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História Past Lives - Chapter 21


Escrita por: MafeSweet

Notas do Autor


Heey babys!! ~desvia das pedradas :')

Bom gnt, o que aconteceu para a pessoinha aq sumir por mais de um mês? A vida aconteceu! Pois é, quem diria que Maria Fernanda fosse ter tantas provas, trabalhos, festinhas, animações, problemas e mesmo falta de inspiração. Então agora que voltei, não prometo não atrasar, pq sou assim, então me aceitem bbs :)
Vamos lá...

Capítulo 26 - Chapter 21


Fanfic / Fanfiction Past Lives - Chapter 21

POV Jeon JungKook:

 

 

 

Já parei há muito tempo de me torturar. As coisas não fazem mais sentido de qualquer forma. Um beijo é até aceitável, como uma forma de descoberta para um jovem de quase dezoito anos. Mas dois beijos já é aceitação demais, como se eu estivesse aceitando que gosto de beijar o moreno de sorriso fofo, e estar falando assim dele é ainda pior. Talvez eu goste de beijá-lo. Talvez eu goste de toca-lo. E talvez... eu goste dele. Não, quer dizer, eu gosto dele como um amigo, melhor amigo, nada demais. Esses beijos? Não irão interferir em nada, são apenas contatos íntimos sem significado. Ou pelo menos espero.

 

Isso é no mínimo sufocante. Não saber o que sinto de verdade é como estar afundando e não ter como voltar a superfície. As mentiras que invento para mim mesmo desaparecem em segundos, no momento em que olho nos olhos dele e me perco intensamente. Assim que separamos os lábios, mordi o mesmo em um instante de nervoso que me preencheu. Suas mãos ainda eram firmes em minha cintura, e as minhas ainda estavam laçadas em seus fios negros. Colamos as testas e a única coisa audível era a água caindo da cachoeira e nossas respirações quase sincronizadas.

 

– Kookie-ah... – Falou baixo. – Está tudo bem?

 

– Por que não estaria? – Retruquei no mesmo tom calmo, mesmo que por dentro de mim uma explosão de sensações e sentimentos estivesse ocorrendo.  

 

– Porque acabamos de nos beijar. – Falou como se fosse óbvio, pude sentir que seus olhos deviam estar abertos, então fiz o mesmo descolando nossas testas. Nunca senti sensação tão estranha como aquela. Eu, Jeon JungKook, estava nos braços de um homem, engolindo em seco e com borboletas no estômago. Cena perfeita para um filme romântico.

 

– Ah... – Perdi a fala. – Está com raiva? Eu entend-

 

– Não, não estou. – Me cortou. – Pelo contrário, acho que isso é a coisa mais certa que já fizemos. – Seus olhos me penetravam de uma forma tão intensa que abri a boca algumas vezes, porém nada era dito. Eu estava em choque. – Não me olhe como se eu fosse louco! – Riu abrindo aquele sorrisão de delirar qualquer um.

 

Park Jimin havia assumido que gostou do beijo? Que não se importava com nada? Que... tudo bem em beijar um amigo? Um garoto? Sim, era confuso e minha cabeça estava bagunçada; uma total desordem de pensamentos e mais pensamentos. Ele podia estar certo em dizer que aquele beijo era a coisa mais certa que tínhamos feito, mas também podia estar errado, pois eu sentia que cada vez mais nossa amizade estava virando uma coisa que não conseguia rotular sem pensar que era bizarrice minha.

 

– Me sinto estranho. – Confessei. – Eu nunca beijei um garoto, ainda mais um amigo. – Sentia minhas bochechas queimarem e desviei meu olhar de si.

 

– Nem eu. – Falou normalmente. – Mas posso me acostumar a beijar você. – Voltei meu olhar para ele que sorria ao encostar o nariz no meu e deixar um singelo selo em meus lábios. Paralisei com a ação terna. Coração, está me ouvindo? Pare de bater tão rápido, ele pode escutar. – É doce, macio, perfeito... – Ditava as palavras, na medida que eu conseguia sentir seu hálito perto da minha boca. – Tudo bem beijar seu melhor amigo?

 

– Por mim sim.

 

Uma afirmação que conseguiria ferrar com tudo. Psicológico e físico. Park Jimin, tudo bem em gostar de você além da conta da amizade?

 

 

(...)

 

 

Uma semana passou. Apenas mais uma semana lotada de trabalhos e provas que faziam-me perder noites de sono, e ficar ranzinza com todos, menos Park. Por que? Ele era o único que em meio a tudo me fazia rir, sorrir e sentir meu coração quente como marshmallow na fogueira. Se houve mais beijos? Alguns, menos ardentes, menos extrapolados, apenas selinhos e mordiscadas suave. Ninguém podia ver, claro, seria horrível lidar com o preconceito e pressão das pessoas. Em pleno século vinte um, pessoas não lidam com as diferenças de forma civilizada, sempre partindo para a violência e intolerância.

 

O sol era quente sobre meu rosto, meus olhos estavam fechados e minhas mãos apalpavam a grama verde. Eu estava sentado no campo da escola, onde todos ficavam no recreio, mas dessa vez era aula de filosofia e o professor disse para sentirmos a natureza e produzirmos uma redação sobre as sensações que obtivemos.

 

– Isso é tão esquisito quanto parece? – O moreno perguntou referindo-se a cena de todos os alunos estarem como eu, a maioria afastado de nós dois.

 

– Não gosta da sensação? – Retruquei com um leve sorriso nos lábios, me sentia bem com a quentura em meu rosto, como uma verdadeira conexão com a natureza ao meu redor.

 

– Gosto mais da sensação de estar te beijando. – Resmungou e eu quase abri os olhos para acerta-lhe um tapa no braço, porém apenas neguei com a cabeça e ri baixo. Garoto tarado.

 

– Alunos, por hoje só, tragam a redação semana que vem, não se esqueçam de usar a primeira pessoa formalmente! – Exclamou o professor e todos pareciam ter aberto os olhos, levantado e seguido para a sala de aula, falando em como aquilo era estranho.

 

– Vamos Kookie-ah. – Senti o sussurro de Park próximo ao meu rosto, próximo demais na verdade, assim que abri os olhos vi o mesmo quase roçar o nariz no meu. Engoli em seco quando senti sua mão em uma de minhas bochechas, acariciando-a delicadamente, como se eu fosse um boneco de porcelana que quebraria a qualquer momento. – Posso te beijar? – Perguntou. Ele queria permissão para beijar-me, e como resposta encostei nossos lábios com rapidez, eu necessitava daquilo.

 

O perigo de sermos pegos no ato era alto, porém naquele minuto só o que me importou foi o contato quente de nossas bocas sedentas. Foi rápido, e mesmo assim válido. Nos soltamos e sorrimos como duas crianças travessas que tinham um segredo em comum, um segredo que as fazia mais íntimas. Levantamos dali e seguimos rumo a sala de aula. Esse foi mais um dos passos que fez meu coração agitar-se. Mais um dos muitos momentos que tínhamos desde aquela cachoeira, desde que descobri sentir sensações diferentes perto do meu melhor amigo, junto dele na verdade.

 

Nossas conversas eram as mesmas de antes, até mais profundas, falávamos sobre tudo. Quanto o sol brilhava, as estrelas tão distantes, os problemas que ele enfrentava com os pais e os meus comigo mesmo. Íamos do alegre para o triste em segundos, e era isso que tornava tudo mais... intenso. Íamos de sorrisos bestas para beijos extrapolados, com gosto de algodão doce e quero mais. Os olhares possuíam mais significado do que palavras, e conseguíamos nos comunicar muito bem desse modo. Os toques pareciam aquecer-se na pele do outro, como se juntos queimássemos, fossemos a chama do inferno que incendiava todo o resto. Claro, ainda éramos os mesmos amigos de antes, com piadinhas, sorrisos, risadas e mais outras coisas que só melhores amigos possuem. Só que éramos mais que isso, e não conseguíamos descobrir o que de fato.

 

– Quer ir lá em casa hoje? – Questionou agora no intervalo, íamos de encontro a nossos amigos.

 

– Pode ser, que hora?

 

– Depois do colégio. – Disse e eu assenti sentando-me escorado na mesma árvore de sempre.

 

– Como os pombinhos vão? – Charlotte perguntou com seu jeito rotineiro.

 

– Pergunto o mesmo. – Park retrucou.

 

– Vamos muito bem. – Yoongi disse todo sorridente. Tão apaixonado.

 

– Só eu estou preocupado com a quietude da Hyuna vadia? – Taehyung falou com os olhos arregalados.

 

– Hum, tem razão, ela não se intrometeu mais com a gente. Estranho, muito estranho. – A de cabelos azuis apontou.

 

– De certo cansou de correr atrás de mim. – Park deu de ombros.

 

– Nunca, uma vez vadia, sempre vadia. – Taehyung falou fazendo todos rirmos.

 

– As pessoas mudam. – Jin disse.

 

– Tem razão, eu mudei. Mas... – Suspirei levemente. – Ela não é do tipo que muda de uma hora para outra, não se ninguém avisá-la que o mundo lá fora é mais que sapatos de grife e garotos do colégio. – Falei tendo a atenção de todos voltada para mim.

 

– Falou pouco, mas falou bonito. – Hoseok bateu palmas e todos riram.

 

– Mudando de assunto, para onde vão nas férias de meio de ano? – Namjoon questionou passando o braço sobre os ombros de Jin que escorou a cabeça na do namorado.

 

– Se depender do meu pai, passarei as férias na casa da minha vó, na fazenda, isolado do mundo. – Charlotte choramingou. – Porém, claro, meus queridos amigos vão ter uma ideia extraordinária para euzinha aqui não ter esse destino horrível. – Sorriu e todos reviraram os olhos, brincando com a mesma.

 

– Podemos escolher algum lugar, opiniões? – Foi a vez de Yoongi falar.

 

– Cancun me parece bom, mas é tão clichê ir para lá. – Park falou torcendo o lábio. – Ainda não conheci Ibiza, falam que a ilha é realmente quente. – Sorriu malicioso com a última parte da fala, revirei os olhos.

 

– Uhhh, Ibiza tem as melhores festas, então partiu Espanha queridos! – Charlotte exclamou toda animada.

 

Até que não era má ideia.

 

 

(...)

 

 

As outras aulas passaram lentamente, como se o relógio a cada vez que eu olhasse, atrasasse mais dez minutos. A professora baixinha, de roupas amarrotadas e óculos falava e falava, mas todos a encaravam como se a mesma falasse grego. História nunca foi minha matéria preferida, longe disso na verdade. Já que para mim as palavras da mulher de meia idade não tinham nenhuma importância, tratei de reparar em cada aluno daquela sala de aula. Comecei com o garoto de óculos fundo de garrafa, cabelo escuro e bagunçado, roupas em perfeito estado, considerado nerd, sabe tudo e outras coisas. Se ele passasse a usar lentes de contato, cortasse o cabelo e vestisse melhor, ninguém iria perceber quem realmente era. Mas cada um se porta da maneira que se acha confortável, e talvez ele goste de ser assim.

 

Outra pessoa foi um dos jogadores do time de futebol americano da escola, com o cabelo arrumado em um topete, camisa branca e casaco do time, típico. O sorriso galanteador brincava em seus lábios, ainda mais quando flertava com as garotas ao seu lado que o olhavam desejosas. Esses mesmos meninos usam o esporte para pegar meninas e principalmente, conseguirem um bolsa em alguma faculdade. Não tem muito o que dizer sobre eles, são... jogadores fúteis.

 

Ah, e por último, pensou que falaria da patricinha? Errado! E sim da menina de cabelos escuros, maquiagem pesada e roupas ainda mais escuras que seu cabelo. Gótica, como chamam. Sua playlist repleta de músicas estilo rock roll só a tornava menos acessível para todos. No fundo é apenas uma garotinha com medo do mundo, que achou conforto no escuro. Ela é linda, claramente, infelizmente poucos reparam nisso. Seu olhar é triste, os motivos desconheço, então desejo boa sorte para encarar os próximos anos de sua vida, que serão tão torturantes quanto esses. Para todos na verdade.

 

– Anda Kookie-ah, o sinal bateu! – O moreno chamou minha atenção, puxando-me pelo braço, obrigando-me a segui-lo pelos corredores com a mochila pendurada desajeitadamente no braço.

 

– Yoongi, vou mais tarde para casa! – Gritei para meu primo que apenas assentiu, mas preocupado com o que a namorada dizia.

 

– Veio de moto? – Arqueei a sobrancelha vendo a moto do mesmo ali estacionada.

 

– Yap, saudades dela? – Disse pegando ambos capacetes e levando um deles em minha direção, no intuito de que eu o pegasse.

 

– Todos vão olhar e achar estranho o fato de um garoto, ainda mais eu, andar com você na moto. – Falei e ele me olhava sem interesse, já colocando seu capacete.

 

– E daí? Quero que todos se fodam. – Disse com seu jeito educado, levem na ironia.

 

Resolvi dar de ombros e colocar o capacete, subindo na moto. Já podia ouvir os comentários dos outros alunos ao nosso redor, engoli em seco e envolvi a cintura dele com os braços. Todos iriam falar disso mesmo, então vamos dar assunto de verdade. Pousei minha cabeça em suas costas e sorri travesso. A velocidade se fez presente e o prédio da escola já estava para trás, aumentei meu aperto em sua cintura. O percurso foi relativamente pequeno, levando em consideração que já viajamos altos quilômetros de moto.

 

– Chegamos. – Alarmou assim que tirou o capacete e eu fiz o mesmo. – Vem. – Chamou-me e eu apenas o segui olhando ao redor.

 

A casa de Park era enorme. E parecia maior de dia, já que só estive aqui no dia daquela festa. Sem comentários. Enfim, o jardim da entrada era repleto de flores e mais flores que contrastavam entre si, dando um ar harmonioso ao ambiente. O moreno andava despreocupadamente ao meu lado, abrindo a porta e dando passagem para mim. Oh, o lado de dentro era muito diferente do que me recordava. Levando em conta que no dia que estive ali, meu cérebro estava sob efeito do álcool e o lugar consideravelmente escuro. O salão inicial era espaçoso, com uma escada comprida de cara, e o ambiente claro com um cheiro doce no ar, provavelmente de alguma essência.

 

– Meus pais devem estar trabalhando, como sempre – completou revirando os olhos. – Vamos almoçar e subir, quero que conheça meu quarto. – Os olhos sumiram em meio ao sorriso angelical. Ah, tão meigo.

 

– Meio que já conheço. – Cocei a nuca sem jeito.

 

– Aquela vez não conta, você estava bêbado e sem noção nenhuma. – Falou de um jeito que parecia que eu, JungKook, estava louco.

 

– Que mentira, eu tinha total noção do que estava acontecendo. – O empurrei levemente.

 

– Então como meu quarto é? – Cruzou os braços com um olhar desafiador.

 

– Papel de parede escuro e listrado, uma prateleira com livros, escrivaninha, guarda-roupa e um tapete fofinho no chão. Ah, e o banheiro. – Sorri ao terminar de falar tudo com sensatez.

 

– Você realmente lembra. – Resmungou emburrado. – Enfim, vamos comer que meu estômago já está roncando.

 

Caminhamos até a comprida mesa da sala de jantar, com já dois lugares postos. Nos sentamos e almoçamos, com conversas leves e descontraídas, sem muito nexo eu diria. Assim que terminamos, levantamos e subimos as enormes escadas, rumo ao seu quarto, que ao abri a porta, ainda estava da forma que eu lembrava. Listras largas em tons escuros, uma cama de casal no centro, criado mudo ao lado, prateleira, escrivaninha, tapete e tudo mais. Ele se jogou na cama e me olhou ainda deitado.

 

– Tem uma coisa nova no meu quarto, vem ver. – Gestou com a mão, para que eu me deitasse ao seu lado. Receoso, me deitei um pouco longe de si. E de repente, realmente do nada, ele passou o corpo por cima do meu e eu segurei a respiração por alguns segundos, mas ele apenas desligou a luz e riu leve do meu nervosismo repentino. – Gostou? – Referiu-se as estrelas do teto de seu quarto. Daquelas de criança, só que menores e espalhadas por todo o teto, formando constelações e lindos desenhos abstratos.

 

– Nossa, isso é... lindo. – Confessei abobado.

 

– Agora durmo muito melhor, com uma vista realmente das estrelas. – Falou divertido. – Sabe, foi você que clareou a minha visão sobre as coisas ao meu redor, uma delas foi o modo que vê as estrelas, e me fez fazer isso. E todas as noites, quando olho para o teto, lembro-me de você. – O mesmo virou a cabeça para mim e eu senti o rubor de minhas bochechas, engoli em seco e continuei a fitar o teto. – Parece que tudo me lembra você, Kookie-ah. – Seu tom era quase manhoso, arrastado.

 

– Para de falar essas coisas.. – Pedi baixinho mordendo o lábio de fato ao nervosismo presente em mim. O que está havendo comigo? – É constrangedor. – Revelei e ele rio baixinho.

 

– É a verdade. – Retrucou. – Talvez seja uma das poucas verdades da minha vida. – Dessa vez virei a cabeça para ele que ainda estava na mesma posição, olhando-me incansavelmente. Estávamos de lado, olhares cruzados, petrificados por minutos intermináveis. – Tão lindo... – Falou baixo e arregalou levemente os olhos pelo ato inconsequente. – Desculpe. – Fez uma leve careta.

 

– Não se desculpe, gostei do elogio. – Falei mesmo com toda a vergonha que existia em mim. E era uma baita vergonha.

 

O silêncio voltou a se instalar, a única coisa presente eram nossos olhares colados e a mistura de perfumes que juntos formavam um cheiro único, gostoso. De repente, a mão do menor se pôs em meu rosto, na bochecha livre, já que meu braço estava de baixo da outra. Ele a acariciou levemente e foi quando percebi que nossa distância era pequena, o que fez-me alternar o olhar para seus lábios avermelhados, cheinhos, como verdadeiros morangos que me fez salivar por um momento. Passei a língua sobre os lábios para saciar meu súbito desejo. Beijar o melhor amigo tem suas vantagens, como nunca perder a amizade da pessoa, ou sempre lembrar que antes de existir algum sentimento romântico, havia amizade, e esse com certeza é o melhor sentimento.

 

– O que está acontecendo entre nós? Eu... – Suspirou ainda me olhando. – não consigo achar uma palavra que nos descreva, somos amigos, melhores amigos e nos... beijamos, é normal? Somos homens, e héteros... então, o que está acontecendo? – Ele parecia tão confuso, como eu naquele momento.  

 

Sei que por essa semana nos questionamos em silêncio sobre o que estava acontecendo entre nós, dentro de nós para ser sincero. Mas quando estávamos perto um do outro, nos olhando carinhosamente, com aquele calor no peito, todo o resto sumia e só importava o sorriso do outro. Era estranho, dava medo e mesmo assim bom, demasiado bom. E talvez...

 

– Gosto de você. – Pensei alto e até arregalei os olhos ao ver que o impulso estava me controlando. – Q-q-quer d-dizer, gosto como amigo. – Gaguejei por conta do nervosismo e percebi o sorrisinho divertido do moreno. Ah, como ele é... não, chega!

 

Me arrumei na cama, sentando-me e passando as mãos pelos fios do meu cabelo. De repente o ambiente parecia quente, alguém liga a merda desse ar condicionado! Estou perdendo o controle, e a sensação não é nada boa.

 

– Jungguk-ah – Apelido novo? – Preciso te falar uma coisa... – Também se sentou ao meu lado. A luz era pouco, sendo apenas do abajur de seu criado mudo e as estrelas coladas ao teto que tinham a típica luz neon acesa no escuro. Eu encarava seus olhos, na mesma hora que ele caçava as palavras certas para falar o que queria. – Não, não consigo. – Disse como se amaldiçoasse a ele mesmo, começando a andar em círculos pelo quarto.

 

– Ei, ei, o que foi? – Segurei em seus ombros, já em pé. Sua respiração estava descompassada e ele colocou ambas mãos em meu pescoço e em um único movimento juntou nossos lábios.

 

Não consigo explicar o que foi aquele beijo. Foi diferente de todos. Sei que depois de um tempo beijando uma pessoa, passa a ser igual, mas esse... nossa, tão intenso. Nossas línguas se entrelaçavam em uma dança envolvente e sedenta. Sentia meu coração disparar cada vez mais, como se a qualquer momento pudesse escapar da minha caixa torácica. Tinha gosto de tudo que era bom, morango, cereja, amora e todas as outras frutas vermelhas que assemelhavam-se aos seus lábios cheinhos e avermelhados. Assim que cessamos aquele contato, colamos as testas e a única coisa que era audível, eram nossas respirações alteradas, cansadas de tanta intensidade. Aquele beijo não era apenas mais um, Park queria me dizer alguma coisa com ele, parecia me dizer algo. Ei, coração, que tal parar hein?

 

– Estou apaixonado por você. – Falou em alto e bom som.

 

Bang!

 

Boca seca. Borboletas no estomago. Perda da fala. Esses foram alguns dos sintomas que fiquei naquela hora. As palavrinhas proferidas pelo moreno me fizeram ter um ataque de sensações estranhas, sentimentos novos e mais outras inúmeras coisas. Quase tive um ataque de soluços ali, falam que é normal em momentos de constrangimento, e naquele momento eu estava mais vermelho que um pimentão, e arrepiado dos pés à cabeça, só pelo fato de tais palavrinhas serem transmitidas em uma rouquidão perfeita, junto com um suposto sorriso de sua parte.

 

– Se eu abrir os olhos... o que vou encontrar? – Perguntei me sentindo estranho, além do que já era.

 

– Um sorriso. – Respondeu e eu via seu tom amável.

 

Abri os olhos e lá estava o moreno, com seu sorriso de fechar os olhos e fazê-lo virar uma criancinha fofa. Eu via tudo nele. Amizade, diversão, amizade, compaixão, todos os sentimentos bonitos e o principal deles... paixão. Não seria amor, ainda não, mas com certeza pude enxergar seus olhos castanhos em meio aquele escuro do quarto, o sentimento mais puro da paixão.

 

– Não quero pensar no quão isso parece errado, no quão isso está me fazendo ficar louco, ou no quão tudo virou de cabeça para baixo assim que nos beijamos naquela praia. Mas você sabe que pode estar se precipitando não é? Como alguém poderia conseguir se apaixonar por mim? Um garoto normal, com pensamentos normais e uma vida normal, nada demais. – Suspirei enquanto ele me observava em cada movimento, já que havia me soltado dele e começado a andar pelo quarto. – Se apaixonar por alguém é algo surreal, com sensações que nunca sentimos antes e nos sentirmos surpreendentemente bem com a outra pessoa. Você se sente assim? – Me virei para ele.

 

– Assim e muito mais. – Falou e eu engoli em seco. – Você é perfeito JungKook. Desde o cabelo preto até os pensamentos e palavras. Talvez eu tenha me apaixonado por você naquela primeira aula de química, naquela troca de olhares, talvez tenha sido amor à primeira vista, porque sei que não vai passar tão cedo e marcará meu coração. – Colocou a mão sobre o peito. – Porra, só o que me faltava... – Riu sem humor. – Eu te amo, Kookie-ah. – Falou e eu já sentia o tempo parar para nós dois.

 

Ele me amava. Amor é algo que nunca pensei que alguém – fora meus tios e meu primo – pudessem sentir por mim. Falam ser o melhor sentimento do mundo, aquele que lhe faz sorrir bobo, rir pelos quatro ventos e sentir como se o mundo fosse um lindo arco-íris com unicórnios de brinde. Fala sério, algum louco seria capaz de me amar? Parece que encontramos alguém realmente insano. E eu devo ser mais ainda por corresponde-lo de forma tão intensa. Não é só paixão, não são só beijos trocados por amantes, é um sentimento que se alimentou com o tempo, veio da amizade e instalou-se entre nós. Mas... é errado. Tão errado. Coração, que tal parar de bater tanto perto dele? Que tal... não amar um homem?

 

– Não... – Dei um passo para trás. – Não posso... – Me chame de covarde, o pior de todos. – Isso é errado Park, muito errado. – Falei sentindo um nó na garganta por ter tanto medo de assumir algo que já estava mais do que estampado na minha cara.

 

– Errado é você continuar fingindo que somos meros amigos, acorda JungKook! – Voltou a se aproximar, sacodindo meus ombros. – Eu te amo, e mesmo que não seja reciproco, vou continuar te amando. – Falou e eu senti um aperto no peito ao ver seus olhos marejados, sem esperança. – Porque sou a porra de um idiota que não sabe lidar com os próprios sentimentos sem parecer uma mocinha apaixonada. – Resmungou e fechou os olhos em um suspiro. Frustração o definia.

 

– Eu não sou assim. Eu não sou impulsivo, eu pensava antes de agir. Eu não sou luxurioso, me contentava com pouco. Eu não ligava para nada, para mim era tanto faz. Eu não dava a mínima para amizade, era cada um para seu canto. Eu não me importava com os sentimentos dos outros, dane-se eles. Eu não era assim, eu não era sentimental ou cheio de emoções que me corroem por dentro. Eu não me apaixono pelo meu melhor amigo! – Exclamei a última frase já cansado daquela conversa.

 

Somos tão novos para sofrer pelo amor. Tão jovens para estar discutindo sobre sentimentos, sensações e emoções. Mas o drama da juventude vem disso, dos momentos que estamos mais frágeis, prestes a desabar em lágrimas. Suspirei incontáveis vezes, recuperei o ritmo normal da respiração e mordei o lábio inferior em um tique nervoso.

 

– Mas parece que me apaixonei. – Falei e senti seus olhos grudados em mim, enquanto os meus estavam no chão e subiram para os seus. – Não só me apaixonei, mas...te amei, amo na verdade. – Falei sem jeito com as palavras. Ah, isso é confuso, constrangedor e tudo mais. – Por que você tem de ser assim? Seria muito mais fácil se você fosse apenas um completo idiota de cabelos macios e negros, galinha de carteirinha e não desse a mínima para mim. Cadê o clichê do colegial? Queria ver você com a loira popular esnobando todos ao seu redor, assim seria mais fácil odiá-lo, do que amá-lo. – Empurrei seu peito e um sorrisinho brincava em seus lábios vermelhinhos. – Droga, você é lindo. – Admiti engolindo em seco. – Preciso sair daqui... – Falei tentando passar por ele, porém senti sua mão quente segurar meu pulso.

 

– Se você me ama, então demonstre, não fuja, não cometa o mesmo erro que eu. – Falou com a rouquidão presente em sua voz, o que fez-me arrepiar e fechar os olhos pelo efeito que apenas sua voz tinha sobre mim. Quem quero enganar, não posso simplesmente sair pela porta e apagar todas as palavras que foram ditas.

 

Virei para o moreno e lacei meus braços em sua volta, pousando a cabeça em seu ombro e o apertando contra mim, em uma forma de dizer que não queria que o mesmo se distanciasse, fosse embora, fugisse. Tranquilizei minha respiração assim que senti seus braços apertando minha cintura e seu perfume entrar em minhas narinas, deixando-me em êxtase completo.

 

Sorri.

 

Ele era tudo o que eu precisava: um porto seguro. Então é isso...

 

Eu te amo Park Jimin!

 

 

 

Continua...


Notas Finais


O QUE ACHARAM DESSA DECLARAÇÃO TODA Q TÁ ME FAZENDO CRY BABY??? MDSSSS SEM PALAVRAS, APENAS SENTIMENTOS!!!! :))))
~~~~~~~~~~~~
Até mais!!! <3333


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