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História Past Lives - Chapter 20


Escrita por: MafeSweet

Notas do Autor


OLHAAAAAAAAAAA ELA~

Heey babys!!
Siiiiim, cheguei para abalar vocês!! Pq sou dessas ksksksks'
ESTAMOS CHEGANDO AOS 1000 FAVORITOS AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH #SEMCRER SCRR DEOS
ME AJUDEM A CHEGAR NESSA META AMORES!!! COMPARTILHEM A FIC COM OS MIGO, COM A FAMÍLIA, COM O AU AU, SLA, SÓ PANFLETEM U.U
Vamos lá que a pessoa já demorou d+...

Capítulo 25 - Chapter 20


Fanfic / Fanfiction Past Lives - Chapter 20

POV Park Jimin:

 

 

 

Desde aquele dia na praia, tinha sido horrível. Os dias perderam a graça, as horas eram longas demais e as pessoas ao meu redor pareciam robôs. A beleza da vida tinha sumido, sim, a beleza da minha vida era JungKook. Voltei a andar com meus antigos amigos e até a ficar com Hyuna, tudo para tentar distrair aquela saudade palpitante em meu peito. Ele fazia falta, ah, como fazia. Suas risadas fofas, seus sorrisos doces e até seus abraços me perseguiam nos sonhos... sonhos que ao acordar me deixavam triste por serem apenas ilusões da minha cabeça.

 

Se eu fui um idiota? O maior de todos. Um idiota por ter achado o que aconteceu o fim do mundo. Um idiota por querer me distanciar dele. Um idiota por pensar que não sentiria sua falta. Um idiota por ser eu. Caramba, eu realmente fui um idiota. Devo descrever as semanas angustiantes? É, acho que sim.

 

A primeira semana foi quase normal. Sai para diversas festas e bebi tudo que podia, desde vodca, até a garrafa caríssima de uísque do pai de Hyuna. Só bêbado para aguentar aquele vazio devastador dentro de mim. Dancei e transei até não poder mais, tudo para tirar aquele beijo avassalador da minha mente. Tentei rir de verdade, e não deu certo, o que saia era um som falso que os outros acreditam. Eu não era mais eu nessa primeira semana, e tudo piorou nas outras.

 

Na segunda semana, tudo desandou. Não sai, não bebi, não beijei e muito menos transei com alguém. Fiquei trancado em meu quarto todos os dias depois da escola, relembrando todos os momentos que vivi ao lado de JungKook, principalmente aquele beijo... por que aquele beijo ainda martelava em minha cabeça? Eu só queria esquecer e fingir que nada aconteceu, fingir que nunca conheci o moreno. Mas se eu não tivesse o conhecido... nada teria mudado em minha vidinha medíocre, eu não teria apreciado as estrelas, não teria sentido sensações novas e nem sentido aquela alegria no peito sempre que o encontrava. Foi no fim da segunda semana que aconteceu aquela cena. Dois jovens parados em um corredor vazio, se olhando e não dizendo nada, mas sabíamos que não precisaríamos de palavras, a dor nos olhos de cada um dizia por si só. Ele saiu correndo e eu travei... como eu queria voltar no tempo e abraça-lo com toda a força do mundo, e dizer que ele fazia falta, muita falta.

 

Na terceira semana, encarnei a frieza. Nada fazia mais sentido de qualquer forma, então para que fingir caras, se por dentro eu me sentia morto? Fui grosso com todos e sempre que via JungKook isolado em algum canto, meu coração doía e eu gritava com todos. Eu estava devastado. Não ter ele por perto fez meu coração diminuir, apodrecer, e por que? Essa foi a pergunta que ficou na minha cabeça pelas quatro semanas. Nem meus verdadeiros amigos me animavam mais, e todos já sabiam que algo estava realmente errado com nós dois. Perguntavam e perguntavam o motivo, porém ambos não queríamos falar. O que iriamos dizer? ‘’Ah, nos beijamos e agora tudo está confuso’’. Seria loucura, e todos iriam rir, quer dizer, Park Jimin beijando meninos? Que piada, sou hétero, e aquilo foi um deslize, um enorme e delicioso deslize. Espera, o que?

 

Na quarta e última semana, resolvi tacar o foda-se e me atolar na lama que estava minha mente, meus sentimentos e principalmente, meu coração. O baile se aproximava, e esse era o evento que mais me animava – a noite que Park Jimin passava o rodo –, porém dessa vez foi como se um velório estivesse marcado. Já estava apelando para os fones de ouvido e músicas depressivas, sim, desci a esse ponto. E por que? Porque sou um maldito orgulhoso que não teve a coragem de ir falar com o garoto que me fazia tanta falta. A saudade em meu peito doía mais do que um tiro, e mesmo assim eu não tinha a coragem necessária para ir atrás do moreno. Além de orgulhoso, medroso.

 

Quando a noite aproximou-se, apenas tomei uma ducha longa e coloquei uma roupa que tentei escolher adequadamente, mas estava sem cabeça para isso. Meu cabelo estava mais arrumado, milagrosamente. Eu tinha que parecer bem, repeti diversas vezes para mim. Assim que sai de casa – depois de uma pequena discussão com meus pais sobre meu futuro – resolvi botar um sorriso no rosto, e mesmo que fosse falso, era tudo o que eu tinha.

 

Cheguei na quadra da escola e fui recebido por uma loira em um vestido curto que há um tempo atrás eu iria achar fodidamente perfeito, mas agora eu apenas bufava e dava de ombros. Ele se agarrou a mim, atravessemos o ginásio dessa forma, cumprimentei meus colegas e amigos, e claro... avistei JungKook sentado na arquibancada com um olhar longe e mesmo assim, ele estava lindo. Sim, eu disse que ele estava lindo, e posso repetir quantas vezes quiser. Outra coisa que repensei milhares de vezes trancado no meu quarto, era na forma que eu via o moreno em questão. Eu o via como um amigo? Um simples amigo, sem segundas intenções, sem nada? Exatamente, eu não sabia. Nos beijamos de repente e tudo se confundiu em pouco tempo.

 

Eu já estava cansado de negar uma coisa que não fazia sentido. Se nos beijamos, era porquê algo em nós pedia por isso. Se houve contato íntimo, é porque a vontade, o desejo, foi maior que a amizade. Então... não somos simples melhores amigos que se gostam? É, acho que não. Mas... se nos beijamos, e eu gostei, quer dizer que... não, simplesmente não!

 

Confesso não ter aguentado muito tempo sóbrio e tive que apelar para o ponche batizado, tomei uns três copos e senti meu corpo menos tenso. Levei o olhar para a arquibancada, na esperança de avistar o olhar misterioso que me conquistou semanas atrás, porém o lugar estava vazio. Trilhei meu olhar para todo o ginásio, até encontrar o bendito moreno, que chorava baixinho no escuro. Aquilo foi o fim para mim, a gota d’água. Eu jurei para mim mesmo que nunca mais o veria chorando, não por mim pelo menos.

 

Caminhei até ele sem me preocupar com os chamados de Hyuna, sem me preocupar com a possível loucura que eu estaria fazendo. Afinal, loucura era presenciar a sua cena lastimável e não mover um musculo para ajudá-lo. Agarrei a sua mão e o levei até aquela salinha, e foi aí que começou o desabafo. Falei o que senti por todas essas quatro semanas, tudo que estava entalado em meu coração. Eu sentia falta até daquele seu jeito raivoso, e isso me mostrou que eu gostava de todos os seus lados, desde os mais doces, até os mais azedos. Falei que era real, e o que era real? Nós. Sim, aquele beijo me abriu os olhos para um possível caminho ainda desconhecido para mim, e que, pessoalmente, me dá muito medo.

 

Nos abraçamos, e por um momento, o mundo parou. Só existíamos nós em meio ao mundo todo. Seu perfume invadiu minhas narinas e causou uma bagunça em mim, junto da quentura do seu corpo junto ao meu, e o seu aperto em mim. Sorri como nunca sorri antes, eu tinha tirado um peso das costas, um peso que estava me matando. Trocamos poucas palavras que significavam muito mais do que pareciam. O depois dali era incerto, porém nada na vida é concreto de fato. Poderíamos ser confusos, complexos e errados juntos, mas longe um do outro éramos mais ainda.

 

O que posso concluir depois de tanta coisa? Que meu coração fica aquecido perto dele, apertado longe e em chamas quando selamos aquele beijo.

 

 

(...)

 

 

Assim que nos separamos do abraço, devo ressaltar que um clima um tanto vergonhoso estabeleceu-se, e nem sabíamos o porquê. Sabe a sensação de se sentir leve e com um sorriso bobo no rosto? Era assim que eu estava, e tenho quase certeza que ele também, só pela sua expressão fofa. Saímos da salinha e praticamente fomos cercados por nossos amigos, todos eles. Nem preciso dizer que suas expressões não poderiam ser mais maliciosas. Esse povo está muito tarado para o meu gosto.

 

– Posso saber o que os pombinhos faziam dentro da sala de limpeza? Que eu saiba, esse lugar é onde os casais vão para se pegar. – Charlotte fez questão de ser a primeira falar com os braços cruzados e um sorrisinho suspeito nos lábios, no fundo eu sabia que ela estava comemorando o fato de estarmos pelo menos no mesmo cômodo.

 

– Nada do que estão pensando. – Respondi, já que parecia que o moreno ao meu lado tinha congelado.

 

– Sei. – A menina de cabelos azuis falou. Ela não podia ter sido mais sarcástica.

 

– Então, se acertaram? – Jin perguntou e até eu estranhei, ele não era do tipo que perguntava as coisas, ainda mais esse tipo de coisa.

 

– Digamos que... sim. – Falei e olhei de canto para JungKook que olhava o chão com um sorriso disfarçado nos finos lábios rosados. Não sei porque a descrição, talvez seja saudade da maciez deles... que?

 

– GRAÇAS A DIVA HYUNA! – Charlotte gritou levantando ambas mãos e todos riram de sua reação um tanto extrapolada. – Mas ainda quero saber o motivo do afastamento repentino de um mês. – Disse séria novamente, bipolaridade.

 

– Assuntos particulares. – JungKook disse e ela bufou.

 

– Particulares, ou íntimos? – Seu olhar era malicioso, e se não fosse pela falta de luz, com certeza todos veriam o rubor das bochechas de JungKook.

 

– Cala a boca baixinha. – Falei dando um empurrãozinho na azulada que me olhou feio e me lançou o dedo do meio. – Own, o smurf é bravinho. – Sorri cínico e ela me olhou mortalmente.

 

– Vamos dançar gente! – Taehyung exclamou já puxando Hoseok para a pista que parecia ter o triplo de alunos que dançavam como se não houvesse o amanhã. Ah, parece que todos estavam sobre efeito do ponche alcoólico.

 

Nos deixaram sozinhos e um clima de certa forma pesado se instalou entre nós. Acho que tal coisa era normal, afinal, muita coisa havia acontecido em tão pouco tempo, e se sentir estranho seria uma coisa... normal.

 

– Vai querer dançar? – Perguntei quebrando o gelo e ele me olhou e mordeu o lábio receoso. Ah... sem comentários.

 

– Não sei se consigo dançar sem alguma bebida. – Falou e eu ri soprado e quase que de imediato um flash das festas que fomos passou em minha mente. Sempre bebemos, e nunca dá muito certo.

 

– Acho melhor assim, o álcool não é nosso amigo. – Falei com um tom divertido e ele assentiu, até ele concordara comigo. – Se está com medo de não conseguir se soltar, não tem problema, é só pular como um louco, igual esses adolescentes embriagados. Saiba de uma coisa, a dança em si não é algo que faz sentido, é algo que vem de dentro, como se você expressasse o que está passando dentro de você. – Falei e ele me olhava atento, senti saudade dessa forma que seus olhos adquiriam um brilho diferente e os lábios se entre abriam. Era fofo, amável.

 

– Essas suas formas de explicar as coisas mais simples, é tão cativante. – Falou e eu me senti um pouco envergonhado. – Enfim, se você prometer não me zoar, podemos ir. – Levantou o dedo mendinho e eu o encarei rindo alto.

 

– Quem diria, Jeon JungKook fazendo promessas de dedinho. – Zoei.

 

– Essas promessas infantis são as que mais duram, que tem mais significado, porque se alguém ousar quebrar, é como se dissesse adeus para a própria infância. – Disse e eu podia estar hipnotizado pela sua forma de ver as coisas. Como senti falta, sim, das suas palavras filosóficas, seu modo de enxergar o mundo. Tudo.

 

– Ok, ok, eu prometo. – Juntei meu dedinho ao dele e logo fui o puxando para aquele amontoado de pessoas que dançavam freneticamente.

 

A música tocava, alta e em bom som. O DJ presente gritava para que todos pulássemos, enquanto aquela batida forte parecia aumentar cada vez mais. Eu pulava, dançava, gritava, sorria e ria. Era uma mistura de sensações dentro de mim. Eu pulava pelo aumento cardíaco que aquela batida me fazia sentir. Eu dançava pelo envolvimento da melodia. Eu gritava porque me sentia livre. Eu sorria porque via a expressão do JungKook que me olhava sorridente enquanto pulava e gritava junto de mim. E ria pelas gracinhas que nossos amigos faziam, e até pelas caretas de JungKook. Com toda certeza, eu me sentia extremamente bem, pois estava com quem me fazia sentir bem.

 

– Tenho certeza que pareço um idiota! – JungKook exclamou para que eu ouvisse, rindo em seguida e eu ri junto negando com a cabeça.

 

– Que nada, você pula muito bem! – Gritei de volta e isso só aumentou suas risadas. Há quanto tempo não via essa sua expressão, tão despreocupada com o mundo lá fora, tão clichê de adolescente em bailes. Eu nunca gostei tanto de um clichê.

 

A batida forte foi sumindo e deu entrada para uma mais lenta, envolvente e uma intensidade maravilhosa. De repente o ambiente que estava animado, virou um lugar quase erótico, já que os jovens cheios de hormônios começaram a se pegar, esfregar-se, e a dançar de forma provocativa – inclusive nossos amigos –. Olhei para o moreno que parecia tão perdido quanto eu, mas seria degradante ter que sair dali por conta de um bando de pervertidos, então...

 

– Lembra da festa na praia? – Assentiu sem entender. – Faça igual.

 

– Beber como um louco?! – Ele estava brincando, ri com isso e neguei diversas vezes com a cabeça.

 

– Dance, se envolva com a música. – Falei colocando minha mão em sua nuca para dar-me estabilidade para jogar a cabeça para trás e fazer um passo um tanto... sensual. – Sinta a música. – Disse mais próximo dele e o mesmo engoliu em seco e assentiu.

 

Sua mão foi tremula de início, quando foi posta em minha cintura para começar a movimentar o corpo no ritmo lento daquela melodia. Éramos dois corpos que estavam quentes pela música anterior, e mesmo assim se saiam bem em meio aquelas pessoas que estavam mais interessadas em transar em público. Mas sabe no que eu realmente estava concentrado? Nos olhos do moreno que me encarava na mesma intensidade, ou até mais. Seu cabelo estava bagunçado, o dando o ar badboy que o caia bem. Envolvi ambos braços em seu pescoço e fechei os olhos, não me importava se alguém estivesse vendo, eu só queria poder dançar e ficar feliz por poucas horas. Quando vi, já estávamos perto demais, era algo inocente, eu sabia, mas quando resolvi abrir os olhos, dei de cara com seus lábios rosados e eu senti... meu coração falhar uma batida, minha boca ficar seca e uma formigação estranha na altura do estômago. Eu precisava dar um jeito nisso.

 

– Melhor irmos tomar um ar... – Falei e o moreno abriu os olhos e se deu conta da nossa atual proximidade.

 

– Tem razão. – Se soltou de mim envergonhado e eu fiz o mesmo. Que situação...

 

Saímos daquele ambiente que estava quente, muitas pessoas juntas dá nisso. Respirei fundo umas dez vezes no mínimo até estar bem, raciocinando eu quero dizer. Me escorei na parede e coloquei as mãos no bolso da calça e JungKook ficou na minha frente, esse mesmo encarava o céu. Ele e sua fascinação pelas estrelas.

 

– Estamos bem? – Perguntei e ele me olhou parecendo sair de seu transe momentâneo.

 

– A dança de agora pouco diz por si só. – Disse em um tom de divertimento e eu ri leve.

 

– Foram quatro semanas, um mês inteiro sem estarmos juntos, não acha que as coisas mudaram? – Perguntei mesmo com todo aquele reboliço que estava formado em meu estômago.

 

– Nada será igual, quer dizer... teremos que lidar com o que aconteceu. – Engoliu em seco. – Eu só queria que aquilo não tivesse acontecido. – Falou baixinho, mesmo assim escutei.

 

– Se arrepende? – Parece que minha boca tinha falado por conta própria.

 

– Eu te fiz essa mesma pergunta naquela noite, e a resposta não foi das melhores. – Falou como se estivesse lembrando-se. O jogo tinha virado, merda.

 

– Eu sei o que disse, te culpei por uma coisa sem fundamento, além de que ninguém beija sozinho. – Ri sem humor. – Fiquei assustado, e isso interferiu em minhas ações, mas você deveria saber o quão sou impulsivo, e não queria te machucar. – Falei e ele me olhou e soltou uma risadinha sarcástica.

 

– Não queria me machucar quando me deixou chorando para ir transar com a Hyuna? – A pergunta retórica me deixou sem palavras, como se me fizesse engolir tudo que ia dizer. Definitivamente essa não foi uma das minhas melhores escolhas.

 

– Você queria um tempo, e eu fiquei conturbado e não medi minhas ações. – Desencostei da parede e até tirei as mãos dos bolsos, o olhando. – Mas esse rancor é por tê-lo deixado sozinho, ou por ter transado com ela? – O olhei tão profundamente que seria fácil ler seus pensamentos, porém ele era tão misterioso em seus olhos que nunca seria possível.

 

– O que? Não, claro que não, você pode dormir com quem quiser, afinal, você é Park Jimin, não é? – Sua expressão era pura ironia.

 

– Para com isso, não tem nada haver. – Avancei mais um passo e ele um para trás, mas sem deixar a expressão dura. – E daí se eu transei com ela? É normal na nossa idade. – Falei já ficando irritado.

 

– Então tudo bem se eu transar com alguma daquelas garotas lá dentro? Aposto que aquela que eu beijei ainda me quer. – Falou com a intenção formada de entrar lá dentro, ainda bem que fui mais rápido e segurei em seu pulso, o virando para mim.

 

– Não. – Falei unicamente e ele franziu o cenho. Só o fato dele provavelmente tocar intimamente uma outra pessoa me dava ânsia de vômito, e meu sangue fervia na hora. Ele poderia gritar, fazer birra e o caralho a quatro, mas não iria de modo algum atrás de uma garota qualquer para mostrar-se ser capaz de trepar.

 

– Você e sua obsessão. – Revirou os olhos e se soltou de mim bruscamente. – Que tal ir atrás da Hyuna? Ela deve mandar bem na cama para você sempre acabar com ela no fim das festas. – Falou com um tom enciumado. Não consegui conter um sorriso que o deixou confuso.

 

– Seu ciúme é fofo. – Falei e ele bufou. – E eu só acabo com ela, porque... – Eu não poderia dizer o que se passou pela minha cabeça. Seria estranho falar ‘’porque não posso ficar com você’’? É, acho que sim. – Enfim, não importa, o que importa é que não quero ficar brigando com você logo agora que voltamos a conversar. – Sorri. – Tem tanta coisa que queria falar para você... – Suspirei.

 

– Às vezes acho que te perdoo muito fácil pelas coisas, mas essa sua cara de bebê não me dá escolha. – Confessou e eu vi pelos seus olhos arregalados que o impulso falou mais alto. – Ah, vamos dar uma volta, quem sabe ir para o parque. – Desconversou sem jeito coçando a nuca.

 

– Claro. – Concordei. – Então.. – A conversa começou.

 

 

(...)

 

 

Uma semana passou-se desde aquele dia. E pela primeira vez em um mês, meu humor permaneceu alegre, e até minhas olheiras me abandonaram. A felicidade é assim? Quer dizer, eu me sinto tão bem ao seu lado, rindo e sorrindo que até esqueço do mundo lá fora. Os olhares que trocamos nas aulas chatas são os melhores, os intervalos são recheados de gargalhadas dos nossos amigos e fones divididos da nossa parte. Aquela sensação preenchia meu peito de uma forma surpreendente, e eu me vi pela primeira vez, preso. Preso a uma pessoa que me fazia muito bem. Preso em uma amizade que voltou mesmo depois de tanto sofrimento. Preso a melhor pessoa que já conheci em toda a vida. Preso a Jeon Jungkook, meu melhor amigo.

 

Era uma sexta-feira, combinamos de sair, o destino seria aquela cachoeira que eu adorava ir. Seria um bom programa entre amigos, além de que precisava entrar na água, e saber que teria que segurar JungKook deixava-me... ansioso? É, essa é a palavra certa. Enfim, assim que acabamos a aula, fomos direto para o lugar em questão, correndo de mãos dadas entre aquela multidão que andava com roupas de trabalha e olhares cansados. Todos nos encaravam como se fossemos loucos, e talvez fossemos por estar praticando a única coisa que era pouco feita nos dias de hoje... ser feliz.

 

– Aqui é tão lindo. – Suspirou o moreno e eu assenti enquanto tirava a blusa e calça, pelo menos dessa vez tinha trago um short preto próprio para nadar.

 

– Não vai tirar a roupa? – Arqueei a sobrancelha e o olhei, percebendo que o mesmo estava me olhando, mas precisamente meu corpo. Ok, sem comentários.

 

– Vou.. – Disse baixo balançando a cabeça negativamente e tirando a blusa, revelando aquele abdômen que não faço ideia de como ele tem. Magia negra talvez? A próxima peça foi a calça, dando visão as coxas torneadas que tentei retirar os olhos, mas quando dei por mim, estava o secando grosseiramente. Não acho que seja coisa de homem secar o outro, deve ser coisa de Park Jimin mesmo.

 

– Vou primeiro, depois você entra. – Falei e pulei de ponta, sentindo aquela água não tão gelada em contato com meu corpo, livrando-me dos pensamentos impuros momentâneos e tudo que meu coração queria fazer, porém minha cabeça ainda racional negava. – Vem! – Exclamei assim que imergi, o olhando ainda em cima da terra. Ele parecia criar coragem e contar mentalmente números infinitos. – Eu te seguro, confia em mim. – Falei e ele olhou em meus olhos.

 

Era como se eu quisesse protege-lo de tudo que o causava pavor, medo. Eu queria abraça-lo e dizer ao pé do ouvido que tudo ficaria bem, mesmo que não fosse verdade. O segurar em meus braços, fazia-me bem. Então ele pulou, afundou deixando a água vir em meu rosto, e logo o puxei para cima e o mesmo agarrou-se em mim. Do tipo passar seus braços por meus ombros e deixar sua cabeça na curvatura do meu pescoço. Meu coração não podia estar mais acelerado, minha boca não podia estar mais seca e meu corpo não podia estar mais quente assim que senti o mesmo colado ao meu. Era uma cena que me deixou sem ação por alguns longos segundos.

 

– Obrigada por me segurar. – Disse baixo e eu sorri leve e passei meus braços por sua cintura.

 

– Eu prometi. – Falei e senti seu perfume entrar em minhas narinas, invadindo-me de uma maneira quase devastadora. Era tão bom, tão doce...

 

O mesmo tirou sua cabeça dali e seus olhos me encararam de uma forma indecifrável. Eu tinha ele em meus braços, literalmente. Engoli em seco por minha cabeça estar pensando coisas que nem deveriam passar por ela. Mas o que eu podia fazer se seu cabelo ficava tão bonito quando a franja molhada caia sobre seus olhos? Quando seus lábios rosados se entreabriam, ou até mesmo quando seus olhos me olhavam e parecia que em sua cabeça passava um filme. Era tão estranho, e tão normal ao mesmo tempo. Eu queria... mas eu não podia. Quer dizer, é errado não é?

 

É errado desejar tanto os lábios do seu melhor amigo?

 

Essa pergunta rondou e rondou minha mente. Minha cabeça dizia uma coisa, meu coração outra. Sempre falaram que devíamos seguir nossos corações e eu desobedeci essa fala muitas vezes. Mas naquele momento eu pensava insanamente em fazer o que me desse na telha. Senti suas mãos apertarem meus braços, ah, ele estava nervoso, e a passada de língua nos lábios revelou ainda mais isso. Levei meus dedos até sua franja e a tirei de seus olhos, sorrindo serenamente. Aaah, por que meu coração estava tão agitado? Eu... eu... eu precisava.

 

– É errado, não é? – Tais palavrinhas saíram de sua boca e eu quase não acreditei.

 

– Você acha errado? – Fitei seus lábios e mordi o lábio inferior. Por que uma boca tão... deliciosa?

 

– Eu sim, mas... meu coração não. – Falou e eu fiquei com medo. Sim, medo. Medo de dar um passo à frente e acabar o machucando, acabar me machucando. Mas a vida é assim, não é? Arriscamos tudo para ter aquilo que queremos. Aquilo que mesmo lutando para esconder, no final nosso coração fala mais alto.

 

A água estava fria antes, mas logo se esquentou, ou será que foram apenas nossos corpos? Realmente não sei. O fitei profundamente e me deixei levar. Me deixei levar pelo momento que estávamos.

 

Minha mão foi para a sua bochecha, enquanto a outra parou em sua cintura. Meus olhos desceram para a sua boca que estava mais convidativa do que nunca. E esse foi o ápice, nossos lábios se tocaram e uma corrente elétrica passou pelo meu corpo. Era apenas um selinho, e mesmo assim tinha um imenso efeito sobre mim. Meu coração batia cada vez mais alto e eu não duvidava que o moreno estava ouvindo meus batimentos. Pedi passagem para que minha língua adentrasse sua boca, que foi logo concedida. Depois disso foi como se eu estivesse tomado por uma sensação contínua de êxtase que fazia-me delirar, ainda mais quando nossas línguas se enroscavam uma na outra e faziam um barulho excitante. Puxei seu lábio inferior com os dentes e sorri com esse ato, voltando a puxá-lo para mais perto – se era possível – e aproveitar tudo que eu tinha direito.

 

Seu beijo era o melhor, sem dúvidas. Seu toque era o melhor, sem dúvidas. Tudo em você era o melhor, sem nenhuma sombra de dúvidas. Não era só desejo, então eu não estaria preocupado com ele, com o coração acelerado e outras coisas. Borboletas no estômago, boca seca e batimentos acelerados. Esses sintomas seriam...? Não. Não pode ser. Realmente não...

 

Estou apaixonado pelo meu melhor amigo.

 

 

Continua...


Notas Finais


Até mais!! <333


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