e professores entediantes. – Meu primo concorda com a cabeça.

 

– Devo admitir que as garotas daqui são belos pedaços de mal caminho. – Passa a língua sobre os lábios. Yoongi não parecia, mas tinha jeito de galinha, e era um. Em nossa antiga escola, ele saia com uma menina diferente todo dia e todas eram loucas por ele. A maioria nem acreditava que eu – o estranho – era primo dele. Lógico que isso me magoava, mas aprendi a esconder meus sentimentos desde cedo, então não demonstrava meu descontentamento com aquela situação. – O que achou das garotas? Quer dizer, você pelo menos repara nisso não é? – Arqueia uma sobrancelha, como se tivesse esperanças em pelo menos isso em mim.

 

Na verdade, nunca fui de reparar na beleza das pessoas. Pode ser clichê, mas o que importa para mim é a beleza interior. De nada importa o ser humano ser lindo por fora e podre por dentro. Essa é mais uma razão para eu não ter amigos, todos se importam com a beleza física dos outros. Isso me causa repugnância. Mais uma razão para o mundo ser um lugar péssimo, as pessoas o estragam com seus preconceitos bobos. Ainda me pergunto se Deus é feliz com a vida que colocou na terra, acho que não. E sim, acredito em Deus, mesmo depois de tanto sofrimento que ele me causou. As coisas são assim, parentes vão e vem, nem todas as vezes isso causa felicidade. Para mim só causou aborrecimento e lágrimas silenciosas.

 

– Sabe que não sou assim Yoongi. Não gosto de pensar na beleza dos outros, pelo menos não a física. – Respondo e ele bufa frustrado. Sei que no fundo ele espera que eu mude, que eu acorde para a vida, uma pena que eu já morri a dois anos e ninguém percebeu.

 

– Devia começar a olhar melhor. Por exemplo a Hyuna, aquela loira sentada no colo do Jimin. – Aponta discretamente para que eu olhasse.

 

– Como sabe os nomes deles? – Confesso que a pontada de curiosidade me atiçou.

 

– Eles são o casal mais popular desse colégio, todos sabem o nome deles. Mas claro que você não sabe, devia se informar mais primo. – Responde. – Na verdade, quando eu estava na sala algumas meninas ficavam falando sobre um tal de Park Jimin, e acredite ou não... Elas tinham fotos dele nos celulares. – Diz divertido. Essas garotas de hoje em dia estão ficando cada vez mais loucas. – Ele é como um rei para elas, e a loira, que convenhamos é incrivelmente sexy, está nos celulares dos rapazes. Como se eles fossem um casal de celebridades. – Explica e eu assinto minimamente com os olhos focados agora no grupinho, eles estavam sentados em uma mesa que tinha na grama, a única existente por ali.

 

– Não acha essa hierarquia juvenil uma coisa desnecessária? – Pergunto olhando com certo desdém para o grupo.

 

– Por que seria?

 

– São apenas adolescentes com pais ricos, que se acham por dinheiro e beleza. Tenho dó dessas pessoas vazias por dentro. – Digo e tomo um gole do suco de melancia que tinha trago em uma garrafinha térmica.

 

– Pode até ser, mas eu quero estar no lugar desses playboys. Ter uma daquelas líderes de torcida no colo deve ser uma baita tortura deliciosa. – Dá um sorriso malicioso olhando para a mesa alguns metros de distância de nós.

 

– Tarado. – Murmuro e ele ri.

 

Ficamos ali por mais dez minutos, até que o sinal tocou alertando o fim do intervalo. Parece que todos soltaram ao mesmo tempo um murmuro de descontentamento com aquilo, mas aos poucos o espaço gramado foi se esvaziando. Até Yoongi tinha ido antes de mim, pois eu falei que logo iria, não queria ficar no meio daquele tumulto de pessoas se esmagando pelos corredores. E como tenho muita sorte, a mesa cheia de populares ainda estava ali com todos os integrantes. Pode ser impressão minha, mas acho que eles estavam com os olhos vidrados em mim. Por isso me levantei calmamente, e comecei a andar pelo gramado, na intenção de ir para a sala que eu tinha aula.

 

– Olha só o que temos aqui. – A voz fina da loira que agora sei se chamar Hyuna se choca no silêncio. – Descobri que o estranho gosta de provocar não só a mim, mas também ao meu namorado. – Me viro e vejo que ela estava na frente de todos, lembrando que ela estava em pé como todos. Ela na frente, líderes de torcida um pouco mais atrás, playboys que me encaravam com desdém, ao lado de Hyuna estava o moreno implicante. Não muito longe outros quatro coreanos me olhavam normalmente, e um deles era o que tinha esbarrado comigo ainda hoje. – Por que não se põe no seu lugar? Já deve ter ouvido que somos o casal mais popular desse colégio, ficaria surpreso com a influência que temos nesse lugar. Com apenas um boato mentiroso sobre você, bem provável que a sua vida social aqui está acabada. – Um sorriso frio toma conta do seu rosto. Cruzo os braços e não perco a confiança, permaneço de nariz em pé e solto um suspiro silencioso.

 

– Não me importo com isso, pode espalhar pela escola o que você quiser. Não fará nenhuma diferença na minha vida, pode parecer uma bela vingança para você, por eu não agir como todos agem perto de você. – Digo e ela fica vermelha de raiva. – Uma pena eu não ligar para quem você ou seu namorado são. Podem ser os reis da Inglaterra que não interfiram na minha vida. Agora posso ir para a aula? – Arqueio a sobrancelha. Vejo que ela aperta os pulsos para não dar um chilique, enquanto todos os outros pareciam surpresos com as minhas palavras. Sei que a maioria ali queria dizer o que eu disse para ela. A falta de coragem é um dos piores obstáculos que temos de enfrentar.

 

– Quer bancar o corajoso? Tudo bem, mas sei que se arrependerá amargamente disso. – O moreno fala dando um passo à frente, outra tentativa de me intimidar. – Irei descobrir seus piores medos, seus maiores segredos. Agora pode ir para a sua aula, Jeon JungKook. – Quando meu nome sai da sua boca sinto um frio percorrer a minha espinha. Talvez porquê o tom que ele usou foi ameaçador, e frio. Mas o que mais parecia era que eu já tinha ouvido meu nome sair dos seus lábios. Essa sensação estranha parece estar me corroendo por dentro.

 

 

POV Park Jimin:

 

 

Depois que aquele moleque agiu daquela forma comigo, a raiva parecia ter subido para meu cérebro e aquecer o sangue das minhas veias. Só sei que ele é uma das pessoas que conseguiu me irritar em menos de cinco minutos. Nem acredito que fiquei igual um bobo encarando ele, devo ter parecido um idiota. Mas ele foi mais de ter me dito aquilo, eu só tinha pedido o nome dele. Até parece que é grande coisa para ser escondido as sete chaves.

 

Já do lado de fora, respiro algumas vezes para manter a calma. Sou uma pessoa explosiva, e odeio admitir que aquele bastardo tem razão. Sou rebelde, metade da culpa é minha, outra é dos meus pais que nunca me deram atenção. Podem me chamar de carente, não me importo. Afinal, sou o rei desse colégio, e governarei até o fim desse ano. Meu último ano... Nem acredito que tudo passou tão rápido.

 

Pelo caminho posso ouvir os suspiros das garotas, não posso deixar de sorrir com isso. Não tenho culpa se elas são caidinhas por mim, uma pena eu ser comprometido. Ok. Isso não me impediu muito de trair Hyuna duas ou três vezes, mas foi no começo, agora se eu cometer o mesmo erro de novo, provavelmente ela relatará o ocorrido para meus pais. E eu receberei um castigo. Ela sabe que nosso relacionamento é uma fachada para negócios, assim ninguém desconfia de nada. Mas eu não quero me casar com ela, nunca quis. Tenho esse ano inteiro para convence-los a parar com essa ideia idiota.

 

– Por que essa cara brava Jiminnie? – Taehyung pergunta com seu tom alegre de sempre. Acho que ele é umas pessoas mais carismáticos que conheço, e isso alegra as pessoas a sua volta. Acho que foi por isso que Hoseok namora ele.

 

– Um moleque me tirou do sério. – Digo já de fora, caminhando até a única mesa do gramado. Todos estavam lá, só faltavam nós dois. – E ele ainda é novato. Só não dei um soco nele porque ele não sabe quem eu sou. – Me sento no comprido banco, Hyuna logo vem para o banco. Devo dizer que já estou intoxicado desse perfume dela, é demasiadamente forte – muito doce -, e isso me deixa até meio atordoado, de uma maneira ruim.

 

– Espera... Esse garoto tem os cabelos escuros? – Taehyung eleva uma sobrancelha.

 

– Como sabe? – Praticamente respondo a sua pergunta com outra.

 

– Esbarrei com ele hoje, foi no começo da manhã, devo admitir que ele foi estranho... Enfim, como conheço todos desse colégio estranhei a sua presença, então perguntei para uma fonte confiável, que me disse o nome dele. – Fala e todos que nem sabiam da conversa prestavam atenção a cada palavra dita. Hoseok colocou o braço na cintura do namorado, recebendo um sorriso do mesmo.

 

– Qual o nome dele? – Pergunto fazendo Taehyung abrir um sorrisinho irônico.

 

– Não conseguiu tirar nem isso dele? Está perdendo a prática Park. – Zomba e eu o mando um dedo no meio. – Que maus modos. – Faz uma careta e eu reviro os olhos. – Ele se chama Jeon JungKook, mudou de escola com seu primo Yoongi. Isso é tudo que eu sei, afinal não preciso saber muito mesmo. – Dá de ombros.

 

Jeon JungKook... Então é esse seu nome menino rebelde. Por que esconder algo tão comum? Ok, não conheço muitos rapazes com esse nome, mas na Coréia deve ser comum. Por que estou pensando nisso? Enfim... Agora posso pelo menos chama-lo pelo nome, começar minha pequena vingança por suas palavras duras que foram ditas com tanta calma. Ainda quero descobrir o mistério escondido por de trás daqueles olhos escuros. Acho que nada me deixou tão curioso antes.

 

– Esse garoto me tratou mau, acho que merece uma boa lição. Algo que mostre o seu lugar. – Hyuna dá um dos seus sorrisos frios.

 

Depois da sua fala, todos deram ideias maléficas para punir o garoto. Uma delas foi selecionada, a mais infantil de todas na verdade. Assim que o lugar foi se esvaziando, como planejado, o moreno ficou sozinho. E bem na hora que ia saindo, todos se levantaram da mesa, Hyuna ficou na frente e eu ao seu lado.

 

 

 

 

– Olha só o que temos aqui. – Hyuna fala como um zombamento. – Descobri que o estranho gosta de provocar não só a mim, mas também ao meu namorado. – Ele se vira e passa os olhos sobre todos nós, como se quisesse guardar a imagem em sua cabeça. – Por que não se põe no seu lugar? Já deve ter ouvido que somos o casal mais popular desse colégio, ficaria surpreso com a influência que temos nesse lugar. Com apenas um boato mentiroso sobre você, bem provável que a sua vida social aqui está acabada. – O moreno, que agora sei chamar Jeon JungKook cruza os braços, mantendo a confiança. Poucas pessoas conseguem ficar assim quando Hyuna joga as suas ameaças.

 

– Não me importo com isso, pode espalhar pela escola o que você quiser. Não fará nenhuma diferença na minha vida, pode parecer uma bela vingança para você, por eu não agir como todos agem perto de você. – Diz normalmente. – Uma pena eu não ligar para quem você ou seu namorado são. Podem ser os reis da Inglaterra que não interfiram na minha vida. Agora posso ir para a aula? – Arqueou a sobrancelha. Todos se surpreenderam com as suas palavras, agora não sei se ele é burro ou corajoso.

 

– Quer bancar o corajoso? Tudo bem, mas sei que se arrependerá amargamente disso. – Falo dando um passo para frente, e outra vez ele não se abala. Ok, estou ficando irritado com seu rosto sem expressões amedrontadas. – Irei descobrir seus piores medos, seus maiores segredos. Agora pode ir para a sua aula, Jeon JungKook. – Digo seu nome em um tom diferente. Enfim uma reação, seu rosto ficou mais sério que antes, talvez ele tenha ficado pasmo. Mas logo voltou a ficar normal.

 

– Falar meu nome não me deixa mais frágil, uma hora ou outra você ia acabar descobrindo de qualquer modo. – Dá de ombros e me encara, por que quando ele me olha sinto que não consigo dizer nada? Estranho. – Se me derem licença. – Diz quase irônico, virando as costas e sumindo pela porta.

 

– Wow. – Namjoon exclama o que todos presentes queriam dizer. – Gostei desse garoto, destemido, corajoso, e fala o que pensa. Acho que foi por isso que vocês dois não gostaram, ele é sincero. – Aponta para eu e Hyuna. – Vão querer mesmo seguir com o plano inicial? – Questiona querendo mencionar o planinho idiota de Hyuna e suas amiguinhas.

 

– Claro! – Exclama e sai andando pela porta, a seguimos.

 

O plano era riscar o armário de Hyuna e como não há câmeras pelos corredores, botar a culpa nele. E olha que nem sabemos o que isso resultará. Eu estou com raiva dele, muita, mas algo dentro de mim me diz para não fazer isso, que é uma má ideia. E talvez seja mesmo.

 

– Ei, Hyuna. – Chamo a atenção da loira que já tinha em mãos um estilete.

 

– O que?

 

– Não faz isso. – Pego o estilete da sua mão e ela me encara meio brava. – Não vale a pena.

 

– Está com medo daquele bastardo? Qual é Jimin, ele é apenas mais um peão inimigo que eu preciso descartar. Não me diga que está com dó dele. – Fala irritada.

 

– Não estou, só acho que podemos guardar essa raiva e fazer algo maior no futuro se ele irritar a gente outra vez. – Digo e ele bufa.

 

– Que se dane. – Sai pisando pesado, e as suas colegas vão atrás dela. Só sobrou eu e meus amigos.

 

– Está com o coração amolecido ultimamente Park? – Hoseok pergunta divertido.

 

– Não. – Nego. – Só acho que precisamos parar de fazer esse tipo de coisa, talvez esse garoto só esteja fazendo birra no primeiro dia. Provavelmente depois ficará mais calado, sem cuspir tantas palavras assim. – Falo e ele assentem. – E também, tenho que parar com essas brincadeiras. Já é nosso último ano, temos que parar com essas infantilidades.

 

– Até parece um bom exemplo. – Jin zomba. – Fala sério Jimin, você mesmo disse na última festa que arrasaria com as travessuras esse ano. – Fala e eu engulo em seco. Eu me lembro disso, como gostaria de não me lembrar.

 

– Eu estava bêbado, bêbados não raciocinam direito. – Minto e ele assente fingindo acreditar. – Que tal parar de sermão e irmos para a aula? – Todos bufam cambaleando cada um para sua respectiva sala.

 

E outra vez minha mente é tomada por pensamentos, um deles é....

 

Esse ano será diferente? Algo me diz que sim, o mais distinto de todos que já vivi. Isso me dá um frio na barriga.

 

 

Continua....


Notas Finais


Me dizem se estão gostando nos comentários, essa fic está sendo meu xodózinho :)
Até mais!! <333


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